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História Silente Devoção - O sorriso na luz do seu olhar.


Escrita por: Hamal_ e Rosenrot9

Notas do Autor


Nossa senhora, misericrédo.
Pensa num capítulo sofrido... Eu não escrevi eu PARI esse bicho hahahah

Eu estou as vésperas de defender meu tcc e completamente louca. Ontem (hj no caso porque eu não dormi, o dia não passou) vendo uma fanart nova da Juliana, me veio uma vontade louca de escrever mais um cap. Mas eu não tinha tempo, só a tarde de ontem/hoje.

Escrevi feito louca, desde as 3 da tarde de ontem até as 8 da manhã de hoje...sem descanso, nem nem dormir.

"mas porra tudo isso e só 3000 palavras?" SIM PORRA! (eu to sem dormir e por isso irritada :v)... foi difícil pra porra por o que tava na minha cabeça no texto. Escrevia cara paragrafo 50 vezes e apagava. Ficava mais de uma hora olhando pra mesma frase pra descobrir o que estava errado nela e por ai vai.

Não estou 100% satisfeita... mas FODA-SE. No meu momento de insanidade e cansaço temporário me dou ao direito desse pequeno surto.

Tanta autora escrevendo com os cotovelos, e sendo aplaudida em pé... se alguém não gostar desse cap...escreva meu tcc e pague minhas conta :v (sim estou surtada... preciso dormir carai. Daqui a minutos preciso encontrar minha orientadora e não dormi por conta dessa fissura em escrever sa merda :v)

bom enfim, retomando a programação normal :

O cap é 100% dedicado para Juliana e Ivi. a luz e a lamparina da minha vida. Sem vcs nada disso seria possível.

amo vcs. s2

CAPÍTULO NÃO BETADO... pq? pq não quero falar com a bandeirantes! Morre diabo! HUE

Arte fodona da capa By Juliana/Rosenrt mon amor.

Ps: como sempre, aceito criticas construtivas, fico feliz quando os leitores me ajudam a melhorar *-*

Capítulo 6 - O sorriso na luz do seu olhar.


Fanfic / Fanfiction Silente Devoção - O sorriso na luz do seu olhar.

A mão buliçosa subia lentamente por seu braço até alcançar seu pescoço. Estava nu e de bruços, enquanto o toque quente e macio daqueles dedos fazia com que todos os pelos de seu corpo se eriçassem arrepiados.

As unhas longas agora desenhavam círculos em sua nuca, ao mesmo tempo em que sentia os lábios febris traçarem, com beijos longos e úmidos, todo o percurso de sua coluna vertebral descendo vertebra á vertebra, até chegarem ávidos ao seu destino.

Um longo e ruidoso gemido escapou por seus lábios.

Agora era torturado por dentes, que lhe mordiam sensualmente as nádegas, ora lhe arranhando, ora puxando a carne macia para ser sugada e em seguida acariciada com a língua morna, que parecia se deliciar com a textura de sua pele.

Enquanto isso, as mãos voltavam a percorrer seu corpo, tocando e instigando pontos erógenos que nem imaginava possuir, como a pele sensível atrás dos joelhos, ou a lateral de sua cintura, lhe roubando suspiros e gemidos despudorados.

A língua atrevida tocou-lhe novamente agora em sua intimidade, sem aviso, fazendo com que o ar lhe faltasse e surpreso, contraísse todos os músculos em defesa.

“ Não tencione seu corpo”

O comando surgiu de lugar algum, sensual e sussurrado.

O timbre era conhecido e lhe causou ainda mais frisson.

Instigado e sedento por mais, relaxou e deixou-se levar por aquele delicioso ataque íntimo.

Sentia o corpo quente e úmido, pois o suor lhe brotava dos poros, o molhando a cada novo estimulo prazeroso, que arrancava ruídos graves de prazer de sua garganta.

Quando já não suportava mais tamanho tormento, sentiu o calor dos lábios, língua e mãos, lhe abandonarem, mas não teve templo para se queixar, pois sentiu novamente as mãos tocarem seu quadril, o segurando com força e girando seu corpo para que deitasse de costas.  

Ofegou em expectativa, pois instigado, sentia o hálito quente de seu algoz perigosamente perto de sua rígida ereção.

