História Shooting Star - Mu Cephei

O silêncio se instalou naquela sala, Sehun encarava Luhan enquanto tentava processar aquilo que ele havia acabado de dizer. “Uma estrela?” como assim uma estrela? Luhan era alguém famosos agora? Uma vez que corpos celestes eram apenas massas de gases super aquecimendos e luminosos.

-Como assim uma estrela? – Sehun indagava confuso, esperando uma resposta coerente vinda de Luhan, este que engoliu em seco devido ao nervosismo.

-Uma estrela sabe? – Luhan disse apontando para o céu, mas Sehun continuava a o encarar incrédulo, confuso, perdido. – Um corpo celeste. – disse por fim, temendo a reação do mais alto.

Luhan ainda assim nutria a esperança de que seu amado entendesse seus reais motivos, quem sabe assim fosse embora melhor após ser compreendido.

Sehun então começou a dar uma risada forçada, não acreditando, naquilo. Enquanto Luhan permanecia inexpressivo, Sehun não poderia acreditar, como assim a pessoa que conviveu e amou durante os últimos anos era uma estrela? Estrelas não eram pessoas, não fazia sentido.

-Uma estrela? – Sehun o encarou durante alguns instantes, enquanto seu riso cessava, então pegou as mãos de Luhan, exibindo seu sorriso forçado. – É muita gentileza, e crueldade, devo dizer, da sua parte entrar nos contos de fadas, para dizer que não me ama mais. – Sehun completou a frase falhando na voz, não conseguindo ao menos manter aquele sorriso amarelo que ele direcionava antes a Luhan.

Luhan não sabia mais o que dizer, então permanecia estático, sem exibir qualquer tipo de expressão, enquanto sentia seu coração doer de tristeza.

Sehun encarou a Luhan durante mais alguns segundos, podia ver as lágrimas riscarem o rosto daquele que tanto amava, suspirou tentando se acalmar. Não havia mais o que fazer, não acreditava nas palavras da estrela, aquela história era absurda. Se distanciou indo em direção ao banheiro, onde lavou o rosto, que ainda denunciava seu choro recente.

Luhan estava perdido em seus pensamentos, por um momento acreditou na possibilidade de Sehun o entender, de acreditar na sua história, acreditou na possibilidade de o apoiar naquele momento, mas tudo o que recebeu foi deboche vindo do outro, seu coração estava partido, mesma que ainda amasse a Sehun de uma forma incondicional, Luhan estava desesperado, aquela conversa foi como um balde de água fria, foi a confirmação de que ele realmente não poderia ficar com Sehun, a confirmação de que realmente iria embora.

Naquele momento Luhan se arrependera de não ter seguido as regras dá Ordem, se arrependeu de ter se envolvido com Sehun daquela forma, naquela intensidade. Deveria ter continuado ali,apenas trabalhando com Minseok e convivendo unicamente com Chanyeol e Baekhyun, não deveria ter seguido seus sonhos, sabia que haveria consequências, mas nunca daquela forma, naquela intensidade, sentindo toda aquela tristeza.

Luhan estava sentado em uma das cadeiras que haviam na copa, enquanto deixava suas lágrimas caírem de forma silenciosa, quando Sehun passou por ele, indo em direção a porta de casa. O seguiu com os olhos, não sabia como reagir, para onde Sehun estava indo.

-Aonde vai Sehun? – indagou baixo, com a voz chorosa.

-Olha, eu preciso pensar Senhor Bola Luminosa de Plasma. – respondeu ironicamente, era possível ver sinais de choro ainda em seu rosto. – Não que isso realmente seja da sua conta agora. – disse saindo é batendo a porta com força.

Assim que Sehun saiu do apartamento, Luhan pós se a chorar de forma compulsiva, não podia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Jogou se no sofá, pegou seu celular tentando ligar para Baekhyun inúmeras vezes, mas este não atendia, ele já não sabia o que fazer, então permaneceu ali chorando até ser vencido pelo cansaço , caindo no sono.

