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História Short Fic - Twice Love - Capítulo Um


Escrita por: Nadinny

Notas do Autor


Eu tinha a intenção de publicar o capitulo apenas amanhã, sexta-feira. Para a minha alegria a Nat me enviou a capitulo betado hoje, minha ansiedade não me permitiu esperar.

Obrigada Nat por betar :*

Capítulo 2 - Capítulo Um


Fanfic / Fanfiction Short Fic - Twice Love - Capítulo Um

P.O.V Edward

Finalmente as férias de verão chegaram. Não aguentava mais os professores... Nunca entendi essa vontade que eles têm de tornar a vida no High School tão complicada. Botando medo sobre o último ano. Formulários para a faculdade. Vida adulta chegando, e entre outras coisas.

— Vamos Ed? – Lauren, minha namorada, me chamou. Olhando para ela percebo que já está na hora desse namoro sem sentindo acabar. — O pessoal quer ir a La Push comemorar.

— Edward, Lauren. Por favor! – Olhei para o céu impaciente pelo apelido ridículo. Não consigo me lembrar de quantas vezes já pedi para ela não me chamar assim. – Tudo bem, vamos... Mas eu tenho que passar primeiro em casa. Tenho que levar a bolsa da Alice.

Lauren fechou a cara.

— Por que ela não levou? – Mais um motivo para terminar esse namoro. Alice e Lauren nunca gostaram uma da outra. – Você virou empregado dela agora?

— Não sou empregado de ninguém, ela é minha irmã e me pediu um favor. – Respondi sem paciência.

— Tudo bem. – Respondeu mal humorada. – Nós vamos encontrar vocês na praia! – Lauren grita para o seu grupo de amigos que estão a dois carros de distância. Eles apenas levantam o polegar como resposta.

No caminho para a minha casa, Lauren fala sobre o assunto do momento: o novo restaurante que abriu em Forks. Um restaurante que servia quase todos os tipos de comidas típicas. A dona é filha do chefe de policia, Isabella Swan. Ela tinha ido morar fora do país alguns anos atrás, mas retornou para Seattle um ano depois da sua viagem internacional.

Eu lembro que quando eu era criança era “apaixonado” por ela. Isabella era a “adulta” mais legal de todas. Ela foi babá de Alice enquanto eu ia para a aula de piano.

— A volta dela está sendo muito comentada. E Nem é porque ela voltou, mas sim porque esse seu restaurante já é a sua quarta filial. Alguns estão comentando que o chefe Swan já pode se aposentar. – Lauren tagarelava me atualizando sobre o mais novo assunto da Cidade.

“Eu fico me perguntado se ela ainda tá bonita.” Esse é o único pensamento que me vem à cabeça enquanto Lauren tagarela.

Chego a minha casa rapidamente, não tão rápido quanto gostaria. Entrego a bolsa de Alice para a minha mãe, Esme, e aviso que ela foi se embelezar e que estou indo a La Push comemorar com o pessoal.

— Tudo bem querido, obrigada. Tome cuidado. – Esme me dá um beijo na bochecha.

— Tchau mãe, até mais tarde. – Falei já na porta dos fundos.

[...]

 Quando chegamos à praia de La Push o pessoal já tinha montado a fogueira, — sempre me fascino quando olho para a cor do fogo— e alguns nativos que viviam na reserva também se juntaram a eles, tornando um total de treze pessoas.

— Hey Edward! – Seth me cumprimentou.

— Oi Seth. Como tá indo o treino? – Seth praticava jiu jitsu.

— Cada dia mais foda. Um dia ainda vou ser campeão mundial. – Ele respondeu todo convencido. – Ah... Oi Lauren. – Era estranho ver que ninguém dos meus amigos de La Push gostava de Lauren.

— Oi. – Essa foi a grande resposta dela.

Seguimos para junto do grupo que já estava rodeado em volta da fogueira. Na hora em que ia sentar do lado da Leah, Lauren me puxou bruscamente e se sentou no lugar.

Leah olhou para ela espantada, ou nem tanto, afinal elas duas também não se davam muito bem.

— Hey ruivo. – Leah me cumprimentou zombeteira.

— Oi Leah. Ah, qual é, não precisa me ofender tanto assim. – Brinquei com ela. – Fala Jacob, quanto tempo cara! – O cumprimentei quando ele se aproximou de nós, estendendo o punho.

— Fala, ruivo! – Sorri e balancei a cabeça como resposta.

— Montando alguma nova máquina de matar? – Jacob era um ótimo restaurador de motos e carros, e isso que ele tinha apenas 16 anos.

— Eu encontrei duas belezuras no ferro velho há uma semana. Quando eu conseguir montá-las vai valer um bom dinheiro. – Falou empolgado. – Passa lá em casa por esses dias para ver como elas já vão estar. – Ele me convidou.

