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História Silenciosa Noite Veraneia - Semana de Desejo


Escrita por: AkazawaSG

Capítulo 2 - Semana de Desejo


Naruto girou o registro do chuveiro varias vezes para que o máximo de agua gelada invadisse e lavasse o calor para fora de seu corpo. Olhou para o alto, afogando-se no frio e esfregando os ralos cabelos loiros com suas mãos tremulas. Suspirou, tentando por algum sentido em seus pensamentos e controlar seus instintos primitivos.

Já poderia considerar isto que estava fazendo parte de rotina naquela semana turbulenta e confusa. Um momento sagrado imposto por seu corpo, cujo chamado não conseguia ignorar. Um vício diário que simplesmente não tinha forças para ir contra.

Não sabia onde isso iria parar, ou como, só sabia que a primeira vez foi um acidente:

Começou um dia depois do inusitado encontro com Hinata... Era de manhãzinha, ainda bem cedo, e seus companheiros de dormitório Kiba, Sasuke e Gaara conversavam para passar o tempo. O assunto inocentemente começou pelo exigente treinador velhote do acampamento que era um carrasco com os alunos, mas acabou progredindo para as revistas eróticas que alguém viu cair da pasta de documentos dele um outro dia e, depois, para os boatos do ano passado sobre um dos inspetores o flagrar de “calças arriadas” junto da enfermeira 30 anos mais nova.

Logo a conversa rumou inesperadamente para as piadas que faziam sobre como um velhote daquele conseguiria ter gás para comer uma novinha e, posteriormente, o assunto principal em questão passou a ser as experiências que eles próprios já tiveram.

 

Naruto geralmente não participava dessas conversas por ser um dos únicos virgens do grupo. Apesar de estar com a Shion a algum tempo e de já ter tido outras ficantes igualmente fogosas antes, o que contava para os amigos era o “fudeu ou não fudeu”, e como a resposta era não, eles nem queriam ouvi-lo e, ate mesmo, faziam piadas maldosas sobre isso, fazendo-o parecer um “incapaz” naquela área.

O loiro odiava essas brincadeiras. Ele tinha pegada, era bom de conversa, sabia satisfazer qualquer uma, apenas nunca tivera a chance de ir além. Pelo menos, não ate se encontrar com Hinata.

Sim, agora ele finalmente teria algo para compartilhar e tudo que mais queria era calar a boca daqueles três, falar da foda incrível daquela noite e narrar cada detalhe. Exaltar o quão bom foi o seu desempenho a ponto de deixar sua companheira em êxtase e listar porque era melhor que eles.

Entretanto, a promessa que fez a morena sobre não contar nada, lhe veio em mente e, como ela estava verdadeiramente preocupada quanto a isso, o loiro não foi capaz de romper com sua palavra.

Naruto sabia que não poderia confiar esse segredo nem a seus amigos mais íntimos. Afinal, um amigo de confiança sempre tem um outro amigo de confiança, e esse tem mais um e o outro tem outro e assim por diante...  Mesmo que não fosse por mal, tinha certeza de que, se revelasse que as circunstancias da sua primeira transa, a história acabaria se espalhando como fogo na gasolina.

Sendo assim, naquela ocasião, simplesmente acabou se calando perante as brincadeiras dos amigos e, como sempre fazia, mostrou-se desinteressado e fingiu um sono pesado – embora ainda os ouvisse à suas histórias.

 

Kiba sempre foi o mais espalhafatoso, um grande bocudo convencido que sempre era zoado por suas verdadeiras “histórias de pescador” em uma versão mais picante. Todos duvidavam que o amigo tivesse feito um quinto do que contara, mas, como o rapaz era um ótimo contador, cada detalhe, por mais exagerado que fosse, era bem agradável de se ouvir.

O sinal que anunciava o inicio do café da manhã e das atividades no acampamento tocou repentinamente e todos saíram ainda falando animadamente e rindo do exagerado amigo, mas Naruto teve medo se passar algum vexame inesperado e decidiu tomar um banho para aliviar-se antes de começar seu dia.

E, foi ali, o começo de tudo... O acidente de perder o controle de sua imaginação fértil que gerou seu vicio constante de todas as manhãs...

Enquanto a agua gelada caia contra suas costas, permitiu que a lembrança da linda morena, Hinata Hyuuga, inundasse sua mente. Visualizou-a quando a flagrou vestindo o pijama naquela noite, com a modelagem de seu quadril e o movimento de seus vastos seios enquanto respirava, a forma como o tecido leve deslizava por sua pele e se encaixava perfeitamente em suas curvas.

