Diante do espelho, eu vago pelo labirinto dos meus pensamentos. Meu reflexo não me diz nada, mas eu posso senti-lo olhando para mim. Seus olhos lentamente sendo ofuscados pelo esfumaçado causado pelo chuveiro ligado, eles agora me parecem mais tristes enquanto desaparecem, mas minha visão de mim mesmo, nunca estivera antes tão nítida. Percebo que ele está preocupado, de uma forma, que outro alguém jamais estivera antes.
Porque todas as manhas eu acordo antes do sono se dissipar sendo a pessoa que sempre fui, e depois de duas xícaras de café, e uma torada abandonada pela metade, minha consciência desperta, e é como se eu me transformasse. No fim da tarde, quando a luz do dia lentamente morre se transformando em noites frias, já pouco me lembro de mim, até me ver ali, diante do espelho.
Minha mão se move contra o esfumaçado, e o reflexo outra vez me encara. Faço um esforço para convencê-lo de que tudo esta bem. Não há nada para se preocupar. Então eu sorrio para ele, e ele me sorri de volta. Seu sorriso é incrível, e verdadeiro, então eu finalmente percebo que não quero que ele me abandone, ou me deixe, ou me esqueça.
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