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História Silente Devoção - O Preço da Traição


Escrita por: Hamal_ e Rosenrot9

Notas do Autor


Olá.

Sei que demorou a sair mas gente, não foi nada fácil ... eu escrevi o começo dele VÁRIAS vezes, de maneiras diferentes até sair. Depois ainda fui viajar...e lá se foi a inspiração ralo abaixo.

Quero dedicar ele a juliana e a ivi, a luz e a lamparina da minha vida... Piranhas, sem vcs eu não teria conseguido...me ajudaram muito..sério! lendo e relendo o cap comigo, apontando meus erros... isso me ajuda muito. Obrigada.

Quanto aos leitores, bem leiam com carinho porque foi difícil. E mais podem deixar nos comentários sugestões de melhorias ou opiniões, afinal essa é uma fic de "estudo" e qualquer ajuda é bem vinda .

beijosss

Capítulo 2 - O Preço da Traição


Fanfic / Fanfiction Silente Devoção - O Preço da Traição

— Como? Mu não voltou para o Santuário? — a voz desesperada de Aldebaran soou pelo salão do décimo terceiro Templo.

Retornara ao Santuário e viera imediatamente se reportar à deusa na esperança de encontrar-se logo com Mu e tentar, de alguma maneira, desculpar-se com ele. Agora, diante de Athena, descobria que seu companheiro simplesmente não havia retornado para a Grécia.

— Não, ele deveria voltar com relatórios, ou com você. Não tenho notícias de Áries a dois dias, desde que ele partiu para encontrá-lo. — Athena lhe respondia, agora também confusa, descendo de seu trono para se aproximar do Cavaleiro de Touro visivelmente preocupada — Sua cosmo energia está alterada, Aldebaran, algo o perturba, e agora retorna sem seu companheiro. O que aconteceu? Fale-me a verdade, sei que algo está errado.

Touro olhou para a deusa, depois para o chão, sem saber por onde começar, e com um suspiro longo deu início ao relato do que havia acontecido.

Depois de longos minutos, nos quais Aldebaran relatara o flagrante de sua traição pelo cavaleiro de Áries, bem como sua reação, o tempo que levara para findar a missão e enfim retornar ao Santuário o mais rápido possível, Athena ficara visivelmente triste, chocada e decepcionada com o ocorrido, afinal havia mandado Mu justamente por conta do relacionamento que tinham.

O que só aumentava a culpa do cavaleiro de Touro.

— Por isso minha deusa, eu imaginei que depois, bem... Depois do que aconteceu ele havia voltado para cá. — o pesar em sua voz era notável.

— Sinto muito Aldebaran, mas o Cavaleiro de Áries não se apresentou e eu não consigo senti-lo. — Saori dizia enquanto tentava encontrar Mu através de seu Cosmo divino, mas por mais que tentasse sentia que estava sendo impedida, Mu estava escondendo seu Cosmo. Com o semblante ainda mais sério, a deusa ponderou um pouco antes de prosseguir — Um cavaleiro de Ouro desaparecido não é algo que eu possa ignorar, Aldebaran. Independente do motivo que levou Mu a deixá-lo no Egito, ele é o guardião da casa de Áries, sua ausência é preocupante. Ele deveria ter se reportado a mim e não sumido dessa forma. Tem alguma ideia de onde ele possa estar?

— Não, minha deusa. — Aldebaran disse em tom baixo e coração aflito.

— Terei que fazer uma convocação com os outros Cavaleiros de Ouro imediatamente. Espere aqui enquanto mando os mensageiros, sei que Mu foi motivado por problemas pessoais, mas já faz dois dias, isso torna a ausência dele um problema do Santuário devido à sua patente dourada.

Aldebaran nada respondeu. Enquanto Athena descia de seu trono e saía à procura dos mensageiros, Aldebaran permanecia imóvel em posição de descanso, tentando acreditar que aquele pesadelo era real, e buscando se preparar pelo que viria. Não queria que os companheiros soubessem o que aconteceu, o erro que cometera, seria humilhante, mas entendia que como cavaleiro a patente de Ouro vinha acima da vida pessoal, e o sumiço do guardião de Áries não poderia ser ignorado.

Os mensageiros partiram imediatamente após a ordem da deusa. Rapidamente convocaram os guerreiros dourados para uma reunião extraordinária.

