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História Shutdown - Terceira Visita


Escrita por: Pando-san

Notas do Autor


Hey. Tá aqui, mais um capítulo. Pando deu uma viajada. Particularmente ele curtiu muito. Desta vez quem narra é ninguém menos que o protagonista, Michael Schmidt.

Enjoy!

Capítulo 10 - Terceira Visita


Depois de algumas horas de sono, despertei-me e olhei em direção do meu relógio digital de números vermelhos. Ele também tem a função de despertador, o quê não me é útil, já que acordo sempre trinta minutos antes dele. São dez da noite. Ao olhar para a janela cheia de gotículas, escorrendo pelo vidro, finalmente percebi. Está chovendo. Os relâmpagos, rasgavam impiedosos, as nuvens. Os trovões, vinham depois, seguindo o caminho regido pelos raios. Me levanto da cama jogando o cobertor de lado, ao meus pés tocarem o chão gelado, senti um arrepio correr por meu corpo. Então, ainda descalço, sigo para a cozinha. Lá, abro a geladeira. A luz esbranquiçada brilhou em meus olhos, e os incomodou. Além de ofuscar minha visão por alguns segundos forçando-me à semicerrar-los. Logo, minhas vistas enxergaram uma latinha de refrigerante e um sanduíche. Tinha o comprado há alguns dias, não sabia se estava tudo bem comer-lo mas, não liguei. Pelo fato de estar na geladeira. Pego os dois, e fecho a porta novamente num empurrão com meu traseiro.

Me sentei sobre um dos balcões. Ao deslizar o dedo sobre o interruptor, perto da parede, as luminárias gêmeas, de cor vermelha, acenderam-se e focaram suas luzes sobre os balcões da cozinha planejada. Sem atrasar-me mais, comecei a comer e beber. 

Nada me cativa mais que a chuva. Trás calma e relaxa. Trás consigo, um clima frio que é aconchegante aos sentidos. Seus pingos, montam uma doce melodia ao ir de encontro com o vidro da janela logo em minha frente. Repentinamente: meu telefone toca. Mergulhado no mais profundo da escuridão, na sala de estar. O toque, acabou por destruir todos meus devaneios. Até me surpreendendo um pouco.

—Oh desgraça! —Reclamei, rompendo a atenção com janela. Pulando imediatamente pro chão.

A melodia da banda Set It Off me guiou através do breu visível, até chegar em meu aparelho, que, com sua vibração, dançava sobre a mesa de centro, feita de vidro e madeira. Deitei minha cabeça um pouco, para enxergar o nome na tela de chamada, nela, acabo por pensar alto.

—Recebendo chamada: Mitchell. Ué, mas... Quem é esse?! Não lembro de tê esse número! —Disse sem interesse na mesma, quanto esticava o braço para pegar-lo.

Assim que o tomei, o aparelho, se calou. Bufei pelo nariz quanto inseria senha para desbloquear-lo. Não demorou mais do que dez segundos; acabei recebendo mais um. Com este, são quatro. Quatro recados de voz. Joguei meu telefone sobre o sofá e segui para o banho. Em menos, de dezessete minutos, já estava pronto. E me encarava na frente do espelho.

—Só falta mais duas noites, preciso vencer esse jogo. Ou não vou ter onde mais ficar. —Caminho para a sala e pego meus pertences; telefone, chaves e carteira.

Parto para mais uma estadia noturna, naquele lugar. Por sorte, havia um táxi parado no térreo do edifício. Sua lataria estava repleta de brilho e gotas. Ao ver-lo, um sereno sorriso surgiu em meus lábios. Não teria que me molhar para chegar na Freddy's. Logo, entrei no carro amarelo pela porta traseira. Os olhos calmos, e de cor laranja, encararam-me pelo espelho retrovisor. E a voz do motorista me indagou.

—Pra onde? —Ele disse, em seguida veio a neblina de nicotina, que jorrara de suas narinas.

—Para a pizzaria Freddy Fazbear, por favor. —respondi. E assim, o carro partiu. Enquanto os olhos calmos voltaram-se para a pista molhada.

