1. Spirit Fanfics >
  2. SHIELD's Most Wanted >
  3. All These Things That I've Done

História SHIELD's Most Wanted - All These Things That I've Done


Escrita por: AsgardianSoul

Notas do Autor


10 mil anos depois, eis o meu retorno XD
Desculpa mais uma vez a demora, meus amores, mas sabe como é, neh? Faculdade, ansiedade, cansaço...
Mas achega de coisa ruim. Vamos ao que interessa! CAPÍTULO NOVOOOO!!!!
Recapitulando... Agnes invade a SHIELD, Dorothy sofre a perda de uma pessoa querida, Courtney chega na bagaça. Lembrados? Então bola pra frente.
Boa leitura!

Capítulo 17 - All These Things That I've Done


LABORATÓRIO DE DANIEL WHITEHALL, DÉCADA DE 80

A precisão nos movimentos de Daniel fazia Agnes se admirar. O doutor aparentava sequer respirar, atento ao corte diante de si. Quanto tempo havia se passado desde que ela abandonara seus afazeres e passou a observá-lo? Havia perdido a noção. Todavia, não importava mais, pois até raciocinar parecia ameaçar o delicado equilíbrio daquela atmosfera. Vê-lo trabalhar se tornou seu maior passatempo e tortura. Era instrutivo, aprendia muito com sua dedicação, porém, opiniões pessoais a impediam de desfrutar plenamente disso.

— Aproxime-se — sugeriu ele, fazendo-a se sobressaltar. Obrigou o corpo a sair da inércia e se aproximou. — Sabe o princípio fundamental para ser um bom cirurgião?

— Sangue frio — arriscou, expirando uma autoconfiança que não dispunha no momento.

— Precisão — corrigiu, numa chibatada silenciosa. — Qualquer milímetro a mais ou a menos... — Posicionou o bisturi entre dois vasos sanguíneos que pulsavam compassadamente.

Ela se contraiu de tensão. A saliva desceu lentamente amargando pela garganta. Sentia o calor dançando ao redor da ponta dos dedos. Eu preciso de ar. Afastou-se a passos comedidos.

— Onde pensa que vai? — chicoteou novamente. — Estou te ensinando algo importante: precisão, controle. Você não consegue entrar na mente de alguém sem causar bagunça. Poder sem controle é desperdício.

— Não pense que irá me moldar como faz com sua escória inumana — retrucou, de peito estufado, renovada de súbito orgulho. — Eu sou mutante!

— Inumanos são o próximo estágio da evolução — contestou ele, divertindo-se em provoca-la. Não prestava mais a devida atenção na cirurgia.

— Eles não merecem. — Tornou a se aproximar, desta vez imponente. — Poderes obtidos através uma névoa? — Bufou com descaso — Nós nascemos com eles, é nosso dom natural!

— Vejo que foi influenciada pelo discurso de um certo mutante controverso — Sorriu de lado. Voltou a se concentrar na cirurgia.

— Erik Lehnsherr tem pontos de vista interessantes, sim, mas não me inspirei nele ou em ninguém para tecer meus conceitos. Nós somos superiores, é inegável. — Falava com arrogância. Odiava quando tentavam discutir suas opiniões.

— Desculpe, querida. Não é o que vejo em você — menosprezou-a, sem lhe dirigir o olhar.

Fúria brotou nos poros de Agnes. O calor escalou os dedos, dançando macabramente na palma de suas mãos. Trincou os dentes. Como ele ousa me humilhar assim? Sensações misturaram-se em sua mente, como se sentisse ao mesmo tempo todos os elementos da sala. Escolheu uma sensação específica, um fio entre o emaranhado cada vez maior, e se concentrou em segui-lo. Guiou-se até conseguir palpá-lo com seu tato mental. Penetrou nele, moldou-o conforme sua vontade.

Os olhos cristalinos de Daniel brilharam de medo ao observar a si próprio aproximando perigosamente o bisturi perto da garganta. O frio da lâmina beliscou sua pele. No momento havia se tornado um expectador de si mesmo. Encarou Agnes, com a testa enrugada de apreensão.