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Sehun havia saído de casa sem rumo, dirigiu pela cidade não acreditando na desculpa esfarrapada que Luhan havia lhe dado. Estava inconformado, isso estava se transformando em raiva, todos os seus pensamentos eram voltados para Luhan naquele momento.

Precisava de álcool, agora bebia socialmente, bem diferente de como era nos tempos de adolescência, em que fora mandado para um colégio interno para assim ser afastado do vício.

Parou em um bar qualquer, pediu a primeira garrafa de soju, e assim vieram todos os outros pedidos, beberia sozinho, afogaria suas mágoas assim. Não se importava de ser pego no flagra por algum paparazzi ou sansaeng, seu coração estava partido. Não permitiria mais lágrimas serem derramadas, se Luhan não o queria mais, assim seria, não o teria mais.

Estava bem alto quando percebeu que seus cigarros logo acabariam, fumava como um condenado quando ficava nervoso. Decidiu então desabafar, catou seu celular nos bolsos, até perceber que havia o esquecido em seu carro. Então pagou a conta e saiu do bar, não fazia ideia de que horas eram.

Assim que chegou em seu carro, procurou mais uma vez seu celular enquanto praguejava por não conseguir o encontrar, demorou alguns momentos, uma vez que seus reflexos já não eram os mesmos pelo efeito do álcool. Praguejou mais uma vez quando a luminosidade da tela maltratou seus olhos, procurou por Kyungsoo entre seus contatos, demorou um pouco até que o outro lhe atendesse.

-Alô? – uma voz sonolenta que não era a de Kyungsoo falava do outro lado da linha.

-Soooo. – chamou ao amigo mais uma vez choroso naquela noite.

-Um momento, por favor. – o indivíduo do outro lado da linha pediu.

Ouviu Kyungsoo ser chamado inúmeras vezes do outro lado da linha, Sehun não entendia o que estava acontecendo, então continuou com o telefone no ouvido, sustentando uma expressão entristecido, enquanto apoiava sua cabeça no volante.

-Alô? – Kyungsoo atendeu mal-humorado e sonolento.

-Kyung. – Sehun o chamou arrastado. – O Lu terminou comigo! Ele vai embora Soo, mas ele não pode, eu... eu ainda o amo tanto.

-Sehun? – Kyungsoo chamava já mais disperso. – Você está bem? – indagava preocupado.

-Não. – respondeu choroso. – Meu coração foi partido.

-Você está bêbado, não está? – perguntou o óbvio. – Pegue um táxi e volte para casa agora! Sabe que horas são? – indagava irritado. – Luhan deve estar preocupado com você.

-Não está Soo! – negou falando arrastado. – Ele não me ama mais, ele não passa de uma estrela, nem humano é. – falava irritado.

- Sehun vai para casa! Você está mesmo muito bêbado. – pedia irritado. – E não dirija! Ouviu bem? Não dirija! – ordenou irritado e então encerrou a ligação.

Sehun choramingou mais algum tempo dentro de seu carro, pegou suas chaves e carteira, indo atrás de um táxi, como foi aconselhado pelo seu amigo. Deu o endereço para o motorista, enquanto partiam.

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Luhan dormia no sofá, quando foi acordado pelo barulho incessante de sua campainha, procurou seu celular para saber as horas, eram praticamente quatro da manhã. Se levantou do sofá meio sonolento, só poderia ser Sehun, mas Sehun saberia a senha da porta, então quem seria? O porteiro avisaria caso algum estranho subisse. Teria Sehun se acidentado? Afastou o pensamento ruim e foi abrir a porta. A campainha ainda tocava de forma constante.

-Já estou abrindo. – Luhan disse enquanto olhava através do olho mágico, era Sehun, então abriu a porta de forma apressada.

Sehun estava bêbado, mal se aguentava de pé, se apoiava na porta para o fazer, o cheiro de álcool invadiu o nariz de Luhan. O ver naquele estado o assustou, nunca tinha o visto tão bêbado, entendeu que era assim que Sehun lidava com emoções ruins, o que o fez lançar ao mais alto um olhar triste.

-Céus! – Luhan exclamou baixinho ainda assustado.

