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História Sim - Capítulo Único


Escrita por: wjsngon

Notas do Autor


vocês acreditam que eu plotei esse negócio ouvindo anitta
pode mandar hate eu mereço
tô zuando, não faz isso, eu sou sensível. foca no otp e vem comigo

[special thanks:
pra Ane que não me zuou quando contei o plot pra ela e não desistiu de mim, você é 1000/10
pra Gabs, a rainha dos panfletos e que fez uma capa pra mim mas eu libriana indecisa as always fiz outra, espero que ela não me mate ç-ç
e pra Ami, que me zuou muito falando que eu ia escrever Jaehyun dançando bang de maiô pro Taeyong, mas me fez rir por 5h seguidas com a imagem mental.
vocês são meus anjos <3]

happy reading ♡

Capítulo 1 - Capítulo Único


Comigo, é sempre não.

Meus amigos falam que sou chato demais, exigente demais, seletivo demais. E é verdade. Não são muitas as pessoas que me impressionam. Mas essa noite, quando cheguei naquela bendita boate para comemorar o aniversário de um dos meus melhores amigos, senti que aconteceria algo diferente de qualquer coisa que o Taeyong de sempre faria.

Pouco depois de entrar naquele lugar escuro, cheio e abafado, consegui encontrar meus amigos: Mark, o aniversariante, que acabara de se tornar maior de idade, cercado por Ten, Johnny, Yuta e Hansol, um bando de desalmados que claramente não me esperaram para começar a beber. Eu, pelo menos, precisava daquilo para o lugar se tornar mais suportável. Já mencionei que sou rotulado como o velho chato do grupo? Não? Então. Prazer, Lee Taeyong.

– Não acredito que o vovô veio! – exclamou Mark, abrindo os braços no ar e empurrando as palavras para fora de um modo atrapalhado pelo álcool.

– Alguém aqui tinha que ter juízo, não é? Eu vim ficar de olho em vocês. Feliz aniversário, moleque. 

Puxei Mark para um abraço apertado, e foi quando me afastei do mais novo que senti aquela criatura passar ao meu lado. Me senti como quando bate um vento repentino e você fica confuso por um momento, com os cabelos cobrindo a visão, sem saber de onde veio aquilo e se deveria se preocupar com a chuva que poderia aparecer depois dele ou não. Eu, por via das dúvidas, sempre me preocupava. E quando me virei um pouco para analisar o indivíduo que esbarrou em mim – sem querer querendo, diga-se de passagem – nem me lembrei mais da tal possibilidade de chuva. Chuva era para os fracos. Aquele sujeito era, no mínimo, um furacão.

– É impressão minha ou aquele cara tá quase furando você com os olhos, Taeyong? – Yuta, que estava atrás de mim, quase gritou no meu ouvido, e Hansol completou:

– Eu diria, pela cara dele, que tá imaginando pelo menos umas quinze coisas diferentes, todas envolvendo o Taeyong nu. Misericórdia. Mas aposto que nosso amigo aqui vai achar algum defeito, ou vários, e mandar o cara pra algum lugar bem horrível, como sempre.

– Cara, é mesmo. Cadê o amor no seu coraçãozinho gelado, Jack Frost? E em outros lugares também, você anda precisando. – Yuta disparou, debochado. Revirei os olhos, fazendo cara de ofendido. Eu não estava tão na seca assim.

Pensando bem, talvez eu estivesse mesmo.

– Ah, cala a boca, vocês dois. – desviei o assunto, mas fiquei claramente perturbado com aquilo, e precisava pensar rápido. Só conseguia repetir na mente a cena daquele desconhecido passando por mim em câmera lenta, como naqueles filmes clichês em que os olhares se encontram e... A frase Nossa, que porra tá acontecendo comigo? ficou se repetindo como um mantra na minha cabeça. Foco, Taeyong. – Vou pegar alguma coisa pra beber, já que sou o único sóbrio nesse lugar, cambada de cobras. Vocês já estão até vendo coisas.