Em poucos minutos o saguão do décimo terceiro Templo já estava ocupado por Saga, Máscara da Morte, Aiolia, Shaka, Milo, Shura, Camus e Afrodite, todos em semicírculo na ordem das casas zodiacais e em posição de descanso, com as pernas ligeiramente abertas e mãos atrás do corpo, ansiosos para entender o motivo daquela convocação extraordinária.

Não estavam presentes os representantes das casas de Libra e Sagitário, pois Aiolos foi mantido nos Campos Elíseos e Dohko já havia cumprido seu tempo em vida, agora sua alma aguardava junto a Shion para retornarem à vida.

À frente dos nove cavaleiros estava a deusa Athena. A seu lado Aldebaran mantinha a pose de cavaleiro, mas seu olhar estava baixo. Não conseguia encarar os companheiros.

O que despertou ainda mais a curiosidade dos presentes, afinal Touro sempre trazia consigo um semblante animado e confiante.

— Sinto por essa convocação de última hora — Saori disse com voz calma, quebrando o suspense que pairava no recinto — mas tenho um assunto preocupante para tratar. Há pouco, Aldebaran de Touro retornou de sua longa ausência em missão e apresentou-se a mim. — a deusa ia falando enquanto os cavaleiros prestavam atenção — Seu regresso bem sucedido da missão seria motivo para felicitações, no entanto algo inesperado ocorreu. Touro deveria retornar acompanhado do cavaleiro de Áries, a quem mandei a seu encontro dois dias atrás.  Porém, hoje quando se apresentou a mim, Aldebaran me perguntou pelo esposo, foi então que descobri que há dois dias Mu deixou o Egito e não retornou ao Santuário.

Nesse momento o silêncio que era mantido pelos cavaleiros dourados foi quebrado por Afrodite.

— Minha deusa, isso quer dizer que...

— Sim Afrodite — a deusa lhe respondeu antes mesmo que ele perguntasse. Com um suspiro pesado Athena continuou — O cavaleiro de Áries está desaparecido. Foi por isso que os convoquei. Tentei procura-lo com meu Cosmo, mas sou impedida toda vez que tento...

— Desaparecido? — A voz baixa de Virgem interrompeu a deusa — Como assim?

— Mas houve um ataque? Uma luta ou algo do gênero? Mu não é de correr de briga — Milo perguntou diante da agitação dos demais cavaleiros, afinal o lemuriano era muito querido pelos companheiros, e para deusa os convocar o assunto era sério.

Touro o tempo todo se mantinha calado, imóvel, com os olhos baixos, sem coragem para se manifestar, o que causava ainda mais estranhamento aos presentes.

— Não houve ataque — Athena tentava não expor o que havia de fato acontecido, mas sabia que seria difícil, olhou para Aldebaran e tentou ponderar as palavras — Não que eu saiba. Não quero tirar conclusões precipitadas sobre seu desaparecimento.

— Mu já foi embora antes... Será que desertou de novo? — Shura levantou a questão.

— Não diga bobagens, Mu é honrado. Quando ele nos deixou no passado foi tão somente por saber a verdade sobre o golpe do Cavaleiro de Gêmeos — ao ouvir a voz de Shaka, Saga baixou a cabeça ainda envergonhado pelas atrocidades do passado. O cavaleiro de Virgem então virou o rosto na direção de Aldebaran, o analisando — Se Mu partiu é porque algo grave ocorreu...

Imediatamente os presentes se voltaram em direção do brasileiro.

Este por sua vez, podia sentir os olhos azuis de Shaka o encarando por baixo das pálpebras, assim como os demais, lhe exigindo respostas.

Seu Cosmo triste e culpado lhe entregava, e logo a culpa começava a lhe corroer.

— Aldebaran? Você sabe de mais alguma coisa não é? — Afrodite indagou, mas não ouve resposta.

— Deba! O que aconteceu no Egito? — Milo foi mais direto.

Vendo que não tinha como fugir das perguntas, o brasileiro tentou ainda disfarçar de algum modo a verdade

— Eu e Mu tivemos um... um desentendimento — falou baixo, de forma vaga e sem encarar os companheiros.

— Desentendimento? Espera aí...  — Foi a vez de Aioria falar, e encarando Touro— Nunca te vi assim, nem olha para nós, parece até que tem vergonha... O que está realmente acontecendo?

Imediatamente burburinhos começaram a ecoar entre os cavaleiros convocados, enquanto a deusa tentava acalma-los. O Cosmo alterado de Touro podia ser sentido por todos, e junto do seu estranho silêncio causava ainda mais preocupação e questionamentos nos companheiros.

