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História SHIELD's Most Wanted - Beautiful crime


Escrita por: AsgardianSoul

Notas do Autor


STAYIN' ALIVE STAYIN ALIVE
Pse, ppl. O capítulo deveria ter saído muito mais cedo, só que fiquei a semana toda me preparando para uma prova, e fui mal, e a bad bateu, aí já viu, neh... Mas vida que segue!
No capítulo de hoje teremos a continuação do bafão na base da SHIELD e o fechamento do arco, acompanhados por esse hino que é Beautiful crime, que dispensa qualquer explicação.
Boa leitura!

Capítulo 16 - Beautiful crime


Fanfic / Fanfiction SHIELD's Most Wanted - Beautiful crime

— Que barulho foi esse? — inquiriu May, encarando Coulson, que a encarava de volta, também surpreso.

O diretor foi até sua mesa, teclou no tablet e fez uma careta. Levantou o olhar e a viu forçando a porta.

— O sistema de comunicação está off line e o mecanismo de defesa foi ativado — informou, preocupado.

— Desative! Nós estamos trancados aqui.

— Estamos off line! — repetiu, com mais veemência. — A única forma de desativar é manualmente, direto na fonte.

Os dois trocaram olhares apreensivos. Se ao menos pudessem se comunicar com Fitz ou com qualquer outro agente, mas estavam no escuro. Foram atacados no coração. Coulson voltou para sua mesa e acessou as câmeras de segurança. Ainda transmitiam as imagens normalmente. Só restava assistir de braços cruzados ao desenrolar da situação.

* * *

Sistema de comunicação off line. Salas bloqueadas. Tudo pronto. A mente de Agnes processou. Lewis conseguiu, como ela ordenou. Concentrou-se na larga porta adiante. Calor irradiou dos seus pensamentos e o ambiente tornou-se carregado, mais denso, pressurizado, até a porta se retorcer e cair para frente. O estrondo invadiu o corredor, chamando a atenção dos agentes do outro lado. Tomados pela surpresa, alguns não esboçaram reação. Assim que analisou rapidamente o ambiente, Agnes assumiu o controle de todos e formou seu pelotão de choque.

Uma batalha travava-se diante dela. Conforme um de seus homens caia, dois assumiam seu lugar. As pessoas trancafiadas repentinamente em suas salas assistiam em choque, outros gritavam ou esmurravam a porta. Agnes caminhava com determinação, sequer desviando o olhar do caminho. Eles importavam para ela como qualquer tijolo ou lixeira daquela construção. A nostalgia lhe amargava a garganta. Conhecia aquela base, já esteve ali, fez aquele mesmo caminho há trinta anos.

O espectro de dois jovens vestindo o primeiro uniforme de campo da SHIELD vinham em sua direção. Ignoravam a destruição ao redor deles, tagarelando. Estavam saindo do expediente, provavelmente finalizado uma missão. A jovem de cabelos castanhos soltou o coque apertado e uma cascata de cachos lhe caiu sobre os ombros. O outro jovem negro esticou uma mecha, só para vê-la voltar ao formato original. Ela deu um tapinha nas costas dele e ambos sorriram. A visagem desapareceu diante dos olhos dela, sugada pelo vácuo do tempo. Suas entranhas estremeceram até atingir as vidraças ao seu redor.

— Ela está em um quarto especial, ao lado da enfermaria — relatou Lewis, surgindo de uma bifurcação do corredor. Não usava máscara, deixando à vista sua expressão vazia.

— Alguma chance de religarem o sistema?

— Só manualmente, quando eles conseguirem sair das salas. Pode não demorar o quanto esperamos, eles têm gente boa aqui.

— Não duvido disso. Melhor nos apressarmos, de qualquer forma.

O pelotão de choque controlado por Agnes foi abrindo caminho até alcançar a enfermaria. Dali em diante, ela e Lewis seguiram sozinhos. Os agentes entraram em posição de sentido e formaram uma barreira protetora.

— Terceira porta à esquerda — avisou Lewis.

