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História Simple like Flowers - Capítulo Vinte e Três - Na casa da Stephanie


Escrita por: BlueLady

Notas do Autor


A narrativa mudou um pouco, porque dessa vez, o ponto de vista mudou. Pessoas diferentes requerem narrativas diferentes.

Capítulo 23 - Capítulo Vinte e Três - Na casa da Stephanie


Fanfic / Fanfiction Simple like Flowers - Capítulo Vinte e Três - Na casa da Stephanie

AVISOS: ESSE CAPÍTULO CONTÉM INSINUAÇÕES DE SEXO, PALAVRÕES E/OU PALAVRAS INADEQUADAS E VIOLÊNCIA.

Capítulo Bônus – Na casa da Stephanie

(Stephanie)

Meus dedos tremeram levemente, o suficiente para me deixar irritada.

Eu odeio a Marinete.

Odeio, odeio, odeio, odeio, odeio.

Por que ela sempre tem que se meter na minha vida? Já não basta...

Uh.

Pierre não veio falar comigo e eu esperava por isso. Eu sei, eu sei que ele não gosta de mim como ele diz que gosta, ninguém gosta. Eu sei porque ninguém gosta, eu sou uma vadia, uma vadia podre.

Mas eu não preciso deles.

Minha carteira ficava no fundo da sala, mas eu não podia me dar ao luxo de ficar vermelha de raiva. Se alguém percebeu minha cara de morte, ninguém comentou, diferente da Marinette (uh), que todos lançaram olhares furtivos e divertidos.

Ah, sim, uma pessoa percebeu.

Chloe, de tempos em tempos, me lançava olhares irritados e seu cachorrinho, quer dizer, Sabrina a acompanhava. Devia ser por causa do fora que eu dei nela, mas, convenhamos, quem quer ser amigo daquelas duas?

A aula acabou com vários sussurros e o olhar de Pierre queimando minhas costas. Eu odeio ele também.

Me levantei e sai rápido da sala. Não queria atenção, não queria que me olhassem com pena. Mas ao mesmo tempo, eu queria.

― Stephanie? ― Eu parei quando ouvi a voz dele. Não o queria, não o queria ali. Eu o odiava, odiava, mas eu me virei e o abracei.

Eu precisava, mas não, não precisava.

― O que aconteceu? ― Eu não queria admitir, estava tudo tão bem do jeito que estava, ele não precisava saber do que eu sentia. ― Stephanie? ― Era tudo tão horrível e eu queria admitir para alguém, queria que ele me entendesse, mas como ele faria isso?

Como ele faria isso se nem eu mesma entendo?

― Nada. ― Me desgrudei dele. Ele estava com o celular na mão e eu tive vontade de jogá-lo na parede.

Ele nunca me daria atenção completa, eu sabia. Quem seria eu para discordar dessa visão, afinal, eu mesma, no passado...

Uh.

Mas, agora, eu o amava, amava tanto que doía.

Não, eu não o amava, eu o odiava. Odiava tanto que doía.

― Você está muito quieta hoje. ― Ele afirmou, mas eu preferia que ele tivesse ficado calado, odiava a voz dele.

― Você está muito irritante hoje também, mas eu não fico falando nada. ― Ele ficou quieto, me olhando com os lindos olhos azuis dele, me olhando como o céu e o mar, como os pássaros e.... e.....

E eu queria arrancar aqueles olhos.

Não.

Não queria.

O cabelo preto dele balançou com os ventos. Preto como a noite, lindo, eu queria tocar e....

Arrancar com os dedos.

UH.

O celular ainda estava na mão dele e ele não largava. Eu queria atenção, não queria que tivesse um celular entre nós. Eu queria chegar mais perto...

― Pierre, você está me irritando com essa merda desse celular. Tchau. ― Eu passei direto por ele. Pierre não fez menção alguma de que ia me seguir.

Ele não me amava?

Ah, é verdade, ninguém me ama.

Por que mesmo? Eu sou incrível.

Eu queria o amor deles.

Todos os pelos do meu corpo se eriçaram quando eu saí da escola. Para onde eu iria? Eu não tinha casa.

Não tinha.