– Você que demorou demais a tomar coragem de sair do seu universo particular de preguiça e solidão, mais conhecido como seu apartamento. Vai lá, você é uma pessoa muito mais legal quando fica bêbado. – Yuta disse, me dando um empurrãozinho em direção ao bar. Meus amigos me odeiam secretamente, acho.

Os dois se entreolharam entre risinhos, e continuaram a dançar juntos. Passei por Ten e Johnny que pareciam estar dentro de uma bolha conversando e nem me viram chegando. Os cumprimentei com tapinhas de leve nos ombros e achei melhor não atrapalhar mais que isso. Hansol e Yuta, Ten e Johnny... Até mesmo Mark tinha alguém de quem estava realmente gostando, mas o tal Donghyuck que ele tanto falava não estava lá por ainda não ter idade para entrar numa boate. Por um momento fiquei feliz por ter alguém me acompanhando na solidão, mas provavelmente ele ficaria a noite toda pendurado no celular mandando mensagens bêbado para o crush. Quanta ingratidão, não criei esses traidores para me deixarem aqui abandonado. É o meu fim, mesmo. Além da fama de velho rabugento, virei a vela oficial do grupo. Péssimo dia para ser Lee Taeyong, pensei. Me dirigi ao bar decidido a só sair daquele lugar quando estivesse enxergando dois Taeyongs no reflexo do copo. Pelo menos eu era uma boa companhia… Eu não reclamaria de mim mesmo, acho.

Bufei, fazendo o ar sacudir minha franja enquanto apoiava os cotovelos no balcão do bar e o rosto nas mãos. E então, lá estava ele de novo, na outra ponta do bar. Consegui reparar melhor nele dessa vez, o que só piorou minha situação. O cara era mais alto que eu, magro, mas forte (obrigada pelas regatas, universo. Que belos braços o moço tem). Usava uma calça preta justa cheia de rasgos (belas pernas, também) e estava todo de preto. Os cabelos pretos escorriam bagunçados por cima dos olhos em uma franja, e um dos lados da cabeça tinha uma parte raspada. Porra, universo, precisava mesmo fazer tanto o meu tipo? Fiquei imaginando nós dois juntos, meu cabelo e o dele, o branco e o preto; diferentes de tudo e diferentes um do outro. Será que ele combina comigo…

Me peguei viajando de novo e fiquei puto comigo mesmo, aquilo estava saindo totalmente do meu controle. Eu não era disso, sempre fui realista (ou pessimista, como as pessoas gostavam de dizer). Mas a pior parte foi quando ele me encarou de volta, me escaneando, exatamente como fiz com ele sem nem perceber. Aqueles olhos pretos me liam por inteiro, mas eu não conseguia decifrar a intenção por trás deles. Tentei ver se era interesse em mim, mas a expressão vazia dele não me dava nenhuma pista. Frustração virou meu nome do meio durante alguns momentos. Mas, de repente, ele fez a maior atrocidade de todas com meu coração que, normalmente não se exalta com nada, mas aquilo me causou um abalo sísmico, porque eu comecei a me tremer inteiro: ELE SORRIU PRA MIM. Olhando bem fundo nos meus olhos, deixando à mostra um belíssimo par de covinhas. É sério, isso não foi nada justo. E aí, meus amigos, eu me dei conta do tamanho da devastação que seria causada por aquela tempestade em forma de homem, porque quanto mais ele se aproximava, mais vulnerável eu me sentia. Minhas pernas já não me respondiam mais, não dava pra correr. O jeito era ficar e lidar com o estrago que já estava feito. E a primeira onda me atingiu em cheio.

– Oi.

PUTA MERDA. Eu não estava pronto. É ok ser lindo. Mas se você é lindo e tem uma voz linda, por favor, tenha um pouco mais de consciência e compaixão antes de sair usando ela com as pessoas. Me arrepiei em lugares do corpo que nem sabia que arrepiavam, isso tudo por causa de um oi. Já fui melhor, admito.

– O-oi...

– Quer beber alguma coisa?

– Ahn... Aham... Eu vim aqui pegar… É. Quero sim.

