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História Side by Side - IV -- Potter


Escrita por: unikols e DaianeSales

Notas do Autor


Olá ^^
Espero que gostem do capitulo !
Obrigado pelos favoritos <3
Boa leitura !!!

Capítulo 4 - IV -- Potter


 Malfoy deixou meu escritório bufando de raiva. Como se eu também não estivesse irritado. Se esse idiota tivesse me seguido eu teria capturado aquele Comensal. Pelo menos ele capturou o outro, não foi tão inútil.

– Harry, é sério, me deixe fazer um feitiço nisso, você ainda está sangrando. – Disse Hermione preocupada.

– Tudo bem… – Falei me sentando em minha cadeira.

Ela se aproximou murmurando um feitiço, e logo meu ferimento estava cicatrizado.

– Mas então, cara, como foi lutar contra Comensais depois de tanto tempo? – Indagou Rony ansioso. – Aposto que aquele imbecil do Malfoy atrapalhou você.

– Rony. – Repreendeu Hermione.

Suspirei.

– Ele capturou um dos Comensais… – Contei desanimado.

– Sério?

– Sério.

– Viu, Rony, eu disse que eles só precisavam esquecer as diferenças da infância que poderão trabalhar juntos sem problemas.

– Não foi bem assim, Mione. – Falei e ela me olhou confusa. – Nós acabamos brigando novamente… Como nos velhos tempos, com direito a socos tapas e chutes.

– Mas… você bateu mais, não é, Harry? – perguntou Rony.

– Rony! – exclamou Hermione antes de me encarar com a expressão séria. – Harry, como pôde deixar isso acontecer? Vocês são adultos e estavam em serviço!

Passei as mãos no rosto.

– Eu estou tentando, o.k.? Não é fácil aturá-lo, ele é insuportável!

– Eu sabia que isso aconteceria. Ninguém consegue aguentá-lo, eu te entendo completamente, colega. – Disse Rony dando um tapinha no meu ombro.

– Não importa suas diferenças, vocês continuarão trabalhando juntos, foi uma ordem do Ministro e…

– Eu sei, Hermione! – Cortei-a impaciente. – Eu ainda não sei o que Kingsley tem na cabeça, mas eu vou continuar tentando, afinal, não tenho outra alternativa.

– Experimente tomar poção de paciência, cara. Talvez ajude. – Recomendou Rony me olhando com pena.

– É, talvez seja uma boa ideia. – Me levantei. – Bem, vou indo para casa. Não estou com ânimo para trabalhar e tenho que ter uma boa noite de sono se eu realmente quiser aturar o Malfoy amanhã.

Me despedi dos dois e sai do Ministério. Esse é o primeiro dia do Malfoy como meu assistente e já me sinto exausto. Ótimo já posso até imaginar como será daqui para frente.

Os próximos dias se passaram um pouco mais suportáveis.
Graças a poção de paciência tenho conseguido ignorar o Malfoy algumas vezes, falando com ele somente o necessário para o trabalho. É claro que, apesar da poção, não posso evitar que algumas discussões ocorram, até por que é com Draco Malfoy que estou lidando.
Somente na primeira semana fomos chamados duas vezes na sala do Ministro, por termos discutido em serviço, e mesmo assim ele continua a insistir que temos que trabalhar juntos.
Temos saído em missões quase todos os dias a procura daquele Comensal que havia conseguido escapar, mas não estávamos obtendo sucesso, afinal tínhamos poucas pistas.
E graças a Merlin eu estava sobre os efeitos da poção de paciência, pois depois de seguir pistas falsas, ainda estava tendo que aturar o Malfoy insuportavelmente no meu ouvido reclamando que se eu não o tivesse deixado fugir no início, nada disso seria necessário.
Argh! Eu odeio Malfoy!