Sorriu safado ao sentir a leve tensão entre as pernas e voltou a se concentrar, pensando nela como estava naquela noite, quando as luzes se acenderam, quando a viu por baixo de si, totalmente entregue... Satisfeita com a forma única que seus corpos se conectavam...

Naruto se viu completamente excitado agora, seu corpo clamava de desejo e saudade da Hyuuga e seu membro exigia a atenção de tê-la em si.

O loiro suspirou e deslizou a mão, tocando-se para constatar o quão duro já estava. O pau latejando pronto para a foda, porem, sem ter a musa de suas fantasias ao alcance, tudo que restava para sacia-lo eram suas lembranças, seus pensamentos e suas próprias mãos.

Movimentou com tesão, em um vai-e-vem lento e estimulante, lembrando-se dos gemidos manhosos dela, seus toques suaves que lhe causavam arrepios, o jeito como seus corpos de completavam e se encaixavam...

Jogou a cabeça para trás e imaginou os pingos d’aguas como os beijos de Hinata contra sua pele. Visualizou suas mãos como sendo os lábios dela e a fricção que fazia eram chupões bem colocados que tirava seu folego. Pensou como seria o olhar dela para ele enquanto fazia esse boquete incrível. Seus olhos sempre tão inocentes, sempre tão meigos, sempre tão excitantes...

Naruto não aguentaria apenas olha-la dessa maneira, não poderia tê-la pela metade... Queria fuder e ouvir seus gemidos novamente...  Queria declarações e suspiros agudos... Queria estar tão fundo nela que fosse incapaz de pensar em outro que não fosse ele... Que o nome “Naruto” não saísse da cabeça dela, assim como “Hinata” não saia da sua... Queria que o chamasse, que o gritasse, assim como ele próprio não conseguia mais se segurar.

... Hinata...

Ele aumentou o ritmo da sua mão direita e escorou a esquerda na parede, esticando as costas e gemeu sentindo um certo nível de satisfação. Era bom, mas incomparavelmente inferior a como foi naquela noite, infinitamente inferior a tudo que ele ainda queria ter.

... Hinata...

Sentiu o gozo explodir para fora e arfou alto, descansando as costas contra a parede com um fraco sorriso abobado desenhado em seu rosto. 

E tão logo que sua respiração foi se normalizando, a agua gelada fez seu efeito e seus pensamentos voltaram a ser racionais... Sentiu o arrependimento pelo que acabara de fazer...

Já era o nono dia seguido que Naruto se masturbava pensando em Hinata Hyuuga...

 

– Que merda... – Suspirou baixo e desligou o chuveiro, agarrando-se a toalha e começando a se vestir apressado.

 

Não existiam palavras para explicar o quão decepcionado se sentia, não exatamente pela punheta, mas pelo motivo que a tornava tão necessária...

Admitia que a época de ouro do começo da puberdade, era incrível “empunhar sua espada”, mas ele não praticava “esgrima” sozinho desde que começou a levar os relacionamentos a um nível sério, muito tempo atrás.

Quer dizer, havia uma ou outra escapadinha, mas... Do jeito que está agora? Todo dia, toda hora, nos momentos mais impróprios?!  Isso era inaceitável!

Como Hinata o tornara um punheteiro?

Naruto terminou de se arrumar e olhou para o relógio. Perdeu muito tempo no banho e o horário para o café da manhã estava quase acabando, ele precisava se organizar melhor se quisesse comer tranquilamente.

Chegou ao refeitório  e entrou na pequena fila que ainda restava, achou os amigos conversando em uma das mesas mais distantes e foi para lá após se servir.

Ao se sentar, pegou a conversa no meio, mas não fez questão alguma de se enturmar, estava com os olhos atentos ao seu redor e a cada pessoa presente no salão. Procurava aquela que despertava seus desejos secretos.

Naruto não via Hinata desde aquela noite.

Quer dizer, eles não tinham o mesmo circulo de amizades e os horários de suas atividades no acampamento não se conciliavam, então se encontrar para uma social e bater um papo era quase impossível de acontecer.

Mesmo assim, fala sério... Nem de longe? Em nenhum momento? Nestes longos 10 dias? Ou ela foi varrida da face da terra ou o está evitando de proposito...