Agnes deu mais alguns passos e estancou. Sim, está saindo melhor do que eu esperava. Concentrou a energia potencializada por seus sentimentos indesejados na porta. Visualizou cada molécula do material sendo modificada de acordo com sua vontade. Em instantes as travas derreteram e a porta corrediça foi empurrada para o lado, revelando seus ocupantes exauridos. Fury se encontrava sentado, apoiado na parede, sem fôlego, enquanto Dorothy estava aos seus pés, semiconsciente, com manchas arroxeadas ao redor do pescoço. O rosto de Fury sangrava por vários cortes e começava a inchar, de modo que o impediu de transparecer seu espanto ao se ver frente a frente com lembranças que deveriam continuar enterradas.

— Esse não foi o tipo de tratamento que pedi para minha filha — repreendeu ela, torcendo o nariz.

— Vadia — atirou ele, rouco.

— Ah, Nick... Sempre soube que você é do tipo que guarda rancor.

Um peso abateu-se sobre os ombros de Fury e o fez despencar. Tentou lutar em vão contra a pressão que o mantinha colado ao chão. Sentia o ar ser expulso dos pulmões, mesmo se esforçando para respirar. Cerrou os dentes cobertos por uma camada de saliva avermelhada. Observou Agnes não mover um músculo da face petrificada de vingança, depois olhou para Lewis. Não teve dúvida de que ele estava sendo controlado. Dorothy falou algo que não foi capaz de compreender atrás dele. Parecia estar tentando se reerguer.

— Pare — gemeu ela. — Você está matando ele.

Subitamente a pressão cessou e ele aspirou com toda a força, os pulmões queimando ao receber o ar novamente. Virou-se e continuou deitado de cotovelos. Respirava melhor, só que estava perdendo os sentidos. O chão se aproximou muito rápido e foi como se tivesse sido desligado.

— Pegue ela e vamos embora — ordenou para Lewis e ele obedeceu.

Os agentes saíram à frente novamente, seguidos de Agnes e Lewis carregando Dorothy nos ombros. A loira se debatia fracamente, limitada pela forma com que era contida. A presença da sua mãe biológica lhe dava arrepios. Saber que estavam a passos de distância tornava a aversão quase insuportável. Se ao menos pudesse se comunicar com Aidan. O antigo e verdadeiro Aidan. Reuniu forças e se concentrou em apenas manter sua voz audível por cima da confusão.

— Aidan, acorde. Eu preciso de você. — Nada pareceu mudar. — Aidan, por favor!

— Querida, não seja patética — alfinetou Agnes, sem lhe dirigir o olhar.

— Aidan, eu sei que você está aí em algum lugar e que não está nem um pouco satisfeito — continuou, ignorando a mãe. — Lute! Saia dessa!

O portão de acesso ao convés se abriu e eles vislumbraram o poderio aéreo. Agnes o sistema de segurança ao passar, dificultando ainda mais qualquer avanço contra eles. Logo seus olhos astutos se fixaram numa pequena aeronave ao lado sul do convés, pequena e de aparência veloz. A rampa de subida se abaixou e Aidan tomou a dianteira. Antes de entrar, ela deu uma última olhada para trás e cerrou os olhos de maneira ferina. Queria reduzir aquele lugar às cinzas. Seu poder dizia que sim, porém sua razão não. A SHIELD sobreviverá por mais algum tempo, garantiu. Não para sempre.

Uma perturbação atingiu seus pensamentos. Algo parecia ter saído do controle, como um rasgo em seu tecido mental. Em resposta, voltou os olhos para dentro da aeronave. A primeira coisa que experienciou foi uma força a empurrando violentamente para trás, em seguida calor. Por instinto, protegeu seu corpo com um campo de força antes de atingir o chão. Sua mente em choque absorvia tudo através de gotas de informação. Vislumbrou Aidan caído ao colo de Dorothy, que empunhava uma arma de cano longo, em seguida o disparo.

