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História Silenciosa Noite Veraneia - Ponto a Seu Favor


Escrita por: AkazawaSG

Capítulo 4 - Ponto a Seu Favor


O pincel deslizava pela superfície de madeira, espalhando a tinta de forma caprichosa, enquanto seus dedos finos seguravam as extremidades do objeto com cuidado e delicadeza em vista de não se sujar ou estragar o lindo acabamento que fazia.

Sua concentração era a evidente responsável por um trabalho magnifico e a garota se sentia orgulhosa por sua habilidade manual recém-adquirida.

 

– E ai? Você viu ele hoje? – As garotas sentadas na mesa da frente conversavam aos sussurros.

– Vi, sim. Ele estava tão fofinho com o rosto cheio de grasse! E aquele sorriso?! Nem parecia que estava levando um sermão do inspetor.

– Ah, ele é tão fofo.

– E bonito...

 

A garota observou a conversa das duas por apenas mais um segundo, então perdeu o interesse e voltou a pintura sem se importar com qualquer assunto referente ao “crush” daquelas meninas.

 

– Pena que tem aquela namorada.

– Ih, mas por quanto tempo?! Você soube das brigas deles, não é?

– Ah, mas é sempre assim, amiga. Eles gritam, discutem, param de se falar... E no dia seguinte estão lá se agarrando de novo.

– Mas ouvi dizer que é diferente dessa vez. Eles estão demonstrando todos os “sinais”.

– Sinais de término? – A garota riu baixo. – Ah, tomara mesmo. Aquela lá não merece o nosso Naruto.

 

Aquele nome soou nos ouvidos de Hinata, pegando-a de surpresa. Sua concentração foi quebrada e a caixa de madeira em que trabalhava escapou por entre seus dedos, indo direto ao chão sujo e cheio de retalhos e farpas.

A morena suspirou controlando a raiva do descuido e ignorou as garotas que continuavam falando a sua frente, abaixando-se para pegar seu artesanato e avaliar os estragos da queda, mas era tarde, a pintura ainda recente estava completamente prejudicada.

 

– Você está péssima hoje. – A garota loira, sentada ao seu lado, lhe falou.

 

Estavam a aula de artesanato que o acampamento oferecia, criando juntas um pequeno projeto de casas e bebedouros para passarinhos. E professora estava fazendo sua própria peça para mostruário e as alunas fariam aquelas que seriam espalhados pelas arvores ao redor dos dormitórios. Haviam poucas participantes nessa ocasião especifica por causa das punições referentes a guerra de comida daquela manhã. Mas, no fim, essa falta de pessoas tornava o ambiente mais calmo e propicio para aquele tipo de atividade e para cochichos sobre a vida alheia.

 

– Eu só me distrai um pouco, Ino. – Hinata respondeu, tentando tirar fiapos e grãos de sujeira que grudaram na tinta fresca.

– É, eu também as ouvi... – Ino deu um risinho para a morena e se ergueu de sua mesa, inclinando-se para frente, onde as outras garotas estavam. – Meninas, se vocês querem gorar o namoro dos outros, deveriam fazer isso discretamente. Essa fofoca toda está atrapalhando a gente.

 

Apesar de ser tachada como a maior de todas as fofoqueiras, Ino era a editora chefe do jornal escolar, aquela que escolhia as matérias que seriam noticiadas e que debatia diretamente com a Diretora do colégio para que os direitos dos alunos fossem cumpridos. Então ninguém queria comprar briga com ela, pois sabia o quão vingativa poderia ser tornar e o quanto suas palavras tinham credibilidade, caso quisesse inventar histórias prejudiciais.

As duas alunas olharam para trás, encarando a garota loira que sorria simpática e, depois de meio segundo estáticas por se darem conta de que eram ouvidas, saíram de perto, sentando-se em outros lugares vagos na ampla sala, enquanto Ino acenava com um “tchauzinho” inocente com uma das mãos.

 

– Viu, problema resolvido. – Ela sussurrou para a morena.

– Parece que sim. – Hinata respondeu desanimada, começando a limpar a tinta de sua caixa de madeira.

– Que bicho te mordeu hoje pra você ficar assim? – A loira perguntou.

– Assim como?

– Hinata, você tá muito séria e quieta. Parece que isso é mais um enterro do que qualquer outra coisa.

– Não é nada. Só estou com preguiça de ter que repintar tudo isso de novo.

– Como se eu não te conhecesse, né... – Ino revirou os olhos. – Para de fogo e me conta logo o que aconteceu pra você estar assim mal-humorada.

– Nada aconteceu e eu não estou mal-humorada.