Mas, como era esperado, nem mesmo a poção de paciência é capaz de realizar milagres. Exatamente duas semanas após Malfoy começar a trabalhar como meu assistente, nós estávamos passando pelo Beco Diagonal, quando nos deparamos com um bruxo vendendo objetos trouxas enfeitiçados e poções duvidosas. Imediatamente eu soube que havia algo errado, afinal a poção que ele vendia dizendo ser Felix Felicis era amarelo-canário e não dourada como deveria ser.
Enquanto eu prendia o homem, fiz o possível para ignorar Malfoy, que insistia em reclamar que em vez de prendermos bruxos moribundos que vendem porcarias que ninguém compra, deveríamos estar atrás de criminosos de verdade.

– …isso é o que dá trabalhar para um auror que só se tornou auror por ter uma cicatriz ridícula na testa… – Comentou em meio a sua reclamação e foi o suficiente para me fazer perder a cabeça.

– Cale essa maldita boca, Malfoy! Você não sabe de nada! – Mandei me virando para ele assim que amarrei o bruxo.

– Por um acaso estou enganado, Potter? – Perguntou erguendo uma sobrancelha. – Todos sabem que você só se tornou auror por ser O-Menino-Que-Sobreviveu-Duas-Vezes!

– Eu mandei calar a boca! A forma como me tornei auror não lhe diz respeito. Você é meu assistente e nem para isso está servindo! Se está desgostoso trabalhando para mim, o problema não é meu. Vá reclamar com o Ministro, quem sabe assim ele não me livra de você?!

– Argh! Eu não aguento mais isso! Kingsley poderia ter me colocado para trabalhar com qualquer um! Até o Weasley seria melhor que você!

– Ora, me sinto honrado, Malfoy. Mas infelizmente para você, estou muito feliz com Oliver trabalhando comigo. – Disse Rony aparecendo ao lado de Malfoy com seu assistente Oliver Bings. Draco revirou os olhos bufando. – Ei, Harry, eu estava passando aqui perto e ouvi vocês discutirem. Estão chamando um pouco a atenção… Você não estava tomando a poção de paciência?

– Eu estou, mas nem ela faz milagres. – Falei emburrado. – Bem, eu acabei de prender esse bruxo, ele não quer me revelar seu nome e está vendendo poções duvidosas e objetos trouxas enfeitiçados que podem nos trazer problemas se forem parar nas mãos de algum trouxa. – Contei. – Mas, meu queridíssimo assistente parece querer deixá-lo livre, afinal ele não parece perigoso, que mal poderia ocorrer se um objeto desse fosse parar nas mãos de algum trouxa, não é? Ou se alguém tomasse uma dessas poç…

– Tá! Ok! Eu já entendi Potter! – Exclamou Malfoy.

– Certo… Quer que eu o leve para o Ministério? Assim você e seu “queridíssimo” assistente podem continuar seu caminho. Estavam indo atrás de outra pista sobre aquele Comensal, certo?

– Sim. E realmente é melhor que você leve esse bruxo, Rony. Temos que ir logo atrás dessa pista. Se deixarmos esse Comensal fugir novamente, será difícil encontrarmos mais pistas.

– Tudo bem. – Rony segurou o braço do bruxo e indicou para seu assistente apanhar os objetos vendidos. – Até mais tarde, Harry. – Ele acenou com a cabeça para Draco e então desaparataram.

Olhei para o loiro por mais um segundo, antes de me virar e começar a andar.

Afirmaram que o Comensal fora visto em uma loja abandonada na Travessa do Tranco. O lugar quase não era mais habitado, após a guerra muitos bruxos dali fugiram, enquanto outros foram presos por venderem objetos amaldiçoados a Comensais.

Malfoy e eu andamos olhando em volta, tentando inutilmente passar despercebidos. Alguns bruxos cuja a loja permanecia aberta, assim que nos via mudava a plaquinha de “aberto” para “fechado” rapidamente. Outros fechavam suas janelas. Alguns poucos que caminhavam pelas ruas, se afastavam com pressa ou aparatavam.
Ignorando a todos, paramos em frente a uma loja velha e claramente desocupada. Erguemos nossas varinhas em alerta e entramos o mais silenciosamente possível.

– Será que ele está mesmo aqui? – Indagou Draco, enquanto dávamos a volta no balcão empoeirado.

– Já saberemos. Homenum Revelio! – Ordenei.

Imediatamente o feitiço indicou que havia alguém atrás de nós.
Nos viramos no mesmo instante.