Durante o caminho, o carro ficou preenchido pelo som do rádio. Estava numa estação de notícias ou algo parecido. Um homem tagarelava, mas nem prestei atenção. Encarava o caminho, através da janela, com a bochecha apoiada sobre a palma da mão. O relógio, na avenida, marcando onze e meia da noite, me lembrou que logo ia entrar em risco de vida de novo. Já me perguntava, será que tudo isso valeu a pena? Mas antes que pudesse refletir, o táxi parou, e o motorista já dizia o preço de sua corrida. Paguei e desci, batendo a porta gentilmente. O carro amarelo partiu, sumindo aos poucos de minha vista. Me virei e dei um passo longo, começando a cruzar o estacionamento. Então é isso. Freddy Fazbear, alertou que eu não ia viver pra ver a luz do dia de novo. Tomara que ele esteja errado! Ao parar de frente com a porta de vidro, fitei por um tempo, aquele estranho refletido nela. Um suspiro demorado logo veio, e com o pé esquerdo, dei a passada para entrar no prédio. O piso, ladrilhado e monocromático, foi a primeira coisa que vi ao pisar lá dentro. Sigo para minha sala, com as mãos nos bolsos, cantarolando uma coisa que nem eu mesmo, sabia dizer o que era. Até que sinto um toque em meu ombro assim que cruzo as cortinas da Pirate Cove. Era gelado, e pesava mais que meu telefone. Logo imaginei, É o Freddy! Ele tava me esperando. Nossa cara morri... Meus olhos custavam a se virar para o ombro em que algo o tocava. E então ouvi.

—Quê... Você tá fazendo aqui, Mike? —Disse a voz tímida e ao mesmo tempo hesitante.

É o Foxy, com toda certeza! Jamais esqueceria o jeito que só ele fala. Suspiro aliviado, e sinto toda minha apreensão ir embora num instante. Me viro para ele e como de costume, já olhando para cima, mas tudo o que vejo é um fio de cabelo curvo, de cor vermelha como o sangue. E duas orelhas pontudas e peludas.

—Erhm... Eu tô aqui! —Ele acaba deixando escapar uma risada suave, enquanto eu abaixava meus olhos surpresos.

Eh?! Que porra é essa mano?! —Apontei para ele, ainda não acreditando no que estava diante de mim.

—C-calma! É só uma coisinha que aprendi a fazer com o passar do tempo. —Aparentemente ele ficou assustado pela minha reação.

Tão evidente quanto o céu escurece. Aquele animatrônico, agora virou um humano... Quer dizer, um meio-humano. Além de notar várias referências à sua forma animatrônica, a que mais me chamou atenção, era a de suas presas. Uma, era maior que outra. De certa forma, elas representariam seus dentes serrilhados. Bem, quando na forma original.

—Cê quase me matou de susto. Pensei que fosse o Fazbear e... —Prolongo a fala até que. —Espera aí! Não é meia-noite ainda! 

O meio-humano olha para o relógio preso à parede.

—... E?

Porquê você tá se mexendo?! 

—Hm? Ah! Nossa. Faz tanto tempo que nem percebi isso. —O meio-humano ri, e explica. —Diferente do Freddy e os outros, posso ignorar essa regra. Sabe, é como uma daquelas... —Ele fez uma pausa enquanto gesticulava círculos com o seu gancho. —Coisas. Que só você consegue fazer. —Ele disse coçando os cabelos vermelhos, com as orelhas no topo da cabeça, viradas para trás.

—E-então quer dizer que esse tempo todo você tava fingindo estar desligado?!

Como resposta, o meio-humano sorri tranquilo. Sua cauda, chicoteava o ar lentamente. Depois perguntou se ele podia me acompanhar até minha sala. Consenti. Mesmo ainda hestante. Eu sabia que se não fosse por aquele cara... Digo, raposo. Eu não tivesse vivo agora. Mas, ainda sim, tinha um certo receio, um certo medo. É como diz o ditado: as aparências podem enganar!

Certo. Depois de uma travessia silenciosa pelo corredor, chegamos na sala de vigilância. Bagunçada e suja. Essa era as condições do meu trabalho. Depois desses dias, eu passei a não ligar mais pra isso.

Quando entrei, o meio-humano acabou comentando enquanto olhava em volta.

—Você sabia que Freddy, e os outros, tem um padrão de agir? —Indagou. Enquanto batia seu gancho sobre o vidro da janela. Talvez, como uma forma de verificar se estava tudo ok por alí. Uma de suas orelhas se virou para mim. Em seguida, o olho amarelado. É manchado uma espécie de cinza entorno da pupila, como quase que convenientemente.