Como se lesse seus pensamentos, o cruel torturador prontamente lhe atendeu o desejo, abocanhando com gula seu membro rijo. Enlouquecido, podia sentir a língua quente a lhe acariciar os vasos que pulsavam, enquanto ouvia os ruídos e gemidos que escapavam do fundo da garganta de seu algoz, devido a voracidade com que lhe sugava.

Em delírio e deleite, precisando por fim aquele tormento prazeroso, levou as próprias mãos aos cabelos longos e macios de seu torturador, apertando-os com força.  Com os dedos emaranhados nos fios e ditando o ritmo da felação, finalmente conseguiu abrir as pálpebras e olhar para seu excitante carrasco.

O ar lhe faltou mais uma vez, perdeu a voz e mordeu os lábios em agonia, diante do que via.

Sedutores olhos azuis lhe miravam de volta.

A íris azulada formava apenas um anel colorido em volta de verdadeiros buracos negros, causados pela intensa dilatação da pupila, denunciando todo o desejo, malícia e volúpia de seu portador. Emoldurando aquele olhar tão intenso, havia uma cascata de longos fios dourados, enquanto a boca sumia por baixo do nariz, já que ávida subia e descia devorando-lhe o pênis.

Deveria estar assustado com a familiaridade daquele rosto, mas a visão o instigou ainda mais, elevando sua libido e tesão. Imediatamente deu-se conta do perfume de sândalo que impregnava o ar, mas que só agora parecia importante.

O aroma característico em conjunto com a visão instigante, levou o resto de seu juízo embora, o arrebatando definitivamente naquele delicioso delírio. A luxuria o tomava de tal forma, que sôfrego e ansioso empurrava os quadris para frente, desesperado por mais prazer.

Estocando a boca macia e com os olhos verdes cravados nos azuis, o ápice veio forte e arrebatador.

♈ *** ♍

Mu acordou de sobressalto, sentando-se ofegante na cama.

Estava trêmulo e com o corpo banhado de suor. As imagens do sonho que tivera a pouco ainda estavam assustadoramente vívidas em sua mente, por isso apertou os olhos e esfregou o rosto na tentativa de afasta-las, sem muito sucesso.

Com um suspiro pesaroso o lemuriano afastou as cobertas e lençóis para o lado, apenas para olhar o baixo ventre e constatar o que já sabia. A calça do pijama possuía um volume anormal e estava molhada. Desceu a mão tremula e tocou o local com a ponta dos dedos, por baixo do tecido, sentindo o pênis semiereto e a textura pegajosa de sêmen.

Seu corpo ainda dava sinais da letargia pós orgasmo e ardia quente, como se tivesse praticado o ato sexual.

Horrorizado, frustrado e irritado, Mu jogou-se de volta na cama, caindo sobre os travesseiros. Olhava estático o teto de seu quarto, iluminado pelos primeiros raios de sol, enquanto mantinha o antebraço apoiado na testa para impedir que os dedos sujos tocassem o lençol.

Ainda em choque, não conseguia acreditar que tivera uma polução noturna causada por um sonho erótico com Shaka de Virgem, seu irmão de armas, melhor amigo... monge e casto.

Por todos os deuses, era um homem adulto, não mais um adolescente cheio de hormônios descontrolados, o que tornava sua situação ainda mais absurda e ridícula.  Não tinha os famigerados “sonhos molhados” desde a adolescência e mesmo assim, nunca ocorreram em decorrência de um devaneio com um colega de armas.

— Merda. — praguejou baixo com uma bufada ruidosa.

Consternado, mirou novamente os dedos e depois a calça suja, ainda sem acreditar no que havia lhe acontecido e fechou os olhos com força, afastando a franja da testa suada com a outra mão.

Foi o aroma agradável do chai recém feito que despertou Áries de seu estado de letargia. Virgem estava acordado, dois andares a baixo e preparava o desjejum.

Resignado, Mu ergueu o tronco, girou o corpo e se sentou na cama, com os pés no chão.  

Sentado na beirada da cama, refletia sobre sua inusitada situação. Quando ele e o amigo haviam chego a tal ponto de intimidade? Quando Shaka deixara de ser um visitante, para se tornar parte de sua rotina? Após tantas semanas juntos, Virgem já estava completamente adaptado e inserido em seu dia a dia, de forma que sua presença em Jamiel parecia natural.