-Por que essas teclas são tão pequenas? – Sehun perguntava falando arrastado, enquanto encarava aquilo que destravava a porta. – Desde quando elas se mexem?

Luhan não sabia como reagir, então continuou observando Sehun naquele estado deplorável devido a bebida.

-Ah, você vai continuar me ignorando. – Sehun disse agora encarando Luhan, ainda se atrapalhando nas palavras. – Acho que não sou mais tão interessante para você, já que NÃO ME AMA MAIS! – gritou a última parte da frase como se estivesse furioso com Luhan. Mas tudo o que fez foi passar por ele e cambalear até o sofá, se sentando ali desajeitado.

Luhan fechou a porta calmamente, enquanto pensava em como lidar com a situação, já tinha visto situações como aquela na televisão, mas tinha consciência que tudo o que passava na televisão era ficção. Se aproximou de Sehun com cautela, este que começou a dar sinais de vômito. Percebendo isso Luhan o ajudou a levantar, e o arrastou até o banheiro, o mais rápido que pôde.

Assim que chegaram até o banheiro Luhan pôs Sehun de frente para o vaso, e o deixou por tudo para fora, enquanto tentava o amparar. Assim que o mais alto terminou, se sentou no chão, e encarou Luhan ainda exibindo dor naquele olhar.

-Está melhor? – Luhan perguntava preocupado, o outro só negou com a cabeça.

Luhan suspirou, não tinha ideia do que fazer, então decidiu fazer Sehun se banhar, quem sabe assim ele não melhorasse. Certa vez viu isso em algum lugar, podia ser apenas senso comum, mas se recusava a deixar Sehun dormir no estado que estava, fedido a álcool, e a cigarros.

-L-Levanta. – pediu passando os braços por trás das costas de Sehun, na tentativa de o ajudar, o ajudou a se despir, era claro que Sehun estava quase perdendo a consciência. – Sehun. – o chamou meio desesperado. – Não desmaia!

O ajudou a andar até o box, onde ligou o chuveiro frio sobre Sehun, observando ele resmungar e choramingar, voltando a ficar alerta, para o alívio de Luhan.

-Luhan, me tira daqui! – pedia choroso. – Me tira daqui! Tá frio. – Luhan observava do lado de fora com o coração na mão.

-Não, é para o seu bem. – respondeu do lado de fora.

-Por favor! – Sehun chorava, enquanto tentava se distanciar da ducha de água fria, sem realmente sair do lugar. – Por favor Luhan! Eu estou com frio, você não me ama mais mesmo.

Luhan não sabia se dar banho frio em Sehun realmente funcionaria, mas está foi a primeira, e única coisa que conseguiu pensar.

-Fica aí. – Luhan pediu, enquanto Sehun se segurava na parede para ter equilíbrio. – Eu já volto. – disse se distanciando, pegaria roupas limpas para Sehun, e uma toalha seca.

-Luhan! Não, não me deixa aqui sozinho! – pedia com a voz embargada. – Me tira daqui!

Luhan ignorou os chamados, enquanto se amaldiçoava por fazer Sehun ter ficado naquele estado, sabia que ninguém havia o obrigado a se embebedar, mas sabia que este fato era unicamente sua culpa.

Luhan foi até o quarto e voltou, o mais rápido que pôde, enquanto ouvia o Sehun chorar sob a água gelada. Assim que voltou ao banheiro o encontrou ainda parada no mesmo lugar, enquanto tentava desligar o chuveiro sem sucesso. Luhan então fechou o registro e pegou a toalha grossa.

-Vem. – Luhan o chamou, abrindo a toalha e enrolando um Sehun trêmulo de frio ali. – Me desculpa, tá legal? – pediu sendo sincero, enquanto o outro deixo se ser abraçado. – Foi para o seu bem, eu acho.

-Você não me ama mais. – afirmou trêmulo, enquanto apoiava a cabeça no ombro de Luhan, este que nada respondeu, apenas respirou fundo sentindo sua culpa o consumir.

