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História SimplePlan.com - 2. Me Against the World


Escrita por: Slendon6336

Notas do Autor


Oi, oi genty :3
Bem, a música do capítulo é o título, nem preciso lembrar né? Heuehu.
Mas também há a música que o Adriel ouve enquanto vai pra escola que é de Tokio Hotel (Run, run, run). Eu mesma ouvi essa melodia num dia nublado e frio durante a ida pra escola de a pé. E combina mesmo (o.o).
~Boa Leitura o/

Capítulo 3 - 2. Me Against the World


Na manhã seguinte me levantei com o som estridente do despertador logo ao lado de meu ouvido, quase me ensurdecendo. Na madrugada passada, havia dormido juntamente com o celular, na esperança que UntitleD voltasse a falar comigo, algo que não aconteceu.

Com preguiça e sono extremo, deixei-me cair na cama novamente, encarando o vazio e sentindo as pálpebras pesarem. Eu havia acordado. O que significava que não estava morto, ainda. Francamente acho que mais torço para dormir e não acordar do que o contrário. Sabia que a partir do momento em que pisasse no chão do colégio, o mundo seria inteiramente deles, não meu. Eles fariam qualquer coisa sem serem questionados e quem sofre as consequências ao final de tudo sou eu.

Mais um dia patético de um adolescente excluído do próprio grupo.

— Adriel, hora de acordar! — Escutei a voz de Lídia do outro lado da porta de meu quarto. Já estava quase voltando a sonhar quando ela o fez.

— Já estou acordado — Garanto, escorregando para fora das cobertas.

Depois de um tempo considerável, estou tomando café da manhã com a empregada sobre a mesa da cozinha, já arrumado e pronto para sair de casa a qualquer instante. O mesmo visualzinho de sempre. Não importava o quanto as pessoas me encarassem lá fora, eu definitivamente não mudaria meu jeito de vestir.

— Sua falta de apetite me preocupa — Revela Lídia — Jantou tão mal noite passada e agora só toma um copo de leite antes de sair?

— Não precisa se preocupar comigo — Respondo com um revirar de olhos — Aliás, já estou saindo.

E antes que desse tempo para que ela dissesse mais alguma coisa, eu já estava andando rumo ao colégio, totalmente desanimado e colocando os fones de ouvido na intensão de ouvir algo. Run, Run, Run de Tokio Hotel foi a primeira que começou a tocar e pensei o quanto combinava com o tempo de hoje. Uma das únicas coisas no mundo real que eu realmente admiro.

____________,,___________

Meu pesadelo soou. A campainha que anunciava o fim das aulas. Peguei minha mochila, segurando as alças com tanta força que pensei que o pano poderia rasgar; o nervosismo me sufocando e a vontade de ser invisível crescendo.

Tentando me camuflar entre a multidão de alunos, apertei os passos. A porta de saída estava logo ali, quase no meu alcance quando de repente sou puxado de lá com agressividade, sendo posto no meio da rodinha dos punks, sem escapatória.

Não havia mais volta.

Um deles, aquele cujo nome parecia ser Pedro, pôs-se a acender um cigarro preso nos lábios com um isqueiro quadrado de metal. A droga foi roubada de si por Lucian, que parecia liderar a tribo.

— ‘Qualé, cara? — Resmungou o de cabelos castanhos. O outro ignorou, me fitando com aquelas sempre presentes lentes vermelhas. Soltou a fumaça lentamente em meu rosto, me fazendo sentir aquele cheiro desagradável arder minhas narinas.

— Estava tentando fugir de novo, moleque? — Indagou-me.

Cerrei os dentes, não conseguindo responder mesmo se quisesse.

— Parece que ele tá se borrando todo. — Riu sadicamente Felipe, o que tinha piercing na sobrancelha e brincos na orelha.

— Vou ter que comprar uma coleira pra esse cachorrinho — Debochou Lucian, não parecendo muito contente (pra variar). — Ou um chicote mesmo.