 

As duas se encararam com um olhar desafiador e, por um instante, o silencio entre elas foi absoluto.

 

– Foi o Toneri. Ele fez alguma merda, não fez?!

– Ino, por favor.

– Eu sabia! Seu príncipe perfeito não é perfeito!

– Ino!

– Silencio, meninas. – A professora chamou a atenção delas e as duas se acanharam.

– Então... O que ele fez? – Ino sussurrou para a morena.

– Nada. – Hinata sussurrou de volta, mas pensou bem e concluiu. – A não ser começar uma guerra de comida no refeitório e dobrar sua punição...

– E você tá assim por isso?

– Não, eu não... – A morena se calou, bufou de nervosismo. – Eu não vou te contar. Você vai rir de mim.

– Hinata, assim você me ofende. Somos amigas a anos, eu nunca brincaria com nada que te aborrecesse. Pode confiar.

– Ok... – A garota tomou coragem para falar sinceramente com sua amiga. – Toneri começou uma guerra de comida e todos que participaram foram punidos.

– É, eu sei... Notícia velha.

– O que você não sabe é que “ele” também estava lá e foi punido como ajudante na horta, junto comigo.

– Ele quem? Toneri?

– Não, aquele “ele”... O nosso “ele”.

– Ah, esse “ele”. – Ino pensou por um segundo, entendendo.  – Então espera... Tá dizendo que você vai trabalhar com “ele”?!

– Isso.

– Então passou esses últimos dias todos fugindo daquele garoto, se escondendo e evitando todo e qualquer contato... – Ino deu um risinho divertido. – Para, no final, acabarem assim, juntos?!

– É... Por duas semanas...

– Por duas semanas?! E tudo isso começou pelo Toneri tacando comida nas pessoas?!

– É... – Respondeu simples.

 

Hinata viu a expressão de Ino e, conhecendo-a muito bem, sabia que estava se esforçado para segurar o riso, tentando a todo custo cumprir o que falara sobre não rir daquilo que “aborrecia” a morena, porem, não houve como evitar e a risada da loira saiu alta e compulsiva.

 

– Ino, para! – Hinata a cutucou, percebendo as pessoas em volta se dando conta da gargalhada da amiga que a morena tentava silenciar.

– Ok, parei. – Ino respirou fundo, parecendo serena e tranquila, mas ao olhar para a expressão da amiga ao lado concluiu. – Não consigo. – E voltou a rir descontroladamente.

– Ino...

– Qual é a graça, meninas?! – A professora falou alto, vindo ate a mesa delas.

– É culpa da Hinata. – Ino respondeu imediatamente, ainda se esforçando para se acalmar.  – Ela é uma ótima comediante.

– Oh, então a senhorita Hyuuga vai querer dividir esse assunto tão engraçado com o resto da turma?!

– Não! – Hinata respondeu alarmada, encarando a meia dúzia de alunas que agora observavam a cena. – Não quero!

– Então parem de brincadeira e voltem a tarefa.

– Mas o horário da sua aula já acabou, professora. – Ino avisou, tentando recuperar a seriedade enquanto mostrava o relógio na tela do celular. – E eu e minha amiga aqui precisamos ir. Estamos atrasadas.

– Esperem, vocês duas. Os projetos estão...

– Na próxima aula a gente termina. Ate mais, professora! – Ino agarrou Hinata pelo braço já puxando para que saíssem da sala às pressas.

 

 Elas correram pelos corredores ate já estarem afastadas das pessoas que transitavam por ali. Continuaram a conversa de antes agora podendo falar normalmente, enquanto andavam distraidas pelo gramado mais distante do pátio.

 

– O mais louco, é que foi o Toneri que começou a briga que fez Naruto ser punido... é quase como se seu namorado tivesse jogando você para cima do “outro” !

– Ninguém me jogou pra lugar nenhum, Ino!

– Hinata, o destino praticamente agarrou o Naruto e você como bonecos de plástico e agora quer ficar esfregando um no outro ate entenderem que deve ficar juntos. – A loira vez um gesto com as mãos para exemplificar o que dizia.

– Não, é só a Hinata azarada que sempre se ferra quando te faz favores... – A morena cruzou os braços emburrada.  – Eu não vou mais voltar lá de jeito nenhum.

– Ah, claro. E aquela velha nem vai notar que de repente a “Ino” que a ajuda todos os dias, mudou de cabelo, de voz, de tamanho, de jeito... Ela é senil, mas nem tanto assim. – Ino encarou a morena com um olhar travesso. – Além disso...

– Não comece com isso...

