História Shooting star - Capítulo único

Era fim de tarde de uma segunda feira e você havia chegado da escola indo na cozinha falar com sua mãe.

 -Oi mãe. -da um beijo em sua bochecha e pega um copo d'agua.

  - Oi meu amor. Tenho uma novidade pra você. 

 - Pode dizer. -olhou atentamente pra ela enquanto ela falava. 

 -Os novos vizinhos chegaram e eu os convidei aqui para nos conhecermos. Não é maravilhoso?

 Nesse exato momento voce gelou. Acontece que o vizinho novo era Mark Lee, seu amigo de infância. Você já sabia que ele tinha chegado mas não sabia se devia falar com ele. Estava com muita vergonha. E se ele não lembrasse de você? 

 Voce e Mark são amigos desde que estavam na barriga de suas mães (literalmente) e nasceram no mesmo dia. Elas se conheceram no hospital, no mesmo dia em que deram a luz, se tornaram muito amigas e por uma incrível coincidência, a mãe de Mark era a nova vizinha. Como vocês eram da mesma idade e suas mães já se conheciam, optaram por coloca-los na mesma escola. 

Vocês eram bons amigos, viviam indo um na casa do outro, brincando sempre. Pelo menos até seus 7 anos. Um dia a avó de Mark faleceu e ele teve que viajar com a mãe para outra cidade. 

 ~Flashback on~

 Vocês estavam sentados no balanço da sua casa, de cabeça baixa. Estavam muito tristes por terem que se separar.

 -Voce promete que vai voltar logo? -pergunta ainda de cabeça baixa. 

-Prometo. Logo logo vou estar aqui.

 Ele levanta parando em sua frente te ajudando a levantar e te abraça. Ele fica vermelho mas dá um beijo na sua bochecha e nesse mesmo momento sua mãe chega. Seus olhos já estavam vermelhos de tanto chorar e infelizmente teve que deixa-lo ir. 

~Flashback off~ 

 Mas ele realmente demorou. Se passaram 10 anos e só agora ele voltara. Não sabia se ficava feliz ou triste. Estava com medo de que ele não lembrasse de você. Depois daquele dia no balanço, não parou de pensar nele um dia sequer e foi assim todos esses anos. 

 -Que horas eles chegam? -voce olhava pro chão meio apreensiva.

-As 19 hs. Vista uma roupa bem bonita. Estou ansiosa para conhece-los.

-A senhora os conhece melhor que ninguém - falou para si mesma e subiu para seu quarto. 

 Eles realmente chegaram as 19 hrs. Estava no quarto passando um batom de cor leve quando ouviu a campainha tocar, fazendo as borboletas em seu estômago se agitarem. E aí sim, começou a gritaria lá embaixo. Sua mãe estava realmente feliz por saber que era a Sra. Lee e não hesitou em chama-la.

 -(S/n) desça! Venha conhecer os novos vizinhos -disse em tom brincalhão dando ênfase em "novos". 

 Você desceu as escadas devagar ainda tímida, com a cabeça baixa. Chegou ao lado de sua mãe e se curvou para cumprimenta-los. 

 -Nao é maravilhoso que eles tenham voltado, (S/n)?

 -Sim, espero que tenham tido uma boa viagem para cá. 

 Mark continuava lindo. Ele mudou bastante, não parecia mais aquela criança de 7 anos mas sua beleza estava intacta. Desde o dia que ele foi embora e beijou sua bochecha, começou a ter sentimentos por ele que não eram normais -pelo menos pra você- e não sabia lidar com isso. 

 Sentaram no sofá e só ficaram quietos observando suas mães conversarem super animadas. De vez enquando olhava pra ele e quando ele olhava de volta, você desviava o rosto muito envergonhada. 

 - (S/n) por que não vai com o Mark para o jardim? Aproveitar e conversar como antigamente, hein? 

 Levantou a cabeça rapidamente pelo choque, olhou pra ele percebendo que ele estava um pouco corado.

 -Okay, Vamos. 

 Sentaram no mesmo balanço de antigamente e ficaram lá só olhando pra grama por uns minutos até você conseguir falar. 

 -Voce demorou. -falou quase num sussurro- tive saudades.

 Ele olhou pra você um pouco surpreso mas sorriu.

 -Eu também senti saudades, muitas. Eu não sabia que íamos morar lá. Pensei que a gente fosse ficar só um mês mas as coisas estavam difíceis. 

 Balançou a cabeça positivamente. Não sabia o que falar, estava morrendo de saudade. Queria muito abraça-lo mas estava com vergonha. 

 Como se ele tivesse lido seus pensamentos, se levantou e parou na sua frente fazendo olhar pra cima para encara-lo. Ele pegou sua mão fazendo-a se levantar e te olhou por uns segundos com um pequeno sorriso, depois a puxou para um abraço apertado como se a única preocupação fosse não deixa-la sair.

