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História Simon says - Antes de seu mestre mandar


Escrita por: emdji

Notas do Autor


OLÁ MARILENE
novamente aqui aos 45 do segundo tempo
Eu gostei muito desse capítulo, apesar da dificuldade em escrevê-lo. E espero que esteja de acordo com os desafios e que vocês também gostem. Boa leitura! <3

Capítulo 6 - Antes de seu mestre mandar


Fanfic / Fanfiction Simon says - Antes de seu mestre mandar

Simon tinha uma alergia no pescoço que piorava sempre que ele ficava nervoso. A tia costumava levá-lo ao dermatologista quando eles moravam em Los Angeles, mas a única dermatologista em Rock Springs era a mãe de Biggs, fato que o fazia questionar a qualidade dos serviços diante da pele horrível da garota. Ele conseguia sentir a pele coçar por baixo de seu suéter azul e também se sentia indignado por ser o único de seus colegas algemado. Tudo bem que ele poderia ser considerado o principal suspeito, mas mesmo assim...

— Droga de delegado — resmungou em sua cadeira. A pele agora queimava que nem o dia em que foi picado por uma abelha e teve uma reação alérgica. O tecido só piorava tudo.

Jim Hopper não fazia sentido. Tendo Simon encontrado o corpo, a lógica seria que ele fosse o primeiro a ser chamado para o interrogatório. Mas não; o delegado algemou os seus pulsos na frente de seu corpo, deixou-o em uma cadeira e se esqueceu de que ele existia. Petersburg viu Nicky e Biggs passando pelo corredor mais cedo e se surpreendeu com a excentricidade de tudo aquilo.

Por que é que ele ou Dicky não foram chamados primeiro?

Quando a porta da sala de interrogatório tornou a se abrir pela quarta vez naquele dia, ele pôde sentir o olhar de Abigail sobre si.

— É a sua vez — avisou a ruivinha com um meio sorriso no rosto.

— Eu já sabia disso, sua porca imunda.

A garota esbarrou com força em seu ombro, fazendo-o se desequilibrar e cair no chão. Simon teria cuspido nos sapatos dela se Hopper não tivesse se aproximado naquele exato momento. Biggs saiu às pressas pelo corredor dando risada.

— Você não vai fazer nada? — perguntou incrédulo. — Vai simplesmente ficar assistindo?

— Ela agiu em legítima defesa. Não posso fazer nada se você insiste em insultar todo mundo.

O garoto revirou os olhos quando o delegado o ajudou a se levantar, mas acabou agradecendo.

— Eu não entendo o senhor — comentou enquanto Jim tirava as algemas. — Dicky e eu não fomos os primeiros a serem interrogados. Eu queria ter respondido tudo de uma vez pra tirar essas coisas — e apontou para as algemas penduradas no bolso do delegado. — Meus pulsos estão todos doloridos.

Jim deu uma gargalhada e empurrou Simon pelos ombros. O garoto se encolheu ao toque.

— Qual é o problema?

Simon arfou durante alguns segundos e se apoiou na parede. Coçou a parte exposta do pescoço que ardia feito o diabo até as unhas ficarem cheias de pele.

— Porra. Tá doendo muito — dizendo isso, tirou o suéter e a camiseta branca molhada de sangue e tornou a se coçar com mais vigor.

Hopper se assustou ao ver a pele do menino repleta de feridas abertas. Ele chamou um dos policiais e pediu pra que ele ligasse para o pai de Richard. Enquanto o outro policial discava o número do hospital apressadamente, Jim tentava segurar Simon para que ele não se coçasse mais.

— Tá ardendo muito. Eu preciso coçar!

— Só vai piorar o ferimento. Mantenha a calma — aconselhou enquanto mantinha os braços do garoto presos atrás das costas. — Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?

— Chama a Kath—

O rapaz tombou nos braços de Jim e desmaiou.

 

*

 

Simon não tinha muitas memórias sobre a sua mudança para Rock Springs. Na cabeça dele, havia apenas fragmentos de pessoas carregando caixas, vizinhos novos lhe dando as boas-vindas, o diretor lhe entregando uma papelada sobre suas aulas e horários e Katherine. Embora não demonstrasse, ele achou a garota adorável no exato segundo em que o padrasto e ela tocaram a campainha e lhe entregaram uma cesta de bolinhos. A menina sorriu antes que o padrasto a arrastasse para dentro da caminhonete enferrujada e tornou a sorrir quando o rapaz piscou para ela.  

Kit-Kat tinha o sorriso mais bonito que ele já havia visto até então.

Ele também se lembrava de que tinha acabado de se mudar quando o evento anual de Halloween da escola aconteceu. Simon adorava aquela época. A mãe costumava levá-lo para pedir doces e eles sempre combinavam as fantasias todos os anos. Quando ela morreu, a tia continuou a levá-lo para pedir doces, mas não era a mesma coisa.

— Você podia se fantasiar, titia — ele sugeriu no segundo Halloween em que passaram juntos.