Estupefaça! – ordenamos em uníssono. O homem se defendeu com um aceno de varinha, ricocheteando o feitiço sobre uma parede, na qual um buraco se abriu assim que foi atingida.

– Parado! – Ordenei apontando minha varinha para ele. – Você está preso!

– Você vai me prender, vai, Potter? – Caçoou o homem.

Expelliarmus! – Ordenou Draco, arrancando a varinha do homem e a apanhando assim que a mesma voou em sua direção.

– Muito bem, Malfoy. Agora vou amarrá-lo, vai verificando o resto da loja. – Ordenei me aproximando do prisioneiro.

– Ora se não é o traidor Malfoy… Tão covarde que agora virou capacho de Harry Potter. – caçoou o Comensal.

– Não sou covarde nem capacho de ninguém! – disse Malfoy.

– Malfoy, não discuta com o prisioneiro. Só vá verificar. – Mandei.

– Ah não? – Continuou o Comensal. – Obedecendo Harry Potter dessa forma… Para mim é um capacho.

– Você não sabe de nada. Cale-se! – Exclamou Malfoy e o homem se calou.

– Malfoy, por que ainda está discutindo com o prisioneiro? Qual é a dificuldade em cumprir uma ordem e ir verificar o resto da loja para que possamos ir embora de uma vez?! – Questionei irritado com sua enrolação.

– Quem você pensa que é para me “ordenar” alguma coisa, Potter?

– Sou o seu chefe! – Respondi aumentando o tom de voz. – Você só está atrapalhando discutindo com o prisioneiro! Então vá logo verificar a merda da loja!

– Estou atrapalhando, é? Ótimo, então verifique a loja e termine de prender esse sujeito sozinho! Para mim deu! Não aguento mais ter que te suportar! – Assim que ele terminou de falar, começou a caminhar em direção da porta.

– Como é? Eu sou seu chefe, idiota! Volte já aqui, temos que v…

Antes que eu terminasse de falar, houve uma explosão no andar acima da loja, o teto estourou me arremessando para trás. Bati com a cabeça fortemente no balcão, sentindo a varinha escapar da minha mão. Me sentei rapidamente procurando-a, e logo a avistei ao longe.
Houve outra explosão, e vi Malfoy lançando feitiços sobre os homens recém-chegados que se esforçavam para contra-atacar tentando se aproximar do prisioneiro, logo Malfoy lançou outro feitiço acertando um deles. O ferido gritou segurando o braço ensanguentado.
Aproveitei essa distração deles para correr até minha varinha, porém quando a apanhei era tarde demais, os dois homens alcançaram o prisioneiro e aparataram por pouco não atingidos por outro feitiço de Malfoy, que estourou as prateleiras empoeiradas.
Olhei para o loiro sentindo meu sangue ferver.

– Olha só a merda que você fez! – Gritei.

– A merda que eu fiz?! Era você quem o estava amarrando, a culpa é sua! – Berrou ele de volta.

– Se tivesse me obedecido e verificado a loja, nada disso teria acontecido!

– E como você supões que eu enfrentaria aqueles dois sozinho? Eles eram Comensais, seu imbecil, iriam me matar!

– Então tudo se trata de covardia?!

Ele me olhou fixamente e pude ver o ódio em seus olhos.

– Da próxima vez se vire sozinho! Eu me demito, e não importa o que Kingsley fale! Não sou obrigado a aguentar você! – Gritou ele e então aparatou me deixando boquiaberto.

Fechei as mãos em punhos e aparatei para o átrio do Ministério da Magia. Assim que surgi no local, pude vê-lo mais à frente caminhando enraivecido.
Havíamos acabado de perder três Comensais por pura incompetência dele. Fervendo de raiva, andei rapidamente até alcançá-lo.

– Covarde! Você é um covarde, Draco Malfoy, somente por isso perdemos aqueles Comensais! – Berrei ignorando as pessoas a nossa volta. Ele parou de andar e se voltou para mim.