Eu nem tinha bebido ainda, mas a confusão mental era tanta que quase não saiu nada. Não acreditava que aquele cara inacreditavelmente gostoso estava puxando assunto comigo. De todas as pessoas daquele lugar, justo eu. Não que eu estivesse reclamando, lógico. Sem perder tempo, ele chamou a garota do bar com um aceno.

– Duas tequilas, por favor.

O desgraçado piscou pra ela. Gente que sabe usar o que tem pra conseguir o que quer. Havia um mar de gente em volta do bar, mas a moça trouxe rápido dois copinhos de tequila, dois quartos de um limão e um saleiro. Eu só assistia a tudo ali tentando processar várias informações ao mesmo tempo:

1: Eu não ignorei/dei um fora/xinguei um cara completamente desconhecido falando comigo numa boate.

2: Ainda nem perguntei o nome do ser mitológico (ou deus grego?) à minha frente, e já estou prestes a beber com ele.

3: Essa porra é tequila. Você lembra o estrago que esse negócio faz, não lembra, Taeyong?

4: Eu realmente não sei o que está acontecendo dentro de mim nesse exato momento pois estou pensando em como seria bom ouvir essa voz por horas e horas seguidas.

– Meu nome é Jaehyun.

Saí do meu momento de transe reflexivo muito do indignado. Não é possível que até o nome dele é bonito. Eu já estava fazendo a idiotice de juntar meu nome com o dele mentalmente, não sei de onde tirei essa mania, mas tudo bem... Até eu fazer uma merda e me envergonhar imensamente na frente do cara, é claro.

– Jaeyong... TAEYONG! Eu sou Taeyong. Uhhh, você veio sozinho? Quer dizer, porque eu vim encontrar meus amigos, né. Não quero te atrapalhar, sabe?

Eu nem acreditei no quão idiota consegui parecer sem nem me esforçar. Quem costuma deixar as pessoas nervosas sou eu! Nunca pensei que isso fosse se voltar contra mim... É, a roda do karma gira mesmo. Ainda bem que desviei o assunto rápido, ou nem tanto, porque ele deu uma risada que ecoou muito mais intensamente no meu interior do que a música alta com uma batida repetitiva que não deixava a gente se ouvir direito. Depois ele se explicou.

– Eu vim com dois amigos. Mas um deles não aguenta beber muito e acabou passando mal. Pegaram um táxi e foram embora, eu resolvi ficar. Espero que eu não esteja atrapalhando você com seus amigos. 

– Não! – torci para não parecer muito desesperado – Vim por consideração, é aniversário de um deles. Na verdade, eu nem gosto muito de lugares assim. E eles ainda resolveram se organizar em casaizinhos e esqueceram de me avisar, então eu ia... meio que tentar... me divertir sozinho por aqui.

Chutei minha própria bunda mentalmente enquanto pensava: Puta merda. Eu só falo bosta. Ele vai me virar as costas e ir embora agora mesmo.

– Que coincidência, né? E que sorte a minha. Sobrar logo você. – Me olhou meio de lado e os olhos se apertaram com o sorriso enorme que ele deu. E meu ar, minhas palavras e minha capacidade de esboçar reações me abandonaram. Filho da puta maravilhoso. Eu estava mais vermelho que a luz neon do bar que brilhava acima de mim e que felizmente era uma boa desculpa para a mudança de cor do meu rosto, mas pela primeira vez na minha vida eu estava gostando daquele tipo de conversa. Sorri de lado ainda meio desconcertado, mas resolvi entrar no jogo.

– Pois é. Nem acredito nisso. Hoje o universo resolveu que gosta de mim.

Jaehyun sorriu de volta e conversamos sobre os mais absolutamente inesperados e variados assuntos, e nos entendemos perfeita e assustadoramente bem. A banda favorita dele é uma das que eu mais gosto. Morava a três estações de metrô de distância de mim. Prefere sorvete de chocolate e odeia o de coco. Prefere o verão. Gosta de assistir filmes românticos quando não tem ninguém olhando. Gosta de cozinhar. Cursa estatística na faculdade. Sorriu largamente quando eu disse que cursava artes.

