História Shooting Star - Lambda Velorum - Final 1 - Final

-Beta. – Chanyeol voltou-se para a estrela anciã. – Peço que veja meu passado, peço que veja minha história com Baekhyun, peço que veja como nosso amor é verdadeiro.

-Não, há o que ver Beta, a culpa foi minha, eu o fiz se apaixonar por mim, eu me descuidei e deixei o Luhan morrer. – Baekhyun o interrompeu com uma expressão confiante.

-Não o escute Beta! Por favor. – Chanyeol pedia já estendendo seu pulso em direção a Beta, que o olhou de forma superior, mas mesmo assim o pegou.

Segurou o pulso de Chanyeol com firmeza, voltando a palma da mão da estrela para cima, encarou Chanyeol duvidosa, podia ver o desespero que habitava o peito do jovem ali, e então se concentrou em ver todo o tempo vivido por Chanyeol na Terra.

Observou os longos anos solitários, estes que os deixaram um tanto um quanto rabugento, pode sentir a repulsa que Chanyeol sentia pelos humanos. Observou o momento em que Chanyeol conheceu Baekhyun, e o quanto aquele momento foi especial, podendo sentir também todo o sentimento que envolvia ele e Baekhyun, pode ver e sentir o quanto os dois se amavam de forma profunda e pura.

Observando tudo isso sabia que não podia os separar, caso contrário, haveriam mais duas estrelas perdendo o brilho em um curto espaço de período em um futuro próximo.

Largou o pulso de Chanyeol, voltando seus olhos para a face do jovem, este que ainda se encontrava amedrontado pela ideia de ser separado de Baekhyun, ou pelo fato deste ter que pagar todas as consequências sozinho, só pelos olhos de Chanyeol, Beta sabia o quanto estava apreensivo.

-Você mente Baekhyun. – Beta voltará a falar após alguns momentos, voltando a manter sua calma. - Eu vi todo o tempo de Luhan na Terra, assim com o de Chanyeol agora, pude enxergar o quanto o amor de vocês é puro e pleno, o quanto são leais um ao outro, sei que nunca deixariam que um dos dois perdessem seus brilhos, nunca partiriam o coração, e após essa cena isso só ficou mais claro. -Beta dava uma pequeno sorriso. - Corações como o de vocês dois são tão raros, é adorável a devoção que um tem ao outro. Quanto a morte de Luhan, tenho certeza que esta já era eminente, o destino do pobrezinho já estava fadado, Luhan não sobreviveria nem mesmo se voltasse a Andrômeda ainda brilhando, ele amava demais ao seu humano, e fez suas escolhas, quanto a você Baekhyun deu a oportunidade a ele de deixa-lo realizar seus sonhos, por mais que junto desses sonhos viessem consequências desastrosas. Você meu querido amigo, é mais do que digno para sua função, mesmo que um pouco irresponsável.

-Ele se foi. – Baekhyun disse aquilo que já era evidente, ignorando tudo o que Beta havia dito. - Ele perdeu seu brilho, toda sua vontade de viver, por minha culpa, por ter o deixado fazer escolhas estúpidas.

-Você está enganado Baekhyun. – Beta disse ainda triste, fazendo Baekhyun se sobressaltar, esperançoso – Ele perdeu a conexão celestial, sua alma foi desprendida de seu corpo físico, e consequentemente deixou de viver, é isso o que acontece quando estrelas continuam na Terra após seu tempo lá expirar. – Beta olhava com tristeza para Luhan.

-Mas ele ainda tinha tempo conosco Beta. – Chanyeol se pronunciou.

-O seu tempo oscilou. – Baekhyun pensou rápido. – E nós não percebemos. – novamente lágrimas invadiam os seus olhos. – É tudo nossa culpa. – começará a chorar novamente. – Ele... ele era nossa responsabilidade.

-Não, Baek. - Chanyeol desesperou-se mais uma vez. - Não foi nossa culpa, nós sempre o monitorávamos. – Chanyeol lançava um olhar preocupado ao amado, tinha ideia do que poderia vir a seguir, sabia que ele se culparia.

-Cala a boca Chanyeol! – Baekhyun quase gritou e voltou a chorar de joelhos no chão ao lado de Luhan. – Me desculpa... Me desculpa. – ele pedia a Luhan. - Eu falhei contigo, meu caro amigo, por favor me desculpe.

-Baek... – Chanyeol se aproximava receoso.

