1. Spirit Fanfics >
  2. Simple like Flowers >
  3. Capítulo Vinte e um - Sofrimento da Stephanie

História Simple like Flowers - Capítulo Vinte e um - Sofrimento da Stephanie


Escrita por: BlueLady

Notas do Autor


Gente, tá frio.
Amanhã tem especial <3

Capítulo 21 - Capítulo Vinte e um - Sofrimento da Stephanie


Fanfic / Fanfiction Simple like Flowers - Capítulo Vinte e um - Sofrimento da Stephanie

Ninguém sabia para onde olhava, então seus olhares oscilaram entre Leo e Chien, provavelmente esperando uma continuação.

― Como assim? ― Ladybug conseguiu perguntar.

― É bem simples, na verdade. Eles pegaram esse moleque aqui. ― Apontou para o garoto. ― E fizeram um miraculous para ele. Com nossos ataques especiais. ― Todos arregalaram os olhos, abismados. ― Talvez seja só um experimento – que deu errado, olhem para ele. ― Apontou e Leo revirou os olhos. ― Mas talvez eles estejam tramando nos substituir. Nós agimos por conta própria, são as leis básicas. Criamos justiça com as mãos. O governo claramente não quer ser controlado. Eles querem pessoas submissas. Podemos estar em perigo.

Ninguém ousou se pronunciar nos segundos que se sucederam.

― O treinamento para conseguir usar um desses é pesado. Meu pai é cientista e... Bem, me entregou aos pesquisadores. Estou treinando há alguns anos. O primeiro protótipo que deu certo foi esse que eu estou usando. Ele está equipado com todos os seus poderes, mas ele tem uma vantagem, a destranformação não é forçada. Posso ficar nessa forma o quanto quiser.

― Mas... Mas se isso der certo, como... Como vamos ficar? Quer dizer... Meu Deus, estamos perdidos. ― Volpina cobriu o rosto com as mãos.

― Felizmente, os protótipos são feitos para pessoas específicas, não para todos. Esse foi criado para mim, os outros – que deram errado – foram criados para os outros que estavam treinando. Eles não foram fortes suficientes para o treinamento e... Foram cortados.

Ninguém teve coragem de perguntar o que “ser cortado” significava.

― Como podemos confiar em você, nanico? ― Vipere cuspiu as palavras, irritada. ― Você é um objeto de teste deles, como saberíamos se é confiável.

― Se Leo fosse nos trair, teria o feito anos atrás. ― Chien se manifestou. ― Ele é de confiança e o único que pode nos ajudar. A não ser que queiram confinar a nossa joaninha na cidade e esperar sua infelicidade.

― Não vejo por que não. É sua obrigação como heroína, como dona de miraculous. Você não fez o juramento? ― Vipere continuou, mas se arrependeu assim que viu, por cima dos ombros de Ladybug, Chien colocando o dedo na frente dos lábios indicando silêncio.

― Que juramento? Vocês fizeram um juramento? ― Chat se pronunciou, claramente entretido na conversa.

― Eu acho que Volpina já os informou que tivemos um tempo para... treinar. ― Birdie quebrou seu silêncio. ― Todos nós, com exceção do Leo, fomos escolhidos a dedo quando ainda éramos crianças. Se não me engano, nos levaram para uma base. Faz muito tempo para eu me lembrar com clareza. Shark foi o primeiro.

O tubarão se estremeceu quando ouviu seu nome.

― Não. Cale a boca. Você não vai contar essa história. ― Volpina passou a mão pelo braço de Shark, tentando o acalmar.

― Enfim, como o próprio Shark disse, não vou dar os detalhes para vocês. Cada um foi treinado e reconhecido em suas habilidades únicas, assim foi escolhido o miraculous que cada um receberia. Fomos mandados para vários lugares do mundo depois disso e só recebemos os miraculous quando eles acharam que estávamos prontos.

― Eles quem? ― Ladybug estava atônita.

― Você foi para a Itália, não é, Volpina? ― Ela assentiu levemente.  ― Eu fui mandado para o interior, Chien também. Não é uma história interessante.

― Você ignorou a pergunta. ― Ladybug afirmou irritada.

― Por que nós não tivemos esse treinamento? ― Chat perguntou, sério demais, mais do que Ladybug recordava.

― Os miraculous de vocês... São diferentes. Não são as pessoas que escolhem eles, eles escolhem as pessoas. Tínhamos que esperar na sorte.

