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História SHIELD's Most Wanted - Wicked Game


Escrita por: AsgardianSoul

Notas do Autor


Boa noite, meus queridos! Acho que deixei vocês bem curiosos com o segundo capítulo, não? Então, como tive um bom feedback e estou numa maré de inspiração, postarei mais cedo.
O capítulo de hoje é a conclusão da queda da Dorothy, o motivo de ela estar em maus lençóis.
Como sempre, os capítulos são nomes de músicas nas quais me inspirei para escrever. O de hoje foi inspirado em "Wicked Game", do Chris Isaak. Há também outras interpretações, como a da Emika, minha segunda favorita (trilha sonora de The Blacklist).
Tenham uma excelente leitura, amores!

Capítulo 3 - Wicked Game


Fanfic / Fanfiction SHIELD's Most Wanted - Wicked Game

Algumas horas antes dos acontecimentos do prólogo

Nova base da SHIELD, localização secreta

Os agentes envolvidos na missão de extração reportaram através de relatórios encaminhados à diretoria, ao contrário de Dorothy, que relatou sua longa missão diretamente ao Coulson e sua equipe. Até aquele momento, nada de anormal. Cada um deles foi dispensado e encaminharam-se para suas casas. O que três deles não esperavam era serem convocados em menos de 24 horas para outra missão. Desta vez não foi uma mensagem direta do Coulson ou uma chamada de emergência, apenas receberam ordens para comparecerem à sala do diretor o mais rápido possível.

O elevador simplesmente parecia pesado demais para subir mais rápido. Apesar do clima tenso, Dorothy disfarçava bem o incômodo de estar na presença de Davis, assim como Aidan camuflava o constrangimento de estar ao lado da ex-noiva. Um sacolejo desequilibrou os três corpos quase petrificados em suas posições. Davis se segurou nas paredes e deixou escapar um olhar torto na direção da agente.

— Não acredito que estou tendo que passar por isso — reclamou Dorothy, em resposta ao olhar.

— Nós deveríamos ter mais tempo de descanso — afirmou Aidan, tentando amenizar a situação.

— Não banque o sonso, Aidan — retrucou ela, apontando com o nariz para o outro. — Você sabe muito bem do que estou falando.

— A recíproca é verdadeira, Turner — resmungou de volta.

As portas do elevador se abriram. Dorothy revirou os olhos ao avistar a sala da diretoria. Ainda não tinha se recuperado da missão anterior e tudo indicava que iriam ter de embarcar em outra. Ela tomou a dianteira, ansiosa em se livrar da sombra dos dois. Enquanto o trio passava pelas divisórias que anteviam a diretoria, foram seguidos por olhares indiscretos por parte dos funcionários. Dois deles miraram Aidan e cochicharam algo que gerou um riso jocoso entre os demais. Dorothy percebeu a gozação pelo canto do olho. Poderia ter deixado passar, se isso não envolvesse um ato ocasionado por ela. Olhou para trás e viu o rosto do ex-noivo enrubescer. Não pôde mais se segurar.

— Está rindo de que, palhaça? — explodiu ela, mirando a funcionária que começou o burburinho.

Aidan acelerou o passo até ela, embaraçado, e a puxou pelo braço. Se bem a conhecia, a tendência seria barraco seguido de pancadaria. Os demais funcionários tentaram esconder o riso por trás de máscaras imparciais, ao contrário da flagrada, que estancou de medo. Todos sabiam da fama mortífera de Dorothy.

— Não brinca comigo, querida, porque a Terra gira e vacilão roda — terminou ela, antes de quase ser jogada para dentro da sala da diretoria.

— Chega, Dorothy — exclamou Aidan.

— Você não viu nada, eu vou quebrar a cara dela na saída!

— Calem a boca, vocês dois — ordenou Davis, fechando a porta atrás de si e sinalizando para a cadeira do diretor, que ainda não tinha se virado.

Eles se endireitaram, aguardando a aparição de Phil Coulson, porém, isso não aconteceu. A cadeira continuou de costas, como se o diretor não tivesse notado a presença dos agentes.

— Anda logo, Coulson. Não estamos no The Voice — provocou Dorothy, o que a fez receber uma cotovelada de Aidan.

Em questão de segundos a cadeira girou, revelando uma presença inesperada. A loira deu um salto para trás, pisando em cheio no pé de Davis, que resmungou um palavrão. Aidan massageou as têmporas, envergonhado demais para encarar o lendário Nick Fury.

— Problemas? — questionou Fury, num misto de monotonia e crítica, dividindo o olhar entre os três.