– Eu sou um covarde é? Perdemos aqueles Comensais por minha culpa mesmo, ou será que não é por você ser um auror de merda?! – Rebateu friamente. – Você só se tornou auror pelo nome, afinal quem não deixaria “O grande Harry Potter” ter o cargo que quer, não é?! Agora está aqui, todo nervoso, descontando em mim sua incompetência!

– Minha incompetência? – Repeti indignado. – Se você tivesse me obedecido, como era seu dever, nada disso teria acontecido!

– Essa raivinha toda é somente para me culpar, ou você está se doendo por ter a realidade esfregada na sua cara, Potter? Não sei como continua sendo um auror, nem ao menos sabe prender direito um Comensal… Quantos prisioneiros já deixou fugir desde que se tornou auror, Potter?

– Nenhum! Eu nunca tinha deixada nenhum prisioneiro escapar, até você se tornar meu assistente! – Brandeei apontando o dedo na cara dele. As pessoas se aglomeravam a nossa volta, mas eu mal podia ver. Estava cego de ódio. – Você não sabe cumprir suas obrigações! Não me obedece e não me respeita como seu chefe! Quer ir contra as ordens do Ministro? Vá! Quer pedir demissão? Peça! Será um favor que estará me fazendo!

– Eu vou! Pode ter certeza que vou! Não aguentarei nem mais um segundo trabalhando para você, seu auror de merda!

– Harry? – chamou Rony passando pelo amontoado de pessoas e vindo até mim. – Cara, vocês tem que parar…

Eu sentia tanta raiva, que mal consegui ouvi-lo.

– “Auror de merda” que não moverá um dedo para te ajudar quando o Ministro for tomar suas medidas drásticas, pois caso não se lembre ele avisou que o faria caso não o obedecêssemos! – Falei, e por um segundo, apenas por um segundo pude vê-lo perder sua postura parecendo preocupado, mas logo ele se recompôs. – QUEM SABE ELE NÃO TE MANDE PARA AZKABAN PARA JUNTO DO SEU QUERIDÍSSIMO PAI?

Foi então que ele realmente perdeu sua compostura e avançou para cima de mim me acertando um soco na boca. Cego de ódio, mal senti a dor e já rebati socando seu olho. A multidão a nossa volta falava alto, pedindo calma, chamando ajuda e alguns até mesmo incentivando a briga a continuar, e provavelmente teríamos continuado.

– Harry, céus, pare! – Disse uma voz que reconheci ser a de Hermione, mas eu não me dei ao luxo de olhar, por que estava ocupado me concentrando em acertar Malfoy diversas vezes, e ele parecia pensar o mesmo. – Parem! Malfoy, pare! Por favor… parem! Por Merlin… – Ela e Rony tentavam nos separar, sem sucesso. – Argh, já chega! Protego!

Um escudo invisível surgiu entre Malfoy e eu: a violência entre nossos golpes era tal, que assim que o escudo surgiu fomos jogados de costas no chão.
Antes mesmo que nos sentássemos, Hermione nos olhou furiosa.

– Venham comigo. Agora! – Ordenou, e eu não era nem louco de contestar.

Me levantei fuzilando o loiro com os olhos. Pude ver que seu olho se encontrava roxo e um filete de sangue escorria de seus lábios. Senti dores por meu rosto, o que indica que não estou muito diferente dele.
Ignoramos a grande quantidade de pessoas à nossa volta e seguimos Rony e Hermione até o escritório dela. Assim que entramos ela se virou para nós parecendo furiosa.

– O que diabos vocês têm na cabeça?! Brigar assim no meio do átrio no Ministério da Magia, onde todos podem ver? Tem ideia de que é possível que isso apareça no Profeta Diário amanhã?! Que decepção!

– Eu não sou obrigado a aguentar esse insuportável por mais nenhum minuto! – Falei apontando para Draco. – Ele é um inútil! Não me obedece e por causa dele deixamos três Comensais fugitivos, sendo que um deles já havíamos apanhado, escaparem!

– Por minha causa?! Minha causa?! Tudo isso aconteceu por sua incompetência, auror de merda! – Guinchou Malfoy. – Fico surpreso que tenha conseguido derrotar Voldemort sendo um imprestável como é!

– Ora seu…! – Comecei avançando.