Touro a todo instante tentava manter-se firme. A culpa ainda o assolava e se ele não dizia nada, é porque não encontrava nem uma palavra que pudesse explicar sua situação.

O moreno sentiu um aperto no peito, e buscando forças ergueu o rosto e finalmente encarou os rostos questionadores dos companheiros.

Atena, percebendo que Touro decidira expor o ocorrido aos irmãos de armas, segurou em sua mão e deu apoio.

— Não precisa fazer isso se não quiser — disse a jovem em um sussurro.

—Não... está na hora de assumir meu erro. — Aldebaran respondeu e logo em seguida se voltou aos companheiros — Há dois dias Mu foi enviado para me encontrar no Egito, mas quando chegou... Ele... presenciou algo que... — enrolava-se com as palavras sem saber como dize-las, e os olhares pregados em si não facilitava, por isso levou uma das mãos ao rosto enxugando o suor que denunciava seu nervosismo — Pela deusa, não tem jeito de falar isso de modo diferente... Mu, bem, quando ele chegou eu estava com outra pessoa, sabe... E ele viu tudo.

 Nessa hora o assombro foi geral, ninguém conseguia acreditar ou processar bem aquela informação, afinal eles eram o casal mais respeitado e admirado de todo o Santuário.

—Deba... deixa ver se eu entendi. — Milo se pronunciou completamente chocado — Você traiu o Mu? E ele viu? Caral...—Milo interrompeu o palavrão na metade do caminho levando a mão a boca.

— Porca madona! — Mascara da Morte deixou escapar — Ma que stronzo!

Imediatamente os cavaleiros começaram a se exaltar, cercando o brasileiro, completamente indignados. Aldebaran já não conseguia mais manter a pose. Envergonhado e humilhado, deixou algumas lagrimas escaparem enquanto tentava se explicar.

— Eu não sabia que ele iria me visitar, não percebi seu Cosmo... foi quando ouvi a voz irada dele. Ele estava na porta com o Cosmo alterado me encarando... — Aldebaran enxugava as lagrimas e olhava para todos aflito— Eu tentei me explicar, Mu não quis me ouvir, me arremessou longe e sumiu, se eu soubesse ...

—Teria escondido seu caso não é seu calhorda? — Afrodite dizia completamente revoltado — Não estou acreditando nisso... pela deusa... Foi por isso que ele sumiu, se fosse eu teria te matado! E agora? — perguntou olhando para a deusa que estava ao lado de Touro tentando conter os ânimos.

— Por favor, se acalmem. Não estamos aqui para julgar o Cavaleiro de Touro. Não os convoquei para isso e sim para ajudarem a encontrar Áries. Pelo que Aldebaran me relatou, Mu se teleportou naquele instante do Egito, e Touro acreditou que houvesse retornado ao Santuário, por isso apressou em encerrar a missão e voltar. Mas, Mu não se apresentou a mim, estou preocupada porque não consigo contata-lo.

Athena então tocou o ombro de Touro para que se acalmasse e pediu atenção e silêncio dos demais.

—Eu sei que são todos amigos, e que alguns estão indignados, mas, por favor, mantenham o foco, não vamos expor ainda mais a vida íntima de dois irmãos de armas. — disse firme — Pretendo enviar um cavaleiro à procura de Mu, pois ele abandonou uma missão e não retornou ao Santuário. Precisamos encontra-lo com máxima urgência. Sabem que se ele não retornar ou não se justificar pode ser declarado desertor e perder seu posto. — Havia pesar na voz da deusa.

— Não! Minha deusa, a culpa é minha. — Aldebaran se colocou à frente de Saori de olhos arregalados e suplicante — Não faça isso com ele, eu vou, eu não sei onde ele está, mas eu vou encontra-lo por favor...

— Eu também não quero tomar nenhuma medida precipitada — Athena o respondeu — Por isso mesmo vou enviar alguém em missão.

— Eu vou... Eu já disse eu vou, minha deusa... Por favor — Suplicava o moreno entregue às lágrimas novamente — eu preciso explicar a ele, eu o trago de volta.

— Acalme-se Aldebaran, você não tem condição nenhuma de sair nessa missão, além de parecer obvio que Mu não o quer por perto — Camus se pronunciou — precisamos de alguém mais capacitado que...

— Eu vou!

Imediatamente todos os rostos se voltaram para o único cavaleiro que parecia estranhamente calmo diante daquela situação.