— Hayes — advertiu. Tentou afastar o bisturi, sem sucesso. — Hayes, não faça algo de que vai se arrepender.

— Algo que ainda não dividi com você, querido é que, quando fui a Nova York, não só ouvi as ideias de Lehnsherr, como também me consultei com outro mutante bastante experiente, apesar de jovem. Vamos dizer que aprendi bastante, não acha?

* * *

As pontas multicoloridas do cabelo de Courtney dançavam entre seus dedos conforme raciocinava. Volta e meia pousava os grandes olhos negros na figura de Steve Rogers. Ao olhar para ele se sentia mais segura em meio ao tornado em que se meteu. Haviam chegado ao velho apartamento de Dorothy há horas. Uma batida eletrônica serpenteava pelos corredores e chegavam aos ouvidos deles sem despertar qualquer excitação. A porta do banheiro se abriu para revelar Bucky com ares renovados. Só as olheiras denunciavam sinais visíveis de cansaço. Sam ocupava-se em manter a postura ereta no sofá precário. Às vezes soltava um suspiro que fazia Steve desviar o olhar da janela para encará-lo, depois voltar a atenção ao exterior. Volta e meia se via relembrando seu antigo apartamento, onde numa noite caótica encontrou Nick Fury ensanguentado. Não pense em Fury agora, avisou seu inconsciente.

— Não temos poder de fogo para um ataque, então temos que nos aproveitar de uma janela. — Courtney rompeu o silêncio. Steve desviou o olhar novamente, sinalizando que estava interessado. — Dorothy é procurada por crimes graves. Presos assim não são mantidos por muito tempo em um mesmo local.

— Um ataque em movimento — resumiu Steve. Ela confirmou com a cabeça.

— Pode ser nossa única chance — observou Sam, dividindo o olhar entre os dois.

— Ela pode estar sendo transferida neste exato momento. Ou talvez nem foi levada para a SHIELD. Eles sabem que nós pensaríamos nisso — falou Bucky, até então ouvindo todos com atenção.

— Oh, você agora lê mentes? — ironizou Sam, curvado para frente. Ainda não engoliu ter que aturá-lo.

— Sam — ponderou Steve. Afastou-se da janela e fechou a persiana. Abriu a boca para falar, mas foi interrompido por batidas na porta.

Os três homens trocaram olhares de alerta, já enrijecendo o corpo, prontos para o combate. As batidas persistiram. Steve ergueu o escudo. Observando tediosamente, Courtney tomou uma atitude e se levantou. Passou pelos três sem dar sinais de apreensão. Segurou a maçaneta e os encarou.

— Vocês são três lindos — disse Courtney, sorrindo com os olhos. Eles estranharam. — Nenhum agente que se preze bate na porta.

Por mais que Courtney não tivesse ideia de quem seria, jamais poderia imaginar quem aguardava do outro lado. Assim que reconheceu as feições de Dorothy, a abraçou com urgência e apertado. Fechou a porta imediatamente. Sam ficou de pé, atônito. Eles assistiam o semblante perdido da loira, em choque. Ao sentir que não estava sendo retribuída, Courtney se afastou para encara-la. Aquela mulher parecia mais o fantasma de quem um dia foi Dorothy Turner.

— Thy? — balbuciou Courtney. Abaixou os olhos para reparar nas roupas e unhas sujas de terra da amiga. — O que aconteceu?

— Você não sabe? — pronunciou, soturna.

— Sim, eles me contaram. Não é disso que estou falando. — Segurou as mãos dela e as levou à altura dos olhos. — Estou falando disso.

Dorothy a afastou com brusquidão, num ato que pegou a todos de surpresa. Ela fitou cada um dos presentes. Bucky fez menção de dar um passo adiante, mas algo naquele olhar o fez congelar. Frieza, talvez. Apatia. Não soube especificar.

— Vocês precisam ir embora — avisou ela. — Não quero mais sangue em minhas mãos.

— Mais...? — interviu Steve.

— Como assim? Explica isso direito! — insistiu Courtney, preocupada. Dorothy respirou fundo, impaciente. Só queria silêncio. — Não faz a autossuficiente, Dorothy! Eu estou aqui para te ajudar e vou te ajudar, assim como todos aqui. Desembucha!