Aquele pensamento incomodou Mu, principalmente depois do ocorrido a pouco. Talvez em seu sofrimento e necessidade de amparo, tivesse envolvido o amigo em uma situação completamente inadequada, situação que agora o confundia a ponto de fazer com que desejasse o que não deveria.

Tudo culpa do maldito treino de Tai Chi Chuan, quem mandava Shaka ter mãos tão macias e uma voz tão rouca e suave? Precisava mesmo era de um bom banho frio.

Foi com a mente atormentada que o lemuriano se levantou e caminhando até o seu banheiro, praguejando baixo.

Só os deuses sabiam o quão humilhado se sentiria ao lavar o sêmen de sua calça na banheira. Era como voltar aos tempos de jovem aprendiz, em vez de homem feito, agora sentia-se novamente um adolescente tímido, escondendo de seu mestre as manchas em sua roupa intima.

Malditas mãos macias.

♈ *** ♍

No andar de baixo, Shaka aguardava pacientemente o amigo para comerem juntos.

Sabendo que Mu acordava junto com o sol nascente, Virgem adquirira o hábito de levantar-se um pouco antes para que pudesse tomar um banho e descer a tempo de lhe ajudar a preparar a refeição. Mas com a demora do lemuriano naquela manhã, o virginiano tomara a liberdade de preparar sozinho o alimento e servir a mesa.

Encostado na pia, Shaka observava por traz das pálpebras fechadas, o cenário a sua frente. Havia pão caseiro, manteiga de iaque, chai, queijo de cabra, torradas e frutas secas. Montara harmoniosamente a mesa como sempre fazia em seu templo, obedecendo a suas próprias regras de organização mental.

Tudo ali em Jamiel era muito simples e rustico, mas o que de fato prendia sua atenção naquele cenário era um detalhe sutil.

O par de xícaras.

Tudo estava em pares. Xícaras, pratos e talheres formavam um conjunto perfeito e harmonioso. Algo irrelevante para qualquer pessoa, mas não para si. Só Shaka sabia os sentimentos que o tomavam, diante daquela mesa antiga, posta para ele e Mu.

Eram tantos anos sentindo um amor tão profundo e distante, que olhar aquele par de xícaras lado a lado preenchia seu coração com uma felicidade platônica e tola. Sim, tola, pois o que havia de especial ali? Nada e tudo.

A verdade é que Virgem agia como uma criança arteira, que diante de um magnifico e proibido bolo confeitado, passa o dedo no glacê e rouba para si o sabor doce de sua cobertura. De maneira não proposital, o indiano experimentava uma pequena migalha do que seria partilhar a vida com o homem que amava.

De súbito, Shaka deu-se conta do quanto cobiçava tudo aquilo, poder viver aquele amor.

Por alguns instantes desejou nunca mais voltar ao santuário, ficar ali para sempre, cuidando de Mu, amando-o em segredo pelo resto de seus dias, apenas para poder ter momentos singelos de satisfação, como admirar aquele par de xícaras.

Só foi tirado de seus pensamentos quando sentiu o lemuriano se materializar no cômodo e o saudar com um sorriso discreto.

— Bom dia Shaka.

— Bom dia Mu.

— Me perdoe a demora, o fiz esperar muito? — perguntou o lemuriano enquanto sentava-se à mesa, sendo acompanhado por Shaka.

— Não, mas talvez o chai não esteja tão quente quanto gosta. — disse Virgem ao servir a ambos com o liquido morno.

— Não tem problema, afinal sou eu o culpando, não é?

A resposta do lemuriano veio acompanhada com um sorriso belo e genuíno, que aqueceu o coração do virginiano, fazendo com que sorrisse discretamente em resposta, cumplice.

— Sim, a culpa é toda sua, eu nunca erro o ponto do Chai.

Mu riu.

— E desde quando Shaka de Virgem erra algo?

Shaka arquejou uma das sobrancelhas diante de tais palavras, pondo o bule na mesa.

— Oras, pois saiba que eu não sou perfeito.

— E eu não acredito que eu ouvi isso. — disse o lemuriano descontraído, enquanto cortava uma fatia de queijo — Vai chover?

— Muito engraçado, Mu de Áries! — fez uma pausa para engolir uma tâmara seca — É essa visão que tem de mim? Um sabichão?