— Eu vou! — Shaka de Virgem repetiu a sentença dando um passo à frente, e diante do olhar questionador dos companheiros e atento da deusa prosseguiu com voz serena e inabalável — Mu e eu somos amigos de longa data, creio que posso encontrá-lo. Inclusive já imagino onde o cavaleiro de Áries possa estar.

Aldebaran enxugou o rosto e sentiu a chama da esperança se acender.

— Sabe? — Touro o questionou em desespero indo até Virgem— Então me fala Shaka, eu preciso falar com ele...

Shaka não o respondeu. De olhos fechados e semblante sério apenas virou o rosto em direção ao moreno. Esse por sua vez imediatamente sentiu a expressão severa do cavaleiro de Virgem. Mesmo por baixo das pálpebras, Aldebaran podia sentir os olhos de Shaka cravados em si, o recriminando.

Percebendo a tensão que surgiu, Athena resolveu interferir. Colocando-se entre os dois, a deusa foi enfática em sua decisão.

— Não! Camus está certo. Você não está em condições Aldebaran.

— Mas minha deusa, ele é meu esposo, eu preciso falar com ele, explicar o que aconteceu...

— Você terá a chance de explicar quando ele voltar.  Shaka diz saber onde Mu está e eu confio em Virgem.

Aldebaran encarou Virgem e mais uma vez foi retribuído com um olhar severo. Uma pequena disputa foi travada entre eles, mas que logo foi perdida pelo Cavaleiro de Touro.

Não conseguindo sustentar o semblante severo de Virgem o brasileiro se calou rendido pela própria culpa, abaixou a cabeça e deu um passo para trás.

— Está resolvido. Enviarei o Cavaleiro de Virgem em missão. — Athena disse enquanto retornava a seu trono, sentando-se nele — Shaka fique, pois quero acertar os detalhes, os demais cavaleiros estão dispensados. Conto com a discrição de todos sobre o assunto.

Mediante as ordens da deusa os outros cavaleiros, incluso Aldebaran, começaram a se retirar em silêncio. Mas, era possível perceber que estavam agitados.

Dentro do décimo terceiro Templo, a deusa e o cavaleiro permaneciam em silêncio, mas que logo fora quebrado pela jovem.

— Sinto muito por envolve-lo nisso — disse visivelmente cansada— Shaka, onde acha que Mu está?

— Mu provavelmente voltou para casa... — o loiro disse serenamente, podendo ver o questionamento no rosto da jovem a sua frente.

♉ *** ♈ *** ♍

A reunião com a deusa durou pouco menos de meia hora. Assim que o cavaleiro de Virgem acertou todos os detalhes de sua partida, se despediu da jovem Saori e se retirou, pois pretendia sair imediatamente.

Porém, ao descer as escadarias rumo ao templo de Peixes, fora coberto por uma sombra. Aldebaran havia esperado por Shaka, e agora o impedia de passar.

Virgem respirou fundo.

Por mais que transparecesse calma, em seu íntimo apenas a fúria e a revolta reinavam. Por isso, demorou alguns segundos para se pronunciar.

— Deixe-me passar, Touro.

— Não... pelo menos não enquanto não me disser aonde ele está.

Dessa vez Aldebaran não se deixou intimidar pelo olhar fulminante que recebia por baixo das pálpebras serradas do outro cavaleiro. Precisava falar com Mu, e se Shaka sabia onde ele estava o enfrentaria se fosse necessário.

O virginiano por sua vez não conseguiu conter totalmente o que sentia e suas palavras saíram acidas e cruéis.

— Se realmente o conhecesse saberia onde o encontrar. — era possível sentir até um pouco de mágoa na voz do loiro — Saia, me deixe passar!

Mas Aldebaran não o ouvia e continuava impedindo sua passagem, tentando convence-lo a dizer onde Mu se encontrava.

— Ele é meu marido Shaka, você tem que me contar! — bradou Aldebaran erguendo o tom de voz.

Diante daquelas palavras a indignação cresceu dentro do loiro a ponto de Shaka não mais conseguir contê-la. Em um rompante de ira, mágoa, e sentimentos que só a ele pertenciam, dispensando de vez a falsa tranquilidade que tentara manter até então, fechou a mão e esmurrou o rosto do cavaleiro de Touro.