— Desculpe, senhor, é que ainda não me acostumei com esse negócio de ressurreição dos diretores da SHIELD — justificou ela, recompondo-se.

— Nós esperávamos encontrar o Coulson — resumiu Aidan, falando por todos.

— Coulson está cuidando de assuntos mais técnicos. O meu negócio é mais profundo — explicou Fury.

— O que o traz aqui, senhor? — perguntou Davis, depois de engolir em seco.

Antes de tudo, Fury apontou para três cadeiras em frente à mesa. Os três se acomodaram. Então, quando percebeu que tinha a atenção total deles, começou:

— Tenho uma missão nível 8 para ser executada e preciso dos melhores agentes e, quando digo melhores, não é apenas em eficiência, mas em discrição. Principalmente, discrição.

Lá vem treta, pensou Dorothy. Pelo tom dele, só poderia ser uma missão apocalíptica, daquelas que entram para a história da agência.

— Acho que está havendo algum problema, senhor — pronunciou-se Davis. — Eu e Lewis somos nível 7.

— Coulson me falou da última missão de vocês, até fez elogios, o que me levou a elevá-los à nível 8.

Os dois comemoraram internamente, felizes pelo sucesso. Dorothy apenas maneou a cabeça num movimento quase imperceptível. Sabe de nada, inocente.

— Retomando, vocês foram selecionados para executar a missão de captura de um fugitivo mundialmente conhecido e importantíssimo para a SHIELD. O alvo é o assassino comandado pela Hidra conhecido como Soldado Invernal.

Eita porra. Fodeu de vez. Dorothy xingou mentalmente todos os palavrões que conhecia em todas as línguas que sabia. Queria trucidar Nick Fury por tirá-la da cama e fazê-la ouvir tal disparate. Olhou de soslaio para os homens ao seu lado. Ambos sequer piscavam de tensão. Toda a alegria pela promoção tinha se esvaído de suas faces.

— Posso saber como o senhor fantasia que iremos capturar o Soldado Invernal? Por que, tipo... — Gesticulou formas sem sentido. — É o Soldado Invernal!

— Sem contar que ninguém conseguiu localizá-lo após a queda do Triskelion — acrescentou Aidan.

— Bem lembrado, agente Lewis — apontou Fury. Pegou três pastas de dentro de uma gaveta e as espalhou sobre a mesa. — Quase ia me esquecendo de mostrar a vocês, deve ter sido o cheiro do medo que me confundiu. Não estou acostumado a lidar com isso.

A alfinetada do todo poderoso Nicholas Fury machucou o ego dos agentes. Cada um pegou uma pasta e começou a analisar seu conteúdo. Os papéis consistiam em mapas de deslocamento, imagens de satélites, fotos borradas, relatos de desconhecidos e informações reunidas por uma fonte apontada como confidencial. Os últimos passos de James Barnes pareciam estar todos ali, incluindo sua possível localização: um antigo teatro no Brooklin.

— Não acha que deveria chamar um pelotão? — insinuou Davis. — Ele é uma máquina assassina. Eu vi as imagens dele em ação no Triskelion. Aquilo é inacreditável!

— Melhor ainda: vamos fingir que essa reunião nunca aconteceu e então o senhor chama o Capitão América — sugeriu Dorothy, jogando sua pasta sobre a mesa. — Os dois são velhos conhecidos mesmo, além de que, não gosto de me meter em assuntos pessoais. Prefiro continuar na minha linha de investigação sobre as últimas cabeças da Hidra.

— Pensei que gostasse de adrenalina, agente Turner — observou Fury, cruzando os dedos abaixo do queixo. — Não vai ao menos tentar entrar para a história da SHIELD como a líder da missão que capturou o temível Soldado Invernal?

A pulsação da agente acelerou. O perigo a estava chamando para brincarem novamente e era tão tentador... Ecos surgiram em sua mente. Está com medo, Dorothy Turner?, uma voz perguntou, enquanto a outra acusou quase que automaticamente: Você é uma covarde! A pasta que atirou sobre a mesma estava aberta em uma das fotos borradas do Soldado Invernal. Ela encarou aqueles olhos frios de morte e tentou afogar o temor. Inspirou profundamente.

— Eu aceito a missão. Satisfeito? — Os dois agentes soltaram a respiração. Fury sorriu. —Agora que ficou claro para mim como irei morrer, quero saber o que farão com as informações que passei ao Coulson sobre a Hidra.

— Isso não te diz mais respeito — limitou-se Fury. — E não, agente Davis, não é melhor chamar um pelotão, pois quero discrição. Vocês estarão portando armas não-letais de última geração em questão de neutralização de alvos de alta periculosidade.