-Foi nossa culpa, nós não monitoramos seu tempo o suficiente, nós estamos tão preocupados com a possibilidade dele perder o brilho que esquecemos das oscilações. – Baekhyun fungava, mas uma vez naquele momento Chanyeol o tomou em um abraço apertado e mais uma vez teve seu peito banhado de lágrimas, sem se permitir derramar nenhuma, tinha que dar forças ao menor.

-Se acalma, meu amor. – Chanyeol pedia calmamente. – Por favor, fica calmo.

-Channie, é tudo nossa culpa. – Baekhyun soluçava, tinha o olhar perdido.

-Baekhyun. – a voz de Beta soava tranquila. - Acalma-se.

-Beta, foi minha culpa! Eu não o monitorei. – Baekhyun ainda falava convicto. – Eu mereço a devida punição.

-Não, não foi. – Beta disse acenando negativamente com a cabeça. – Não haverão punições, Luhan se tornará uma Anã Branca, e você poderá visita-lo sempre que quiser. Eu te peço que não continue se culpando pelas fatalidades do destino Baekhyun, você voltará junto de Chanyeol a Terra e continuará, com suas funções. – Beta ordenara - Como são duas estrelas e fica claro amor entre o dois, não vejo problemas entre a relação dos dois.

Estrelas poderiam se tornavam Anãs Brancas, ou Estrelas de Nêutrons quando falecessem, mas estes eram os casos de uma pequena porcentagem, a maioria delas explodiam e se formava lindas nébulas, ou nos piores casos Buracos Negros.

-Você abençoa a nossa união? – Chanyeol indagava.

-Certamente. – Beta confirmava com serenidade na expressão. – Os humanos que conviveram com Luhan, terão suas memórias modificadas, e se esqueceram dele, como vocês dois bem sabem, então não precisaram se preocupar com aquele humano. – explicava por fim se referindo a Sehun.

Chanyeol abraçou Baekhyun, que não retribuiu o abraço devido a tristeza e lhe beijou a bochecha, tamanha era sua felicidade após ouvir aquilo, por um momento esqueceu do que os levará até ali.

-Tudo bem Beta. – Baekhyun concordou sem vontade, ainda parecendo um pouco contrariado. – Você promete cuidar direito do corpo do Luhan, para que ele se torne dignamente uma Anã Branca? – ele indagava a Beta.

-Sim, cuidarei para que isso aconteça. – Beta certificou ao menor.

-Então, voltaremos para casa. – Baekhyun estava muito abalado nem para Chanyeol olhava direito.

-Sim, como deve ser feito. Até mais ver Baekhyun, Chanyeol. – Beta se despedia.

-Até mais ver. – Chanyeol se despediu, enquanto Baekhyun continuou em silêncio se retirando do salão, já a alguns passos a frente de Chanyeol.

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Já era tarde do dia seguinte quando Chanyeol e Baekhyun chegaram a Terra.

-Baek. – Chanyeol o chamava, sabia o quanto estava triste, entendia que precisava de consolo e todo o seu apoio.

-Me deixa sozinho Chanyeol, por favor! Eu preciso ficar sozinho. – pedia sem ao menos o olhar, apenas caminhando pela casa.

Baekhyun se trancou no quarto antes ocupado por Luhan, bateu a porta com força, não podia aceitar o que havia acabado de acontecer. Se deitou na cama do amigo, e desmanchou-se em lágrimas.

Baekhyun ignorou Chanyeol por dois dias seguidos, não queria o ver, a culpa o corria, seu único desejo era permanecer ali chorando.

No terceiro dia Chanyeol não mais se segurou, abriu a porta sem ao menos bater, Baekhyun nem ao menos se deu o trabalho de se virar e olhar quem havia aberto a porta, só continuou deitado, virado para a cortina fechada da janela.

-Baekhyun, você precisa se levantar dessa cama! Faz três dias que não come nada! – Chanyeol tentava parecer autoritário e irritado, mas soava mesmo preocupado, como realmente se sentia.

Baekhyun permaneceu calado e imóvel, não chorava mais, agora só sentia sua tristeza e culpa tomando conta de si.

-Baekhyun. – Chanyeol o chamou mais uma vez, se aproximando.

-Chanyeol. – Baekhyun chamou o com a voz quebrada e rouca, pelo não uso. – Já disse que quero ficar sozinho! Respeite meu espaço.