-Vamos para o quarto, você precisa se vestir. – pediu, desfazendo o abraço, mas Sehun continuo ali, olhando fundo nos olhos de Luhan. – Vamos? – pediu mais uma vez, pegando a mão de Sehun e o guiando.

O ajudou a se vestir, já que o equilíbrio aquela altura já não era mais o forte de Sehun, tentou secar seu cabelo mas não teve sucesso.

-Par-para Luhan! – pediu autoritário, fazendo Luhan parar na mesma hora, era raro Sehun usar aquele tom de voz com a estrela. – Está tudo girando, então pare!

-Me desculpe. – pedia sentindo ressentimento pela aquela atitude vinda de Sehun, pendurou a toalha na porta, se aproximando de Sehun novamente. – Durma. – pedia, enquanto ajudava Sehun a se deitar na cama.

-Não me trate como uma criança. – respondeu mau humorado ainda se atrapalhando com as palavras. Luhan apenas o ignorou, sentindo a tristeza no peito, deu a volta na cama, pegando seu travesseiro, não pretendia dormir com Sehun aquela noite, afinal já não eram mais um casal. – Para onde vai com isso? – perguntou inconsolável, as emoções de Sehun estavam como uma montanha russa.

-Não vou dormir com você está noite. – respondeu, se afastando dá cama, mas Sehun foi mais rápido e segurou o antebraço Luhan.

-Não, você não vai dormir naquele quarto nojento de hóspedes! – Sehun disse voltando a ter a voz chorosa.

-Sehun! Me deixa ir. – pedia com calma, sabia que não adiantaria se estressar, Sehun não estava em seu juízo perfeito devido ao álcool. Luhan detestava o efeito que o álcool tinha nos humanos.

-Não Luhan. – respondeu com dificuldade. – Fica comigo! Eu não gosto de dormir sem você. Por favor. – pedia com os olhos marejados, enquanto encarava Luhan, este que permanecia surpreso. Sehun o puxou para mais perto, o fazendo se desiquilibrar com o solavanco. Luhan bufou impaciente, ainda podia sentir o cheiro de álcool exalando de Sehun e detestava isso.

-Eu detesto quando você bebê sabia? – Luhan perguntou irritado, enquanto tentava se levantar pela queda, mas foi envolvido pelos longos braços de Sehun.

-Eu detesto quando você inventa que é uma estrela, e diz que vai embora. – respondeu olhando nos olhos de Luhan, este que tentava secar as lágrimas que caiam dos olhos de Sehun.

-Provavelmente você não vai se lembrar de nada disso amanhã. – Luhan afirmou sentindo o carinho que Sehun fazia em seus cabelos. – Amanhã a gente conversa sobre isso. – Luhan disse enquanto Sehun já começava a cochilar. – Seu estado não é apropriado. – falava enquanto o outro era pego pelo sono.

Sehun acariciou os cabelos de Luhan até finalmente cair no sono, percebendo isso, este se levantou, selou a testa do amado e foi em direção ao quarto de hóspedes, precisava desapegar um pouco de Sehun, e agora o primeiro passo havia sido definitivamente tomado.

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Jongin se preparava para começar o dia, a cafeteria já havia aberto e nada de Luhan. Lembrou-se então dá ligação que Kyungsoo havia recebido no meio da noite.

Após encerrar a ligação na noite anterior, Kyungsoo explicou a Jongin que um amigo havia terminado com o namorado, por ouvir o nome de Sehun várias vezes durante o diálogo, deduziu e perguntou se o namorado do tal amigo se chamava Luhan, o que foi confirmado.

Ficou impressionado com tal coincidência, caindo no sono longos minutos depois, pensando no amigo de trabalho, havia ficado preocupado, sabia que o relacionamento do amigo já não era o mesmo.

Atendia as mesas meio aéreo, por conta da preocupação, mas logo observou Luhan entrar na cafeteria apressado, puxando Minseok para a parte de trás do estabelecimento, onde ficava a cozinha, deixando o caixa vazio, mas logo depois Jongdae saiu pela porta da cozinha, e se sentou no balcão da cafeteria, ocupando a função antes ocupada por Minseok.