Todos ali – com exceção de Ladybug e Chat Noir – pareciam, de alguma forma, machucados. Encolhidos ao máximo, como se a mera lembrança daqueles anos doesse na alma. O clima ameno formado por Leo e Chien antes não estava mais lá, e nenhum dos dois parecia querer, ou mesmo ter forças, para restaurá-lo.

― Eu acho que a reunião está acabada. ― Shark se manifestou. ― Vou para casa.

― Acho que é o melhor. Se precisarem de algo, me chamem, eu reúno todos. ― Chien disse e desapareceu nos prédios tão rápido que nem pareceu que estava ali segundos antes.

Um a um, todos foram desaparecendo do telhado.

― Ladybug, fique calma. ― Ela não percebeu que estava tremendo até sentir a mão de Leo em seu braço. ― Eu vou cuidar da cidade. Não importa o quanto eu e Chien nos irritamos, ele é como um irmão para mim e nunca o trairia.

― Eu estou bem, obrigada. ― Ela se soltou dele e, como os outros, foi desaparecendo nos prédios, sem coragem para se despedir de Chat Noir ou até mesmo de Leo, que se preocupara em acalmá-la.

Chat Noir estava com a cabeça muito confusa. Era muita coisa para perguntar e ele sentia que aquele era o momento certo, mas também sentia que teriam outros momentos para perguntas, então, após uma despedida suave, ele foi embora.

Ladybug voltou a ser Marinette e caiu na cama.

Sua cabeça estava confusa e conseguia sentir uma leve tontura. Talvez ela estivesse sendo egoísta. Com certeza, na verdade, mas ela não conseguia evitar. Saber que eles treinaram, saber que eles tiveram essa oportunidade doeu em sua alma. Ela queria treinar, também, queria ser importante.

Com certeza, ela ignorou os sinais de dor emocional que ainda restaram nos outros, mesmo depois de anos.

Ela resolveu dormir. Não ia conseguir chegar a uma solução e já estava tarde. Pronta para dormir, Marinette revirou na cama várias vezes, antes de resolver finalmente chamar a kawami.

― Tikki. ― A pequenina se remexeu, mas logo acordou e, discretamente, foi ao lado da heroína. ― Por que você é especial?

― O que quer dizer, Marinette? ― Ela perguntou, com um sorriso no rostinho.

― Você ouviu a conversa, não ouviu? Quer dizer, eles escolheram os outros, eles treinaram os outros... E a gente? Oliver disse que você é especial, você e o kawami do Chat Noir. Vocês escolhem, não são escolhidos. ― Ela estava olhando nos olhos da kawami, mas não teve coragem de suportar o olhar na resposta, então apenas desviou, olhando para o cobertor.

― Bem, eu adoraria te explicar isso, mas é complexo demais. ― Tikki respondeu.

― Tente.

― Bem, não quero que se sinta ofendida com a explicação, de maneira alguma! ― Tikki garantiu, antes de realmente começar. ― Humanos são movidos a uma coisa, Marinette, e essa coisa é poder. Desde sempre. É só colocar poder na mão de um homem para saber quem ele realmente é. Isso é bem perigoso. ― Uma frase tão potente na voz doce da kawami parecia perder o sentido, mas não para a Marinette. ― Então nós escolhemos quem pode usar o miraculous.

― Como vocês fazem isso? E por que só vocês? ― Tikki sorriu para a amiga.

― Um dia tudo fará sentido, Marinette, não se preocupe. Hora de dormir. ― A kawami foi para sua caminha e Marinette se remexeu mais uma vez, tentando dormir.

***

― Marinette, querida, não vá se atrasar! ― Sua mãe gritou do andar de baixo. Marinette acordou em um susto, sentando na cama.

― Cace...

― Marinette! Sem palavrão. ― Tikki a repreendeu com o olhar e Marinette levantou correndo.

― Tikki! Eu estou atrasada! ― Ela pegou as primeiras roupas do armário e nem parou para ver se combinavam. Só parou para se olhar depois de vestida. Deu graças a Deus que escolheu uma calça jeans que combinava com tudo, mas a blusa ‘Kiss the Girl” estava mais desgastada do que pretendia. Era de alguns anos atrás? ― Vai ter que ser isso mesmo.

Pegou sua bolsa e Tikki se enfiou dentro. Marinette fechou a bolsa e desceu as escadas correndo. Sua mãe estava com a mesa do café posta, a esperando. Marinette deu um beijo em sua bochecha.

