História Sick Love - Sick Love

Tainted Love – Marilyn Manson

“O amor que compartilhamos parece ir para lugar nenhum, e eu perdi minha luz. [...] Uma vez eu corri para você, agora eu correrei de você.”

Champanhe, dança, sorrisos e suor, tudo estava misturado naquele ambiente um pouco caótico devido a quantidade de pessoas presentes, o que seria somente uma reunião íntima virou uma festa de proporções maiores, até então com seu whisky na mão tudo estava bem, mas ao ver aquele braço em torno de sua mulher, que retribuía com um sorriso simples fora o suficiente para estragar sua noite, como um bom marido resolveu se aproximar do que era seu, sorriu como se tudo estivesse bem, não ouviu metade do que realmente fora dito, mas para Hinata aquela mão possessiva em sua cintura significava muita coisa, e assim o medo lhe consumiu fazendo a ficar retraída e não mais sorrir.

Passadas algumas horas o casal retornou para casa onde já moravam desde que haviam casado há dois anos e meio, o que Hinata não imaginava é que seu amigo que conhecia desde a infância, fosse outra pessoa após o casório, várias vezes tentara salvá-lo, mas descobrira ser impossível, depois tentara contar com a ajuda de outras pessoas, mas com a máscara que ele mostrava em público ninguém acreditava em si, ela mesmo há anos atrás não acreditaria se lhe falassem o que ela passava hoje e por último até fugir se tornou uma opção, mas todas as vezes tivera suas intenções sendo interrompidas e frustradas, já não sabia mais o que fazer.

O carro seguira silencioso, Sasuke sabia que a mulher tinha consciência de seus erros, ele só não entendia era porque se ela sabia dos erros, como continuava a errar, ao entrarem em casa, não podendo mais se segurar, pegou a firmemente pelo braço e a arrastou até o quarto do casal, amplo, limpo, muito bem organizado e arejado, mas naquele momento, com as cortinas vermelho-sangue fechadas o ambiente se encontrava no breu total e frio, Hinata sentiu o arrepio na espinha e segurou as lágrimas, ele a jogou em um canto ao lado da cama, desfivelou o cinto da calça que usava e se virou para a amada.

- Onde lhe tocaram? – perguntou em um tom frio e baixo, quando não obteve resposta gritou a mesma pergunta, mas dessa vez não esperou e acertou o primeiro golpe na cintura, que fora onde vira o braço do homem na festa, apesar de que pela posição encolhida em que estava, acertou lhe a coxa que protegia parte do corpo, sem piedade acertou o mesmo lugar duas, três, inúmeras vezes – Você sabe que é minha, só minha, ninguém tem o direito de chegar perto de você, de te tocar, só eu posso te acariciar – ao falar isso largou o cinto e a puxou, para em seguida joga-la na cama, arrancando o vestido sem maior cerimônia – É só dos meus toques que precisa, só do meu corpo, só do meu amor, nada mais que isso, entendeu Hinata? – disse enquanto já tirava a própria roupa, enquanto ainda tocava a mulher de forma brusca e sem pudor, já sem paciência apenas a penetrou de uma vez, estocando rápido, forte e enquanto ele loucamente gemia o nome dela, ela chorava copiosamente de pura dor, mais mental do que físico, vendo-a naquele estado, resolveu que já tinha castigado-a o suficiente – Vá tomar um banho – falou de forma carinhosa, como se fosse uma outra pessoa – Você entende porque foi castigada não é querida? Eu te amo tanto que não aguento vê-la perto de outras pessoas, quando aceitar meu amor tudo ficará melhor.

Chorosa, raivosa consigo mesma se levantou em um salto, pegou seu vestido agora estragado e foi em direção ao banheiro do quarto.

- Quando vai entender que isso não é amor Sasuke? Muito menos obsessão como você acha – disse rapidamente e entrou no banheiro, geralmente quando o enfrentava as coisas tendiam a ficar piores, estava cansada daquilo, não fora aquela vida que sonhara para ela, sentido sua cabeça pesar e seu corpo latejar se jogou no chão e chorou copiosamente, pensando em como acabar com aquilo.

Com o whisky na mão, sentado em sua poltrona preferida Sasuke pensava em que sua mulher havia dito, a amava de verdade, desde quando se conheceram há muitos anos atrás, mas ela era muito linda e desejável, sabia que outros homens a queriam também e não aceitaria perde-la, mas diferente do que ela pensava aquilo tudo era somente seu carinho e amor, sim, admitia ser obsessivo, sempre queria mais dela, tudo dela, mas somente para si, amava os fios sedosos, mas sequer conseguia suportar quando decidia corta-los, pensando que alguém além dele tocaria naqueles fios, aqueles olhos perolados, amava seu formato e seu brilho, mas não via sentido nessa beleza se não fossem voltados para si. O sorriso era o que sempre mais lhe agradara, doce, gentil, aquele gesto era o que menos suportava dividir, aquilo era dele, cada parte, cada gesto, tudo o pertencia.

Estranhando a demora da mulher resolver entrar no banheiro, a cena que viu o fez entrar em desespero, a bela mulher estava nua na banheira, os fios azulados estavam grudados em seu corpo pelo calor que fazia ali, a pele alva estava mais pálida que o normal, o único tom diferente era o vermelho vivo do sangue que escorria pelos pulsos e braços cortados, várias lâminas de barbear se encontravam espalhadas pelo chão.

Hinata o viu entrando, o viu em desespero, quis sorrir, aquilo era desesperador para ele? Para ela era um alívio, era sua salvação.

- O que você fez Hina? Porque quer me deixar? – ele se agarrou ao corpo semi vivo – Eu te amo tanto, tanto – disse por entre as lágrimas que escorriam pelo seu rosto – Não pode fazer isso comigo – soltou em um grito exasperado – Tudo o que eu fiz foi te amar e só te amar, não pode me deixar.

- Iss.. so não é amor – ela falou com o consciência já escurecendo – Isso é loucura – fechou os olhos, já querendo que tudo aquilo acabasse logo – Você é um monstro Sasuke.

Ao ouvir as últimas palavras da mulher seus olhos se avermelharam de ódio, como podia ser loucura seu amor? Jamais aceitaria aquilo, voltou ao quarto, procurou no fundo falso de sua gaveta e assim que encontrou sua arma, retornou ao banheiro.

- Você é minha, se quer morrer que seja pelas minhas mãos – ela viu a arma mirada em direção a sua cabeça e depois disso nada mais.

Ele a viu morta com os olhos abertos, aqueles lindos olhos perolados voltados somente para si, do jeito que tinha de ser. Ela era somente dele e se fosse para morrer que fosse olhando para ele, sorriu, depois voltou à arma para sua própria cabeça – Sem você aqui eu não preciso mais viver, até a nossa próxima vida juntos, minha doce Hinata.