— Fury, eu me arrisquei muito por aquelas informações...

— Não fez mais do que sua obrigação — interrompeu-a, irritado pela insistência. Virou-se para os dois agentes: — Estamos entendidos, senhores? — Eles assentiram. — Ótimo. Há uma van aguardando na garagem, junto com o equipamento necessário. Vocês partem dentro de vinte minutos.

Dorothy foi a primeira a se levantar e bateu a porta ao sair. Aidan foi em seguida, acompanhado por Davis. Antes que o último cruzasse a porta, Fury o chamou de volta.

— Mais alguma coisa, senhor?

— Feche a porta — ordenou. Davis obedeceu, depois voltou. — Você terá uma missão a mais: vigiar Turner.

Davis franziu o cenho, confuso. Antes de qualquer questionamento, Fury continuou:

— Ela tem agido de forma estranha ultimamente.

— O senhor acha que ela... — Escolheu com cuidado as palavras — Possa ser uma agente dupla?

— Não estou afirmando nada, agente Davis — adiantou-se. — Turner é uma das melhores agentes que tenho em mãos e Coulson confia muito nela. Estamos em um tempo perigoso para descuidar de nossos recursos, por isso estou investindo no tudo ou nada.

— Tudo ou nada? Desculpe, mas ainda não entendi onde quer chegar.

— Não estou te pedindo para entender, só faça o que ordenei. Você será meu olho bom nessa missão.

* * *

O responsável pela investigação minuciosa sobre o Soldado Invernal partiu do pressuposto de que ele tenha recuperado parte da memória e esteja atrás de seu passado, uma perspectiva que Dorothy considerou leviana, mas não totalmente distorcida. Os dados apontavam para um bar abandonado no Brooklin. Os três agentes preparavam-se para a missão no bagageiro adaptado da van cedida pela SHIELD. As armas que portavam não eram letais, porém, podiam derrubar um homem com o triplo da força de qualquer ser humano. Os trajes eram pretos e leves, ideais para perseguição, e possuíam óculos de visão noturna e infravermelho. Não haveria apoio, caso algo desse errado.

A eficiência dos agentes nível 8 estava sendo posta à prova. Davis e Lewis discutiam sobre algo que pareciam não chegar a um acordo enquanto Dorothy sentou-se o mais afastada possível deles. Ainda não tinha esquecido da imposição de Fury. Lembrou-se de quando estava no escritório da Mansão Bäumler, depois afastou a lembrança da própria mente. Ninguém precisava saber do que fez. Concentrou-se na missão. Capturar o Soldado Invernal era o sonho de dez entre dez agentes da SHIELD, além do mais depois do envolvimento dele na queda da mesma. Seria uma honra ter seu nome ligado a este feito, então, por que ela não estava animada com essa possibilidade?

— Está tudo bem, Turner? — perguntou Lewis, do lado oposto da van. Parecia preocupado. Davis revirou os olhos ao lado dele.

— Estou ótima — respondeu automaticamente. Para quem a conhecia bem, seria melhor não insistir, caso não quisesse ser atirado para fora do veículo.

A mente engenhosa da agente não parava de conspirar o que poderia estar por trás da missão. Claro, para Fury seria perfeito pôr as mãos na arma mais mortal da Hidra, só que tinha algo a mais... Algo que fazia sua consciência rejeitar as ordens, e não era apenas rebeldia. Eles vão expô-lo como um troféu, concluiu consigo mesma. A SHIELD precisa provar-se útil depois do retorno. Dorothy cerrou o cenho, tomada por um sentimento de vergonha que não lhe era comum. Subitamente recordou-se de Ward, das poucas vezes que ele pôs o disfarce em risco tentando abrir os olhos dela. Este era o lado obscuro do qual ele alertou que ela não se adaptaria. A loira olhou para os outros agentes, refletindo se eles se davam conta ou apenas fingiam que não viam. Ver-se observando tais detalhes a impressionou, só não tanto quanto o fato de ela mesma não ter se questionado antes.

— Vamos parar aqui — ordenou Dorothy, ao motorista. Virou-se para eles: — Não podemos parar muito perto para não chamar atenção.

Davis abriu o fundo da van e eles desceram. A rua estava quase às escuras devido à iluminação precária. O veículo partiu, deixando-os ainda mais no escuro. Começaram a andar, logo fazendo contato visual com o bar deteriorado pelo tempo, próximo à uma viela suja. Uma lâmpada piscou antes de se apagar acima deles.