Não que Naruto tivesse planos para com ela, mas estranhava esse sumiço, pois, antes de tudo, sempre a via embaixo de alguma arvore, ou em uma das salas de lazer, geralmente lendo um livro, jogando um game portátil ou mexendo em seu notebook. Agora era como se nem estivesse mais no acampamento e essa hipótese o fazia se sentir estranhamente desconfortável.

 

– Bom dia, meu amor. – Shion sentou-se ao seu lado.

 

Naruto estava tão concentrado comendo e pensando em “alguém” que nem viu a namorada se aproximando e quando percebeu que era ela falando daquele jeito tão meigo, se surpreendeu.

 

– Bom dia, minha loira.

 

Ele sorriu e se inclinou para ela, mirando um beijo em seus lábios. A garota, porem, astutamente se desviou, deixando que apenas o rosto fosse tocado.  O loiro observou a indiferença dela em resposta a seu cumprimento caloroso e bufou, voltando a se desanimar.

 

– É sério? Ainda assim?

– É pra bem mais. Você ainda não parece arrependido o suficiente!

– Ah, Shion...

– Nem começa, Naruto... Você sabe que merece. – Ela roubou a metade de uma maça da bandeja de café da manhã do namorado. Como a garota não se servira com a própria comida, Naruto logo deduziu que estava em outra daquelas dietas malucas que só servia para piorar seu mal humor.

 

Shion, com sua malícia e gênio ruim, era uma mestra na arte de fazer “cu doce” para manipular seus antigos namorados, mas Naruto, esperto, sempre soube se desvencilhar de seus truques feitos e tornar as coisas mais favoráveis e interessantes.

Nessa semana, entretanto, por não comparecer ao encontro daquela noite – e por tomar outras atitudes que a loira não fazia ideia e nunca deveria descobrir – acabou ficando sem qualquer moral para contradizer suas reclamações, o que a deixou em condições de domina-lo a rédeas curtas.

Shion havia ficado esperando naquele quarto, praticamente seminua, e fantasiando loucuras eróticas com o namorado, para, no final, pegar no sono e só perceber o bolo que tomou após acordar, já no dia seguinte.  Ninguém seria capaz de salvar o rapaz de sua fúria...

Eles tiveram uma discussão um pouco mais feia do que o habitual naquela manhã e ela iniciou esse tratamento de indiferença para castiga-lo. Naruto enfrentava uma bela greve de sua namorada que passara a negar, ate mesmo, a menor carícia, chamego ou atenção.

 

– Posso, pelo menos, saber quanto tempo isso ainda vai durar?

– Amorzinho, deixa eu pensar...

 

Shion parou por um momento e observou os amigos à mesa que fingiam não prestar a atenção na conversa. Completou a frase, enumerando e disfarçando o leve tom irônico em sua voz:

 

– Você se esqueceu do “nosso aniversario de namoro”, me deixou criar grandes expectativas e não me “deu” nenhum presentinho e nem me mandou nem uma mensagem de desculpas pelo seu “erro”. Então, sim, meu bem, esse castigo vai durar muito, muito tempo.

– Mas como eu ia mandar mensagem?! Não tem sinal de celular aqui no acampamento.

– Isso não vem ao caso. – Ela afirmou irritada.

 

Esse era um assunto um pouco intimo de mais para falar abertamente na presença dos amigos, mas o loiro ainda queria discutir e tentar minimizar esses danos colaterais, então, assim como ela, disfarçou suas palavras:

 

– E a gente só pode “comemorar nosso aniversario” no dia certo?! Qual é, amor... Se o problema é que você ficou sem “presente”, eu posso te fazer uma surpresa linda a qualquer hora.

– O problema não é ficar sem presente. É você ter se esquecido da “data” e me deixar esperando igual uma boba. – Ela o acusou. – Pensei que você se importasse comigo...

– Claro que me importo, mas você não me deixa demonstrar. – Naruto tentou pegar sua mão, mas a garota o rejeitou, cruzando os braços.

– Você tem que aprender a valorizar meus desejos e minhas necessidades... – Shion disse secamente.

 

Naruto bufou, percebendo que era perda de tempo tentar contornar esse assunto, Shion estava furiosa e assim ficaria ate o fim dos tempos.

Claro, nada nesse mundo tiraria a razão dela, o loiro sabia que agiu, e ainda agia, como um canalha para a namorada. Não só por ter transado com outra, mas também pelas punhetas sagradas de cada dia que também poderiam ser consideradas como um certo tipo de “traição”.

