História Sim, por você - Capítulo 1

--Judith--

Nunca achei que estaria entrando num avião para um lugar tão estranho pra mim, morar com minha avó (que por sinal nunca conheci) em uma "aldeia" (que por sinal nunca visitei) não será a coisa mais fácil do mundo,mas sim a mais a certa.                                                                                                                                               - Tem certeza? - é a quinta vez que minha mãe pergunta isso e nem chegamos ao aeroporto ainda, não sei porque me dou ao luxo de responde-la novamente, mas assinto e então ela não retruca. Coloco meu fone, pois assim sei que não vou escutar mais nada. Não tenho raiva da minha mãe pelo que me aconteceu, claro que ele era o MARIDO dela e por momento algum deveria tentar fazer o que fez e claro que não sou a filha dele então não é TÃO chocante assim, claro que nem dela por sinal e por isso ela não acreditou em mim e por conta disso aquele cretino conseguiu ir até o final, mas, não tenho raiva da minha mãe como poderia?

Flash Back On

Quando as moças do “Orphanage crystal dolls” da Escócia entraram no meu quarto falando que um casal queria me adotar e me tirariam daquele inferno comemorei, e então vi aquelas duas pessoas estranhas mas que por alguma razão tinham escolhido a... mim – Oi, meu nome é Luce e este é meu marido. Vamos, faça sua mala você irá sair deste lugar.

(...)

3 anos depois

Foi duro quando soube da morte de Liam, ele tinha se tornado meu pai, parte de mim. Foi em uma noite assim, do nada, eu estava sentada olhando a chuva da janela (algo que faço com BASTANTE freqüência) e então Luce entra atordoada no meu quarto e a única coisa que ela me diz é –Liam está morto- escutar aquilo foi um choque, pois se tem algo que Luce odeia é brincar com coisa séria então das duas uma: ou ela pirou ou então meu pai, o MEU PAI está morto e pela cara que ela fez ao avaliar minha expressão fiquei com a segunda opção. O mais estranho foi que três meses depois da morte dele, ela estava chegando tarde em casa, saindo com “amigos” que ela nem conhecia direito. Minha mãe mudou de uma hora pra outra e eu não sabia o que fazer até que, depois de três meses e dois dias ela chega em casa e fala –me casei, quero que o respeite. Sei que ele não irá substituir o nosso Li, mas foi isso que escolhi... o nome dele é Robs e ele está subindo com a bagagem- agora eu sei que foi a pior decisão que ela poderia ter tomado na vida.

Flash Back Off

Saio do carro sem nenhum medo, rancor ou arrependimento. Não ficarei naquela casa nunca mais, passamos pela mesa enorme de check in e vamos nos acomodar espera da saída do avião.

-Mãe minha lótus, eu pedi pra ir. Chorar não vai mudar o que eu quero e se tem algo que VOCÊ me ensinou (e muito bem por sinal) é que as mulheres Campbell não voltamos atrás nunca. Vejo o olhar de uma moça morena ao meu lado que parece curioso, não a julgo já que sou branquinha, tenho cabelos longos (o  que acho ruim, sempre quis cortar, quem sabe agora.) e meu corpo é “favorável” enquanto minha mãe é morena, baixa, do cabelo preto e curto e seu corpo é “normal”.

-Quero que desfaça sua mala na hora que pisar o pé na casa dela, mande e-mail todo fim de semana e não esqueça nunca Judith Campebell que a amo. Você não faz idéia de quanto lamento o ocorrido e o quanto queria voltar no tempo- diz entre choros novamente, abraço ela – não foi sua culpa mamãe, sabe disso- escuto a chamada para o vôo 977 destino Forks, então o medo toma conta de mim – tchau mãe, se cuida te amo – pego minha única mochila e vou em direção a moça dos passaportes sem me dar ao luxo de olhar pra trás e desistir.