— Não, mas é engraçado ouvi-lo admitindo que erra.

—Todo ser humano é passível de falhas e fraquezas, Mu, porque eu não as teria?

— Porque você não é um simples ser humano, é uma alma antiga e divina, preso ao corpo de homem. — Mu respondeu sem imaginar o efeito devastador do que havia dito.

Aquelas palavras atingiram Shaka como bofetadas, lhe causando uma tristeza tão profunda que fez morrer dos seus lábios o pequeno sorriso que mantinha, e o clima amigável desaparecer. Era muito difícil ouvir da boca do homem que amava, que ele, Shaka, não era como os demais, indiretamente lhe dizendo que sua divindade deveria fazê-lo superior, infalível, puro e imaculado.

O virginiano nem queria imaginar o que o amigo pensaria de si se descobrisse o quão baixo havia caído em pecado, que era Mu e o amor profano que sentia por ele, a causa da sua desgraça. Divino? Há se o ariano soubesse o quão mundano eram seus anseios.

E pensar que instantes atrás estava ali, admirando um par de xícaras, enquanto fantasiava com uma vida a dois.

Desconcertado e entristecido o virginiano tentou disfarçar a tristeza, ajeitando os cabelos atrás da orelha e voltando sua atenção as torradas.

Mas daquela vez não fora tão eficiente em esconder seus sentimentos. Mu havia percebido a mudança em seu rosto e se dado conta que falara bobagem, tentando imediatamente fazer algo a respeito.

— Não interprete mal minhas palavras, por favor. — dizia Mu, um pouco exasperado tentando retomar o clima agradável de antes — O que eu quis dizer é que... não o imagino fazendo tolices como estas que acabei de fazer, falando bobagens sem pensar ou quem sabe fugindo para o alto das montanhas só porque levou um par de chifres.

Shaka deu um sorriso sem graça e voltou o rosto na direção do lemuriano.

— Realmente, como monge, levar um “par de chifres” seria algo um tanto inusitado.

— Me perdoe. O magoei com minha insensibilidade. — com olhos suplicantes e sentindo-se culpado, Mu tocou a mão de Shaka sobre a mesa, a apertando entre os dedos — Sei que não é fácil o fardo que carrega e fui impiedoso e tolo em minhas palavras.

— Tudo bem, você está certo, não há o que perdoar. — retribuía ao aperto em sua mão —Minha humanidade me conduz ao erro, mas se quero alcançar a iluminação realmente devo estar a cima dela, acima das fraquezas e erros.

— Mesmo assim, foi uma maneira ingrata de trata-lo. — inconscientemente o lemuriano acariciava a mão de Shaka com o polegar, enquanto mirava suas pálpebras cerradas, como se pudesse ver os olhos azuis por traz delas lhe retribuírem o olhar — Sei que ficou triste com o que eu disse. Não merece esse tratamento rude depois de tamanha dedicação de sua parte para comigo, não depois de tanto tempo juntos.

Estático, Virgem mal podia respirar. Novamente as palavras do ariano o desestabilizavam, mesmo que sua razão lhe gritasse, dizendo que as estava distorcendo.

— O que há de especial em ajudar um amigo que sofre? — a voz de Shaka saiu baixa e um tanto sem jeito.

— Sabe muito bem que fez bem mais do que isso. Não tenho palavras para agradecer todo o apoio que me deu, a paciência em lidar com meu jeito recluso e a madeira como me ajudou a me reerguer em meu momento mais frágil.

— Falando desse modo me deixa sem jeito, Mu. Até parece que fiz algo extraordinário.

— Foi extraordinário para mim. — verdadeiramente agradecido e emocionado, Mu fora arrebatado por um sentimento tão forte ao dizer aquelas palavras, que sentiu os olhos úmidos.

Shaka, em contrapartida sentia o coração acelerado. Queria responde-lo, dizer-lhe que faria tudo de novo sem pensar duas vezes, que não havia nada de extraordinário em ajudar a quem se ama, a felicidade de Mu era sua maior satisfação. Mas Todas as palavras pareciam ter desaparecido de sua mente, o tornando incapaz formular uma simples resposta coerente sem que deixasse escapar por elas todo o amor que sentia.