— Se nada der certo, chamem os Winchester — balbuciou Dorothy, ligando o visor noturno.

— O quê? — retrucou baixinho Davis. — Nós não temos apoio nesta missão!

Dorothy revirou os olhos pela ignorância pop do colega. Não sei porque ainda me surpreendo... A fachada do bar foi se aproximando, com suas letras desgastadas e paredes pichadas. O silêncio do início da madrugada reinava, sendo cortado apenas pelo ricochetear do vento na viela. Os passos deles de repente adquiriram um som estridente. A loira empunhou a chamativa e ultraleve arma de choque, pronta para a ação. Levantou a mão e pararam. Seu visor sinalizou uma mancha avermelhada imóvel no centro do estabelecimento. O alvo estava adormecido.

— O bar tem apenas duas passagens, a porta da frente e a dos fundos — repassou Dorothy. — Havia outra passagem, só que foi interrompida pelo último dono, há uns vinte anos.

— Vamos nos dividir? — perguntou Davis.

— Exatamente, Sherlock — respondeu secamente. — Você e Lewis guardam a passagem dos fundos enquanto eu entro. Preciso do dobro de poder de fogo para parar uma possível fuga.

— É muito arriscado. Melhor eu entrar com você — ofereceu Lewis.

— Lewis... — resmungou Davis. Achou que o amigo já tinha se humilhado demais.

— Vá, Aidan, antes que Davis tenha uma sincope nervosa. Odiaria vê-lo morrer.

Os dois obedeceram, seguindo pela viela para chegarem até os fundos. Dorothy encarou a vidraça estilhaçada da porta. O lugar parecia cenário de filme de terror. Engoliu em seco, analisando se ainda restava dúvida sobre qual a sua missão e se seria capaz de cumpri-la. Mesmo desaprovando certos pormenores, não podia falhar agora. Piscou várias vezes e respirou fundo, dando o primeiro passo. Transpassou a porta. Seus olhos azulados cravaram na mancha avermelhada e sua mente guiava seus pés pelo terreno desconhecido através do mapa decorado anteriormente.

Tudo parecia ir bem até um barulho despertar sua atenção. Algum gato havia derrubado uma garrafa do balcão. A mancha vermelha se moveu; caça e caçador estancaram, parecendo medir-se em campo aberto. Numa fração de segundos, entre batidas de coração, a mancha moveu-se com velocidade surpreendente. Os instintos dela ligaram-se ao mesmo tempo. Sentia medo e corria para cima do perigo com uma sede insana. A reação de perseguir era quase automática para ela, adquirida através de anos de treinamento e experiência.

— O alvo está se deslocando para a saída — avisou ela, pelo comunicador. — Fiquem preparados!

Apesar do bar ser pequeno, havia inúmeras mesas, balcões, cadeiras espalhadas pelo ambiente, além de divisórias minúsculas que dificultavam o deslocamento. Acostumada com o visor noturno, ela começou a ganhar agilidade e saltar pelos obstáculos até começar a ser páreo para o fugitivo. A mancha avermelhada movimentava-se em direção à saída bloqueada. Ele parecia estar familiarizado com o ambiente caótico, pois se deslocava sem nenhum problema, até que foi traído pela própria memória e tropeçou num objeto. O corpo avantajado do fugitivo quase alçou voo, indo parar metros adiante, zonzo, pois bateu a cabeça na quina de alguma coisa durante a queda.

Assim que fez contato visual, Dorothy disparou a arma de choque, como se ele fosse se reerguer e ataca-la a qualquer momento. Um urro de dor ficou preso entre as paredes da minúscula cantina.

— Não se mova, James Barnes — avisou Dorothy, quase esmagando a arma entre as mãos.

— Meu nome é Bucky — sussurrou ele, lutando contra a paralisia. — Eu não sou mais quem está dizendo.

Dorothy desligou o visor infravermelho, dispondo somente da visão noturna. Analisou a expressão desorientada que aparecia em seu visor. Sangue começava a descer pelo rosto dele. O homem não parecia o diabo que pintavam. Mas não podia se deixar levar pelas aparências.

— Não me subestime. Não vou cair nos seus joguinhos — alertou.

— Não te subestimo, por isso estou tentando explicar...

— Não diga mais nada — interrompeu-o, liberando outra onda de choque. Desta vez ele não gritou.

— Turner, qual a situação? — exigiu a voz urgente de Lewis. Pareceu que o som explodiu dentro da cabeça dela.

— Eu mandei esperar, filhos da mãe — gritou de volta. Só agora percebeu que tremia.