– Que eu me lembre, fui eu que te fiz um favor, Hinata... Ou você queria que seu paizinho descobrisse o que você e Toneri pretendiam naquela noite?! Ou que Toneri descobrisse que outro “alguém” chegou ao seu quarto por engano?! Eu salvei você, Hinata, de muitas maneiras.

 

A Hyuuga suspirou e desviou o olhar da amiga, não querendo dar o braço a torcer. Ela sabia que descumpriu a promessa com Naruto por ter falado com Ino sobre aquela noite, mas não poderia se sentir culpada, pois foi algo fora de seu controle.

No dia seguinte ao encontro acidental com o loiro, Hinata tentara fingir normalidade e ate estava conseguindo um bom resultado, pelo menos ate ser abordada por pela amiga aquela manhã.

Ino foi a idealizadora da festa do pijama que fez todas as garotas do acampamento saírem de seus quartos e se reunirem no salão longe do dormitório, sendo assim foi também quem facilitou a armação com Toneri. Ela sabia o que a morena pretendia com o namorado e, mesmo contrariando, a ajudou como pode, porque é isso que as amigas fazem.

E logo na manhã, buscou a Hyuuga para saber os detalhes da incrível noite de amor que – pela ausência do namorado – não deveria ter acontecido, mas aconteceu. Hinata ficou sem ter o que dizer e a mentira que ensaiara não parecia mais tão eficaz contra Ino. A notícia de que Toneri fora pego pelos inspetores e a história que ele inventou de que estava, na verdade, fugindo do acampamento, começara a se espalhar também, mas nem isso foi suficiente para convencê-la de que nada aconteceu...

Era quase como se a loira conseguisse ler seus pensamentos, ou como se estivesse escrito em sua testa, ou marcado na expressão de seu rosto, talvez ate na postura de seu corpo... Quem sabe?! Ino simplesmente botou os olhos encima de Hinata e soube que a amiga não era mais virgem. E assim, a morena teve muito o que explicar...

Depois disso, tudo se tornou uma imensa bola de neve, onde um problema puxou outro ate chegar nessa situação critica atual... Mas era verdade: Hinata estaria perdida sem a ajuda de Ino.

 

– E você vai ficar jogando isso na minha cara ate...

– Sempre que eu puder, durante as próximas 3 encarnações. – Ino riu. – Não é todo dia que a santinha Hyuuga faz besteira e precisa ser acobertada.

– Cala boca, ok... – Hinata bufou sentindo-se cansada.

– Por que tanto desanimo? O destino está conspirando a seu favor!

– Não quero conspirações, quero que tudo fique do jeito que é, ou era...

– Isso é porque você é acomodada. Se acostumou com as mesmice e se incomoda quando as pessoas atrapalham o ritmo do seu “mundinho perfeito”. A maior prova disso é o seu namoro com Toneri.

– Lá vai você falar mal dele para mim, de novo.

– Eu não falo mal, Hinata. Eu falo a verdade. – Ino falou séria. – Ele é preconceituoso e metido, um falastrão que faz pouco das pessoas.

– Ele é um fofo, Ino. – Hinata rebateu.

– Só com você! Com os outros ele é um nojento. Como não enxerga isso?

– Por que ninguém dá uma chance para ele. – Respondeu.

– Ele não dá uma chance para ninguém. Toneri quer escravos, não amigos, por isso namora com você.

– Toneri é fofo, companheiro, gosta de ficar comigo, está sempre disponível, é atencioso, carinhoso e protetor...

– Hinata, você descreveu um cachorro! – Ino revirou os olhos.

– Estou falando sério!

– Eu também! Só faltou falar que ele sempre abana o rabinho quando te vê...

– Por que você sempre coloca defeito em todos os meus namorados?!

– Ah, claro...  Ate por que você teve mesmo muitos namorados, não é? – Ino a encarou e começou a enumerar. – Deixa me ver: teve o Toneri, claro; e aquele outro que seu pai gostava, o Toneri; E também um que conhecemos naquela festa doida que você ficou de porre, como é mesmo que se chamava?! Ah é, o Toneri;

– Ok, então... por que você odeia tanto meu namoro com Toneri?

– Eu poderia te fazer uma lista bem extensa, sabe... Começando com “ele só quer te comer” e enfatizar com “o dinheiro da sua família também conta”. – Ino viu que a amiga rebateria a provocação, então se adiantou em concluir. – Mas eu vou resumir tudo com o único item da lista que importa e ate mesmo você será obrigada a concordar comigo...

– E isso seria...? – Hinata a encarou desafiadora.

– “Seu namorado NÃO TEM pegada”. 