— Pode deixar. Agora que as férias chegaram eu fico com mais tempo livre.

[...]

Depois de muitas brincadeiras. De muito marshmallow assado. De conversa jogada fora e de muitas risadas, parei em frente da casa de Lauren.

— Você quer entrar, Ed?! Meus pais não então em casa. – Convidou ao tentar empregar uma voz sedutora.

Se fosse numa outra ocasião, eu até aceitaria. Mas agora eu só tinha uma coisa em mente, botar um fim nesse namoro, ele já havia ido longe demais.

— Não é uma boa ideia, Lauren. – Inspirei profundamente, protelando um pouco. – Escuta Lauren, eu sei que é repentino, mas eu quero terminar. – Soltei tudo de uma vez, sem rodeios. Nunca fui muito de enrolar para dizer o que queria.

Ela me olha petrificada. Seu rosto fica pálido. Depois fica vermelho brilhante e então fica roxo.

— COMO É QUE É? – E a gritaria, por parte dela, começou. – Por que você quer terminar? Você está interessado em outra pessoa? Quem é a vadia?

Enquanto ela esperneava, eu apenas balançava a cabeça. Era sem sentindo tentar explicar que apenas não havia mais sentido levar nosso namoro em frente, quando eu não gostava mais dela.

Até senti vontade de tampar os ouvidos, mas acho que isso seria falta de educação.

Quando ela finalmente ficou em silêncio, eu falei novamente.

— Por favor, entenda Lauren, não tem sentindo levar esse namoro em frente, eu não sinto mais nada por você. Se eu continuasse contigo, eu estaria mentindo para você e, principalmente, mentindo para mim.

— Mas, Edward, eu gosto de você. – Sussurrou mais controlada.

— Sinto muito, Lauren, mas a recíproca não é verdadeira. – Disse por fim.

— Que saber? Então vai para o inferno! Se você não me quer, existe outro ainda melhor que me queira. – Gritando de novo, ela sai do carro batendo a porta com força.

Sentindo um alivio sem tamanho, vou, finalmente, para casa.

[...]

Sexta-feira chegou novamente. Uma semana se passou desde o fim do meu namoro com Lauren.

E durante esse tempo, fui tomado ainda mais pela certeza de que eu havia feito o certo ao terminar com ela.

Não senti falta de sua presença. Sem ligações durante a noite com conversas sobre unhas, cabelos e roupas. Sem relatos das novas fofocas da cidade.

Ou seja, uma semana muito tranquila.

Um livro e eu. Ou mesmo, o meu piano e eu.

Paz.

Essa semana, Bella apareceu para visitar Alice e os meus pais. Mas, infelizmente, eu não estava em casa. Justamente nesse dia eu tinha ido à casa de Jacob ver como estava à reforma das motos que ele havia achado no ferro velho.

Foi uma tarde divertida. Leah, namorada de Jacob, insistindo em me chamar de ruivo. Embry e Quil com suas infinitas apostas. E Jacob com suas piadinhas.

Eu me lembrava de quando eu era criança, nos meus dez anos, e ia a La Push com o meu pai e Alice, e Jacob e eu brincávamos. Isso nos fez construir uma amizade que trazíamos até hoje.

Eu falava muito de Bella para ele e Jacob vivia pegando no meu pé falando: Edward tá apaixonadooo!

 Ele repetia isso muitas vezes, pulando na minha frente. Eu só ria e às vezes queria socar sua cara, mas tudo bem. Era divertido.

Quando eu cheguei em minha casa, descobri que a visita de Bella rendeu um convite para conhecer seu novo restaurante. E é claro que foi um convite aceito.

[...]

Esse dia chegou.

Encontrei-me deitado em minha cama. Pensando em Bella. Curioso em saber como ela estava.

Eu tive por ela aquela paixão de criança, pura e inocente, sem pensamentos pervertidos. Afinal, eu era uma criança. E ela ser a adolescente mais legal que já havia conhecido, – simplesmente porque brincava comigo e com Alice, sem nunca demonstrar chateação ou mesmo por nas raras vezes em que apenas conversávamos, ela nunca ter me tratado como um bebezinho – fez com que essa admiração platônica surgisse.

Lembro que uma vez disse para Bella que, quando me tornasse adulto, iria me casar com ela. Ela apenas riu e respondeu: “você é um fofo, Edward... Estarei esperando o pedido.”. Esperava que ela não se lembrasse desse detalhe.

Perdido em meus pensamentos, as horas passaram.

Aliviado por seu restaurante não ser daqueles que precisamos ir com roupa formal, apesar de ser sofisticado, eu escolhi para vestir uma camisa com gola de botões branca, uma calça comprida preta jeans e uma jaqueta preta.

