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História Shot me down - Tudo certo para dar errado


Escrita por: MonkeyD7

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 11 - Tudo certo para dar errado


Os dias viraram semanas. As semanas viraram meses. Os melhores dias de minha existência? Sim, eles eram os melhores mesmo. A ferida em meu coração estava sendo cicatrizada aos poucos. Mal pensava em tudo o que havia acontecido e a culpa não mais me atormentava, muito menos a dor. 

Não tive culpa. Ela sim.

Ponto final.

Dizem que as coisas dão muito errado antes de darem certo. Comigo foi assim.

Estava sentada dentro do meu carro, perdida em pensamentos. Inconscientemente acendi um cigarro enquanto Jason observava o bar com um binóculo.

— O que estamos mesmo procurando? – Perguntou enquanto aumentava o zoom. Dei um pulo.

— Você me assustou, Grace!

— Sai do mundo Piper e me responde.

Revirei os olhos.

— Um cara alto e forte, cabelos pretos, moreno, casa dos 30. O Poseidon. Quero saber quando é o próximo carregamento. Se o pegarmos com a mão na massa damos mais um passo.

— Damos um passo – Me corrigiu. – Já fazem dois meses e nada.

— Você sabe que somos um eterno gato e rato com esses caras.

Ele bufou irritado largando o binóculo.

— Não consigo ver nada daqui. Eles estão nos fundos.

Mexi no bolso da calça, e retirei um pequeno aparelho colocando-o no ouvido. Aumentei o volume.

— Connor? Tá me ouvindo? – Perguntei.

Segundos depois a voz veio.

— Annabeth, tô na escuta.

Connor e seu irmão Travis, eram os melhores hackers do departamento. Eles podiam fazer de tudo com computadores, ou seja lá o que fosse. Podiam entrar em qualquer sistema de navegação ou então enviar um zilhão de fotos ridículas do celular de qualquer um para algum outdoor da Times Square. Eles haviam conseguido puxar o sinal, de um dos celulares do bar, tendo acesso à todas as câmeras do lugar. Como fizeram isso? Não tenho a mínima ideia e realmente prefiro não saber.

— Certo, o que está acontecendo?

Ouvi o barulho do teclado do outro lado da linha.

— Eles saíram da área para clientes, mesmo estando vazio. Estão em uma sala privativa eu acho, caraca, olha aquela mesa de sinuca!

— Aposto 5 pratas que eu roubaria ela sem ninguém ver – Ouvi seu irmão dizer.

— Concentrem-se! Vocês são policiais, foco! – retorqui. Jason riu.

— Desculpa, Annie– Respondeu, mas sua voz não beirava nada à arrependimento. – Tem um cara de sobretudo, e um chapéu coco preto, não combina nenhum pouco. Deixa eu dar um zoom, droga, ele ta usando óculos escuros, desgraçado. Acho que ele está dando ordens, parece uma reunião.

— Quantos são? – Perguntei tragando o cigarro.

— Contando com ele e Poseidon? Seis. Todos armados.

Meu primeiro plano foi por água abaixo.

— Certo e...

— Caramba! Poseidon se levantou. Parece nervoso. Eles estão discutindo. O de sobretudo empurrou ele na cadeira de novo. Eita, ele levantou e sentou um bom gancho de direita no cara. A coisa tá ficando feia! Agora dois dos outros caras seguraram Poseidon. Putz, o de sobretudo tá apontando uma arma pra ele!

— Connor! Mande reforços! Esse cara é o Hermes! Vamos invadir.

— Tá ficando louca!? Era pra ser uma missão de reconhecimento! – Gritou Jason.

— Nós temos que...

— Annie! – Jason me passou o binóculo. Dois dos caras fortes e armados saíram para fora do bar e se posicionaram na porta de braços cruzados.

— Vai dar merda– Murmurou ele.

— Connor!? O que tá acontecendo!?

— Merda Annie! O cara atirou nele. Atirou no Poseidon! Na testa! Tem sangue e miolos em tudo!

Desgraça.

— Mande reforços! Eu assumo daqui.

Arranquei o fone do ouvido. Tirei a arma da cintura e abri a porta.

— Jay, emite um sinal 12, vou atrás do Hermes. Me dá cobertura.

— Quê!? Não, você tá... ANNABETH

Eu já tinha saído.

Encostei como quem não quer nada no carro mais próximo do bar, esperando até que Hermes saiu acompanhado pelos cinco brutamontes atrás. Esperei uma batida de coração e saí correndo com a arma em punho.

— Parado! Polícia! – Gritei.

Ele olhou na minha direção e saiu correndo desabalado pelo meio da rua. Apenas dois o acompanharam. Os outros dois apontaram as armas para mim, enquanto eu corria desabalada e me jogava atrás de um carro estacionado.

Os tiros atravessaram os vidros, fazendo chover uma centena de cacos em mim, arranhando meu rosto e meus braços. Senti um pouco de sangue escorrer pela minha testa, mas ignorei. Levantei e saí correndo atrás do alvo, enquanto virava e tentava mirar em um dos dois. Tiros voavam. As poucas pessoas que estavam nas ruas correram para cafeterias e restaurantes para se protegerem.

Consegui uma boa visão e atirei. Um grito atrás de mim, um palavrão e uma dor lancinante no meu braço esquerdo.

Ainda correndo coloquei a mão e senti o sangue se espalhar pelos meus dedos, e descer em uma cascata quente. A adrenalina mascarava a dor maior. Continuei correndo, passando entre carros que buzinavam e motoristas que xingavam.

Eu deveria mesmo ter olhado para frente.

Uma buzina longa, um grito, e o impacto que me jogou longe.

Senti uma dor insuportável no abdômen, eu não conseguia respirar. Algo comprimia meu peito sugando todo o ar dos meus pulmões. Uma dor quente se espalhava e me arrastava com ela. 

Meu rosto estava colado no asfalto gelado, senti algo úmido empapando meu cabelo. O que diabos era aquilo?

Sangue. Meu sangue.

Tentei manter os olhos abertos, mas era tão difícil. Cada vez que eu piscava, quase podia ouvir uma voz sedutora vindo da escuridão me acalmando. Tirando a dor. 

Não conseguia ouvir nada do que a pequena aglomeração de gente ao meu redor dizia, apontando para mim. Deuses, eles estavam gritando?

Fechei e abri os olhos.

De muito, muito longe, ouvi a voz de Jason.

— Annie! – Ele gritava desesperado – Fica comigo! Ei, olha pra mim! Você não vai morrer, vadia! Não feche os olhos!

Eu sorri de leve.

Eu tentei Jason.

Tudo ficou escuro.


Notas Finais


Comentem o que acharam galera, críticas também são bem vindas.
Ps: sinal 12: chamar um legista ou grupo pericial à cena de um crime.


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