Sem saber o que falar o virginiano achou por bem agir e deixou escapar um sorriso. Mas não foi um sorriso qualquer e sim um sorriso pleno e sincero que chegou até seus olhos, fazendo com que suas pálpebras tremelicassem e abrissem, revelando as belas íris azuladas.

Shaka sorria também com o olhar.

A visão de Shaka de olhos abertos lhe sorrindo era tão arrebatadora que despertou uma reação completamente inesperada em Mu.

O ariano perdeu completamente o ar dos pulmões diante daquele olhar sorridente.

Lembrou-se do sonho, dos mesmos olhos azuis repletos de lascívia. E agora era como se, além da lufada de ar causada pela pequena liberação de cosmo, uma forte corrente elétrica o tivesse atingido lhe dando um choque.

De repente, olhar para Shaka se tornou desconcertante a tal ponto que a proximidade em que estavam parecia sufocante, o fazendo recuar. Suas mãos ficaram assustadoramente frias, fazendo com que o calor da mão de Shaka, parecesse brasa quente a queima-lo, obrigando o lemuriano a recolher a própria mão assustado.

Mu nunca havia sentido uma reação física tão intensa e estranha como aquela.

Já Shaka, interpretou aquele recuo como receio ou medo. Por isso fechou as pálpebras imediatamente, a fim de acalmar o amigo.

— Me desculpe, não queria assusta-lo Mu, meu cosmo estava contido, não precisa temer. — O virginiano dizia atarantado.

— Tudo bem, foi só um susto. — ainda trêmulo, o ariano achou por bem confirmar a versão do amigo, caso contrário não saberia como explicar o fato de sua reação não ser desencadeada por medo, e sim pela lembrança de um sonho inapropriado.

— Ohh, Mu! Que grande bagunça eu fiz... — Shaka agora olhava ao redor inconformado com o cenário de desordem ao redor dos dois — Mesmo inofensivo, meu cosmo espalhou todo nosso desjejum pelo chão.

— E eu que pensei que virginianos não fossem bagunceiros. — Mu, ainda tentando acalmar-se da sensação estranha que tivera, riu do semblante inconformado do loiro.

— Pois me de apenas alguns instantes, que vou limpar toda essa baderna.

— Ótimo, enquanto se distrai com a limpeza eu farei ovos mexidos e um bule de chá, pois conversamos demais e agora nosso café da manhã está espalhado pelo chão da cozinha.

Shaka resmungou e Mu riu do seu resmungo.

Assim, com tarefas distintas, os dois homens se puseram a trabalhar, entrando novamente no cotidiano agradável que partilhavam.

♈ *** ♍

Após aquele atípico café da manhã, o lemuriano julgou que tudo retornaria ao normal, bastava esquecer-se do sonho absurdo e focar-se em seus afazeres que a convivência com Shaka voltaria a ser tranquila.

Ledo engano.

Não que Shaka fosse desagradável e quisesse distância, o problema era justamente o contrário.

Nos dias que se seguiram, Mu fora arrebatado por uma necessidade afoita de estar perto dele. Acordava sempre ansioso para descer à cozinha e vê-lo preparar a comida, depois durante o decorrer do dia dividia ao máximo os afazeres diários com o virginiano apenas pelo prazer de ter sua companhia ao varrer o pátio ou estender as cobertas ao sol. Quando não havia mais o que fazer, perdia-se em conversas bobas horas a fio ou meditando em conjunto, indo se deitar tarde da noite, pesaroso por despedir-se do amigo.

Porém conforme a cumplicidade entre eles aumentava, também crescia a frequência com que era acometido por reações estranhas e bizarras, das quais não conseguia encontrar uma explicação razoável, muito menos impedir.

A simples presença de virgem o atraía e atormentava, fazendo com que seu corpo e sua mente, lhe pregassem peças de uma forma assustadoramente irritante.

O sonho erótico e o choque que tomara seu corpo ao olhar nos olhos de Shaka, foram apenas os primeiros sinais de seu tormento.

Mu não conseguia esquecer aqueles intensos olhos azuis sorridentes. Não importava o que estivessem fazendo, fosse lavando juntos as roupas no rio ou meditando na biblioteca. Hora ou outra olhava para as pálpebras cerradas, desejoso e instigado para que se abrissem novamente.