-Seu espaço porra nenhuma! – exclamou irritado, se sentando na cama, virando o corpo de Baekhyun para ele, podendo perceber o estado do mais baixo, tinha os olhinhos pequenos inchados pelo choro, e a falta de brilho seja nos olhos ou no cabelo, até mesmo na pele, e isto era o que mais preocupava Chanyeol, nem ao menos parecia aquela estrela poderosa que havia visto em Andrômeda, habitava aquele corpo. – Você precisa levantar dessa cama! Está me entendendo? – indagou ainda irritado, mas as lágrimas já faziam presença em seus olhos. – Já viu seu estado Baekhyun? Você já se olhou no espelho hoje? – indagou retoricamente, enquanto Baekhyun voltava a chorar.

-Não briga comigo! Não briga Chanyeol! – Baekhyun alterou a voz, ficando sentado frente a frente com Chanyeol. – O Luhan morreu! Ele morreu! Por que eu deixei! Eu matei meu único amigo que fiz em séculos, você sabe o quanto isso é difícil? Sabe o quanto me culpo? – indagava em meio ao caos que se instalava entre os dois. – Não! Não sabe. Sabe porquê? Por que você é um insensível Chanyeol! Você sente tanto quanto uma pedra! – o acusou.

-Você acha que foi fácil o carregar até Andrômeda? Você acha que também não estou triste Baekhyun? Você acha que foi fácil me forçar a ser forte para poder te dar suporte? – Chanyeol perguntava sentindo suas lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

-Você não sentiu nada Chanyeol, eu posso ver em seu olhos, você é um insensível! E eu matei meu melhor amigo em anos. Saia daqui! – ordenou apontando para a porta.

-Não Baekhyun, não vou sair! – negou o mais alto. – O Luhan se foi, mas você ainda continua aqui, já viu o quanto brilho você perdeu nesses últimos dias? Não quero que aconteça o mesmo com você, não vou deixar você fazer o mesmo que ele! Você está tão pálido Baekhyun. – Chanyeol se pronunciou com a entonação triste, se aproximando, pegando o rosto de Baekhyun entre suas mãos.

-Não sei se vou conseguir prosseguir com essa culpa Chanyeol. – Baekhyun confessava após alguns instantes em silêncio, apenas sentindo o carinho que Chanyeol fazia em suas bochechas.

-Você consegue! Ele não iria gostar de saber que você teve o mesmo destino que ele por culpa Baek, ele nunca te culparia por nada. – Chanyeol dizia tentando capturar o olhar de Baekhyun.

-Eu não sei. – responderá finalmente abraçando a Chanyeol.

-Ao menos tente, saia desse quarto, veja a luz do dia, por favor Baekhyun, você sempre foi tão alegre que te ver desta forma me dói. - Chanyeol pedia levando o rosto até a curva do pescoço de Baekhyun. – Por favor, ao menos tente hum? – pedia novamente após Baekhyun permanecer em silêncio. – Beta não vê mais problema na nossa união, nós podemos viver finalmente sem medo algum, tente por nós! Por favor.

Baekhyun havia se perdido em pensamentos naquele momento apenas sentia o calor gostoso que emanava do corpo de Chanyeol e a sensação boa que era o ter próximo de si, não queria pensar em nada, nada de decisões, futuro ou passado, queria apenas ficar ali perto daquele que amava, deleitando-se da presença do maior.

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A recuperação de Baekhyun vinha sendo mais demorada do que o esperado por Chanyeol, após aquela tarde ele havia cedido e saído do quarto de Luhan para ver o dia, mas fora só, após aquilo banhou-se e voltou a se deitar na cama de Luhan.

No entanto havia voltado a fazer as refeições junto de Chanyeol, levara mais de uma semana até que o menor voltasse a dormir junto da cama de Chanyeol, o maior percebia quando o menor não pregava os olhos durante a madrugada inteira, só ficava ali pela companhia do maior, então sempre que percebia Baekhyun ainda acordado tarde da noite o acolhia em um abraço apertado.

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Não vinha sendo um período fácil para nenhum dos dois, levou meses até que tudo começasse a se normalizar na relação dos dois, mas junto dessa normalidade haviam voltado brigas entre os dois cada vez mais constantes, já faziam seis meses desses partida de Luhan, e a relação dos dois só vinha ficando mais instável, não era como se não houvesse mais amor, afinal estrelas só amam uma vez em sua existência.