Estava na frente do espelho, tentando domar meus cabelos rebeldes, com uma cor estranha, algo como cobre (nada ruivo como a Leah insiste em chamar), quando Alice bateu em minha porta avisando que os nossos pais estavam apenas me esperando.

— Apresse-se, Edward. Você parece uma mulherzinha que custa a se arrumar. – Depois de bater, ela simplesmente entrou sem esperar a minha permissão.

— Caramba, Alice! Eu podia estar pelado. – Exclamei indignado por sua impulsividade.

— Como se eu me importasse com isso! – Desdenhou revirando os olhos. — Vem logo, Edward, seu cabelo não tem mais jeito.

— Claro... Claro...  – Desisti dele e passei por Alice jogando meu braço por cima de seu ombro. – Vamos, baixinha!

— Baixinha é o caralho! – Eu ainda me espantava com a boca suja que Alice tinha. 99,999% mais do que eu.

Esme e Carlisle estavam nos esperando pacientemente na porta.

— Alice, foi um palavrão o que eu acabei de escutar? – Nossa mãe perguntou com a mão na cintura e uma cara não muito boa.

Tanto Alice, quanto eu, sempre nos espantávamos pela super audição que Esme tinha quando o assunto era palavrão. Às vezes ela não entendia ou escutava algumas coisas que dizíamos, mas era só um palavrão estar no meio de uma conversa que o sensor dela super potente captava.

— Não, mãe! – Alice balançou a cabeça freneticamente. Não conseguindo enganar nem um pouco Esme, ela sempre foi uma péssima mentirosa.

— Sei... Depois vamos conversar, mocinha. – A baixinha fechou rapidamente a cara, mas não soltou nenhuma reclamação. Ela odiava quando Esme falava com ela como se ainda fosse uma criança de seis anos. Mas, na verdade, já tinha quinze, dois anos mais nova que eu.

— Vamos indo, querida. Bella já deve estar nos esperando. – Carlisle chamou Esme colocando o braço ao redor de sua cintura e dando um beijo em sua testa.

— Tudo bem. – Ela lhe deu um sorriso apaixonado. – Vamos, crianças! – Apenas revirei meus olhos ao sair de casa.

Forks era como um ovo. Tudo era perto, típico de uma cidade pequena. Sendo assim, rapidamente chegamos ao restaurante de Bella. Son Désir era o nome que estava escrito em um grande painel na fachada com letras de cor vermelha.

Carlisle e Esme entraram na frente, logo em seguida, Alice. Eu parei um pouco atrás para verificar meu celular que havia vibrado.

Ignorei quando vi que era Lauren. “Estava demorando.” Pensei ao balançar a cabeça.

Entrei no restaurante olhando para os lados a procura dos meus pais, encontrei-os a uns sete metros para a direita de frente para mim, conversando com uma mulher.

Caminhei até eles e parei um pouco distante da beldade que estava com eles.

Carlisle sorri em minha direção.

— Chegou quem estava faltando. Acredito que você se lembra do Edward, Bella. – Disse Carlisle levantando o braço em minha direção.

Bella virou para mim com um sorriso lindo no rosto.

Quando olhei em seus olhos, o mundo parou, meu coração acelerou e um arrepio atravessou o meu corpo.

P.O.V Bella

Quando as circunstâncias da vida me fizeram decidir voltar para Forks, eu não imaginei que me sentiria tão bem. Lembro-me que, ainda na adolescência, o meu único pensamento era sair da cidade. Porém, eu também sempre pensei que sairia para uma faculdade de Letras.

Sendo que a nossa vida não é vivida a base da certeza, como o dia e a noite. São as circunstâncias que a movem.

Hoje me encontro em casa. Em Forks. Com Charlie.

Acordar com aquele cheirinho de casa, no lar de Charlie, onde eu iria ficar até achar um local próprio, foi mais gratificante do que imaginei.

Nunca tinha notado como sentia falta daquele quase silêncio que era viver com meu pai.

Escutar um Bom dia Bells e ver aquele sorriso discreto dele me trazia uma alegria sem tamanho.

Meu retorno foi decidido alguns meses atrás.

[...]

Quando sai de Forks, dois meses após me formar no High School, eu estava vivendo um turbilhão de sentimentos.

Sempre imaginei que iria direto para a faculdade de Letras, porém, no último ano, tudo mudou.

Cansada de trabalhar para os Newtons, eu resolvi procurar outro emprego. Fui tentar a sorte em um restaurante pequeno, porém bem movimentado, que ficava na saída de Forks.

Eu comecei apenas como uma garçonete e, em um dia de pique, a assistente do chef de cozinha ficou doente. Então, o chef resolveu chamar uma garçonete para lhe auxiliar. Das dez garçonetes do lugar, eu fui a única que ficou animada com a ideia de ir para cozinha.