Abri minha bolsa e remexi nela até achar o remédio.

Papai não deixava eu tomar o remédio, porque eu não era doente, mas eu peguei o remédio da mamãe do mesmo jeito.

Ele me ajudava.

Mas a mamãe não era louca, era?

Eu também não era louca, então por que ele me ajudava?

Eu devia ser especial.

Eu tomei dois de uma vez, ajudando com a agua da garrafinha que eu levava sempre comigo.

Fechei os olhos e esperei fazer efeito.

1, 2, 3, 4, 5....

Senti a tontura e abri os olhos.

A parede cor-de-rosa do meu quarto foi a primeira coisa que eu vi.

Então eu estava em casa.

Um choque percorreu meu corpo. Se eu estava em casa, então não teria como escapar. Eu queria escapar, queria muito. Queria fugir e ir para casa, para casa.

Ah, eu não tinha casa.

Correção: Eu estava em casa.

Três batidas na porta me fizeram estremecer, mas os cachos louros e bem arrumados da Odile que entraram pela porta, não o olhar severo do meu pai.

A dor de cabeça voltou. Eu não tinha pai.

― Stef, você está fazendo de novo. ― Ela me alertou e subiu na minha cama. Odile era minha irmã não era?

Ela me amava, não?

― Fazendo o que?

― Falando sozinha. Você me assusta quando faz isso, parece possuída, que nem a mamãe. ― Era só fechar os olhos e se concentrar para ouvir a mamãe chorando e falando coisas sem sentido.

― Eu não ligo. ― Respondi, irritada. Odile riu.

― Minha irmã voltou. ― Ela ficou séria de novo. ― O efeito ainda não veio totalmente? ― Eu não me dei o trabalho de responder. Minha irmã já me viu tomando o remédio, ela nunca me dedurou, mas eu nunca contei para ela como eu me sentia.

Ninguém sabia, ninguém.

Ás vezes, eu pensava em coisas cruéis, muito cruéis, mas eu nunca as realizava.

Só uma vez.

Odile saiu do quarto. Acho que eu voltei a falar sozinha.

Ouvi um risinho baixo do quarto do lado. Odile tem a voz muito mais fina, mamãe não ri.

Deve ser o papai e a amante dele.

Se o papai já está aqui, isso significa que não vai demorar para eu levar uma bronca. Eu não quero isso, foi descuido meu ter sido pega pela câmera de segurança.

Um descuido.

Eu odeio a Marinette.

Os barulhos ficaram mais altos. Gritinhos, gemidos de prazer, camas balançando.

Papai não escondia, mas de quem ele esconderia?

Da sua mulher que está louca e não sai do quarto?

Da filha de 8 anos que está sempre no quarto, do outro lado da casa?

Ou da filha mais velha de 16 anos que só o decepciona?

Eu fui aproveitar minhas horas sã e fui fazer lição de casa. Não posso decepcionar mais o papai, só de lembrar da outra vez....

Ainda dói.

Eu até conseguia sentir ele... colocando....

Balancei a cabeça e espantei os pensamentos da outra vez. Me concentrei na lição de Física. Era mais fácil, mais simples, menos doloroso.

Os barulhos pararam. Eu tinha até me acostumado com eles como se fossem uma música, mas eles acabaram.

Ou seja, era minha vez.

Todos os pelos do meu corpo se eriçaram e eu tremi um pouco. Minha letra saiu borrada, mas eu respirei fundo. Mais uma vez. Ia respirar uma terceira quando a porta foi brutamente aberta, eu segurei a respiração. 

― Você chegou. ― Ele disse com sua voz severa. Eu não olhei para ele, como se nem estivesse ali. ― Olhe para mim quando eu falo com você.

Eu virei a cadeira de rodinhas para encará-lo. Não sei se era impressão, mas eu me senti espremida naquela cadeira. Ele entrou no meu quarto e fechou a porta atrás dele. Eu era forte o suficiente para não chorar.

Uma lágrima de medo desceu no meu rosto e parou no queixo.

― Agora você chora, né? Você não estava chorando quando fez aquela merda, estava?

― E-Eu... E-Eu... ― Minha garganta fechou e eu não consegui falar mais nada.

