História Shooting Star - Pollux

Depois de algumas quadras caminhadas a partir da cafeteria, Luhan finalmente chegara até o prédio em que residia, cumprimentou o porteiro, pegou o elevador, subindo até o andar de seu apartamento.

-Cheguei. – anunciou assim que abriu a porta de casa.

Luhan e Sehun moravam juntos a cerca de dois anos, mas já namoravam a três. Mesmo com a vida corrida que Sehun levava por ter se tornado uma figura pública, faziam de tudo para ficarem juntos o maior tempo possível.

- Como prometido, sem atrasos.- observou Sehun, que já se encontrava pronto para o compromisso do casal, enquanto assistindo TV.

-Nossa, você já está pronto? A reserva é para que horas?- perguntou Luhan preocupado.

-Nove horas.

-Mas acabou de dar sete. – respondeu Luhan.

-É, eu sei que são só sete horas, agora vá se arrumar. - rebateu ele apressando o amado, com um tom de brincadeira.

Luhan estava achando Sehun estranho desde cedo, meio ansioso. Mesmo que ele quisesse o lembrar do jantar porque não ligou, mas forá direto a seu trabalho? Sendo que Sehun e Minseok tinham um ódio recíproco um pelo outro, e faziam o possível para não se encontrarem.

-Você está tão bem vestido. - observou Luhan. - É um restaurante chique?

-Sim, bem reservado, lembra o que aconteceu da última vez, não é? - perguntou Sehun.

Da última vez em que o casal forá jantar fora, em um restaurante mais popular, um amontoado de paparazzi e fãs se formou no restaurante, fazendo com que o casal fosse embora as pressas, o drama de Sehun estava sendo um grande sucesso.

-E como esquecer? - respondeu Luhan rindo da recordação. - Como em inúmeras outras vezes.

Por mais que Sehun fosse um ator reconhecido, ele podia ser considerado uma pessoa tímida, e fazia o máximo possível para ser discreto.

-Tá, mas hoje é diferente. – respondeu de forma doce. - Amor, vai se arrumar, por favor. - pediu Sehun pedia de forma manhosa.

-Ai! Estou indo, calma, acabei de chegar. Até parece que nunca fomos jantar fora. - respondeu Luhan bufando, indo em direção ao quarto do casal, para assim poder tomar banho e se arrumar.

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-Cheguei.- Jongin anunciou assim que fechara a porta atrás de si, passando a tirar os sapatos.

Jongin trabalhava meio expediente na cafeteria uma vez que seus pais eram contra sua mudança para Seul, não o apoiando financeiramente, não pagava aluguel uma vez que o apartamento era dos pais de Tao, logo os dois moravam juntos desde que passaram para a faculdade, dividindo apenas as despesas.

Na sala Tao encontrava-se se esparramado no sofá, vestido com seu pijama quadriculado, enquanto tentava prestar atenção no que passava na televisão, ao mesmo tempo em que mexia no celular, como era de costume.

-Foi as suas aulas hoje? Não te vi na faculdade. – Jongin indagava se lembrando de que ao acordar naquela manha não encontrara nem mesmo o chinês em casa.

-Claro... que não. – resmungou. – Que ressaca fodida, vem aqui Kai, eu preciso de carinho.- pedia manhoso.

-Se seus pais souberem dessa sua conduta não iram gostar nada.

Os pais de Tao eram severos quanto sua educação o deixaram morar em Seul acreditando que seu filho levaria a faculdade a sério, e não gastando todo o seu dinheiro em festas e bebidas alcoólicas.

-Não me lembre disso agora, por favor. – Tao falava abrindo os braços ainda esperando o abraço do colega de apartamento.

-Eu acho que seria melhor eu te dar remédio para dores de cabeça. – Jongin respondeu brincalhão, ele se preocupava de verdade com Tao, afinal os dois eram amigos desde o início da adolescência, viviam na mesma cidade.

-Ah, isso também seria ótimo, mas ainda quero meu abraço. – disse fazendo Jongin revirar os olhos, indo buscar o analgésico, deixando Tao com um bico no sofá, esperando seu abraço.

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O casal chegara ao restaurante às exatas nove horas, era como se Sehun realmente tivesse cronometrado cada minuto, planejado toda aquela noite minunciosamente.

Luhan ficará impressionado com o restaurante, era lindo, elegante, fino e caro sem dúvidas. Mesmo que Sehun fosse bem sucedido, Luhan sempre dava preferência a lugares mais ricos em simplicidade, toda aquela ostentação de detalhes refinados e riqueza na iluminação, não lhe enchiam os olhos, ele não se importava muito com lugares como aquele, desde que estivesse na companhia de Sehun já estaria feliz.