Depois de ler, cozinhar era a minha segunda paixão. Porém, até aquele momento eu nunca tinha olhado para esse hobby como uma carreira para se seguir.

Aquele foi o dia mais agitado, comparado a todos os dias em que trabalhei nos Newtons. Entretanto, foi um dia totalmente gratificante.

Contrariando o que eu imaginava o chef da cozinha, James, era uma pessoa incrível. Era bem humorado, divertido e com uma paciência sem tamanho.

Um louco apaixonado pela gastronomia. E um professor por natureza.

Enquanto corríamos de um lado para o outro, para preparar todos os pedidos, ele ia me contando histórias divertidas e harmoniosas sobre cada prato que era preparado.

Ele sempre falava: Bella, antes de preparamos um prato para conquistar o paladar, devemos cozinhar para conquistar o coração. Eu, na época, não entendia exatamente o que ele queria dizer.

Eu lhe perguntava: não é melhor preparar um prato que conquiste o paladar, para enfim chegar ao coração?

Ele simplesmente dizia que não, que aquele não era o caminho certo.

Hoje eu entendia o que ele queria dizer.

Tudo aquilo que fazemos por amor, com dedicação e porque gostamos, é suposto que saía perfeito, gostoso. Se fizermos algo para satisfazer realmente aquele a quem irá comer, e não apenas pensando no dinheiro que iremos ganhar, se tornará mais saboroso.

Esse amor que eu conheci, fez-me mudar todos os meus planos.

Porém, eu não queria a mesmice, eu queria ser diferente. Fazer a diferença.

Foi quando eu decidi viajar para os países das principais culinárias do mundo.

Fui para Japão, França, Itália, Brasil, México e China. Quando eu voltei para os Estados Unidos, ingressei na faculdade de Gastronomia em Seattle. Eu queria sair de Forks, mas não queria ficar muito longe de Charlie.

Lá conhecei Alec. Um rapaz muito bonito, cabelos castanhos, intensos olhos azuis e, para completar o pacote, alto. Logo de cara nos tornamos amigos. Foram dois anos na faculdade de muita amizade.

E, para nos deixar ainda mais unidos, conseguimos trabalhar no mesmo restaurante. E durante esse período, ele fez com que o seu sonho se tornasse o meu.

Ter o meu próprio restaurante.

A única diferença entre ele e eu era que eu não queria que o restaurante oferecesse apenas um tipo de comida típica, mas sim, vários.

No final do curso, com a ajuda de nossos pais, e muita economia, abrimos nosso tão sonhado restaurante. Tornamos-nos sócios.

Como queríamos reduzir os gastos, afinal ainda éramos novos investidores, resolvemos morar juntos.

Entre o restaurante, casa e algumas saídas com amigos... Nosso relacionamento mudou.

Estávamos em um sábado, com alguns colegas da faculdade que ainda mantínhamos contato, em uma boate. Entre muitas bebidas e brincadeiras, ficamos pela primeira vez. Acabou que isso se repetiu em nossas saídas, e, quando dei por mim, estávamos namorando.

Durante nosso namoro, nosso restaurante ficou bastante conhecido. Nossos clientes passaram de moradores da área, para pessoas da alta sociedade. Entretanto, mesmo com a pequena mudança da clientela, não quisemos mudar a cara do restaurante. Mas, não pudemos escapar de algumas vezes ter que apelar para trabalhar com reservas. Porém, para isso, conseguimos abrir uma área específica.

Mais reconhecimento. Mais dinheiro entrando. E, quando dei novamente por mim, a primeira filial foi construída em Seattle.

Durante todo esse tempo, Alec e eu mantivemos o nosso relacionamento. Porém, confesso que nunca senti aquele frio na barriga ou mãos suadas. Entretanto, sempre liguei esse fato a nossa amizade de longa data. Nós já nos conhecíamos antes de algo mais íntimo acontecer conosco.        Vimos um ao outro em situações nada convencionais, namoros que não duravam muito. Uma familiaridade já estabelecida.

No nosso terceiro ano como donos de uma pequena rede de restaurante, o principal e a primeira final, abrimos mais duas filiais. Sendo uma em Tacoma.

Devido ao crescimento do nosso restaurante, ambos nos afastamos um pouco da cozinha, passamos a ter dias específicos para comandá-la

No último ano que passou, eu senti que não tinha motivos para continuar o namoro com Alec. Eu não me via construindo uma família com ele. Gostava dele, sempre tive um carinho especial por ele. Mas, esses sentimentos nunca me fizeram almejar viver para sempre ao seu lado.