Mas, convenhamos... Com Hinata desaparecida ou o evitando intencionalmente; Shion em greve e negando qualquer sinal de afeto; e Naruto praticamente impossibilitado por sua promessa  de conversar com qualquer amigo para, se quer, “pedir conselhos”...

O que mais poderia fazer para compensar toda essa merda?

Essa porra tinha mesmo alguma solução plausível?

O que era certo em uma situação dessas?

 

– Já terminaram? Posso levar os pratos?

 

A voz suave e gaguejada do ajudante de cozinha interrompeu os pensamentos de Naruto que, assim que percebeu de quem se tratava, vestiu seu brilhante sorriso cínico e convencido para encarar Toneri Otsutsuki.

Toneri era um típico nerd, líder de um grupo acadêmico do colégio que participava de diversos tipos de concursos intelectuais. Por ter paizinho rico e por bancar grandes festas em sua casa – mansão – ele ate tem um certo nível de popularidade, porem, é um babaca, chato e escroto que acha que pode comprar Deus e o mundo com seu cartão de credito e a grande maioria de seus “amigos” o odiava e falava mal pelas costas.

Agora, fora de seu habitat natural e longe do papai para acoberta-lo, o rapaz se encontrava de avental e rede no cabelo, enquanto equilibrava uma pilha de pratos e bandejas com dificuldade em um dos braços e recolhia outros que estavam dispersos pela mesa.

 

– Ei, garçom. – Sasuke chamou quando o rapaz já estava de saída e as pessoas do grupo à mesa trocaram olhares, risadas e cochichos, já sabendo do que se tratava. – Que tal uma cervejinha por conta da casa?!

– Não são permitidas bebidas alcoólicas no acampamento. – Toneri se voltava para o Uchiha de forma tranquila e serena.

– Nem tequila? Vodca? – Kiba provocou também, segurando o riso.

– Não. – Respondeu.

– Que serviço péssimo, não é mesmo?!  – Shion gargalhou em escarnio.

– Sim, horrível... – O rapaz respirou fundo, exercendo o afiado autocontrole, e se retirou.

 

Antes mesmo dele estar longe o bastante para ouvir, o pessoal já começava a comentar sobre as fofocas e boatos que rondavam a punição que fez Toneri acabar como ajudante da cozinha.

A história básica era simples: a 10 dias atrás, um inspetor pegou o Otsutsuki violando o toque de recolher e em sua mochila foram encontrados latas de cerveja, uma garrafa vodca, dezenas de camisinhas e viagra... 

O que se espalhou entre os jovens e o que a Direção do acampamento entendeu como verídico foi que Toneri fugiu para uma cidade vizinha próxima dali para comprar bebida e passar a noite em um puteiro...

 

Porem, por mais engraçado que essa versão fosse, Naruto era incapaz de acreditar. Afinal, sabia perfeitamente que, naquela noite especifica, uma linda morena esperava pelo Otsutsuki no quarto... Então, provavelmente, a história que rondava os corredores fora uma invenção do próprio rapaz para proteger o nome da namorada quando seus planos fracassaram.

Era estranho imaginar aquele babaca fazendo algo tão “nobre”, mas não havia outra explicação. Toneri chegou a extremo para Hinata...

 

O loiro observou o Otsutsuki passar novamente por eles com outra leva de bandeja e prato e... Não pode identificar se foi Kiba ou Sasuke, mas alguém dali esticou a perna em seu caminho para derruba-lo.

Foi uma brincadeira ultrapassada e infantil, com a única intensão de humilhar o riquinho mimado e, como se não houvesse ética ou maturidade entre os jovens, todos ali – absolutamente todos – começaram a rir da cena de vê-lo estatelado no chão com a cara e a roupa cagadas pelos os restos de comidas, doces e salgadas, que foram deixadas para trás nos pratos agora desmantelados no chão.

Os mais próximos batiam palmas, urravam e batiam as mãos contra as mesas para criar o ambiente barulhento insuportável. Toneri, visivelmente alterado agora, afundou a mão em um prato com meio pudim esparramado e lançou contra o primeiro rosto risonho que viu... Shion acabou pintada de chocolate...

E antes que qualquer inspetor chegasse para ver o que estava acontecendo, uma inevitável guerra de comida se iniciou.



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