Engoli em seco e então tive meu rosto virado para cima com violência pelo puxão de cabelo recebido do de lentes escarlates. Tive de reprimir um grunhido.

— Hey, hey, hey — Disse ele, ainda com o cigarro nos lábios, de modo que tivesse de falar sem mexer a boca semiaberta — Olha pra mim quando eu estiver falando com você. Quantas vezes vou ter de dizer que não é pra você tentar escapar de mim no carro daquele japa nojento?

— O- o Dr. Konami não fez nada por mal — Consigo balbuciar, sentindo as lágrimas prendendo nos olhos. Droga. Justo quando prometi para mim mesmo que nunca mais choraria por causa de Lucian...

— Tô pouco me lixando praquele lá! — Ele tirou o cigarro finalmente dos lábios e estendeu de volta para Pedro — Mas para sua felicidade, estou cansado demais hoje para te castigar, então vou deixar nas mãos dos meus colegas, falou?

Com isso se afastou à medida que Pedro e Felipe se aproximavam, estralando os dedos das mãos.

— Isso vai ser divertido — Sussurrara o maior (Pedro).

A primeira coisa que senti foi um soco no estômago, que me fez bater de costas na parede atrás de mim. Nem deu tempo para recuperar todo o ar arrancado de mim, pois fui atingido mais uma vez na mesma região, agora com mais força.

Tento abrir os olhos, pedir compaixão da parte de Lucian, porém ele apenas encarava a cena de cenho franzido e mãos nos bolsos. Ao perceber meus olhos sobre si, desviou os seus para qualquer outro ponto, deixando dúvidas em minha mente. Será que sou tão insignificante assim?

Um soco no rosto me impede de raciocinar mais. Aliás, me impede de ser capaz de enxergar qualquer coisa. Só sou capaz de sentir a dor latejante descer como um choque pelo meu corpo todo, parecendo arrancar-me os joelhos e fazendo com que sinto com vontade de vomitar. E algo realmente sobe até minha cavidade bucal, algo com gosto metálico o suficiente para se souber que não se tratava de restos alimentícios, mas sim sangue. Você já cuspiu sangue alguma vez? Sabe como é dez vezes pior que o vômito comum?

Eu não sei por quanto tempo fiquei naquele estado deplorável, sendo espancado no meio do colégio sem ninguém para me ajudar até que eu caísse e esperasse que Felipe e Pedro se cansassem de me ver quase desmaiado, se afogando no próprio sangue.

— Já chega — Pude ouvir ao longe a voz de Lucian. Parecia estranhamente distante, ecoando com no fim de um túnel.

— Mas ele ainda tá respirando! — Argumentou Felipe.

— Não é pra matar o idiota, seu idiota! — Bradou Pedro.

— Se continuarem dará merda pra gente — Lucian disse — Vamo em bora.

E então seu grupinho de três se afastou, se esquecendo de mim aqui.

Espero mais alguns minutos antes de tentar me levantar, todavia não consigo por mais que tente. Não sinto meus músculos, não sinto minha cabeça. Será que eu estou morto? Não, não pode ser. Felipe disse que eu ainda respirava... Mas... Será mesmo?

Tento sentar-me mais uma vez, e o máximo que consigo por ora é mexer alguns dedos. Agora sinto o ar. Pesado, me fazendo arfar, contudo também era como se respirasse ferro em pó... Difícil.

Preciso chamar alguém. Não é possível que nenhum ser humano tenha restado neste colégio. São tantos professores. Onde estão todos? Será que não ouviram, ou fingem não ouvir? Será que passei tanto tempo sendo espancado que todos já foram para suas casas? Impossível... Tem que ter alguém...

Vejo uma silhueta para meu alívio. Um pouco mais alta que a mim e se aproximava. Uso toda a força que me resta para pedir ajuda:

— So... Corro...!