Durante todo o ano eu protelei em terminar nosso namoro, devido ao medo que sentia ao imaginar que isso poderia causar em nossa sociedade. Pois, sabia que nossa amizade nunca mais seria a mesma. O que era realmente uma pena.

Dando asas ao meu medo, decidi manter o namoro.

Porém, no final de janeiro, em um jantar de comemoração, felizmente no seu apartamento (resolvemos que cada um deveria ter sua própria casa depois que começamos a ganhar um bom dinheiro), Alec me pediu em casamento.

Sabendo que era totalmente inaceitável dizer sim, eu neguei ao pedido.

E aproveitando o silêncio que se instalou a mesa, eu decidi por um fim de vez em nosso namoro.

— Por que você não deseja casar comigo, Bella? – Alec perguntou surpreso e igualmente triste.

— Desculpe, Alec. Você sabe que eu gosto de você. Que eu tenho um carinho muito especial por ti. Mas, eu nunca me vi criando uma vida ao seu lado. Nossos anos de amizade e depois de namoro foram muito importantes para mim. Eu fui feliz ao seu lado, afinal você é uma pessoa incrível. – Suspirei. – Alec, acho melhor o nosso namoro terminar aqui. Não quero mais machucar você, não quero que você se iluda me esperando.

Quando voltei a ficar em silêncio, Alec não disse nada. Apenas ficou passando as mãos no rosto e nos seus lindos cabelos.

Enquanto olhava para ele, e presenciava sua tristeza, eu igualmente fiquei triste. Naquele momento eu daria tudo para realmente amá-lo. Alec era uma pessoa incrível, ele merecia ser amado.

— Tudo bem, Bella. – Suspirou longamente. – Afinal, se durante todo esse tempo você não se apaixonou por mim, seu sentimento não muda mais.

— Sinto muito, Alec. Não quero te machucar. – Senti uma lágrima correndo por meu rosto.

— Ei... Não fica assim. Ninguém manda no coração, afinal. – Como um perfeito cavalheiro, que sempre foi, Alec veio para a minha frente, segurou meu rosto e limpou minhas lágrimas. Ele beijou minha testa e deu um passo para trás. – Se você não se importar, Bella, eu gostaria de ficar sozinho. Depois falo com você. –Ele se afastou e foi em direção ao seu quarto.

Quando escutei o barulho da porta fechando, caminhei até minhas coisas, peguei-as e fui embora.

Eu não vi e nem ouvi Alec por três longos dias. Mesmo não me arrependendo por recusar o pedido de casamento e por fim ao nosso namoro, eu estava muito preocupada com ele. Porém, lhe dei o espaço que ele queria.

Na noite do terceiro dia, Alec me ligou perguntando se poderia vir ao meu apartamento.

Abri a porta para Alec, um pouco nervosa... Imaginando em qual estado de espírito ele estaria.

Soltei um suspiro de alívio ao ver que ele estava melhor que da última vez em que o tinha visto.

— Boa noite, Bella. – Ele me lançou um pequeno sorriso. – Obrigado por me receber.

— Boa noite, Alec. Deixe de bobagem... Você sabe que sempre será bem-vindo aqui. – Abri espaço para ele poder entrar no meu apartamento.

Caminhamos em silêncio até o sofá. Sentamo-nos comigo a sua frente e um silêncio perturbador se instalou.

Alec juntou suas mãos ao seu colo, as remexendo, mostrando o seu nervosismo.

— Bella, eu sei que isso pode ser repentino, mas eu decidi ir morar na Itália. Você sabe que meus avós ainda moram lá, e tenho alguns tios e tias, assim como primos, que também ainda vivem em Roma. – Suspirou novamente. – Eu pensei muito nesses últimos três dias e vi que não serei capaz, ao menos por enquanto, de ficar perto de você.

— Você está pensando em abrir uma filial em Roma?

Ele olha sério para mim e coça a cabeça.

— Foi justamente por isso que quis conversar com você hoje. – Ele fica mais alguns segundos em silêncio. – Eu quero vender a minha parte. –Pega totalmente de surpresa, não consegui esboçar nenhuma reação. — Eu vim com intuito de perguntar se você quer comprar a minha parte, ou se quer que eu venda para outra pessoa.

Em quatro anos, sendo uma pessoa bem economista, eu consegui guardar um bom dinheiro.

— Você tem certeza que quer vender a sua parte, Alec?

— Sim.

Respirei fundo.

— Tudo bem, então. – Olhei seriamente para ele. – Eu quero comprá-la.

[...]

Fevereiro passou como um borrão e quando vi estava assinando os papéis de compra do restaurante, dos 50% que o Alec era dono.

— Bem, é isso. – Se pronunciou o advogado e logo em seguida se afastou alguns metros de nós dois.

— OK.

Alec se virou em minha direção com a mão estendida para um cumprimento.