— Então vão embora — sentenciou secamente e se trancou banheiro.

Todos na sala trocaram olhares confusos. O mais perturbado era Steve. Muitas coisas pesavam em seus ombros. Farsas. Mentiras. Traições. Precisava de uma explicação definitiva. Encarou o chão por um breve momento que pareceu infinito.

— Vou falar com Fury.

Não houve tempo para a informação ser processada, pois a porta do banheiro foi escancarada para dar passagem a uma Dorothy furiosa, com olhos esbugalhados de ódio.

— Você perdeu o juízo? Falar com Fury foi a ideia mais estúpida que ouvi na vida! Ele vai te enganar, não consegue enxergar isso? — Atropelou metade das palavras pelo acesso de fúria.

— Calma, Dorothy, você está histérica — atalhou Bucky.

— Como quer que eu fique ouvindo uma coisa dessa?

— A única pessoa que pode nos dar respostas é Fury — defendeu-se Steve, sem deixar se abalar.

— E a única pessoa a quem ele aceitará se encontrar é o Cap — completou Sam.

— Ele pode ir, desde que não comprometa os outros — aconselhou Courtney.

— Ótimo, agora todos perderam a cabeça. Ok. Vou entrar na onda. — Deu-se por vencida, finalmente. — Fury me confessou que teve um caso com Hayes enquanto eles eram agentes da SHIELD. Sim, pasmem, ela foi agente da SHIELD. Se procurarem direitinho talvez achem os arquivos dela no que sobrou da agência. Isso se Fury não tiver destruído tudo na época.

— Wow... Isso foi grande — observou Sam, após o choque inicial. — Steve, você sabia?

Bastou uma troca de olhares para Sam perceber que seu amigo estava tão surpreso quanto ele. Estendeu a visão para Courtney, em seguida Bucky, e estranhou sua expressão concentrada, como se estivesse ausente do momento.

— Eu me lembro dela. — Pôs a mão na cabeça, pois se sentiu meio zonzo. Era difícil mergulhar naquela zona obscura da memória. — São apenas nuances, imagens distorcidas... Não me lembro de muita coisa. Mas era ela.

— Hayes é uma assassina. Com aqueles poderes, ninguém está a salvo. Aidan morreu por causa dela — contou, sentindo o nó se formar na garganta. — Ele estava sob o controle dela, mas acordou a tempo de me salvar. Ele morreu nos meus braços. Essa terra é de onde eu o enterrei.

— Eu sinto muito. — Courtney manifestou seu pesar, quebrando o breve silêncio.

— Obrigada — agradeceu, cabisbaixa. — Eu preciso ficar um pouco sozinha, dormir talvez. Não sei.

— Nós entendemos — respondeu Sam. — Daremos um tempo por aí, mas estaremos por perto, não se preocupe.

* * *

A barbearia ganhou formas no campo de visão de Steve. Estava quase escurecendo. Não era para ter demorado tanto, todavia, não podia aparecer de cabeça quente. Preferiu esvaziar a cabeça enquanto trilhava entre um beco e outro. Conhecia todos os cantos do Brooklin. Seu sangue havia respingado ali, salvo algumas ocasiões em que Bucky aparecia para salvar o dia. Ainda havia mais isso para lidar. Bucky voltou, seu melhor amigo, companheiro de batalha, e em apuros. Precisava ajuda-lo mais do que a si próprio, portanto dependia mais do que nunca obter sucesso na conversa que viria a seguir.

O sino acima da porta tocou para anunciar sua entrada. Alguns homens que aguardavam para serem atendidos levantaram a cabeça, depois tornaram a abaixar novamente, sem dar muita atenção. Haviam dois barbeiros trabalhando no momento. As tesouras e navalhas trabalhavam sem trégua. A barbearia funcionava 24hrs, então não havia pressa. Nick estava ali, seu sexto sentido nunca errava. Mas não podia deixar a ansiedade falar mais alto justo agora.

