História Silent Smile - 2 - Ghosts or Treat?

Acordo, meio nervosa, ao ouvir alguns murmuros ao meu lado enquanto dormia.

Eu realmente, tô ficando mais louca do que já sou, heh...

Me levanto lentamente, coçando meus olhos que permaneciam semicerrados até o momento que dei um forte tapa no meu próprio rosto, começando a sentí-lo queimar fortemente.

Tch.

Farejo o ar, sentindo um forte odor fedorento no meu quarto, como se fosse carne podre.

Acho que não limpei bem esse quarto...

Dou de ombros, pegando meu celular e olhando as horas, resultando em dois olhos ardendo por causa daquela maldita luz.

3:01, hã? Parece que acordei em uma péssima hora.

Solto uma risada fraca e ironica, olhando em volta, para ver se encontrava algo de interessante para fazer, pois já me sentia completamente sem sono.

Oh my Lucifer, o que fazer...?

Solto um murmuro entediado, pegando meu violão, meu querido violão, que me trazia péssimas lembranças, logo começando a cantar em um tom baixo.

Sempre sozinha, mesmo estando ao meu lado...

Não gosto de ficar... Assim...

Você me ajudou, mesmo no pior...
Espero que continue assim...

Por favor, não me abandone assim,
Não quero mais perder ninguém.
Eu gosto de você, você gosta de mim.
Por favor, vá embora.
Não quero mais ninguém perto de mim.

Espero que goste, do que fiz a você.
Espero que ame, o que sou pra você.

Não quero mais ser assim,
Tão arrogante, ou até, um ser ignorante.
Por favor, me ajude.
Eu não quero ficar, tão desse jeito...
Sozinha, só com a solidão.

Suspiro, tendo lembranças vagas sobre tudo que houve em minha vida até o dia de hoje. 

Eu realmente, era uma idiota naquela época.

Apenas uma adolescente apaixonada, isso não era nada de mais.

...Apesar de eu me achar muito mais humana naquele tempo...

Era apenas um clichê de mocinha solitária.

Ouço batidas na minha porta, dando um pulo de susto.

Tch, quem é o desgraçado a essa hora?

Ignoro, ficando apenas parada sentada em cima da minha cama macia. Após alguns minutos, as batidas sessam, mas continuo ouvindo alguns murmuros do lado de fora.

De repente, surgem batidas novamente, em uma velocidade e tom desesperado, como se estivessem pedindo por ajuda. Arregalo os olhos, sentindo um sorriso nervoso nascer em minha boca.

-Que droga...? - Murmurei, erguendo meu corpo curvado e finalmente pondo meus pés no chão para andar até a porta. - Olá...? - Sussurrei, ainda com minha porta trancada e apenas colocando minha cabeça perto da mesma, na tentativa de ouvir algum sinal de vida vindo do lado de fora.

-P-Por favor... Não importa quem esteja aí dentro, a-abra! P-Por favor! - Ouvi uma voz masculina e irritante, que a pouco me parecia familiar.

Abri as trancas da porta, pensando no quanto aquilo era um exagero e achando que era apenas uma pegadinha.

De repente, uma figura morena entra no meu quarto rapidamente, berrando para eu trancar aquela maldita porta.

-Tch, que merda é essa...? - Murmurei, enquanto nos trancava, percebendo que o ser que entrou no meu quarto era apenas o maldito do Roman.

-E-Ele...! Ele tentou me matar! - Ouvi sua voz desesperada, olhando com seus grandes olhos arregalados e nervosos para a porta que agora permanecia trancada.

-Que? Se acalma, garoto! Primeiro me diz, por que você tá aqui?! - Falei em um tom baixo, me sentando ao lado no mesmo que se afastava mais e mais da porta do meu quarto.

-A-Aquele... G-Garoto estranho, de m-máscara... - Jack...? -  E-Ele entrou no meu quarto, do nada, e tentou atirar em mim! - Arregalei os olhos, será que esse menino tá louco?! Bem, estamos em um hospício, então... Esquece.

-Máscara? Uma máscara azul? - Murmurei, meio confusa, encarando os olhos azuis do moreno.

-N-Não! Não é esse! Ele... Ele... E-Ele tinha uma máscara b-branca! Acho que estava vestindo uma j-jaqueta laranja, não sei... M-Mas... Ele me assustou... - Ouvi o garoto suspirar de medo, se encolhendo mais e mais entre meus lençóis. 

-Roman... Se acalma, vai ficar tudo bem. - Murmurei, suspirando de estresse quando o idiota me encarou, lacrimejando pelos seus olhos, que praticamente me deixavam completamente irritada ao encará-los. - Você... Viu mais alguma coisa? Ele te seguiu?

-Eu acho que... Ele parou no caminho, devo ter despistado ele. - Ouvi seu murmuro, ofegante, enquanto eu apenas soltava um risinho.

-Despistado? Sério? Ele tentou te matar, ele não seria tão burro a ponto de uma burrice dessas. - Resmunguei, entediada, sentindo o olhar raivoso do idiota sobre mim.