-Chega, tá legal Baekhyun? Eu... eu não aguento mais, você tem se irritado com tudo muito facilmente, eu não sou seu saco de pancadas, eu sou seu namorado. – Chanyeol desabafava após mais uma briga boba, dessa vez por certo comentário feito por Baekhyun onde ele acusava Chanyeol por ser irresponsável e nunca conseguir cumprir com seus compromissos a tempo.

-Eu acho melhor passar uns tempos com o Suho. – Baekhyun admitia sentado a beira do sofá, enquanto Chanyeol permanecia de pé com as mãos na cintura. – Acho que nós dois precisamos de um tempo. Vai ser melhor para todo mundo assim.

Chanyeol não queria admitir, e sabia que morreria de saudades do menor, mas era realmente o melhor para os dois que o fizessem. Suho ficara um quanto um tanto chateado quando descobriu que seus amigos vinham tendo um relacionamento bem debaixo de seu nariz, não entendia a razão deles nunca terem o dito nada, mas após um tempo os perdoara, Baekhyun era realmente um amigos importante para este.

-Você tem razão, acho melhor que façamos assim. – Chanyeol admitiu sentando se ao lado do menor. – Se você quiser eu te levo ate lá e te busco quando quiser voltar.

-Não precisa eu vou sozinho. – respondeu levantando-se. – Vou fazer as malas e parto hoje mesmo.

-Quer ajuda? – indagou sentindo-se desconfortável pela separação eminente.

-Não. – Baekhyun responderá seco.

E assim fora feito, Baekhyun partiu para a casa de Suho com a promessa de que ligaria todos os dias para Chanyeol. Cumprirá o trato que havia feito com o mais alto, quando a saudade não podia mais ser saciada apenas pelo telefone Baekhyun decidiu voltar para casa.

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Jongin e Kyungsoo completavam finalmente seu segundo ano de namoro, e junto disso Kyungsoo havia preparado uma surpresa, aquela altura Jongin havia se mudado para o apartamento de Kyungsoo, já que Tao finalmente se firmara junto de Kris, e agora tinha Yixing como mais um amigo próximo, após o fatídico desmaio no hospital, voltaram a se encontrar outras vezes. Kyungsoo esperava Jongin sair da cafeteria, para assim poderem jantar.

-Oi! – o mais novo cumprimentou ao entrar no carro, se esticando para selar os lábios de Kyungsoo.

-Oi. – Kyungsoo respondera sorrindo meio bobo. – Então, vamos jantar? – indagada.

-Sim! Dois anos afinal. - Jongin comentava feliz. – Prometo comemorar bastante quando chegarmos em casa.

-Mal posso esperar. – Kyungsoo comentou rindo e dando partida no carro.

Dirigiu-se até um restaurante simples onde sabia que Jongin adorava frequentar. Como Kyungsoo detestava clichês assim que chegaram ao restaurante retirou a pequena caixa aveludada do bolso. Abrindo a na frente de Jongin, que estava distraído demais com o celular.

Não se importava de estar sendo precipitado, já havia se aventurado demais com diversos tipos de amantes, então entendia que realmente amava a Jongin.

-Jongin! Larga desse celular é nosso aniversário de namoro! – Kyungsoo o repreendia.

-Esperai amor, são coisas importantes da faculdade, meu orientador do trabalho de conclusão decidiu que quer discutir minhas ideias agora. – responderá o mais novo ainda concentrado no aparelho, fazendo Kyungsoo bufar, e puxar o celular da mão do mais alto de repente.

-Presta atenção em mim. – pedia irritado.

-Kyungsoo! Era importante!

-Dane-se, isso é mais importante. – Kyungsoo respondera abrindo a caixinha. – Quer casar comigo? – indagou logo, sério. Jongin por sua vez ficara estático, sem saber se aquilo era realmente verdade.

-Como? – indagava encarando a pequena caixa.

-Casa comigo? – pedia novamente.

-Sim? – Jongin respondera ainda encarando a caixa.

-Está em duvida Jongin? Eu, eu não esperava. – Kyungsoo falava fechando a caixinha, acreditando que o mais novo não estava certo sobre a decisão, percebendo tal ato Jongin pegou a pequena caixa as mãos do mais baixo a abrindo novamente.

-Claro que aceito Soo. Ai meu deus! Eu te amo tanto. – o mais alto dizia pegando uma das alianças e a pondo no dedo do amado, entregando a caixa para que o mais baixo pudesse fazer o mesmo.