Depois disso, não enxergo mais nada.

___________,,__________

— Caaara... Você pesa menos que minha mochila — A voz de quem me carrega me faz abrir os olhos. Meu braço está atrás de seu pescoço, e meus pés lentamente tentam acompanhar seus passos. — Aqui. Sente-se aqui.

Ele me põe com delicadeza em um banco de pedra fria. Nós devemos estar fora do colégio. Em uma praça perto do terminal... É, deve ser isso. Pisco os olhos confirmando minha dedução. Realmente estamos aqui.

— Toma. Bebe. — Algo gelado é posto entre minhas mãos que no momento não são capazes de sequer levantar a elas mesmas. O garoto me ajudou a levar a garrafa térmica até meus lábios secos. — Vaaaamos. Não é tão difícil assim.

A água desce pela minha garganta com dificuldade, quase não passando. Felizmente ela consegue passar pelo meu interior e começo a me sentir melhor.

Agora já posso enxergar com clareza. O garoto que me ajudara tem olhos castanho-esverdeados e cabelos medianos e lisos. Suas pálpebras são mais escuras que o restante de sua pele e há algo sob seu olho esquerdo. Um bandaid talvez?

— Quem é você? — Consigo indagar.

— Ainda bem que você fala! — Sorriu ele — Pode me chamar de Hawk.

— O quê?

— Haw-k. Nem é complicado de pronunciar, vai. Você... Acho que teu nome é Adriel, né? Todo mundo fala sobre você na minha classe.

— Terceiro ano?

— Sou.

Ele me é familiar. Eu já devo ter o visto andando com Lucian algumas vezes.

— Por que tá me ajudando? — Pergunto, conseguindo me sentar direito no banco — Você é um daqueles que andam com os punks...

— Ah não. Não pretendo te espancar até a morte, não se preocupe. Até ando com eles de vez em quando, mas não é como se eu aceitasse o jeito que eles tratam os outros. Tô lá mais por causa dos gostos entende? — Naquele ponto ele estendeu uma caixa de Marlboro Blue Ice e balançou em frente ao meu rosto.

— Ah, tá...

— Quer? — Oferece, pegando um para si.

— Quero ir para casa — Digo, me esforçando para ficar em pé.

— Tem certeza? — Deu de ombros — Okay, boa sorte então.

Não respondi, sequer me lembro se eu o agradeci por ter me ajudado, mas aquilo não pareceu incomodar nenhum de nós dois. Então caminhei devagar até encontrar um táxi qualquer, torcendo para que o pouco de dinheiro restante nos bolsos da minha mochila bastasse.

______________,,____________

Estava defronte a porta de entrada da minha casa, prestes a entrar quando escuto uma gritaria de dentro. Seguro a maçaneta e escuto, cansado e prestes a desabar em prantos mais uma vez. Mas aquela vontade só cresceu mais ainda quando passei a entender o que meus pais tanto berravam.

— Eu não quero mais saber! — Gritava minha mãe — Sempre é essa mesma historinha de ciúmes. Como se você não passasse muito tempo fora de casa!

— A minha é outra questão! Eu tenho que ficar naquela fábrica dia e noite, toda hora. Você acha que não cansa, Ágata? Ficar ouvindo um monte de merda de um monte de gente que não sabe se virar sozinha?

 E você acha que eu aguento aquele monte de doente reclamando por o atendimento estar sendo demorado? Já teve muitos dias que eu deixei de dormir pra atender aqueles ingratos!

— Não estamos falando de serviço, mulher! Estamos falando o quanto você anda distante desta família. Sequer se preocupa com ela, aposto!

— Você gosta mesmo de apostar né?

Eles estavam gritando muito, e a cada som de coisa caindo ou quebrando, eu sentia meu coração sendo esmagado cada vez mais. Contudo, respirei fundo e enxuguei uma lágrima que de contragosto escapou de um dos meus olhos. Dei meu melhor sorriso de “Está tudo bem, eu não ouvi a briga de vocês que poderá ser o partido para um divórcio”.