– Sabia que você era de humanas.

– Como assim? Por que?

– As pessoas de exatas meio que seguem um padrão. Não costumam ser tão interessantes. 

Ah, Jaehyun, mas você é. Se tem uma coisa que você é, essa coisa é interessante. Nunca alguém me fez sentir tão desesperado. A cada dose de tequila com sal e limão que me descia queimando o esôfago, eu me sentia mais como se minha existência ali naquele bar, naquele momento, dependesse da presença de Jaehyun; meus sentidos estavam todos voltados para ele. O som da risada e a voz grossa; o jeito como ele sorria e as bochechas mostravam os furinhos adoráveis e quase infantis, mas dos lábios pendia um sorriso malicioso e lindo; o cheiro de perfume amadeirado misturado a sabonete e chiclete de canela; e os toques em minhas coxas e cintura quando ele se curvava sobre mim para falar próximo ao meu ouvido ou me puxar para mais perto, mas o contato não demorava muito e me deixava com as áreas tocadas por ele formigando, querendo que ele fizesse de novo e não tivesse tanta pressa de se afastar das próximas vezes... Dos meus cinco sentidos, ele já tinha tomado conta de quatro. E eu queria muito descobrir como seria quando ele dominasse o último.

Depois de alguma gracinha que ele disse sobre eu estudar artes e ser uma obra de arte viva, estávamos os dois rindo, quando a tontura das várias tequilas o fez se balançar para perto demais. Nossos narizes estavam quase se tocando, e ao olhar tão de perto, não pude evitar de procurar algum defeito.

Tinha de haver alguma coisa que me salvasse de ser arrasado por Jung Jaehyun.

Não tinha.

– Você é lindo.

Me assustei com minhas próprias palavras e com a proximidade. Meus lábios já roçavam os dele quando falei.

– Eu não sei como tive tanta sorte de você estar sozinho aqui, Taeyong. Você que é lindo. As pessoas devem ser muito idiotas pra não ver. – Ele praticamente ronronava as palavras quando falava perto demais. Tão perto que com certeza ele ouviu meu coração quase arrebentando meu peito de nervoso.

– Sabia que você tinha que ter algum defeito. Falando que tem sorte de encontrar alguém cheio de erros, você só pode ser louco.

– Devo ser mesmo. E até onde eu sei, seu único erro é ser certinho demais. Vai dizer que é loucura se eu quiser beijar você agora?

– É loucura, sim. Mas quer saber? Eu cansei de ser certinho.

Ele me puxou pela cintura e eu não consegui oferecer resistência nenhuma, joguei meus braços por cima de seus ombros e deixei ele me levar. Logo eu, o chato, exigente, seletivo, indo bêbado para o canto de uma festa com um quase desconhecido.

E assim evoluímos daquele flerte descarado, de vozes roucas no pé do ouvido, indiretas muito diretas e mordidas nervosas nos próprios lábios inferiores para um amasso descontrolado contra a parede daquele lugar, que estremecia com as caixas de som tanto quanto eu quando o calor de Jaehyun se colou ao meu corpo. Eu o beijei tão urgentemente que cheguei a sentir nossos dentes se chocando no início, mas depois ficamos tão perfeitamente sincronizados que pareceu que fazíamos aquilo todo santo dia das nossas vidas. Ele entrelaçou os dedos em meus cabelos e acariciava minha nuca, aprofundando o beijo, ou puxava minha cabeça para trás e descia por meu pescoço. Eu, completamente rendido a ele, só o deixava fazer o que quisesse comigo.
A voz dele chamando meu nome por entre beijos e mordidas no meu lóbulo fazia com que eu me sentisse cada vez mais dele, minha pele parecia queimar em reação a cada pequeno toque. Toda vez que ele prendia meu lábio inferior entre os dentes e eu conseguia vê-lo fazendo aquilo pelo breve espaço entre nossos rostos, ficava tonto com o quanto Jaehyun era bonito e me dava conta do quanto aquele momento estava sendo melhor do que eu esperava (e nossa, como eu esperei!), e eu o puxava pela nuca de volta para mim, sedento. Descobri que o gosto de canela com tequila era surpreendentemente bom. No fim, meus cinco sentidos e tudo mais que Jaehyun quisesse de mim, era tudo dele. Não aguentei e me arrisquei a tocá-lo, e ele correspondeu. As mãos quentes passearam sob nossas camisas, enquanto nossos últimos copos de bebida estavam totalmente esquecidos sobre o balcão do bar.