— Eu desejo muito sucesso para você, Bella. – Ele sorriu para mim. – Tenho certeza que o nosso, quer dizer, a sua rede de restaurantes ainda vai crescer muito mais. Eu desejo que você seja muito feliz.

— Obrigada, Alec. Eu quero que você seja muito feliz também, em Roma. E espero que um dia você possa pensar em mim sem sentir tristeza. – Sorri para ele. – Nunca vou esquecer você e nunca vou esquecer em como você sempre me ajudou a tornar esse sonho real.

— Não se preocupe Bella, estou apenas sendo um bebê chorão agora. Mas vou ficar bem. – Ele se inclinou e beijou o meu rosto. – Não se preocupe, Bella... Eu sempre vou lembrar de você com muita alegria. Adeus. – Ele soltou a minha mão e caminhou para a saída do escritório, junto com o advogado.

[...]

Depois de todo esse “drama” em minha vida amorosa, eu senti uma saudade tremenda de casa. De Forks. De seu verde musgo. Da companhia de Charlie.

Depois de analisar bem todos os prós e os contras, com meus administradores e advogado, eu tomei a decisão de abrir uma filial na minha cidade natal e mudar um pouco os ares.

As coisas estavam em perfeita harmonia nos meus quatro restaurantes. Arrumei as minhas coisas e no final de maio pude voltar para Forks.

[...]

Charlie não poderia ficar mais feliz por minha volta para casa.

Quando cheguei à sua casa, fui recebida com um abraço tão apertado que posso contar nos dedos quantas vezes aconteceu.

— Que saudades de você, Bells. – Sussurrou ainda me abraçando.

— Estava com muitas saudades também, pai. – O apertei, sentindo o conforto de lar em seu abraço.

Nossa primeira noite foi passada com nós dois sentados em sua, mais moderna, cozinha. Comendo pizza e conversando.

— Como estão os Cullen? Alice e Edward já devem estar enormes. – Perguntei ao tomar um gole de meu suco, com um sorriso nostálgico no rosto. Eu não era uma fã de refrigerantes.

— Estão todos ótimos. Alice continua aquela menina cheia de energia e Edward se tornou um rapaz incrível, nunca ouvi uma reclamação sobre seu comportamento, comparado a outros adolescentes da cidade. – Charlie mastiga um novo pedaço de pizza e o engole antes de continuar. – Carlisle e Esme ficaram muito felizes em saber que você estava voltando.

Sorri novamente ao lembrar-me de todos eles.

Antes de começar a trabalhar no restaurante que mudou a minha vida, eu tomava conta de Alice, na maioria das vezes durante os sábados. Se eu não estivesse errada, durante esses dias, Edward estava em sua aula de piano.

Alice era típica criança elétrica. Ela amava quando brincávamos de moda, com suas infinitas Barbies. Entretanto, a sua grande quantidade de energia não fazia com que ela se tornasse uma criança insuportável e birrenta.

Edward, diferente da irmã, era um garoto muito calmo e tímido. Quando ele se juntava a nós duas, algumas vezes, ele adorava brincar de beisebol. Era incrível como a Alice deixava suas Barbies de lado e se entregava ao jogo.

Em um desses raros dias, depois do fim de um longo jogo, Edward e eu conversávamos, enquanto Alice estava no banho.

— No penúltimo jogo da temporada, um jogador do Yankees rebateu uma bola tão forte que foi parar próximo aos camarotes. – Edward falava empolgado, em pé a minha frente, imitando uma rebatida.

Como uma garota criada apenas por meu pai— minha mãe havia morrido quando eu tinha cinco anos — eu me tornei bem antenada quando o assunto era esporte.

— Eu vi... Aquela tacada foi uma bomba. Foi a melhor tacada da temporada.

Quando parei de falar, Edward estava parado na minha frente, olhando fixamente para mim. Com um olhar bem sério em seu rosto. Porém, logo um sorriso lindo apareceu em sua boca.

— Quando eu for adulto,vou me casar com você, Bella. – Ele disse sem um pingo de vergonha, sem suas bochechas ficarem rosadas, como de costume. – Você aceita casar comigo, Bella? – Ele perguntou com a voz firme.

Eu abri um sorriso, levantando e andando até a sua direção. Abaixei-me e beijei sua testa.

— Você é um fofo, Edward. Estarei esperando o pedido. – Quando me levantei, eu vi o rosado em sua bochecha que eu sentia falta.

Quando ele era apenas uma criança, Edward era lindo. Tinha um cabelo da cor de bronze, todo bagunçado pelo constante uso de um boné. Lembrando-me dele agora, eu me perguntava como ele estava. Devia ter se tornado um adolescente muito atraente.

[...]