– Você ridícula... – A morena riu ao responder, temia que seu rosto entregasse a timidez que o assunto causava.

– Oh, seja sincera, Hinata! Compare todo seu “namoro morno” com Toneri com aquele “encontro acidental“ com Naruto e diga que estou errada.

– São duas coisas totalment...

– Toneri tem pegada ou não?

 

Hinata a olhou raivosa por um segundo, não gostando de ser posta contra a parede daquele jeito, porem não seria capaz de contrariar a logica, nem de mentir para a amiga.

 

– Não tem...

– Claro que não! E isso é horrível! Se não fosse Naruto, você nunca saberia como é ter um...

– Ok! Já entendi. – Hinata a interrompeu, tinha certeza de que seu rosto estava completamente corado agora.

– E eu nem vou entrar naquela história do Toneri querer levar tanta bebida para o seu quarto, ou mesmo a “pílula azul”... Ele não podia estar com boas intensões com tudo aquilo.

– Ele me disse que estava com medo de “falhar”.

– E te embebedar resolve isso como?!

– Era para quebrar o gelo, porque eu sou meio frigida...

– Viu só como ele te coloca para baixo?! Você não é frigida, ele é que têm problemas.

– Eu não sei sobre isso...

– Naruto, definitivamente, sabe... – Ino riu baixinho. – Além disso, você nem gosta mais do Toneri, só fica com ele por comodismo. Ruim com ele... Ruim sem ele... Tudo na mesma... E dai... Papai tá feliz... Blábláblá...

– Não é verdade. Eu gosto da companhia dele...

– Quer voltar à história do cachorro?!

– Não...

– Então você entende, certo?

– Só não sei por que fica me jogando logo pra cima do Naruto.

– Por que eu me lembro de uma linda época magica...

– Ah, tá. Chega disso. – Hinata tentou interromper a loira, mas ela prosseguiu mesmo assim:

– ... Quando uma garotinha bobona muito tímida ficava suspirando pelos cantos por garoto bagunceiro que estudava na mesma turma de sua melhor amiga linda, esperta e maravilhosa, codinome eu mesma... Devo dizer o nome dessa garotinha tímida?!

– Eu tinha 10 anos, Ino, e ele nunca me notou.

– É por isso que você deve aproveitar agora que ele conhece suas “boas qualidades”. Vocês vão ter 2 semanas juntos!

– Não, você e ele tem duas semanas juntos, lembra? Eu estou mentindo por você e o Naruto sabe disso.

– Cumplicidade estreita a relação. – A loira deu com os ombros.

– Estou morrendo de medo dele ficar me chantageando para não contar a verdade. E se ele pedir sexo em troca de silencio?! O que eu faço?

– Você aceita, obvio! – Ino riu, mas logo que percebeu o olhar repreensivo da morena, concluiu séria. – Fique tranquila, se ele for o mesmo tapado do fundamental, acredite, ele não vai nem pensar nessa possibilidade.

– Mas ele não é o mesmo daquela época, nenhum de nós é...  Por isso ele se tornou aquele...

– Pedaço de mau caminho... – Ino parou de repente desviando o olhar para uma certa direção.

 

Hinata estranhou aquela reação da amiga e guiou seus olhos para descobrir o que ela encarava com tanto deslumbro. Foi então que percebeu que, andando pelo gramado, acabaram dando a volta e chegaram ao outro lado do pátio, onde havia uma quadra exposta de basquete... E foi lá que ela o viu.

Deveria ser apenas um jogo recreativo, apitado por um dos amigos e com os times divididos pelo simples uniforme improvisado “Pano e Pele”, mas haviam varias pessoas em volta da tela que cercava a quadra, assistindo e torcendo pelos rapazes. Naruto, para azar da Hyuuga que agora o assistia, estava no time dos “sem camisa” exibindo seu corpo de porte atlético e a pele bronzeada que brilhava pelo suor que aflorava enquanto corria, driblava e marcava em um jogo de basquete dinâmico e cheio de faltas que ele parecia dominar.

A imagem que ele formava quando no ataque era quase como uma combinação das obras de arte das esculturas gregas milenares: Primeiro com seus músculos contraídos e enrijecidos para impulsionar o salto, depois leve e esticados enquanto flutuava em direção ao garrafão e então relaxados ao pousar no chão e comemorar ao dar-se conta da cesta que realizou.

Naruto era como o retrato de algum deus grego e Hinata não conseguia desviar o olhar de seu corpo amostra.

 

Estando com a bola de novo, o loiro se movimentou, quicou, fez uma finta e passou para seu companheiro mais próximo. Esquivou-se da marcação, correu para a linha dos três pontos quase livre e chamou a jogada para si.