 Aldebaran nem viu como aconteceu, só sentiu o impacto forte e a dor aguda no nariz antes de cambalear alguns degraus abaixo, surpreso. Nunca imaginou que Shaka um dia o golpearia, ainda mais daquela forma... e pelos deuses que mão pesada ele tinha, pois quebrou-lhe o nariz, fazendo o sangue espesso jorrar imediatamente.

Completamente enfurecido, Shaka olhava para Aldebaran com raiva desmedida. Raiva dele, do que ele fizera a Mu, mas principalmente uma raiva desmedida, aflitiva e calcinante, de si mesmo.

O punho com o qual acertara em cheio o nariz do outro tremia ainda fechado, enquanto tentava recuperar o controle.

— Agora se lembra que é casado! — Disse ainda ofegante enquanto Aldebaran o olhava assustado tentando conter o sangramento — Mu pode até lhe perdoar um dia Touro, mas eu não sou tão bom quanto ele. Meu perdão você não terá.

O moreno não respondeu, estava ainda em choque mediante ao ataque. Shaka sempre fora muito calmo e sereno, nunca presenciara tamanha fúria no cavaleiro. Por um segundo pensou até que ele o atacaria com o Cosmo. Depois aquelas palavras o confundiram. Mas antes que pudesse pensar em alguma resposta, Afrodite apareceu.

O cavaleiro de Peixes havia sentido o cosmo exaltado de Virgem, chegando a tempo de ver Shaka descendo as escadas furioso e Aldebaran ainda espantado tentando conter o sangramento.

— Pelos deuses, Deba! — correu para acudir o amigo — O que você falou que deixou o homem tão bravo? Vem, vamos lá para casa, eu dou um jeito nisso aí. Além disso, ainda quero ter uma conversa com você.

♉ *** ♈ *** ♍

Shaka desceu as escadas de Peixes até Aquário apressado, mas antes de prosseguir respirou fundo e tentou se acalmar para que os demais não percebessem seu descontrole momentâneo, voltando a descer os degraus agora de forma mais contida.

A mão ainda doía, precisava admitir que lutas corporais não eram seu forte, ainda mais contra Touro, um homem duro de acertar. Mas não se arrependia.

Desde que soubera o motivo da convocação, um misto de sentimentos o perturbava, e descarregara todos eles naquele soco bem dado.  Mas, maior do que sua indignação por saber que Touro traíra Mu, seu melhor amigo, era a raiva que sentia de si mesmo.

Raiva por ter confiado em Aldebaran, por ter abnegado dos próprios sentimentos em nome da felicidade daquele a quem amava.

Ao trair Mu, Aldebaran o tinha traído também, pois não cumprira sua promessa de fazer Áries feliz.

Agora Virgem sentia-se tolo. Por anos havia suprimido o amor silente que cultivava desde menino, e o qual decidira guardar em segredo em seu coração ao ver que Mu e Aldebaran tinham muito em comum, e que Áries era feliz ao lado dele.

Só os deuses sabiam o quanto fora sofrido assistir tudo sem nada fazer, mas Mu estava bem, e era isso que importava. O que sentia pelo lemuriano não era egoísta. Seu amor estava muito acima do desejo carnal que sentia, queria que Mu fosse feliz, e se a felicidade dele estava com o taurino quem seria ele para atrapalhar?

Mas enganara-se, Aldebaran não merecia Mu, e todo seu sofrimento e abnegação foram em vão.

A medida que pensava nisso, Shaka ia se revoltando ainda mais.

Ao entrar em seu Templo rumou diretamente até seu altar. Diante da estátua de buda, Shaka se permitiu fraquejar. Só ele sabia o peso que sentia no peito e o quão difícil seria a sua missão.

Mu provavelmente havia retornado para seu verdadeiro lar. Apesar de não saber onde era Jamiel, tinha suas suspeitas. Chegar ao local não seria o problema, difícil mesmo seria ver Mu e encontrar sabedoria para ajuda-lo sem deixar que seus próprios sentimentos o atrapalhassem.

Com devoção acendeu alguns incensos e se pôs de joelhos diante do altar.

— “Buda, me ajude.”


Notas Finais


Surgiu um terceiro elemento na fic. Agora as coisas começam a caminhar *-* Não posso dizer mais nada.

Saibam que foi osso escrever ele, mas no final eu até que estou satisfeita( estava mais odiosa com o capítulo até agora pouco antes de postá-lo)

Um Enorme beijo (e vou tentar não demorar mais tanto..mas paciência povo, alem dessa tem mais 3 fics rolando em parceria né meu povo)


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