-Obrigado. – agradeceu baixinho, após por a aliança de noivado no dedo de Jongin.

-O que disse? – indagou o mais novo ainda maravilhado com a ideia de casório.

-Obrigado. – repetiu.

-Pelo o que? – Jongin perguntava sorrindo, juntando sua mão direita a de Kyungsoo.

-Por aceitar, por me fazer saber que agora terei você sempre junto de mim para o resto da minha vida. – Kyungsoo agradecia sentindo os olhos marejarem.

-Não... oh, não chora Soo. – Jongin pedia.

-Está tudo bem. – Kyungsoo respondia piscando diversas vezes sorridente.

Naquela noite comemoraram seu segundo ano de namoro, decidiram que se casariam em seis meses, tempo o bastante para organizarem tudo de forma digna e sem muita pressa, Jongin na verdade não via a hora daquilo se concretizar.

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Dois anos e meio depois...

Sehun tinha o sono agitado naquele inicio de manhã, transpirava, mesmo com o clima frio, não era um sonho muito bom, era junto disso algo corriqueiro para ele ultimamente também.

- Eu vou sentir tanto a sua falta. – aquela voz bonita e melodiosa vinha de longe, originada de uma claridade cegante,  vinda de muito longe e formava um eco nos ouvidos do mundano.

Alguém beijada sua testa, era um beijo de despedida, cheio de carinho e um sentimento de felicidade por estar perto daquele indivíduo. Carinho, era isso que Sehun sentia vindo daquele toque suave na sua testa, carinho esse que se tornava dor, saudades, angústia. E então novamente ele acordava, mais uma vez chorando, sem ao menos saber o motivo, mais uma vez sentindo falta daquilo que nem ao menos sabia explicar, quem ou o que era.

- O mesmo sonho. – Sehun falava com si mesmo, não havia mais ninguém ali com ele, como costumava ser desde sempre. – De novo não. – e voltara a chorar, sôfrego, angustiado.

Fazia algumas semanas que ele não sonhava com aquilo, ele tinha esperança que não voltasse a acontecer. Seu psicológico havia dito que o novo remédio que havia lhe receitado, os faria parar, mas não foi o que aconteceu durante muito tempo.

Além daquele sonho esquisito vinha junto uma sensação de vazio e a falta de algo que ele desconhecia o que era. Saudades. Mas saudades de que? De quem? Sehun não fazia ideia, já tentará preencher aquele vazio de toda forma possível, desde drogas, homens, mulheres, viagens, gastos extravagantes, mas nada disso lhe surtia efeito.

Sehun procurava seu celular, tinha que conversar com alguém, esquecer daquele maldito sonho. Procurou rápido o número de Kyungsoo, chamou e chamou, não havia se dado conta que ainda eram cinco da manhã e com certeza seu amigo ainda se encontrava dormindo.

-Que merda Sehun, isso são horas? – Kyungsoo tinha a voz sonolenta e mal humorada.

-Me desculpa Soo. – a voz de Sehun vacilou um pouco, por estar chorando até alguns minutos atrás.

-Aconteceu de novo, não é? – Kyungsoo fez uma pausa esperando a resposta do amigo. – O sonho não é?

Sehun só resmungou algo como confirmação.

-Já ligou para o psicólogo? Não me diga que deixou de tomar o remédio de novo. – Kyungsoo perguntou, já havia acontecido outras vezes. – Não ingeriu com álcool outras vez, não é? Sehun você ainda vai acabar se matando! – repreendia o amigo.

-Eu tomei Kyungsoo, não com álcool, eu estou tentando parar outra vez, mas essa porra não esta fazendo efeito de novo. A ansiedade está de volta para completar a diversão. – Sehun relatava suspirando.

-Prometa que vai ligar para o psicólogo logo de manhã. – Kyungsoo pediu. - Não quero te ver no fundo do poço outra vez Sehun.

-Eu não vou, eu não posso. Não quero por minha carreira em risco outra vez.

-Exatamente, eu tenho que desligar, o Jongin já esta me fuzilando com os olhos na cama. – Kyungsoo se despedia. – Tchau Sehun, tenho um bom dia.

-Bom dia para você também Soo, me desculpa por te ligado tão cedo.

-Tudo bem, você sabe que pode ligar sempre que precisar. – tentava consolar.