A esfera laranja veio certeira ate sua mão e ele ajeitou os músculos, para novamente lança-la para a cesta, no pequeno espaço que sobrara entre ele e o marcador. Arremessou, mais com jeito do que com força e enquanto todos acompanhavam a trajetória da bola, seu olhar caiu um pouco mais para baixo percebendo os olhos perolados que o observara. 

Encontravam-se agora analisando um ao outro, surpresos que o repentino contato visual correspondido, dividindo um tipo estranho de ansiedade perante o desconhecido julgamento. Naquele curto instante, era como se nada mais existisse ali, apenas Naruto e Hinata e suas analises secretas cheia do desejo que jamais ousariam consumar novamente.

 

Então a marcação passou por cima de Naruto, atropelando-o e arremessando-o contra o chão. Aquela distração instantânea lhe custou um poderoso encontrão com o jogador do time adversário que não teve dó ao derruba-lo.

 

– Isso é falta, cacete! – Kiba gritou.

– Eu pensei que ele ia se esquivar... Ele sempre esquiva. – Chouji deu com os ombros.

– Pelo menos a cesta de 3 valeu! – Sasuke riu e estendeu a mão para que Naruto levantar-se. – E ainda ganhamos dois lances livres.

– Alguém avisa pro Chouji que isso não é futebol americano... Ele não pode usar o corpo assim. – Naruto riu e voltou a buscar por Hinata na plateia, mas não conseguiu acha-la.

– Dois arremessos, Naruto! – Hayate, que atuava como juiz, sinalizou.

 

O loiro caminhou ate a marca do lance livre e observou em volta novamente, mas a morena não estava em nenhum lugar que seus olhos alcancem e isso o deixou estranhamente apreensivo. Estaria enlouquecendo a ponto de imaginar vê-la assim?

Ele quicou a bola contra o chão duas vezes, parou com ela em mãos, encarou a cesta a sua frente, respirou fundo e soltou o ar lentamente... Então arremessou.

Diferente de todas suas outras jogadas durante o jogo, agora a esfera laranja não agiu conforme ele queria, saiu com muito mais força do que jeito, bateu sem ângulo na tabela e rodopiou pelo aro, girando para fora. Ponto perdido.

O rapaz esbravejou e praguejou alto, quase como se aquele fosse um lance decisivo de fim de campeonato e não o simples jogo recreativo. Estava tenso e não entendia bem o porque.

 

O juiz lhe devolveu a bola e Naruto repetiu seu ritual de concentração antes do arremesso, porem, dessa vez, parou no ultimo segundo possível e novamente olhou em volta, buscando a garota que o desestabilizara, sabendo que não conseguiria pensar ou se concentrar em qualquer outra coisa ate vê-la novamente.

Então a achou... Talvez por se sentir observado novamente, acabou olhando para trás, na posição oposta a que arremessaria, e lá estava Hinata encostada contra cerca de tela o observando, assim como estivera antes.

Por algum motivo desconhecido, Naruto não conseguiu segurar o sorriso ao vê-la, de repente sentindo-se muito mais leve e bem por saber que ela de fato estava ali e não fora fruto da sua imaginação.  Ele estava bem agora e sabia o que fazer...

 

– O lance, Naruto. – Hayate reclamou da demora do loiro.

– Ok, estou pronto.

 

Naruto deu uma ultima olhada para o garrafão, apenas para calcular a distancia e a força que precisaria empregar, e depois voltou seus olhos para a Hyuuga novamente, deixando seu corpo totalmente virado para sua direção. Pegou a bola, ensaiou o movimento e de forma simples e decidida, arremessou do jeito que estava, contrariando a todos ali e sem tirar os olhos do olhar perolado da garota.

Foi um arremesso perfeito que acabou com uma linda e ousada cesta de costas.

 

Hinata estava estática, verdadeiramente impressionada enquanto todos os outros em volta que assistia ao jogo pulavam e comemoravam o ponto mais ambicioso da história do acampamento. Também via que os companheiros de time do loiro estavam agitados e enlouquecidos com o feito inesperado com que agiu. Mas Naruto não tirou os olhos dela nem por um segundo. 

 

– Eu não entendo muito desse jogo, mas... – Ouviu Ino sussurrar ao seu lado. – Acho que esse ponto foi para você.

 

Hinata não sabia o que pensar, mas, de repente, sob o olhar que ele ainda lhe direcionava, sentiu seu rosto esquentar e teve certeza de que estava corada.

Aquilo era para ela?



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