― Eu sempre fui um pai muito liberal, não fui, Stephanie? ― Eu não fiz nada, eu não tinha pai. ― Eu não ligo para o que você faz, eu não ligo para aquela garota e o tapa que você deu nela. Eu sempre faço o que você pede, não faço, Stephanie? ― Ele fez uma pequena pausa, esperando eu responder, mas eu só apertei mais meus joelhos. ― Quando você veio para casa chorando por causa do tapa, eu reclamei na escola, não reclamei?

Eu engoli a seco.

― Sim.

― Que bom que você sabe. Eu não ligo que você tenha batido naquela garota, ela deve ser uma vadiazinha, mas você viu o papel que eu passei naquela sala? Como eu vou ser levado a sério agora, ein, Stephanie? Você devia ter pensado na minha reputação antes de vir chorando querendo que eu reclame na escola. O que vai ser da próxima vez, Stephanie? Você ser pega transando com aquele filho da prostituta num armário da escola?

― N-Não, papai.

― Eu espero mesmo. Se for para transar com alguém, que seja com aquele riquinho. Se me ligarem falando que foi com o nojentinho você vai sair dessa casa imediatamente.

Eu tremi. Sempre que ele falava sobre sair da casa, eu sabia que a conversa estava terminada e que eu iria apanhar.

Eu não queria, eu estava com medo.

― Vem aqui agora, Stephanie. Você vai aprender a não manchar mais minha imagem. ― Ele tirou o cinto, o segurando com sua mão. Eu não consegui segurar as lágrimas que caíram.

― E-Eu j-já aprendi a-a li-lição, papai. ― Tentei argumentar, mas eu conhecia meu pai.

― Eu queria acreditar em você, queria mesmo, Stephanie, mas da última vez você disse a mesma coisa e olha onde estamos agora.

Eu solucei e ele me olhou irritado.

― Papai...

― Eu te dou 3 segundos para vir até aqui. ― Eu me levantei da cadeira com as pernas tremendo. Ele segurou meu pulso com a mão esquerda e levantou o cinto com a direita.

Depois disso, eu só lembro de dor, gritos e lágrimas. Principalmente dor. Muita dor.

Quando ele me soltou, eu caí no chão. Meu corpo doía, mas papai foi cuidadoso o suficiente para me bater apenas em lugares onde eu poderia esconder com roupas.

Eu fiquei chorando no chão por muito mais tempo. Eu chorava alto o suficiente para que até os vizinhos pudessem me ajudar.

Mas Odile continuou brincando no quarto.

Mas mamãe continuou falando sozinha.

Mas papai estava ocupado.

Eu me arrastei chorando até a cama, onde estava meu celular. Com as mãos trêmulas, eu o peguei e procurei nos contatos pelo número dele.

Só ele me entendia, me amava.

Enquanto o telefone chamava e minhas lágrimas caiam no carpete, eu imaginava toda a conversa que teríamos.

Eu choraria e contaria tudo para Pierre, como eu sofria, como ele era minha luz, como eu o amava. Então, ele viria até aqui para me ajudar, nem que tivesse que ser como Chien. Então ele cuidaria de mim, diria palavras doces e me colocaria para dormir, como se eu fosse sua princesa.

E caiu na caixa-postal.

Toda a conversa que eu tinha planejado foi, aos poucos, desaparecendo da minha mente, sendo levada pelas lágrimas que caiam sem parar de mim.

Até que não sobrou nada dentro de mim.

Eu me encolhi no chão, me sentindo horrível.

Eu estava sozinha. De novo.

LEIAM AS NOTAS FINAIS


Notas Finais


NÃO PRATIQUEM VIOLÊNCIA.

Muitas pessoas reclamavam que o Pierre dava atenção demais para Stephanie e o odiavam, agora, vão odiá-lo, porque ele não deu atenção suficiente. Lembrem-se: Nós nunca vamos ser o suficiente para os outros.

Stephanie continua sendo a garota que bateu na Marinette, fudeu com a vida do Pierre, é falsa e vingativa, porém, agora vocês sabem os bastidores de sua vida e o que leva ela a ser assim.

Espero que tenham gostado!


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