Os últimos tempos para Sehun haviam sido muito lesivos a sua vida, pessoal e profissional. Suas lembranças haviam mesmo sumido junto da presença de Luhan, mas de alguma forma incompreensível ele ainda vivia como se sentisse muita a falta do amado, mesmo sem ao menos saber de quem se tratava.

Perdera oportunidades profissionais, se envolvera em escândalos envolvendo muito álcool e promiscuidade, sua carreira quase foi pelo ralo, só não havia ido de vez por ser um ótimo profissional, além de é claro a influência que sua agência tinha na mídia.

Após desligar o celular deitou-se novamente na cama, pondo a mão na testa, não havia explicação para tais sonhos, isso o estava deixando louco, já eram mais de dois anos naquilo, se perguntava se algum dia entenderia quem era aquele ser que o beijava a testa e dizia que iria sentir sua falta, esperava que sim.

Naquele manhã teria uma reunião bem desagradável com Jonghyun e outros acionistas da empresa, procurando voltar a ter um bom status perante a sociedade coreana, forjariam um casamento com uma outra atriz da mesma empresa, obviamente não passaria de teatro, Sehun tinha claramente preferencia por homens, mas era algo necessário para sua imagem. Pouco se importava, não se recordava de ter realmente se apaixonado em sua vida, então se fosse pelo bem de sua carreira o faria.

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-Minseok, acorda! – Jongdae o chamava desesperado.

-Hum... – respondera um gemido sonolento.

-Está nascendo! – falava desesperado enquanto se vestia.

-Nascendo? – Minseok indagava ainda dormindo.

-Nosso neném Minnie! – Chen tentava se explicar juntando todos os itens necessários. – Jinhyun acabou de ligar dizendo que entrou em trabalho de parto, anda! Levanta! Temos que ir ao hospital. – falava desesperado, fazendo Minseok finalmente se levantar.

Haviam decidido ter um filho após todo aquele tempo juntos, e para isso haviam tido o auxilio de uma barriga de aluguel, acompanharam toda a gestação, os óvulos haviam sido fertilizados com o esperma dos dois, não fariam questão de saber quem era realmente o pai, o que importava era saber que seria filho dos dois, já que seriam eles quem iriam criar e amar a criança.

Fizeram todo o caminho até o hospital em total expectativa, felizmente chegaram antes da criança nascer, se prepararam para assistir ao parto, nenhum dos dois conseguiam parar de sorrir. Quando ouviram finalmente o choro da pequena, descobriram ser menina no momento em que nascera, optaram por não descobrir antes. Sentiram as lágrimas riscarem seus rostos, acalentaram a pequena em seus braços e sorriram ao ver o rostinho rosado e choroso.

Ainda não haviam decidido o nome, então assim que saíram da sala de parto passaram a discutir o assunto.

-Não Jongdae, você não vai chamar nossa filha de Sohyon! – Minseok o repreendia.

-Temos que decidir isso logo Minnie, ela deve ser registrada! – Jongdae continuava enquanto segurava a mão de Minseok em um carinho. – Você escoche está legal? Eu deixo. – respondera fazendo Minseok rir.

-Moonbyul. – respondera após alguns instantes pensativo.

-Tudo bem! Amanhã mesmo vamos ao cartório registrar nossa pequena Moonbyul. – Jongdae respondera selando as bochechas de Minseok.

Levantaram em êxtase quando a enfermeira avisara que a pequena já estaria no berçário, já haviam ligado para todos os familiares naquele momento, estes que já estavam a caminho para conhecer a pequena.

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Após o dia longo, exaustivo e estressante que tivera, Sehun fora visitar o observatório, havia tomado esse hábito a um ano e meio atrás, não se lembrava ao certo a razão de passar a visita-lo, só ia até ali, de alguma forma aquele lugar lhe trazia paz.

Depois de um tempo fizera amizade com Baekhyun e Chanyeol, Baekhyun havia sido o primeiro a se aproximar após visitas frequentes ao lugar, como se tornara amigo dos dois, visita o Observatório sempre que podia, gostava de ir especialmente a noite, quando podia observar as estrelas, acabara por desenvolver um interesse pela área.

Baekhyun e Chanyeol sempre voltavam o telescópio para diversos corpos celestes e o explicavam seu posicionamento para o mundano, no fim era uma forma inconsciente de se manter mais próximo de Luhan, que mesmo sem ao menos lembrar-se de quem se tratava continuava a o amar. 

FIM