-Cala a boca! Sua vadia, não aja como se soubesse de tudo! - O mesmo gritou, vermelho de tão raivoso.

-Calma, eu só tava brincando. Tanto faz. Por que você veio pra cá? - Murmurei, desviando meu olhar.

-Tch, eu precisava de ajuda, Jess e Endrik estavam dormindo iguais pedras! 

Suspirei, encarando aqueles olhos azuis do moreno que me olhava de modo frio, provavelmente já acalmado por minha espontaneidade. 

-Você se machucou...? - Resmunguei, analisando o maldito.

-A-Ahn, não, eu... - Ignorei-o, segurando seu braço e erguendo sua camiseta. - E-ei! - O mrsmo berrou, completamente corado.

-Ele acertou um tiro de raspão no seu ombro, isso é ruim. - Sussurrei, encarando o ferimento enquanto pressionava a camiseta do moreno contra meu corpo. - Você tá se sentindo bem? - Encarei-o, observando o mesmo morder seu lábio inferior e desviar seu olhar, coberto por sua franja negra.

-M-Mais ou menos.

-Mais ou menos não é sim. Se deita, vou cuidar de você, seu idiota. - Murmurei, sentindo minhas bochechas esquentarem enquanto empurrava o moreno, perplexo e corado, deitando-o na minha cama.

-Sua... Eu não preciso de ajuda. - Ri fraco, observando cuidadosamente a reação nervosa de Roman.

Em silêncio, montei na cintura do mesmo, sentindo um leve relevo na sua bermuda. Ignoro, arrancando um pedaço da minha camiseta branca, enrolando-o logo em seguida no braço forte daquele idiota. Percebi que o moreno me encarava completamente ruborizado, e olhava fixamente minha barriga que agora se encontrava descoberta. 

-O que foi? - Resmunguei, enquanto apertava a faixa que cobria o braço do idiota. 

-N-Nada. - Virou seu rosto, mas percebi que o mesmo ainda olhava para mim com o canto do olho. Rio fraquinho, encarando o moreno idiota.

Senti o relevo em sua bermuda aumentar, soltando um fraco grunhido de susto.

-Ah... S-Seu idiota...

De repente, nossas posições mudam, com o de olhos azuis me prensando contra a cama, com seu peitoral nú colado em meu corpo.

-Você realmente não tem noção do que faz aos outros, não é, loirinha? - Ouvi seu sussurro no meu ouvido, sentindo um arrepio sobre minha espinha.

-Q-Que...? - Senti o suor do rosto do moreno cair sobre minha boca, enquanto o mesmo apenas aproximava nossos lábios, mais e mais.

De repente, senti seus lábios tocarem os meus de forma possessiva, enquanto sua mão direita segurava meus pulsos acima da minha cabeça, e sua mão esquerda acariciava minhas curvas, por baixo da camiseta fina que eu trajava.

Me senti sem saída, apenas correspondendo aquele beijo selvagem do moreno que praticamente me agarrou do nada na minha cama. Fecho meus olhos, apenas aproveitando a situação e sentindo meu corpo esquentar completamente. Nossos narizes se tocavam, enquanto o moreno apenas me encarava com seus olhos fixos aos meus.

Realmente, não acredito que me deixei dominar por um pirralho de 15 anos.

Mas esse cara é bom de beijo mesmo, sério.

Separamos nossos lábios lentamente, aproveitando cada toque tanto dos mesmos quanto de nossas linguas, que batalhavam em silêncio apenas tentando dominar a boca um do outro. Tudo que restou nos conectando, foi apenas um filete de saliva que traçava um caminho de sua boca até a minha, me fazendo me sentir mais revigorada do que quando beijei ele.

-Você realmente é melhor que eu imaginava, loirinha. - Sussurrou, dando um último selinho na minha boca, toda babada, pelo nosso último beijo. - Mas com minha mente genial, sei que não deveríamos fazer isso.

-S-Seu... - Murmurei, sentindo meu rosto esquentar mais e mais, enquanto observava atentamente a boca do moreno, que apenas continha um leve sorriso cínico, que parecia se deliciar com a visão de eu, a maior anti-social daquele lugar, submissa a ele. - S-seu idiota! Meu nome é Rafaela, e não loirinha! - Berrei, sentindo minhas bochechas esquentarem o suficiente para fritar um ovo.

-Tch, você sempre vai continuar com esse jeito de tigresa, não é mesmo, loirinha? - O moreno bufou, logo dando um sorriso irônico. - Apesar de tudo, obrigado pela ajuda. Aquele mascarado realmente me assustou. - Murmurou, em um tom irônico, me dando outro beijo. - Fica pra próxima, apesar de eu achar que não iremos nos encontrar tão cedo, milady. - De repente, sinto tudo escurecer, como se eu tivesse caído em um sono profundo novamente.

O que diabos acabou de acontecer aqui...?