Assim que o corpo de Agnes foi arremessado para fora, Dorothy sentiu o armamento escorregar de suas mãos. Seu subconsciente sinalizou que aquilo foi errado, apesar das circunstâncias. Encarou Aidan delirando, com os nós dos dedos brancos de tanta força para afastar a dor. Precisava tirá-los dali o quanto antes. Precisava ajudar Aidan. Logo a dor da realidade a atingiu com uma crueldade ainda maior. Já tinha pensado nisso, só que agora o cenário se tornou quase insuportável. Os arquivos que Sam mostrou apontaram que as pessoas sobre o comando mental da Psicose sofriam efeitos colaterais fatais.

— Dorothy, eu não tenho muito tempo — avisou ele, com urgência. Ela segurou forte a mão dele. — Me ouça com atenção.

* * *

Sam prendeu a respiração para ficar de pé. Enrolou uma faixa ao redor do abdômen e comprimiu o mais forte que pôde. Não seria o suficiente, apenas o melhor que dispunha no momento. Olhou para o lado e observou Steve de pé com os braços cruzados, encostado na parede, aparentando estar vivendo um dia normal, mesmo depois das revelações de Bucky. A SHIELD continuava existindo. A organização que Peggy ajudou a fundar, que ele há poucos meses ajudou a tirar das garras da Hidra, estava operando às suas escondidas. E Nick Fury sabia de tudo. Não sabia qual dos fatos conseguia digerir de maneira pior. Steve ergueu a cabeça e olhou na direção de Bucky. Sam fez o mesmo. Um pouco de insegurança brotou em forma de frio na espinha. Nunca se acostumaria a vê-lo como amigo. Ele se mantinha de cabeça baixa, sentado de cócoras no chão encardido do galpão abandonado. O pensamento parecia longe demais para alcançar.

— Bucky — chamou Steve, sem obter contato visual. — Você fez o que pôde.

— Não foi o suficiente — sentenciou, com uma convicção que quase machucava. — Ela é inocente. Isso tudo é injusto.

O calor da dor mantinha Sam cada vez mais desperto. Estava cansado, com a saúde debilitada e segurança comprometida. Não demoraria a descobrirem a localização deles. Precisavam estar em movimento o quanto antes. O bip eletrônico do seu comunicador atraiu os olhares dos outros. Estranhou por um segundo até se dar conta de que ainda restou um. Seus sentidos ficaram em alerta. O visor multimídia em seu pulso mostrou a ligação recebida em seu número pessoal, um que pouquíssimas pessoas possuíam.

— Sam. — Steve deu um passo adiante, arisco.

— Desculpe, pode ser urgente.

O dedo trêmulo pressionou o botão de chamada. A voz bastante conhecida trouxe certo alívio aos seus nervos à flor da pele.

— Sam, você continua no mesmo endereço? Acabei de desembarcar em Washington. Nós precisamos falar sobre a Dorothy — Courtney falou rápido ao telefone, em tom preocupado.

— Courtney, não se mova! É uma longa história, não posso explicar por telefone, só venha até as coordenadas que vou te passar e não discuta, entendeu?

— Dorothy está com você? Não se metam em mais confusão! Vou quebrar a cara dos dois! — Sam enviou as coordenadas. Ela confirmou com um resmungo. — Estou chegando.

A ligação foi encerrada sob o olhar desconfiado de Steve. Já a expressão de Bucky mostrava sinais de reconhecimento.

— O que foi, Sam? — questionou Steve.

— Courtney é uma velha amiga que tenho em comum com Dorothy — respondeu. — Ela já esteve na Marinha, é uma exímia combatente, e está disposta a ajudar.

— A voz dela não me é estranha — observou Bucky. Refletiu por um instante. — Ela mora no Canadá? — Sam afirmou com a cabeça. — Eu a conheço. Ela nos ajudou quando estávamos no Canadá.

— Não sei se é certo envolver mais alguém — argumentou Steve.