– Harry, chega! – Berrou Hermione. Pelo canto do olho vi Rony e Oliver recuarem um pouco, assustados com a explosão da mulher. – Os dois são uns irresponsáveis! Como podem, depois de tantos anos, continuarem brigando assim, como duas crianças?!

– Posso não ser o melhor, mas não sou um covarde como você, que sempre foge quando há algum perigo! – Retruquei. – Não sou o melhor auror do Ministério, longe disso, mas nunca deixei um prisioneiro já capturado escapar! Você só atrapalhou meu trabalho!

– Tão irresponsáveis, inconsequentes e… – Hermione continuou falando, sendo prontamente ignorada.

– Não seja por isso, vou me demitir! Não importa quais sejam as consequências, não trabalharei com você nunca mais, Potter!

– Draco, você pode ir parar em Azkaban por… – Disse Hermione, mas foi interrompida.

– Não importa! Só quero distância dele, quanto mais longe, melhor!

– Não se preocupe, você não fará falta. – falei. – E a essa altura, o Ministério já deve ter deixado até uma cela preparada, com seu nome, bem ao lado da do seu pai!

Percebi que peguei pesado, mas antes que pudesse começar a me arrepender ele sacou sua varinha e a apontou para mim… Por reflexo fiz o mesmo, apontando a minha varinha para ele.

– Parem! – Gritou Hermione. – Parem vocês já foram irresponsáveis o suficiente por um dia! A essa altura o Ministro já deve estar sabendo o que houve e… – Antes que ela terminasse de falar um aviãozinho de papel entrou voando saindo de sua lareira. Ela o apanhou e leu por alguns instantes. – Viu! Eu avisei! Ele quer vocês dois na sala dele imediatamente. Percebem que estão encr…

– Cale a boca! – Malfoy e eu gritamos em uníssono olhando para a garota, que arregalou os olhos indignada.

O loiro me encarou por alguns segundos como se estivesse decidindo se faria aquilo ou não, então abaixou a varinha e saiu da sala batendo a porta.
Houve um breve silêncio no cômodo.

– Harry, você sabe que está encrencado, não deviam ter brigado no átrio e…

Sai da sala furioso, também batendo a porta. Não estava com humor para ouvir sermões nem dela nem do Kingsley. Para mim já deu de estresse por um dia.
Entrei numa das lareiras do átrio, ignorando tudo à minha volta e fui para casa. Assim que cheguei, tomei um banho, uma poção para curar meus hematomas e uma para dormir, logo me joguei na cama, evitando a todo custo pensar no que havia ocorrido.

 

O dia amanheceu normal.
Me aprontei e comi uma fruta, fui para o Ministério, me esquecendo completamente dos meus problemas de ontem.
Assim que cheguei, recebi um recado me chamando na sala do Ministro, o que me fez recordar o que houve. Suspirei cansado só de imaginar o sermão.

Bom, mas, pelo menos, agora me livrarei do Malfoy de uma vez por todas. Só de pensar nisso já me sinto mais animado.
Enquanto eu caminhava para a sala do Ministro, percebi que as pessoas me olhavam de maneira estranha. Como se soubessem algo que desconheço.

Bati à porta e logo entrei. Malfoy já se encontrava em pé em frente a escrivaninha. Ao lado da porta haviam dois aurores com expressões severas.
Os cumprimentei com a cabeça e caminhei até estar ao lado do loiro.
Kingsley nos olhou com seriedade.

– Sabe, o que ordenei a vocês era algo simples, deveriam somente trabalhar juntos, e aprender, quem sabe, uma forma de, pelo menos se respeitarem através disso. – Começou. – Eu avisei que o Ministério já estava cansado de encobrir suas brigas. Para tudo tem um limite, e presumo que saibam que ultrapassaram todos no fim da tarde de ontem. E o resultado… – Ele puxou o jornal que estava na gaveta de sua escrivaninha e o jogou a nossa frente. Arregalei os olhos. – É isso.

Pude ler a manchete da primeira página.

 

Briga no Ministério

O Menino Que Sobreviveu e Ex-Comensal da Morte

 

Não li o resto da manchete, e me foquei na foto: Malfoy e eu brigávamos e Hermione e Rony tentavam nos separar.

