Minha mãe era humana, e cuidou de mim ate os cinco anos. Ela não tinha asas como eu.
"-Mamãe? - eu chamei, sacudindo o braço dela, mas ela não respondia -MAMÃE, ISSO NÃO TEM GRAÇA! - me desesperei, batendo de leve nela, mas nada"
"-Você tem duas opções garoto! Ou come o corpo dela, ou vai morrer de fome! - dizia aquele monstro que havia invadido nossa casa, e feito coisas horríveis conosco. Ele tinha um cheiro horrível e era tão feio, que me dava vontade de chorar."
"Então, o tempo se passou e eu continuava preso naquele quarto com minha mãe, ate que, sem aguentar mais, eu obedeci as ordens deles. Fiquei preso naquele lugar por dias, e no fim, o corpo de minha mãe já fedia, e eu tinha que continuar a comer, ate o fim."
"Quando finalmente cheguei ao fim, aqueles monstros me tiraram de lá, como prometido, acho que de tudo o que vivi no inferno, aquilo foi o pior, mesmo quando arrancaram minhas asas, ou queimaram meu olho a ponto de eu ter que arranca-lo pra que não acabasse apodrecendo, nem mesmo quando os demônios faziam verdadeiras orgias com seus escravos, penetrando-nos dia e noite sem descanso, mesmo seus experimentos em mim, nada foi tão horrível quanto o que eu fiz com minha mãe"
Por que estou pensando nisso? Tenho a sensação de estar passando por inúmeras chamas, mas sem me queimar.
-Gerry?
Ouço uma voz nostálgica, e um homem com um par de asas douradas aparece na minha frente, as chamas dão espaço a ele, mesmo nunca tendo visto este homem, eu não preciso perguntar, ele é o meu pai
Os demônios nunca me esconderam que eu era apenas o fruto de uma noite em que um.anjo se permitiu à luxúria, com uma mortal.
Ele tem a pele bronzeada, cabelos ruivos e olhos dourados, olhar para ele, é como vislumbrar o so, sua presença me enche de uma energia pura e quente, da qual eu não faço mais parte.
-O que você faz aqui? - pergunto friamente.
-Vim ver o meu filho. - ele respondeu, com a firmeza de um soldado, mas com a generosidade de uma criança.
-Chegou tarde, seu filho morreu a 17 anos, junto com a mortal que você maculou! - eu sorri sen humor.
-Não morreu não! Ele esta aqui! Na minha frente! Gerry, eu vim impedir que você se entregue de vez a escuridão!
-Você nunca se importou, porque estaria interessado agora? Quer me fazer de escravo também? - meu sorriso se tornou sacana, mas ele apenas me abraçou, de repente, superando todas as minhas expectativas.
-Por favor, Gerry, faça isso pela luz que há em você! Morra, e venha comigo.
Eu retribui o abraço, que desejei tanto naquela noite em que perdi minha mãe.
-Pai... Para voltar a luz, eu não posso guardar rancor de ninguém, não é? - ele respondeu um "sim" baixo - então, me desculpe - segurei a raiz do cabelo dele, puxando para o lado - mas eu não consigo te perdoar!
Eu o mordi, e comecei a sugar aquilo que seria seu sangue, mas eu não sentia o sabor, sentia apenas meu pais se desfazendo como uma névoa, enquanto eu caia na escuridão, e voltava para o meu corpo.
-Are... Você estava aqui, Bishounen-Chan?
Eu vi Laito entrando pela porta do quarto, e não o respondi, chegando ate ele em uma velocidade sobre-humana e agarrando a gola de sua blusa, e enfiando meus novos dentes em seu pescoço.
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