— Ela se envolverá de qualquer forma, Cap. Acredite — retrucou. Deu um passo à frente. — Vamos encontra-la no apartamento da Dorothy daqui a pouco. Juntos pensaremos numa saída.

* * *

— Você está em agonia, Aidan. Nós deveríamos ir para um hospital, para você ter um pouco de conforto — implorou Dorothy, pressionando o manche do pequeno jato para baixo.

A mão de Aidan pressionou o joelho dela, a fazendo encará-lo. Ele ensaiou um olhar de repreensão. O semblante parecia mais ameno no momento. As turbinas foram desligadas e o silêncio pesou sobre eles. Dorothy vislumbrou o horizonte através do para-brisa. A imensa vastidão verde atraiu sua visão. Segundo a localização aproximada fornecida pelo GPS, encontravam-se em uma cidadezinha do interior da Inglaterra. Logo a mente dela se clareou. É a casa dele. Aidan nunca me falou sobre ela.

— Me ajude a sair — pediu ele.

Ela se levantou com as pernas bambas e passou o braço por baixo dos ombros dele. Os pés deles afundaram na grama umedecida pelo orvalho. Flashbacks recentes explodiram na cabeça da ex-agente. O cheiro de grama nunca mais seria interpretado da mesma forma. As imagens sumiram ao vislumbrar o casebre em ruínas. Aidan desmoronou em seus braços. Ela se contorceu toda para não cair também. Aos poucos aninhou a cabeça dele sobre suas pernas. Limpou às pressas uma lágrima quente que descia pelo rosto frio.

— Eu posso te levar para dentro, se quiser — ofereceu ela, com a voz embargada.

— Não, eu só quero olhar para ela — sussurrou compassadamente. Ela esfregou as mãos para aquecer as dele. — Dorothy, você me amou? Ou eu fui um casebre em ruínas na sua vida?

— Aidan, por favor... — Fungou o nariz avermelhado. Desviou o olhar para a parede de pedras empilhadas há poucos metros que os separavam da encosta da colina. — Por que não me conta sobre aqui? Você nunca me falou sobre a sua infância.

— Não me negue a verdade justo agora — entoou com mais convicção. Havia mágoa na voz. — Não é como se me restasse tempo para floreios.

— Eu nunca te amei — confessou. Doeu mais nela do que nele. — Eu gostei muito, muito de você, eu juro. Você sabe que gostei!

Ele sorriu discretamente e maneou levemente a cabeça. Cerrou os dentes por um instante, numa careta, depois relaxou novamente.

— Mesmo que tivesse me amado, não seria a metade do que sinto por você. Sim, Dorothy, eu ainda sinto. Você é a ruína que tentei reparar dia após dia.

Dorothy fez uma força sobre-humana para não sucumbir ao pranto. Tentava em vão não soluçar. Tremia de frio e de emoção. Ele levou as mãos gélidas até seu rosto.

— Você merecia muito mais. Perdão por tudo.

— Você não tem culpa de nada. Eu que agradeço pelos bons momentos. Obrigado por ficar comigo até o final. — As palavras começaram a falhar. Ela abaixou-se para beijá-lo, mas ele cobriu seus lábios com os dedos trêmulos. — Não me beije, por favor. A parte mais difícil disso é te deixar.

A mão dele foi perdendo a firmeza devagar. O coração dela implorava para desviar o olhar, ao mesmo tempo que temia negar esse último gesto de conformo. Examinou as feições dele. Não havia mais traços de contração ou dor. Gotículas do chuvisco que caia dos céus se acumularam nos cílios dele. Ela o trouxe para perto, num abraço apertado, como que tentando evitar que a vida escapasse. Aos poucos o frio que lhe doía até ossos foi se tornando mais penetrante. Uma vida escorregou para longe, onde seu abraço não podia mais alcançar.


Notas Finais


ABAIXA QUE É TIRO
Como diz o filósofo: tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais...
Então, o que acharam? Courtney veio pra lacrar: sim, claro ou com certeza? Ehehehe
Beijinhos invernais!


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