História Show Me What I'm Looking For - Me mostre o que estou proucurando

Suga

-Ela..ela me deixou. -limpei uma lágrima que escorria-

-O que? Por que? -Peguntou Jimin-

-Para onde ela foi? -completou Heloise-

-Ela não diz. -minha voz ja falhava e mais lágrimas desciam- ela...ela me pediu para não proucura-la. Eu.. eu...-respirei fundo e me levantei saindo da casa apressado e me sentando na calçada- Não! Não! Não! -Eu gritava enquanto pegava o celular e ligava para Natalie. A voz do outro lado dizia que o número era inexistente. Mais lágrimas caíam e eu me sentia um fraco, impotente. Senti uma mão em meu ombro e JungKook se sentou ao meu lado-

-Hyung...

-Não. -o cortei- Não me diga que vai ficar tudo bem. Não me diga que ela vai voltar e que vamos ser felizes. -Eu soluçava- as palavras dela foram bem claras.

-Eu li a carta, Suga Hyung. E tem razão, foram claras. Ainda mais a parte em que ela dizia para você seguir em frente.

-O que quer dizer com isso, JungKook? Eu não poderia esqueça-la. 

-Todos nós estamos aflitos. Todos nós queriamos ela aqui, mas ela não está. Se foi e não vai voltar. 

-Não diga isso! -Meu choro aumentava- 

-Hyung...está na hora de seguimos. -O maknae deu um tapinha em minhas costas e então se levantou, indo de volta para a casa. Eu pude ouvir seus soluços enquanto saía, ele também chorava mas mesmo assim veio me aconselhar-

-Como pude ser tão imbecil? E tudo o que passamos? Não serviu de nada? -eu falava sozinho desejando que Natalie pudesse ouvir- eu te amo tanto e você partiu, me deixou sozinho. Com essa dor no peito que ninguém nunca vai curar. Eu te odeio por isso, e te amo pelo resto. Quem eu quero enganar? Você partiu por minha culpa. Sacrificou nosso amor pela minha felicidade...Tentarei ser feliz, por você. Meu grande e único amor.

Natalie

Depois de horas cansativas de vôo eu finalmente cheguei em Miami. Assim que desci do avião me livrei de meu celular e comprei um novo, com número novo, tudo para não ser encontrada. Enquanto estava no táxi eu apagava todas as antiga fotos de meu celular...Isso me doeu. Havia muitas com os meninos, algumas não consegui apagar, que estávamos todos juntos e uma em especial. A que tirei de Suga quando nos conhecemos na praia. Eu sabia que não fazia sentido guarda-la mas mesmo assim não tive forças para apagar a mesma. 

-Fique aí...guardadinha. É uma boa lembrança. -Eu olhava a foto-

-O que disse senhorita? -perguntou o motorista-

-Oh, nada não...

-Tudo bem. -Ele deu ombros- chegamos.

Meu coração parou.

Olhei a casa vermelha a minha frente, estava sem reação. Paguei o homem e desci com as malas. Parei em frente a porta e respirei fundo. Mamãe está logo ai atrás.

-Ágata, que bom que está de volta! -exclamou uma senhora passando na rua- está tão bonita. Sua mãe só fala de você. 

-Mui...muito obrigada. -sorri sem graça-

-Entre -Gargalhou a senhora-

Fiquei sem jeito então abri a porta, que estava destrancada, e entrei. Deixei as malas atrás da porta e fui andando calmamente. Ouvi uns barulhos de pratos vindo da cozinhas e fui seguindo o som. Quando parei na entrada da cozinha eu a vi.

Estava de costas, guardando a louça, cantarolava uma música qualquer sem ânimo. Seus cabelos eram longos como os meus, estavam presos em um rabo de cavalo mal feito e ela vestia um vestido florido de alça. Uma princesa. 

Juntei cada pedaço dentre de mim, reuni todas as minhas forças e então abri a boca:

-Mamãe...

Ela parou de se mexer, se virou me olhando e deu um passo para tras. Seu rosto era perfeito. Ela era linda, olhos castanhos, rosto liso, devia ter 40 anos? Pois estava com cara de 30.

-Ágata...-ela me fitava- minha filha, quase me matou de susto. -Ela soltou um riso nervoso- senti sua falta, querida! -Ela correu em minha direção e me deu um abraço apertado. Minhas lágrimas ja desciam enquanto eu a apertava e afagava seus cabelos. Foi então que ela me soltou assim que a toquei e me olhou assustada- Você...você não é a...

-...Eu também senti muito a sua falta mãe. -sorri com as lágrimas ja me encharcando-

-Natalie...-ela me olhava completamente assustada e sem reação. Tocou meus cabelos analisando cada parte e detalhe, com as pontas dos dedos alisou meu rosto. Seus olhos brilhavam pelas lágrimas- Natalie, é...É você. 

-Sim mãe. -sorri- sou eu.

Ela me abraçou forte, mas dessa vez mais forte ainda. Suas lágrimas molhavam meu ombro mas eu não me importava. Estávamos finalmente as duas juntas. Eu estava abraçando minha mãe, depois de tanta mentira, tanta dor, eu finalmente sentia que estava ganhando um descanso. Estava aliviada por abraça-lá. Isso me tirou um peso das costas.

...

Foi difícil ter que contar para ela cada detalhe do que aconteceu mas tive que fazer. Ela chorou quando descobriu que ágata e meu pai haviam morrido. A história era terrível mas algo nela a dizia que foi assim que deveria ser.

-Minha filha. Eu não tinha ideia de que Ágata havia planejado isso tudo. Mas no final, sua irmã nunca foi má, e seu pai...

-Ele tinha medo. Mas nunca deixou de te amar.

-Eu sei, eu também nunca deixei de ama-lo. Mas eu realmente havia entrado em depressão depois do nascimento de vocês. Eu queria ficar com vocês, mas quando pensei que Harry havia te matado...Foi de mais pra mim. Mas você está aqui. -Ela pegou em minhas mãos e sorriu-

-Estou. -sorri- mas não irei ficar.

-O que?

-Mãe, vem comigo. Vamos conhecer o mundo! Vamos aproveitar o tempo. 

-Você se parece muito comigo quando tinha sua idade. -Ela ri- acha que isso vai te fazer esquecer o Sugar?

-Suga, mãe. -ri- eu não sei. -suspirei- mas eu preciso saber onde é o meu lugar, e quero que me acompanhe mãe.

-Me mostre o que está procurando.

-Oi? 

-É uma frase, como um mantra. -Ela explica-

-Show me what i'm looking for...gostei.

-E o que vai fazer agora?

-Encontrar o que estou procurando, vem comigo?

-Eu não te deixo mais minha filha. 

Sorri e a abracei. Esse era o começo da nossa nova história, era nossa, era a minha chance, a chance do Suga, de mudar o caminho e tentar ser feliz.