- Pelo amor dos deuses, tira isso de mim!
- Já disse que você não pode Annie, para de birra. Só fazem dois dias que levou alta e já quer, voltar para lá de novo?- Retrucou Jason enquanto eu, tentava arrancar a cinta da minha barriga. Sabia que tinha que usá-la mas, era uma droga andar parecendo um pedaço de pau.
- Eu vou te mandar pra lá se não calar a droga da boca Grace.- Respondi entredentes.
Tentei puxar de novo. A dor quente me fez perder o fôlego.
- Desisto.- Resmunguei.- Agora me joga essa camisa cinza, não aquela, droga a do Led Zeppelin é só ler!
Jason bufou irritado e jogou a blusa na minha cara. Em seguida me ajudou à vesti-la, passando uma jaqueta jeans pelos meus braços.
Ele se afastou para me avaliar.
- Está perfeita- Falou uma voz na porta.
Percy, estava encostado no batente com aquele jeito relaxado de sempre. Ele podia ter estado ali o tempo todo. Ele nos observava com um sorriso torto. Olhou para Jason de cima à baixo mordendo os lábios.
- Você então...- Murmurou apontando a calça colada do namorado. Jason ruborizou, enquanto Percy ia para perto dele, jogou os braços em seu pescoço e o beijou docemente.
Revirei os olhos fingindo vomitar.
- Dá pra vocês pararem?- Resmunguei, tentando cobrir os pontos da testa com o cabelo. Sem sucesso.
Percy riu abraçando Jason.
- Achei que o mau humor dela havia passado- Falou.
- Ela nasceu assim, defeito de fábrica.- Jason deu de ombros.
Revirei os olhos.
Uma buzina soou longe.
- Piper- Meu coração martelava.
Jason riu, prevendo minha reação.
- Assista agors o pitt bull virar poodle.
- Só não te bato porque não tenho forças- Murmurei passando o braço pela sua cintura e fazendo-o de muleta.
- Por isso mesmo que tenho que aproveitar.- Respondeu sustentando meu peso.
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- Eu tô parecendo uma criança.- Murmurei enquanto Piper prendia o cinto de segurança e me dava um beijo.
- Eu cuido de você bebê- Falou sorrindo dando a partida no carro.
Nico e Will não moravam longe. Eles se mudaram para uma casa de campo em New Jersey, que era uma das poucas ali. Não fui ao casamento, primeiro que estava trabalhando e segundo, sabia que Reyna estaria lá. Queria evitar que eu me atirasse na frente do primeiro carro.
Olhei para Piper, que dirigia concentrada na estrada e cantarolava "This charming man" dos Smiths. A nossa música. Brincávamos trocando o "man" por "girl". Isso me fez sorrir. O sol de fim de tarde, batia em seus cabelos cor de chocolate derretido, fazendo a pena presa nos fios parecer um arco-íris em miniatura como seus olhos. Os braços estavam à mostra na camisa regata branca que usava, levemente morenos dando um toque sexy. Olhei para a saia de bolinhas pretas que ela usava, e queria muito colocar as mãos em suas coxas.
- Você não pode, eu sim- Falou sorrindo surpreendendo meu olhar.
Bufei irritada. Droga de costelas quebradas.
- Preciso de um super bonder- Falei fazendo-a rir.
- É tem razão Jay- Falou Percy, enfiando a cabeça no meio dos dois bancos.- Ela é um ursinho de pelúcia.
Piper riu.
- Mas ela é mesmo não é Annie?- Perguntou
Revirei os olhos.
- Quero um advogado- Respondi fazendo-os rir.
- Ouvi dizer que faz faculdade Percy- Falou Piper puxando assunto.- Estuda o quê?
- Biologia marinha sabe, golfinhos essas coisas- Deu de ombros.- Eu era surfista então..
- Se como surfista você se refere àquela vez, que fomos à Montaulk e você quase morreu afogado e congelado, então tá.- Falei inocentemente.
Jason riu lembrando.
- Verdade, tivemos que chamar um salva vidas- Ele apertava a barriga.
- Calem a boca eu tinha treze anos- Resmungou Percy- Conta pra sua namorada da vez que você fugiu de casa,porque seu pai não quis te dar aquele kit de ferramentas de construção. - Ele pigarreou- "Eu só queria arrumar a garagem"- Falou em voz de falsete.
- Eu tinha 7 anos!
- Rebelde sem causa- Falou Jason rindo.
Piper estava rindo demais para o meu gosto.
Eu ia retrucar com algum feito constrangedor sobre os dois, mas Piper estacionou em frente à uma casa linda e enorme de madeira, cheia de luzes. A música podia ser ouvida do carro, acompanhada pelo cheiro de churrasco.
Olhei para a frente, e a primeira coisa que senti foi choque, depois raiva.
Estacionamos atrás de um BMW preto. O mesmo que à dois anos depois de horas extras de trabalho, dei de presente de noivado para a pessoa que arruinou a minha vida.
Reyna estava ali.
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