– E-eu… Sinto muito Ministro… Eu estava com tanta raiva que me esqueci do local em que me encontrava. – Falei envergonhado.

– Podemos perceber isso, Sr. Potter. Devo dizer que estou decepcionado. Minha ideia era exatamente para evitar algo assim. Vocês só tinham que trabalhar juntos e…

– Mas eu avisei! – Falei começando a ficar irritado. – Avisei que daria em mais brigas, não nos suportamos. Ele não me obedece e…

– Você é um auror de merda, não sou obrigado a te obedecer, Potter. – Retrucou Draco.

– Sr. Malfoy, sem ofensas na minha sala, por favor. Já não basta o vexame que passaram ontem? – Repreendeu Kingsley. – E Sr. Potter, sei bem que o Sr. Malfoy tem ajudado nas investigações. O que atrapalha não é a incompetência de nenhum dos dois e sim suas desavenças. Não conseguirão trabalhar em equipe enquanto continuarem assim. Eu realmente não queria tomar medidas drásticas, mas não me deram alternativas.

– E o que o senhor vai fazer? – perguntou Malfoy.

– Creio que os senhores descobrirão em breve, Sr. Malfoy. – respondeu Kingsley, então olhou para os dois aurores a nossas costas, e ambos assentiram fazendo um movimento simples com duas varinhas e murmurando palavras que não pudemos ouvir.

Por um segundo pensei que iriam nos enfeitiçar, ou conjurar algo, então realmente estranhei quando vi que miravam a porta da sala do ministro.
Franzi o cenho e vi Malfoy fazer o mesmo por alguns instantes, antes de recuperar sua expressão fria e voltar a olhar para Kingsley.

– Não importa qual será a consequência. Não posso mais trabalhar com ele. Eu me demito, e não quero discussões, essa é minha decisão final.

Não contive o sorriso enorme que apareceu no meu rosto.

– Tudo bem. Eu entendo perfeitamente, Sr. Malfoy. – Disse Kingsley naturalmente voltando a se sentar em sua cadeira. – Receberá seu pagamento pela metade, já que só trabalhou com o Sr. Potter por apenas duas semanas. Esperaremos uma coruja com sua carta de demissão.

Malfoy e eu o encaramos boquiabertos. Como assim ele aceitou tudo tão facilmente?

– C-certo. Enviarei minha carta o mais rápido que eu puder. – Respondeu Malfoy rapidamente.

Pude perceber que ele estava tão chocado quanto eu. Como assim Kingsley aceitou tão facilmente? Não haverão reclamações ou ameaças?

– Bem, então podem voltar a seus afazeres. – Disse Kingsley. Nos viramos para sair, mas antes que passássemos pela porta ele nos olhou sorrindo. – Tenho certeza que em menos de dez dias voltarão a mim pedindo para trabalharem juntos novamente. Ah, e boa sorte. Vão precisar.

Franzi o cenho olhando para Malfoy, que também parecia confuso, mas então me lembrei da raiva imensa que estou sentindo dele e desviei o olhar. Abri a porta, e assim que demos um passo para fora da sala, algo forte me atingiu. Parecia que uma carga elétrica havia passado por meu corpo, e fui atirado no chão. O mais estranho é que pude ouvir o som de Malfoy caindo também, ao meu lado.

Me senti tonto. Várias sensações estranhas percorreram meu corpo e então, tão rápido quanto surgiu, tudo passou. Me levantei lentamente, vendo Malfoy fazer o mesmo praguejando.

Outra coisa estranha foi o momento em que olhei para ele. Eu ainda o odiava, mas eu senti como se… pudesse sentir o calor emanando de sua pele… como se pudesse entendê-lo, ou sentir a confusão que ele sentia…

Sacudi a cabeça. Devo tê-la batido com força para pensar tais absurdos. Olhei para os olhos cinzas mais uma vez, então me virei e fui para minha sala.
Agora estou livre dele…


Notas Finais


Espero que tenham gostado ^^
Agora é com a Monique
Até a próxima <3


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