A mulher ponderou e colocou uma tiara de abelhinha que não combinava em nada com a fantasia de astronauta dele, então ele acabou aceitando que aquele lance de “fantasias combinadas” era especial demais pra que ele tentasse dividir com outra pessoa.

Foi difícil para ele ir a sua primeira festa de Halloween sozinho. Apesar de ter vivido em Los Angeles por mais de quinze anos, ele sempre foi acompanhado por algum adulto ou adolescente mimado. Simon acabou se fantasiando de “Twister” por causa de uma fantasia que ele viu no último Halloween e havia achado particularmente engraçada. Era basicamente uma blusa e uma calça branca, uns círculos coloridos feitos de cartolina e pregados com fita adesiva e um cartaz com um gráfico de pizza nas cores dos círculos. Ele andaria pelos corredores desafiando garotas a tentarem a sorte e colocarem as mãos pelo seu corpo.

— Eu devia ter vindo de lobo mau — disse para Katherine assim que a encontrou com sua fantasia de Chapeuzinho Vermelho na porta de uma das salas. As garotas ao redor da menina deram risinhos nervosos pela presença de Simon. A menina apenas sorriu e cruzou os braços.

— Qual é o conceito da sua?

— É daquele jogo Twister — explicou.

— Ah é. Que legal!

— Se quiser tentar…

— Passo — comentou e fez sinal de rendição. — Eu tenho que voltar pra prova das maçãs. Não é grande coisa, mas a senhora Lewis disse que esse ano está bem movimentado.

— Nem imagino o motivo.

Katherine sorriu e voltou para a sala. Simon tornou a vasculhar as atrações e passou a arrastar o cartaz depois de certo tempo. Ele estava prestes a se sentar próximo ao bebedouro quando uma garota em um vestido rosa apareceu correndo do nada e teria se esborrachado no chão se o rapaz não a tivesse segurado. Simon notou que as mãos da menina estavam em cima dos círculos amarelos de seu peito.

— Sinto muito, mas você precisa girar a roleta pra tocar aí — brincou.

Ele notou os olhos arregalados da menina antes de ela recuar.

— D-desculpa — o chapéu que ela usava caiu em seu rosto e Simon o levantou para observar os olhos brilhantes e assustados. Mesmo que as luzes dos enfeites estivessem laranjas, ele se impressionou por conseguir distinguir o azul metálico e ficou ainda mais surpreso quando se viu contornando a bochecha cheia de pintinhas claras.

— Está tudo bem.

— E-eu… Eu não deveria estar aqui.

— Discordo — falou Simon. — Você parece estar no lugar certo, na hora certa.

Ela sorriu envergonhada e Simon pensou que talvez o sorriso de Katherine não fosse o mais bonito do mundo.

— Qual é o seu nome?

— M… Mary.

O garoto se ajoelhou e beijou a mão dela.

— É um prazer conhecê-la, Mary.

— Não faz isso — pediu com as bochechas vermelhas enquanto se encolhia contra o armário. — Você não sabe o que está fazendo.

— Eu sei muito bem. Estou me apaixonando.

— Droga — Mary disse antes de empurrar Simon para longe e tornar a correr em meio a teias de aranha feitas com novelos de lã, enfeites de abóbora e morcegos de plástico pregados pelo corredor.

O rapaz largou o cartaz para trás e saiu atrás da menina. O chão estava escorregadio e grudento por causa das bebidas e doces que os visitantes haviam deixado cair. Os dois acabaram no ginásio e ele a perdeu de vista quando uma voz masculina anunciou que a melhor fantasia masculina daquele ano era de Simon Petersburg.

— Merda — resmungou baixinho enquanto mudava de percurso.

Nicholas Campbell usava uma fantasia de empregada com salto alto e acabou sendo escolhido como a “melhor fantasia feminina”. Ele deu uns tapinhas amigáveis nas costas de Simon quando o garoto subiu até o palco e acenou para o público.

— É bacana ganhar esse tipo de concurso, né?

Simon ignorou o comentário enquanto vasculhava a arquibancada com olhos de águia. Ele avistou Mary em meio a uma porção de garotos que a enchiam de elogios. Ao seu lado, Nicholas deu uma gargalhada.

— Gostou da Mary Poppins, foi?

— Mary Poppins? — perguntou confuso.

— É a fantasia desse ano do Dicky — comentou. Simon continuou o olhando meio atordoado. — Dickinson Moore, gêmeo da Dawson. Aquela garota com a fantasia de Life is Strange — e apontou para a garota de cabelo azul com uma enorme tatuagem de rena que segurava um cigarro apagado entre os dedos.

— Eu achei que ela… Que ele fosse uma garota.

— Seria mais fácil.

Simon esperou que os aplausos parassem antes de se trancar no banheiro e vomitar parte dos doces que havia comido naquela noite. Eu não sinto atração por garotos, repetiu para si mesmo antes de tornar a vomitar.

Se Dickinson era capaz de fazer joguinhos com ele, ele também era capaz. E o rapaz iria se arrepender por tê-lo enganado.


Notas Finais


HEHEHEHEHEHHEHEHEHEHEHEHEHE ATÉ SEMANA QUE VEM P-PESSOAL


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