-Nossa, como é lindo. -Luhan observou deslumbrado.

-É sim. - concordou o mais alto sorrindo o guiando com as mãos entrelaçadas as de Luhan, até a mesa, onde a recepcionista dizia ser a reservada. Pelas janelas amplas que iam praticamente do piso ao teto, era possível ver toda a cidade de Seul, linda com sua iluminação noturna.

Durante todo o jantar Sehun tentava esconder seu nervosismo e ansiedade, falhando desastrosamente, mesmo sendo ator quando se tratava de Luhan, ele não conseguia esconder nada. Porém Luhan dançava conforme a música, o deixando acreditar que não percebia nada de anormal, mantendo uma conversa constante e calorosa, como de costume entre o casal.

Quando haviam terminado o jantar e já haviam fechado a conta, Sehun permaneceu sentado com um semblante um tanto quanto ansioso quase angustiado, como se não soubesse ao certo o que deveria fazer nos próximos momentos.

-Então, vamos para casa? - indagou Luhan acariciando as mãos de Sehun sobre a mesa.

-Espera. - disse ele enquanto parecia procurar algo em seu bolso, era uma caixinha preta aveludada. Luhan gelou por inteiro, parecia que seu coração havia parado de bater, sentia um frio enorme na barriga, tinha a certeza que sustentava uma expressão de surpresa, beirando o desespero.

-Luhan, desde o primeiro momento em que nossos olhos se encontraram tive a certeza que te amaria por toda a vida. Você aceita se casar comigo? - indagou Sehun com um sorriso no rosto abrindo a pequena caixa onde haviam dois anéis dourados.

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Jongdae já estava em casa a um bom tempo deitado de qualquer jeito em sua cama enquanto assistia um filme na sua televisão, até ouvir seu celular tocar. Olhou o visor fechando um pouco nos olhos por mero reflexo, consequência da luminosidade, era Minseok, o que ele achou estranho, era difícil este ligar para si.

-Alô. – Jongdae atendeu. – Aconteceu algo com a encomenda que você não me contou?

- Oi Chen. – Minseok falava baixo. -Não, não aconteceu nada, elas chegaram perfeitas. É só que... que eu queria te pedir desculpas por hoje de manhã.

Jongdae se surpreendeu, Minseok já havia feito aquele tipo de coisa inúmeras outras vezes e nunca se desculpara, o que fez Jongdae por sua vez, ascender uma pequena chama de esperança no peito, ao pensar que talvez Xiumin estivesse começando a se importar com ele de uma forma romântica, da maneira que Jongdae sempre sonhou. Então Minseok prosseguiu falando, após alguns minutos de silêncio por de parte de Jongdae, devida à sua surpresa.

-E como você sabe, nós fizemos um trato que durante nosso expediente manteríamos uma postura profissional, eu percebi que você estava um pouco irritado hoje, espero que minha atitude não tenha o magoado. – Minseok relatava com um tom meio culpado.

Mais um vez Jongdae se encontrava surpreso naquele curto espaço de tempo, não esperava que fosse ser descoberto, acreditava que estava disfarçando bem seu mau humor, não conseguiu conter um sorriso bobo que surgiu em seu rosto.

-Não é como se fosse a primeira vez Min, está tudo bem, era só a encomenda.- a mentira saia de forma tão natural, mesmo que estivesse sorrindo de orelha a orelha. – Nossa relação não é como se fosse algo sério mesmo, está tudo bem, não precisa se desculpar. – Jongdae podia ouvi-lo suspirar do outro lado da linha, como se quisesse lhe dizer algo, mas esse algo não veio.

-Tudo bem então. Boa noite, até amanhã. – Minseok se despediu e desligou o telefone, sem esperar a resposta vinda de Jongdae.

Era sempre assim, Minseok cheio de meias palavras, sempre impondo limites e Jongdae confuso e muitas vezes magoado. Mas ele suportava, e agora tinha esperança de que talvez um dia tudo o que sentia por Minseok fosse recíproco, bloqueou o telefone, e sorriu como uma garotinha apaixonada durante boa parte do resto da noite.

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Quatro anos e seis meses antes...

Não parecia ter passado tempo algum quando Luhan abriu seus olhos após ter cruzado o portal, que Beta havia aberto para si, perdeu seu equilíbrio e caiu, logo assim que tentou dar mais um passo a frente, devido a força gravitacional diferente, agora ele se encontrava em uma nova forma, em todos os aspectos tanto de ação e reação, quanto as forças gravitacionais naquele pequeno planeta. 

Havendo  ainda a sua aparência, olhando para seu corpo pôde perceber que não mais emanava luz. Se encontrava agora bem menos brilhante, o que de fato fora de longe impactante para si naquele momento, estrelas brilhavam, era por esse motivo que viviam, e perceber que não mais havia brilho em seu corpo, o assustou inicialmente.