Para desespero do ariano, mesmo concentrado em alguma tarefa, longe de Shaka, volta e meia pegava-se relembrando os toques macios das mãos dele em seus braços ao lhe instruir no treino de Tai Chi Chuan. Também se excitava com uma facilidade vergonhosa na presença do amigo, mal podendo olhar para Virgem de modo mais demorado, pois logo se sentia estranho.

Por mais que buscasse controlar-se, com o tempo seus “sintomas” só se agravaram.

Agora se quer podia encostar no amigo, propositalmente ou não. Poderia ser um esbarrão de ombros, ou um simples roçar de dedos ao entregar uma colher. Ao menor contato físico com o virginiano, Mu era acometido por um mal-estar súbito, como se a pele dele possuísse o dom sobrenatural de roubar-lhe o folego e a força das pernas.

Desesperado e confuso o lemuriano se tornara um pouco arisco, evitando a todo custo contato físico com Shaka até que retomasse o controle do próprio corpo.

Mu nunca havia lidado com sentimentos tão intensos e arrebatadores antes. O ardor de suas emoções o assustava, fazendo com que se sentisse perdido e acuado.

A grande realidade, é que mesmo sem se dar conta, o convívio com Shaka em Jamiel e a cumplicidade que partilharam, transformaram todo o carinho, admiração e amor fraternal que sentia por Virgem em uma paixão avassaladora.

Eram sentimentos intensos que cresceram aos poucos dentro de si, criando raízes a cada dia que viveram ali juntos, mas que o lemuriano demorara para perceber. Quando todo aquele arrebatamento veio à tona, foi como o estouro de uma represa: Forte, violento e impossível de ser contido, aquela paixão pegou o lemuriano de surpresa, o deixando perdido, sem rumo e amedrontado.

Era com um esforço hercúleo, que Áries buscava omitir e oprimir tais reações do virginiano.

Julgava inadmissível submeter o melhor amigo monge a tamanho constrangimento.  Como explicaria ao Cavaleiro de Virgem, que em sua carência e confusão emocional, havia sido acometido por algum tipo de paixonite adolescente bizarra por ele?

E por causa do que? Uma carícia de mãos, um sonho pervertido e um olhar sorridente? Não. Era ridículo demais até para si mesmo.

Pior ainda, temia que se Shaka desconfiasse de sua situação pudesse se afastar em respeito a amizade que possuíam. O que lhe causava um sentimento contraditório, pois seus problemas estariam então resolvidos, mas só de pensar na possibilidade de perder a amizade do loiro, e de tê-lo longe de si, sentia uma angustia sem fim domina-lo, a ponto de beirar o desespero.

Não. Jamais permitiria tal coisa. Já bastava o erro que cometera com Touro ao confundir amor fraterno com amor carnal. Se bem que o que sentia agora pelo virginiano, aquele tremor de mãos, falta de ar e pernas bambas era completamente diferente daquela emoção branda e morna que sentira por Touro. As emoções que Shaka despertavam em si, agora eram tudo menos brandas.

E por falar no diabo, ainda havia ele, Aldebaran. Fugir não havia resolvido em nada sua situação com o taurino. Refletindo com cautela, Mu chegava a fatídica conclusão de que só estava nessa situação por conta da ação impulsiva de ir embora para casa.

Diante de tamanhos dilemas e sem mais encontrar a paz interior que tanto almejara quando se refugiara em Jamiel, Mu percebeu que seu tempo pode fuga havia terminado.

Estava na hora de voltar ao santuário e finalmente retomar o controle de sua vida.


Notas Finais


" A PAIXÃO ME PEGOU, TENTEI ESCAPAR NÃO CONSEGUI, NAS GRADES DO TEU CORAÇÃO, SEM QUERER EU ME PERDI" ... UHULLLL.... ERGUEI AS MÃOS E DAI GLÓRIA A DEUSSSS...

Só jesus sabe quando sai o próximo cap :v

E vc caro leitor, toma vergonha na cara e me da um oi... manda um beijo e pá... não dói não hahaha COMENTÁRIO É BOM E EU GOSTO
....

ok é a falta de sono... não estou no controle total das minha mente :v

Link do grupo das minhas fics com as meninas - " Fics trio ternura":
https://www.facebook.com/groups/1522231508090735/

Grupo do Mushakismo, espaço reservado apenas para Mu x Shaka:
https://www.facebook.com/groups/554678934699718/


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