– Você não quer sair daqui? – Jaehyun perguntou, ofegante, em uma pausa para respirar, mas ainda tocando os lábios nos meus.
Parece que ele sentiu que era só o que eu pensava. O que eu mais queria era sair dali. Com ele. E nunca mais deixar ele ir embora. Talvez ele estivesse sentindo o mesmo. Mas tentei não me iludir muito, afinal, meu orgulho e amor próprio ainda moravam em mim.

– Mas... Pra onde a gente vai? Eu não sei se a gente deve...

– Eu vou pra qualquer lugar. Mas eu queria muito ficar com você hoje...  Só que... em um lugar mais calmo. – Traçou uma linha de beijos da minha orelha até minha clavícula enquanto falava pausadamente, depois selou nossos lábios mais uma vez. Ele sabia ser bem convincente.

– O que você está fazendo comigo, Jaehyun...?

– Não sei. Mas quero fazer muitas coisas com você, Taeyong. Prometo que não faço nada que você não queira... Mas deixa eu te levar pra outro lugar. – falou no meu ouvido e finalizou arranhando os dentes de leve na minha orelha. Eu o queria mais que tudo naquele momento. Era só dizer que sim. Na verdade, eu esqueci completamente o que é a palavra não nos braços de Jaehyun, então decidi.

– Minha casa. Eu nem queria estar nesse lugar mesmo...

Arranquei dele o maior sorriso que tinha visto aquela noite inteira.

 

•••

 

Ainda bem que o táxi tinha uma divisória e não dava para ver os passageiros sem ser por uma janelinha que se abria e fechava, porque o taxista não foi obrigado a ver Jaehyun passeando com os dedos por cima do meu jeans por áreas perigosamente próximas ao volume que se formara entre as minhas pernas enquanto fazia aquela cara de anjo travesso. Daqueles que foram expulsos do céu. E eu fazia cara de sofrimento, enquanto tentava não gemer com os dedos quentes deslizando e apertando a parte interna da minha coxa.

Subimos as escadas até o terceiro andar praticamente correndo, maldito prédio sem elevador. Mas Jaehyun não me largava por um segundo. E nem eu dele. Enquanto uma mão dele segurava a minha, a outra me segurava pela cintura, e a cada andar ele me fazia parar de subir, me puxava e me agarrava ali mesmo no meio da escada, roubando um beijo necessitado e obsceno na porta de algum vizinho desavisado.

Em um intervalo de menos de dez segundos, a porta do apartamento se fechou atrás de nós e as camisas já estavam no chão. Empurrei Jaehyun no sofá da sala e subi no colo dele, que arfou quando pressionei nossas ereções uma contra a outra. Desci por todo aquele torso branquinho e definido fazendo questão de deixar marcas; queria desesperadamente que ele se lembrasse de mim depois de tudo. Desabotoei a calça rasgada e ele gemeu arrastado quando passei a língua pelo volume ainda coberto pela boxer, em um ponto do tecido que já estava úmido. Me livrei daquela única peça de roupa ainda restante nele e comecei a tocá-lo com os lábios de leve, antes de abocanhar seu pau por inteiro, parando só quando ele inverteu as posições e arrancou o resto das minhas roupas para fazer o mesmo comigo. Minha consciência ameaçou me deixar quando senti o calor da boca de Jaehyun envolver meu membro. Não consegui conter meus gemidos altos enquanto ele subia e descia com a língua enquanto me olhava, e quando me empurrou o mais fundo possível na própria garganta.