— Eu quero acabar com a Hidra — sentenciou ele.

— A Hidra está sob controle, nós estamos cuidando disso — garantiu ela. — Fique no chão, senão...

— Já vi muita maldade para saber que não irá me machucar — insistiu Bucky, amenizando o tom. — Olhe novamente... Nada disso faz sentido. Nós estamos do mesmo lado.

A desconfiança reapareceu como um soco no estômago. Aos poucos ela sentia os laços de confiança que nutria com a SHIELD se romperem dolorosamente. A sensação era das piores.

— Eles vão me exibir como um troféu, você sabe disso — concluiu ele, exausto.

— Estamos entrando — informou Lewis.

Uma injeção de adrenalina invadiu cada parte do corpo da agente. Ela viveria para se arrepender da próxima decisão. Desligou o gerador de energia de sua arma e esperou. Bucky levantou-se e olhou na direção onde achava que ela estaria. Já não expressava mais dor. Maneou a cabeça em um agradecimento sem jeito, em seguida tateou a parede e afastou o grande armário que bloqueava a porta. Chutou a fechadura selada com cadeado. A passagem foi aberta com apenas um golpe. Dorothy estremeceu com o som do cadeado se rompendo, o que a trouxe de volta para a realidade. Ligeiramente, ativou sua arma e virou-se para esperar os agentes que chegariam ali em segundos.

— Onde ele está? — questionou Davis, mirando todos os lados.

— Tarde demais — sentenciou ela, cabisbaixa. — Ele fugiu.

Xingamentos foram proferidos pelos dois. Davis sacou um tablet de seu cinto e acendeu a tela. O aparelho aliava da melhor maneira pouco tamanho com mais funcionalidades.

— Você pelo menos conseguiu pôr um rastreador nele? — perguntou Aidan.

— Ele foi mais rápido.

Davis continuou dedilhando no tablet. O sinal sonoro do touchscreen parecia martelar na cabeça dela e logo despertou preocupação. Ele parecia procurar algo.

— Vamos ver o quão rápido — falou, em tom de soberba, encarando-a.

Dorothy se esforçou ao máximo para não demonstrar apreensão. Não tinha a mínima ideia do que Davis estava falando. Encarou Lewis e o semblante de reconhecimento dele a surpreendeu. Analisando bem a fundo, enxergou também uma pontada de constrangimento.

— Mais tarde você se exibe, vamos para casa — sugeriu ela, recuando.

— Calma, Turner, vai levar menos de um minuto — assegurou tranquilamente. — Nossa líder, além da tecnologia do traje, recebeu um adicional: uma micro câmera acoplada ao visor noturno, programada para gravar e enviar os dados diretamente para este tablet.

— Isso só pode ser uma piada — exclamou Dorothy, escandalizada, dividindo o olhar entre os dois.

— Davis, por favor, nós já falamos sobre isso... — interveio Lewis.

Nada adiantou os argumentos do amigo, pois ele continuou dedilhando até acessar o vídeo. Adiantou-a para os últimos segundos e deixou reproduzir. A gravação não tinha som, porém, as imagens falavam por si só. O sorriso enviesado de Davis ia aumentando conforme o vídeo chegava ao fim, ao contrário da expressão de desgosto profundo de Lewis. Finalizada a gravação, eles levantaram o olhar para o vazio. Dorothy havia sumido.

Os dois atravessaram correndo a porta e pararam no meio da viela. O relance de uma perna escorregando por cima da mureta do telhado do bar chamou a atenção deles. Lewis estagnou perante a traição. Não queria acreditar que estava acontecendo de novo.

— Atenção, base, agente Davis nível 8 pedindo reforços — informou, pelo rádio. — Temos uma agente em fuga...

Lewis arrancou o comunicador da orelha dele, mudando totalmente de estagnação para ação.

— Aqui é o agente Aidan Lewis reivindicando o comando da perseguição. Mande todos os reforços possíveis munidos de armamento não letal para estas coordenadas — decretou, tomando o tablet e ligando o GPS. — Estamos iniciando a perseguição da agente Dorothy Turner.


Notas Finais


Prontinho, eis aí onde toda a treta começou. Achei a atitude da Dorothy humana, eu faria a mesma coisa. O que vocês fariam? Não deixariam o Bucky ir? *w* Perceberam que a Dorothy tem uma treta interna com o Davis e vice versa? Será só implicância ou coisa do passado? Só digo uma coisa, guardem na memória: "Você é uma covarde!"
Acho que o próximo capítulo vocês já imaginam, neh? Ehehehehe
Beijinhos invernais!


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