 -Nunca mais vá pra longe de mim. Não sabe como foram tristes esses anos longe de você. -voce fala baixinho perto do ouvido dele enquanto ainda estavam abraçados.

- Não vou. Nunca mais. 

 Ele se afasta beijando seu rosto como naquele dia. Conversam por algumas horas no balanço. Nem pareciam aqueles dois adolescentes tímidos de minutos atrás. 

Minutos depois sua mãe chama para jantarem. Após o jantar trocam números de telefone e se despedem. Mark iria para a mesma escola que você igual na infância e voce ficou bem feliz. 

[...]

Meses se passaram e Mark estava na sua casa. Eram um sábado nublado e sua mãe tinha saído para o parque com a sra.Lee e voce pediu para Mark ficar em casa com você. Estavam assistindo TV na sala, ele deitado com a cabeça no seu colo enquanto você fazia carinho no seu cabelo. 

 -Vou lavar a louça, vai continuar aí? 

 - Não, vou ficar lá com você. 

Levantaram e foram pra cozinha. Mark sentou no balcão enquanto te olhava lavar as louças. Sentiu o olhar sobre você e ficou um pouco corada. Alguns minutos se passaram e voce ja estava um pouco incomodada. 

 -(S/n), vem aqui... 

 Você secou as mãos indo até ele que desceu do balcão ficando na sua frente. Ele te abraçou e você ficou meio sem saber o que fazer mas depois o abraçou de volta. 

 -Mark... Você não tem namorada? -de onde tirou coragem pra perguntar isso? Não sabe, mas estava curiosa. Ele Afastou um pouco tímido pelo pergunta repentina. 

 - Nao. E você? Não tem namorado? 

 -Eu... Não... Na verdade eu nunca beijei ninguém. -Sorriu um pouco envergonhada.

 -Voce... Se incomodaria se... seu primeiro beijo fosse com seu melhor amigo? 

Você olhou pra ele meio assustada mas era exatamente o que você queria. Desde que ele foi embora você prometeu que guardaria seu primeiro beijo pra alguém especial (e tinha certeza que era ele). 

 -E-eu.. eu sempre quis que fosse com meu melhor amigo. Na verdade eu sempre gostei do meu melhor amigo mas eu não sabia como falar isso pra ele. 

 Você olha pra ele com muita vergonha mas ele só sorri e acaricia seu rosto o trazendo mais pra perto. 

 -Eu amo minha melhor amiga.

 Assim ele aproximou seus rostos fazendo com que seus lábios se encontrem. Seu coração estava batendo tão rápido que pensou como aquilo era possível. Pararam o beijo e ficaram lá abraçados escorados no balcão. 

Sua mãe chegou com a senhora Lee que tossiu chamando a atenção dos dois. 

 -Ah, oi mãe. -sorri um pouco sem graça.

 -Estavamos atrapalhando alguma coisa? 

 -Er.. nã... 

 -Na verdade chegaram na hora certa - Mark interrompeu - eu gostaria de pedir sua permissão para namorar a (S/n). Ele sorriu meio nervoso. 

 -O que você está falando, Querido? Lógico que tem minha permissão. Na verdade eu estava ansiosa pelo dia em que vocês ficariam juntos.

 Sua mãe estava com o maior sorriso que você já viu e a Sra Lee não ficava pra trás. Se duvidar, as duas estavam mais felizes do que vocês. 

 [...]

 Naquela noite a lua resolveu aparecer então vocês foram deitar na grama como sempre faziam quando eram crianças.

 -Olha!!! Uma estrela cadente. Mark, Faz um pedido! 

 -Dizem que se você falar em voz alta, o pedido não realiza. Mas eu acho que se eu falar, ela vai escutar melhor, então eu desejo estar sempre junto de você. Independente de qualquer situação. Nos momentos de tristeza e alegria, até mesmo se um dia chegarmos a terminar, quero continuar do seu lado. 

 Seus olhos já estavam marejados. Você ja conhecia aquele lado dele, o Mark romântico por quem você se apaixonou estava ali, mas sempre era mágico ouvi-lo falar aquilo.

 -Olha (S/n), outra estrela cadente. Faz um pedido também.

 -Okay. Eu desejo que não haja problemas que faça nos separar, e se houver, desejo que tenhamos força para aguentar e continuar a espera do outro. Assim como foi tempos atrás. 

 Você olha pra ele sorrindo e vira para beija-lo, um beijo necessitado e cheio de amor. 

 -Belo desejo. 

 Ficam ali por mais algumas horas até que ele da um selinho em seu pescoço fazendo você se arrepiar. 

 -Ei... -ele sussurra no seu ouvido- eu te amo.

 -Eu também te amo.