― Atrasada de novo, Marinette? ― Ela perguntou enquanto Marinette enfiava o máximo de comida de uma vez, tentando comer o mais rápido possível para não se atrasar. Falhando miseravelmente enquanto engasgava com alguns pedaços de frutas. ― Você foi dormir tão cedo...

― Pois é, né? ― Marinette respondeu, nervosa. Ela não poderia simplesmente chegar em sua mãe e dizer: “ Na verdade, eu estava com uns amigos aí em cima de um telhado discutindo sobre um garoto de 14 anos e treinamentos masoquistas, nada que você precisasse se preocupar.”.

― Sabe o que está chegando, Marinette? ― Sua mãe perguntou, com animação nos olhos. Marinette tentou lembrar de todos os eventos que já aconteceram em sua vida, mas nenhum próximo àquela data veio em sua mente. Sua expressão de dúvida deve ter servido para que sua mãe percebesse que ela não lembrava. ― Marinette! Você prometeu que ia me ajudar esse ano!

Como um clarão, a memória do que sua mãe falava pairou sobre sua mente. O Festival Chinês.

― Mamãe, todo ano você se oferece para ajudar, mas acho que o vovô e a vovó podem cuidar disso esse ano, além disso, ele nunca atraiu tantos visitantes.

― O que pensaria seu avô se você dissesse que não quer comemorar suas origens? Sua única netinha, descendente de chineses... ― Ela fez um drama desesperado. ― Ajude queria, pelo seu avô... Por mim. ― Ela soltou um sorriso carinhoso.

― Certo... ― Concordou triste. Marinette adorava ajudar, mas o Festival Chinês era algo que ela não gostava. Amava a França, mas seus avôs, todas as vezes que a viam, diziam sempre como ela devia ser como a mãe e mostrar sua cultura chinesa para o mundo, orgulhando-se de suas origens. Marinette estava cansada disso. ― Posso convidar amigos esse ano? Não quero ficar sozinha durante um dos discursos patriotas do vovô.

― Você fala como se fosse a pior coisa do mundo, Marinette. Cadê aquela garotinha que fazia as coisas simplesmente para deixar seus avôs felizes? ― Sabine tirou o prato vazio da frente de Marinette. ― Claro que você pode levar seus amigos, Mari. Quanto mais gente melhor. Não vá se acostumando, você ainda está de castigo!

Marinette não conseguiu conter o sorriso de felicidade. Abraçou a mãe e deu um beijo em sua bochecha antes de descer. Seu pai estava abrindo a loja, o que a fez ir até lá lhe dar bom dia antes de sair pela porta da frente e ir para a escola.

Ela nunca entendeu o motivo de chegar atrasada. Sua casa era simplesmente na rua da frente da escola. Talvez o tempo não estivesse ao seu favor.

Marinette ficou em achar Alya e Oliver. Poderia almoçar fora e definitivamente não queria gastar esse tempo precioso – principalmente agora que estava de castigo – sozinha. Alya foi fácil de achar. Estava parada na frente da escola, provavelmente esperando a amiga – ou certo garoto por quem talvez ela tivesse uma queda.

― Marinette! ― Alya exclamou ao ver a amiga na frente da escola. ― Bom dia. ― Ela sorriu e a outra seguiu.

― Bom dia, Alya. Adivinha? ― Ela se aproximou da amiga, esperando que a mesma respondesse.

― Você finalmente se declarou para o Adrien? ― Marinette engasgou. Claro que sua queda pelo Chat Noir era recente e Alya não sabia, mas ela realmente precisava perguntar aquilo? Marinette então pensou em quão confusa estava. Se olhasse para Adrien, seu coração não falharia uma batida como falhou com Chat Noir?

― Não, Alya! ― Reprovou a amiga, depois de alguns segundos de silêncio que confundiram a outra. ― Minha mãe liberou meu castigo hoje. Posso almoçar fora. ― Forçou um sorriso, como se a outra pergunta não a tivesse afetado.

― Ah, que legal! ― Alya ignorou a reação tardia da amiga. Com certeza falaria com ela mais tarde, mas não na porta da escola. ― Onde você pretende ir? Abriu um restaurante italiano aqui na rua. Não é muito caro, o que acha?

― Parece bom. Eu nunca comi comida italiana. Vou chamar o Oliver também. ― Alya concordou com a cabeça e o sinal tocou. As duas foram em direção da sala, conversando sobre assuntos aleatórios, como lição de casa e macarrão.