Assim que restou apenas ele e outro cliente, foi chamado até a poltrona. Retirou o boné. Imediatamente o barbeiro mais velho se afastou e saiu pela porta de entrada, o mais jovem fechou as cortinas e se alojou na cantina aos fundos. Completamente sozinhos, o cliente restante abaixou o jornal e se sentou na poltrona ao seu lado. O reflexo de Nick Fury o encarou de forma condenatória na superfície do espelho.

— Definitivamente, ninguém nunca o procuraria aqui. — O loiro se deu ao luxo de uma piadinha.

— Irônico, Rogers? Se não te conhecesse muito bem, aconselharia a trocar de companhias.

Steve sorriu de lado, sem humor. Ele nunca se dá por vencido.

— Por que, Nick?

— Eu não queria chamar atenção. Você e Romanoff estavam focados em investigar os remanescentes da Hidra... Foram muitos fatores que não estou com paciência para enumerar. A questão é que não era para você envolver.

— Mas eu me envolvi e não vou desistir até que as coisas estejam resolvidas — afirmou, encarando-o diretamente.

— Não há nada para resolver, as coisas são bastantes simples.

— Então me explique.

— Turner está fazendo tempestade num copo d’água. Tudo o que fizemos foi para tê-la de volta. Ela é valiosa para nós, nunca a prenderíamos em um momento delicado como esse. — Steve fez menção de interromper, ao que ele continuou: — E quanto ao seu amigo, estou disposto a deixa-lo sobre sua responsabilidade.

— Uma barganha, foi isso que entendi? Nick, você me desaponta cada vez mais — retrucou, impressionado. Levantou-se para ir embora. Não estava disposto a ouvir mais nada.

— Você está sendo tão superficial quanto Turner — repreendeu-o, erguendo a voz, também de pé. — Eu errei ao mentir para ela, mas não podemos ignorar o fato de que algo maior está em jogo. Hayes está a solta com poderes que nem sabemos a extensão. Precisamos permanecer unidos, não separados em facções lutando pela mesma causa!

— Turner nunca lutará ao seu lado, ela mal consegue ouvir seu nome sem espumar de ódio.

— Ela herdou o orgulho da mãe. Não preciso nem mencionar o pai...

— Isso não me interessa, o fato é que você armou uma confusão e tanto — acusou Steve de forma contundente. — Sinceramente, Nick, o que pretende com essa caçada? Isso só irá enfurecer ainda mais Turner, ainda por cima irá expor sua nova SHIELD.

— Primeiro, eles não são a “nova SHIELD”, eles são a SHIELD, segundo, se ela não está conosco, está contra nós. Diga isso a ela. Turner sabe que sempre consigo o que quero.

— Não é isso que estou vendo dessa vez. Bem, não importa, visto que não temos tempo para arrumar a casa. Uma bomba relógio está à solta.

— Hayes é problema meu. Já estou cuidando disso.

— O que vai fazer?

— Combater fogo com fogo. — Pegou seu chapéu sobre a cadeira e enfiou na cabeça. — Pense bem no que te propus. Traga Turner de volta.

— Sabe que não farei isso.

— Não banque o herói, não agora — aconselhou antes de partir. — Nós a pegaremos de qualquer jeito. Você só irá antecipar os fatos e nos poupar um tempo precioso.

Sem se despedir, Fury atravessou a porta sem olhar para trás. Só restava apelar para o bom senso de Steve. Escolheu não se preocupar com Turner, por enquanto, já que teria que ter sangue frio para lidar com o que viria a seguir. Fechou o zíper da jaqueta e acionou o comunicador acoplado ao relógio de pulso. Uma luzinha vermelha se acendeu.

— Senhor, o voo para Salem Center está pronto. Deseja que decolemos agora para o ponto de encontro?

— Sim, o mais rápido possível — ordenou, depois fechou o canal de comunicação.

Hora de visitar um velho amigo.


Notas Finais


VRAAA SALEM CENTER BITCHESSS (durmam com essa)
Parece que Nick Fury vai acionar seus contatinhos °~° Só resta saber se o contatinho vai ajuda-lo.
Para quem se perguntou onde anda a Agnes, calminhos aí, algo maior está vindo.
Beijinhos invernais!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...