Quando já estava há duas semanas em Forks, fui visitar os Cullen. Confesso que estava ansiosa para vê-los, principalmente Edward. Apesar da última lembrança que tinha dele, de quando ainda era apenas um menino, imaginá-lo adulto me causava um frio na barriga, de uma grande expectativa.

Infelizmente eu não tive sorte, justamente naquele dia ele foi para La Push.

Lógico que não foi uma visita em vão. Também estava com saudade dos outros Cullens.

— Bella! – Alice me abraçou entusiasmada, ainda na porta de sua casa. Confesso que fiquei surpresa com sua empolgação, a última vez que a tinha visto, ela tinha apenas dez anos, em uma das minhas visitas em Forks. – Eu estava com saudades de você. – Ela falou ao me soltar.

Abri um sorriso em sua direção, a analisando discretamente, e notando em como ela ficou ainda mais linda depois de tantos anos. Uma fadinha, que puxou para a estatura de Esme.

— Oi, Alice... Estava com saudades de você também. – Olhei para trás dela e vi Esme e Carlisle sorrindo em minha direção. – Boa tarde Carlisle, boa tarde Esme. – Cumprimentei-os.

Esme caminhou em minha direção com um lindo sorriso em seu rosto em formato de coração e beijou meu rosto.

— Boa tarde, minha querida... Como você está linda! – Disse para mim.

— Encantadora, realmente. – Pronunciou-se Carlisle, que se aproximou para me cumprimentar, também me dando um beijo no rosto. – Boa tarde, Bella.

— Vamos entrar, Bella! – Alice me puxou para dentro. Ela era uma baixinha com muita força.

Rapidamente chegamos a sua espaçosa sala de estar, a qual mudou um pouco durante os últimos anos. Ainda permanecia com a mesma tonalidade de cor branca. Alguns quadros e algumas fotos na parede. Janelas de vidro bem grandes do lado direito, onde tinha uma mesa com dois vasos de flores e mais alguns porta-retratos.

Confesso que estava muito curiosa para ver mais de perto as fotos, quem sabe assim aplacaria um pouco a minha curiosidade sobre aquele rapaz de cabelos desgrenhados.

Sentamo-nos no sofá, Alice do meu lado e Carlisle e Esme a nossa frente.

— Você deseja beber algo, Bella? – Perguntou Esme.

— No momento, não, Esme... Muito obrigada. – Sorri para ela.

— Eu soube que você é uma grande empresária, de uma incrível rede de restaurante. – Alice iniciou a conversa.

— Eu não diria uma grande, mas sim. – Fiquei um pouco sem graça.

— Como você se sente sendo tão nova e já dona de um ótimo negócio? – Perguntou Carlisle.

— Muito feliz e muito realizada. – Não consigo segurar a minha empolgação ao responder.

— Ficamos muito felizes por você, Bella. – Esme me dá um sorriso todo maternal e com os olhos brilhando de orgulho.

— E como está o Edward? – Não resisto perguntar por ele.

— Um chato! – Rapidamente Alice respondeu.

— Alice! – Repreendeu Esme. – Não ligue para ela, Bella... Edward está um rapaz adorável. Ele está no time de beisebol da escola.

— Sim... Imaginei que ele iria fazer parte do time. Lembro que quando o assunto era beisebol, o Edward se rebelava. Uma empolgação só. – Sorri. — Ele ainda toca piano?

— Sim. Hoje em dia ele usa o piano mais para relaxar depois de alguma situação estressante. – Quem me respondeu dessa vez foi Carlisle.

— E você, doutor? Ainda salvando muitas vidas? – Carlisle era um consagrado cirurgião cardiologista conhecido por toda Washington, que para a felicidade da população de Forks, amava viver ali.

— Graças a Deus, uma boa parte, sim. Infelizmente nem sempre as coisas saem como queremos. – Ele levantou os dois ombros rapidamente, em um gesto engraçado para ele. – Mas a vida é assim, entre altos e baixos.

Conversamos por mais alguns momentos, com direito a um pequeno lanche da tarde.

— Hmmm Esme... Esses muffins estão uma delicia! – Exclamei deliciada. Não havia nada de melhor do que apreciar uma deliciosa comida.

— Você é muito gentil, querida. – Respondeu Esme um pouco tímida.

— Não é gentileza, eu realmente amei. – Mordi mais um pedaço. – Não sou do tipo que elogia a toa.

— Sendo assim, muito obrigada, Bella! – Ela me respondeu genuinamente feliz.

Depois desse maravilhoso lanche, Alice perguntou se eu queria ver umas fotos dos últimos anos.

— Eu adoraria, Alice.

— Então, só um segundo. Vou buscar. – Ela levantou em direção à mesa que estava logo atrás de Esme e Carlisle, abriu uma gaveta e pegou alguns álbuns.