― São 7 horas da manhã e vocês estão falando de macarrão? ― Oliver se aproximou delas. Marinette e Alya se entreolharam e riram.

― É que vamos almoçar em um restaurante italiano hoje e a Mari nunca comeu em um. Você está convidado, sabia? ― Oliver abriu um sorriso, mostrando seus dentes brancos em contraste com sua pele morena.

― É uma honra acompanhar damas tão belas.  ― Brincou e os três entraram na sala.

Pela primeira vez em vários dias, Pierre estava sozinho na escola. Pelo menos essa foi a impressão que Oliver teve. Nem sinal de Stephanie por perto, seria um milagre? Pierre estava mexendo no celular, com fones de ouvido, alheio a tudo. Era, pensou Oliver, muito melhor que ver ele agarrado naquela cobra. A professora entrou na sala e todos se apressaram para se sentarem em seus lugares.

Adrien estava sentado em sua carteira, mas sua tentativa singela de cumprimentar Marinette foi falha quando a mesma se sentou sem ao menos olhar para ele e Nino começou a falar sobre alguma coisa que ele não prestou muita atenção.

― Bom dia, turma. ― Ela olhou em volta. ― Nenhum sinal da Stephanie? Que estranho, ela nunca se atrasa. Vamos começar a aula então. Todos peguem seus materiais e abram na página...

 ― A Stephanie faltou? Que estranho... ― Alya comentou, olhando para a porta. ― Você sabe de alguma coisa? Aconteceu algo na sala do diretor ontem?

― Nada que a fizesse faltar, talvez ela só esteja fazendo cena... ― Marinette respondeu, tentando falar com a voz baixa o suficiente para que a professora não a escutasse.

O resto da aula passou normalmente. Quase no fim da primeira aula, uma batida suave na porta chamou a atenção da professora.

― Entre. ― Falou. A porta se abriu calmamente e Stephanie apareceu, com um sorriso fraco. A professora fez sinal para que ela entrasse. Em silêncio, ela entrou na sala e foi até sua carteira, o olhar levemente baixo.

As próximas aulas seguiram com muita curiosidade por parte dos alunos. Stephanie era o modelo de aluna para os outros – que não conheciam sua ligação antiga com Pierre. O sinal bateu e Stephanie se levantou rápido, sendo a primeira a sair da sala.

Marinette não pretendia, mas se levantou e seguiu-a. Não sabia se era só curiosidade, mas Stephanie estava estranha e Marinette nunca foi do tipo que ignorava alguém. Seu lado protetor falou mais alto.

― Stephanie! ― Ela gritou. Sabia que se arrependeria em menos de 2 segundos, mas ela precisava... ou ela achava que sim. A loira se virou devagar, com o cabelo intocável cobrindo seu pescoço e o corpo totalmente coberto por uma blusa de manga comprida e uma calça. O olhar dela tinha a raiva que Marinette sabia que só era direcionada a ela.

― O que você quer? ― Ela grunhiu, com a voz rouca de raiva. Marinette se aproximou.

― Você estava estranha.

― Não finja que se importa. ― Ela se virou de volta, mecanicamente. Seus passos aceleram, mas Marinette não desistiu. Sabia que estava estranha e ninguém e bem, qualquer coisa ela podia chamar o Pierre, não? Um gemido baixo foi ouvido e Marinette parou bruscamente. Dor. Um gemido de dor. Marinette agarrou o braço de Stephanie, fazendo a mesma ricochetear.

Um gemido alto saiu da boca dela. Marinette arregalou os olhos. Não era possível que Stephanie estivesse machucada a esse ponto, não é? Quando os olhos dela encontraram com o rosto de Stephanie, sua boca arregalou e sua mão soltou o braço dela.

― Stephanie. ― Conseguiu sibilar, depois do choque, se lembrando apenas da marca de mão na cor roxa no pescoço da loira. ― Você apanhou? 

LEIA AS NOTAS FINAIS


Notas Finais


Eu abordei um tema sério aqui. Se alguém vier defender a agressão dizendo que ela merecia não será tratado com respeito. Violência NÃO é tratada com mais violência e NINGUÉM merece sofrer agressão, não importa o que fez no passado. A gente brinca que é a Steputa e tals, mas, gente, ela apanhou TANTO que teve que usar roupas para esconder. Eu não gosto dela, mas não é por isso que um assunto sério deve ser levado na brincadeira. Disque 100 para denunciar violência infantil.
/!\ Não reproduza nenhum tipo de violência.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...