Transamos de vários jeitos possíveis por todos os cantos. Acho que não teve nenhum cômodo do meu lar que não fora profanado por Jaehyun e eu. Do sofá fomos para a minha cama, depois no chuveiro, na cozinha, no corredor e no sofá de novo. E só não aconteceu na varanda porque a luz do dia já estava clara demais e alguém poderia nos ver. Apesar de que a ideia de ser visto trepando com Jaehyun me deixou um tanto quanto tentado. O mundo todo veria que aquele homem foi meu, e eu dele, pelo menos por aquela madrugada inteira. E foi aí que a realidade me bateu com força. Passava das dez da manhã quando finalmente dormimos nus em uma confusão de pernas e braços entrelaçados, as mãos macias de Jaehyun afagavam meus cabelos sem cor enquanto eu me encolhia junto ao peitoral dele, e me lembro da última coisa que pensei antes de deixar o sono me dominar. Pode nunca mais acontecer. Posso nunca mais vê-lo.

Nunca fui do tipo que aceita ir a encontros com qualquer um, nem transar no primeiro encontro, e nem costumo esperar um segundo encontro, porque o que normalmente acontece é eu achar algum defeito na pessoa que exagero até ela se tornar intolerável para mim e sumir sem dar satisfações, ou a pessoa fazer o mesmo comigo. Jaehyun, o desconhecido mais interessante que já cruzou meu caminho, me fez mudar tantas coisas sobre mim de uma única vez, que eu não posso e nem consigo vê-lo como apenas mais um. Mas eu posso ter sido só mais uma boa noite de sexo selvagem na listinha dele, enquanto ele conseguiu se tornar a melhor que já tive.

E agora, duas e quinze da tarde de um domingo, depois de algumas poucas horas de sono, eu acordei sem Jaehyun ao meu lado. 
Deixou apenas o lado esquerdo da cama bagunçado, um odor híbrido de shampoo, perfume masculino e sexo no travesseiro... E uma quantidade considerável de marcas no meu corpo. Levantei e o primeiro impulso foi ir ao espelho, completamente nu, do jeito que ele me deixou.

Aquilo foi o que restou da madrugada. Os braços e costas arranhados. Uma mordida no peito e uma no ombro esquerdo. Um chupão no ombro direito, outro logo abaixo na clavícula e mais vários outros na parte interna das coxas. Passei os dedos por cada relevo e cor diferente na minha pele.

Era assim a sensação de ser devastado por um desastre natural, que chegava sem aviso e ia embora sem mais nem menos, do mesmo jeito que veio. E por incrível e mais masoquista que pareça, eu gostei. Mesmo que não acontecesse de novo. Mesmo que me sentisse exausto, vazio e cada músculo do meu corpo doesse de tanto foder e ser fodido. Só posso esperar que Jaehyun esteja igualmente marcado e se lembre de cada detalhe da noite passada tanto quanto eu me lembro.

 

• • •

 

Mais algumas horas de sono depois e o céu já estava alaranjado quando eu resolvi sair da cama e comer. Quase saí do corpo com o susto ao ver um bilhetinho com um número de telefone no fim da folha colado na minha geladeira, com uma letra que, definitivamente, não era a minha.

 

Taeyong,

Precisei ir para casa. Desculpa não te acordar e avisar, mas você está tão lindo dormindo que não quis te acordar, só que não aguentei e roubei um beijo antes de ir. Também peguei uma maçã. Pode pegar de volta quando quiser (o beijo, é claro).

Me liga.

Jae~

 

Meu rosto doeu de tanto sorrir enquanto lia pela vigésima vez. Sei que fiz a coisa certa ao dizer sim para Jung Jaehyun, mas não sei se deveria estar tão ansioso por uma segunda vez. Eu ainda não o conheço tão bem, tanto que não sabia o que esperar dele. Não esperava isso. Então pode acabar não dando certo, como todos os outros.

Mas eu nunca vou saber se não tentar.

Corri para pegar meu celular.


Notas Finais


tão louca pelo otp que até o que deveria ser só um tchatcharara eu tinha que enfiar um final fofo... ai ai
parabéns por ter chegado até aqui, sei que deve ter sido uma luta
obrigada por ler aeaeaeaeae


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