Ela rapidamente me trouxe três álbuns.

— Aqui. – Ela os entregou para mim.

 — Obrigada, Alice.

Abri-os e me deparei com um foto de Edward, poucos anos mais velho do que da última vez em que o vi. Aqueles anos lhe fizeram muita diferença, pois ele havia esticado muito, talvez com uns treze ou quatorze anos. Ele estava com o sorriso mais lindo, todo sujo, com um taco de beisebol apoiado nos ombros, de um lado a outro. Segurando na ponta de cada lado.

— Essa é a primeira foto dele como um integrante do time de beisebol da Forks High School, foto do último jogo. Ele fez o ponto da vitória. – Me explicou Alice.

— Nunca tinha visto ele assim, tão alegre. – Confidenciei.

Vi mais um monte de fotos. Alice como integrante das líderes de torcida. Carlisle e Esme, ao que aparentava, em um cruzeiro. Outra do Edward tocado piano. E muitas outras.

Quando terminei de ver as fotos, notei, infelizmente, que já era tarde. Tinha que ir porque havia marcado de me encontrar com Caius, o meu novo subchef do restaurante.

— Venha nos fazer outra visita, Bella. Na próxima o Edward vai estar aqui. – Esme se despediu com um abraço bem apertado.

— Volto sim. – Fui abraçar Alice e depois Carlisle. Quando já estava na porta, lembrei-me do convite que tinha para fazer. — Aaahh, ia esquecendo... Eu gostaria que vocês, e o Edward também, fossem conhecer o meu restaurante, por conta da casa. Será uma honra mostrar para vocês os melhores pratos do restaurante. – Disse.

— Será um prazer, Bella. – Carlisle foi quem respondeu. – Sexta é um bom dia?

— Sexta está ótima! – Sorri. – Aguardo vocês. Até mais. Boa noite.

Despedi-me e fui embora.

[...]

Finalmente sexta tinha chegado. Eu me encontrava em uma ansiedade sem explicação. Eram apenas os Cullen que estavam vindos. Uma família de quem fui bem íntima na minha adolescência.

Eu não podia aceitar que o meu nervosismo tinha algo a ver porque finalmente eu veria Edward.

Oito horas foi o momento em que os Cullen passaram pela porta. Uma decepção se instalou em mim ao notar que Edward não estava com eles.

— Bem-vindos! – Sorri para cada um deles. – Vou mostrar a mesa de vocês, acompanhem-me, por favor.

— Obrigada, Bella. O seu restaurante está magnífico. Essa decoração chique, mas despojada, faz com que todos se sintam bem à vontade aqui.

— Obrigada, Esme... Perfeita observação. Essa era realmente minha intenção. Queria que todos se sentissem muitíssimo à vontade aqui. Desde as crianças. – Aponto para a área de recreação alguns metros de onde estávamos. – Os senhores de idade...

— Magnífico! – Exclamou Carlisle.

O seu jeito sincero com que disse aquilo fez com que minhas bochechas corassem.

— Obrigada. – Agradeci acanhada. Chegamos à mesa que havia reservado para eles. — Bem, eu vou apenas pedir uma garrafa de vinho, esqueci-me de escolher um, e já volto para fazer companhia a vocês. – Antes que eu me vire, Carlisle se pronuncia.

— Chegou quem estava faltando. Acredito que você se lembra do Edward, Bella. – Carlisle levantou o braço, apontando para trás de mim.

Antes de me virar, eu senti um arrepio na minha nuca.

Virei-me e encontrei a perfeição em forma de homem. Sim... Homem. Edward deixou de ser apenas um garoto há muito tempo.

Aqueles olhos verdes, que sempre achei lindo, encaravam-me com muita intensidade.

Acredito que o meu sorriso cresceu ainda mais.

Olhei rapidamente de cima a baixo e simplesmente me deslumbrei pelo seu jeito despojado de se vestir. Seus cabelos estavam ainda mais bagunçados comparados a quando ele era apenas um menino.

— Oi, Edward. – Ele abriu um sorriso de canto de boca, extremamente sexy. Esse sorriso me fez sentir vontade puxá-lo pela nuca e beijá-lo como se fosse o fim do mundo.

— Isabella. – Sua voz rouca, dizendo meu nome completo, me fez sentir um corrente quente subir por todo o meu corpo. – É um prazer revê-la. – Ele se aproximou e beijou o meu rosto.

Contrariando a súbita confiança que o invadiu, quando ele se afastou, seu rosto estava completamente corado, fazendo-me lembrar de como ele era quando criança.

            Abri um discreto sorriso ao registrar seu face corada.

 


Notas Finais


Son Désir: Seu desejo.

Bom aqui está o primeiro capitulo.
Até semana que vem, no segundo capitulo.
bjs.


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