Era um ambiente novo, era uma sala ampla, a sua frente haviam objetos nunca vistos antes de longe, e dois homens, um bem alto e com olhos grandes, e outro com feições delicadas, quase femininas com os olhos bem delineados.

-Seja bem-vindo. - o maior dos dois disse. - Eu sou Chanyeol, estrela responsável por visitantes, como você, aqui nesta parte da Terra. Este aqui é Baekhyun, meu assistente. - ele dizia apontando, enquanto o outro acenava de forma simpática, lhe lançando um pequeno sorriso.

-Obrigado, é um prazer conhecê-los. - Luhan respondeu educadamente.

-Beta anunciou sua vinda a mim ontem. Foi bem rápido, considerando a distância entre as galáxias.

Luhan não fazia idéia de quanto tempo havia viajado, sabia que foi enviado a Terra, mas não fazia ideia em que parte do planeta se encontrava, então ficou bem surpreso com a nova informação, durante a viagem teve a impressão de ter sido não muito mais que um um único segundo.

-Sabe onde está aqui na Terra, certo? – Chanyeol indagou com um tom sério, observando Luhan negar com a cabeça meio confuso. – Ótimo, nem isso você sabe. – observou em tom meio grosseiro e impaciente, fazendo o mais baixo a seu lado o encarar com um olhar reprovador. – Você está na Ásia, na parte em que eles, os humanos, chamam de Oriente, mas especificamente na Coréia do Sul, em sua capital Seul. – jogou as informações de forma impaciente e apressada em cima de Luhan, o deixando confuso. -Quanto tempo lhe foi concedido? – voltou a perguntar o responsável pelas estrelas sem muita cerimônia.

-Cinco anos. - Luhan respondeu de forma tímida.

-Cinco anos? É um tempo razoavelmente longo para os seres vivente aqui. Você viverá aqui conosco durante este tempo, chamamos este lugar de Observatório. Há outros como este ao redor deste mundo, e na maioria somos nós estrelas quem comandam, os humanos pensam que somos como eles, que somos pesquisadores do universo. Tolinhos. - Chanyeol falava com um tom arrogante quando se tratava dos humanos, parecia achar graça da ingenuidade humana, Baekhyun por sua vez, lançava a ele um olhar reprovador. - Pensam que sabem de tudo. - ele fez uma pausa quando percebeu a expressão de Baekhyun, mas continuará depois de alguns instantes. - Já sabe, ou tem alguma idéia do que deseja fazer aqui durante sua estadia? - perguntou voltando a ter um tom sério.

-Não exatamente, queria viver entre eles, aprender mais sobre eles. -Luhan falava empolgado, esquecendo-se de sua timidez, enquanto se levantava.

-Entendo. - o rapaz alto respondeu apático. - Você pode até viver entre eles, trabalhar com eles, mas devo lhe informar sobre algumas regras que as estrelas devem respeitar quando passam a viver entre os humanos. - ele falava ainda meio arrogante, levantando a mão e mostrando o dedo indicador. - A primeira delas é, você não pode tirar a vida de nenhum deles, em hipótese alguma. A segunda – levantando outro dedo. - não pode roubar o que os pertence. A terceira. - levantando o anelar. - Deve sempre tratá-los educadamente, não importa as circunstâncias. - ele parou de falar e parecia meio pensativo, até que Baekhyun sussurrou algo em seu ouvido, Chanyeol passou a sustentar um ar de divertimento no rosto, ouviu sem perder seu divertimento, voltando logo depois a expressão arrogante no rosto e levando o dedo mínimo. - Ah, e a quarta, definitivamente não deve ter relacionamentos amorosos com eles. Qualquer descumprimento dessas regras pode levar a sua volta a ser antecipada, se o caso for grave, haverão consequências adequadas, havendo uma punição e julgamento ministrado pela Ordem Celestial.- ele terminou com um sorriso forçado sem mostrar os dentes. - Ah, e é claro, se tentar permanecer mais tempo aqui do que lhe foi concedido, sua ligação com o cosmos será desfeita acarretando a morte do seu corpo celeste, e a física aqui neste planeta. Acho que é só. Gostaria de conhecer o resto do observatório? - ele perguntou por fim.

Luhan começará a sentir uma pontada de medo de Chanyeol, sabia que as regras para permanecer fora de sua galáxia eram severas, mas Chanyeol fazia com que elas parecessem serem piores. O que lhe confortava naquele momento era a expressão amigável de Bakhyun, este que mantinha um sorriso animador no rosto.

-Claro que sim. -Luhan respondeu assentindo e sorrindo amarelo.