—Um padrão de agir? —Ao responder com outra pergunta, um sorriso de canto surgiu nos lábios do raposo. Ele elevou a sua única mão. Uma de ferro. Até olho direito, coberto por um tapa-olho de cor preta. E o ergueu, assim revelando seu outro olho. Fazendo bico nos lábios, ele aponta seu gancho para mim e responde cheio de empolgação.

—Sim! Você pode não ter percebido! Mas cada um deles, inclusive eu, tem um padrão! Eles mudam com o decorrer das noites! Tentando se adaptar ao seus movimentos!

—Agora que você disse, percebi que eles ficaram mais chatos. —Fiz uma longa pausa. E então minha ficha caiu. —Não pode ser! Foi por isso que Fazbear, tava tão seguro de que eu não ia conseguir!

—Exato! Mas não se preocupa. Eu vou te ensinar os padrões deles...

O meio-humano começou a falar. Contou cada detalhe. Vitais, para meus últimos dias nesse lugar. E quando ele terminou. Estava certo de que tinha tudo para acabar vencendo esses animatrônicos. O meio-humano voltou para seu lugar, prometendo que iria me ajudar como pudesse.

Quando me sentei na cadeira, os ponteiros do relógio se arrastaram para o número "12", como um assassino, que puxa o gatilho para ceifar a vida de seu alvo. Então, o estalo e os rangidos dos robôs animatrônicos se fizeram ouvir. Em pouco, o telefone fixo, começou a tocar, e o Cara Do Telefone logo começou a falar.

Olá, Olá? Ei, você está indo muito bem! A maioria das pessoas não duram tanto tempo. Quero dizer, você sabe, eles costumam passar para outras coisas. Eu não estou sugerindo que eles morreram. N-n-não é isso que eu quis dizer. Uh, de qualquer maneira é melhor eu não tomar muito do seu tempo. As coisas começam a ficar realmente feias esta noite. Uh... Hey, escute, eu tive uma idéia: se acontecer de você ser pego e quiser evitar ser enfiado em um traje do Freddy Fazbear, uhh, tente se fingir de morto! Você sabe, ficar todo mole. Pode ser que... À uma chance de que, uh, talvez eles pensem que você é um traje vazio em seu lugar. Então, novamente, se eles acham que você é um traje vazio, eles podem tentar... Te encher com um esqueleto de metal. Eu me pergunto como isso iria funcionar. Sim, não importa, esquece isso. É melhor apenas não ser pego. Hum... Ok, eu vou deixá-lo se concentrar. Tenha uma boa noite.

É engraçado o modo que ele sempre comenta coisas horríveis, e no fim, diz pra você se concentrar. Eu não sabia se me sentia assustado ou grato pelo que ouvi.

—Valeu Cara Do Telefone! Muito obrigado. —Falei deixando óbvia a irônia, enquanto dava uns tapas nos controles da porta esquerda. —Essa droga tá falhando...

Enquanto fitava as luzes dos controles com más funções, liguei o tablet.

—Heh! Não é que ele veio mesmo? O Freddy me disse, que certamente ele não ia! —Com sua típica voz robótica ele falou. Certo, de que eu não passaria desta noite. —Eu quero agarrar o pescoço dele e socar-lo com todas as minhas forças. Vo quebrar ele todinho. Depois vou pegar seus braços e vou torcer-los como se fossem um pretzel e depois... Hey! Você tá me ouvindo?!

—... Que? Foi mal, não prestei atenção. —Ela respondeu, deixando-o irritado.

Mas que droga Chica me ouve! Eu tô falando com você!

—Ah para de surtar! Você é muito irritadinho, Bonnie!

Urgh! Eu sou o quê?!

—I-rri-ta-di-nho.... Onde é que tá o Freddy?

—Hm? Agora que você falou...

Parei de ouvir quando risadas similares a de uma criança. Começou a me atormentar. As portas de aço, por algum motivo, se fecharam sem minha ordem. Uma após a outra. E por fim o tablet, que acaba se desligando. Me levantei da cadeira e fui até os controles de uma das portas. Tento abrir-la pressionando o botão Door.

—Não funciona...

—Boa noite, Schmidt.

Me virei em direção da voz grave com os olhos arregalados. E aos poucos, meus batimentos cardíacos iam aumentando.


Notas Finais


Você pode ter visto uma mudança nos textos desse capítulo. Bem Pando resolveu dar uma diferenciada quanto aos parágrafos. Eles parecem estar bem mais... "Limpos" e tals... Então, você gostou? Diz aí! Até o próximo capítulo. Bye!


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