Quando entrei em casa, vi Lídia encolhida num cantinho do hall, na entrada para a cozinha e meus pais ainda em posição de ataque no centro. Eles todos me encararam como se eu fosse um alienígena e pararam instantaneamente o que estavam fazendo.

— Adriel... — Começou meu pai, mas não terminou a fala.

Será que eu não estou conseguindo disfarçar bem? Será que perceberam?

Tento melhorar meu sorriso, ignorando aquela maldita dor. Tanto a física quanto a emocional.

— Volteeeei — Estico o “e”, pra dar um ar de estou-muito-contente-não-veem-desgraçados?

— Está tudo bem com você? — Quem pergunta é a empregada. De certa forma me parece que ela é quem mais se preocupa comigo nesta casa.

— Estou bem. Só um pouco cansado.

Com isso me retiro o mais rápido possível, sentindo que se não o fizesse logo, não aguentaria.

Tranco a porta do meu quarto, ainda com aquele doloroso sorriso em minha boca. Deslizo as costas pela madeira até me sentar no chão. Meu rosto já sendo molhado. Meus lábios vão murchando devagar, até que se abrissem para um grito mudo.

Sinto tudo ao meu redor desabar e me sinto pisoteado novamente. Eu nem consigo dizer o quanto pensei em deixar a vida naquele instante.

[...]

Eu não sei que horas são. Só sei que está tudo escuro e silencioso. Tenho quase certeza que meus pais já saíram de casa desde aquela hora, então a gritaria já cessou.

Ah... Que horas serão? Esquece. Não tem importância.

Meus braços ardem. Sim... Lembro-me. Acho que fui eu quem os fez.

Antigamente eu não gostava de ouvir histórias de adolescentes que se automutilavam. Achava estranho e exagerado. Não gostava de ver, pois era angustiante e me dava vontade de fazer algo para ajudá-los. Todavia agora entendo o sentimento. A dor física é a escapatória da dor que sinto lá dentro.

E agora é a sua vez de pensar que isto é besteira e exagerado, melancólico e dramático demais. Porém, apena aqueles que realmente já sentiram tal sentimento sabem do que estou falando.

Ouço um som de notificação de mensagem vinda do computador em minha escrivaninha. Eu havia deixado o PC ligado?

Hesitante, fungo e caminho lentamente até lá, percebendo de quem se tratava.

UntitleD diz:

Nós te entendemos

Tive que ler duas vezes para entender. E logo depois ele me enviou um link.

Esperei que fosse vírus ou algo do tipo, mas mesmo assim depois de pensar e repensar mandei o foda-se e fui levado até um novo portal.

Era um site de fundo escuro e tendo como um título em vermelho escrito: “SimplePlan.com”. Franzi o cenho ao perceber que havia música emanando dos headphones conectados. O nome da música era Welcome to My Life com uma banda do mesmo título. Claro. Já a conhecia, mas nunca me interessei antes por alguma música em especial deles. Passei a ouvi-la enquanto explorava o site.

Meu inglês não é muito bom, porém mesmo assim entendo letras de algumas músicas e com aquela me identifiquei muito, passando a colocá-la no repeat do YouTube.

Voltei para a rede-social e mandei uma resposta para UntitleD.

Você diz:

“Pq me mandou esse link?”

Espero uns dois ou três minutos antes que ele me respondesse:

UntitleD diz:

Vem fazer parte do grupo. Vc vai ver cm ñ é o único q pensa assim”.

Eu não estava nem um pouco a fim de fazer todo aquele processo de se cadastrar em um site, mas mesmo assim me senti desafiado. Não acreditava que haviam mentes como a minha pelo mundo.

Foi então que me cadastrei:

Nickname: HoPelESsXP

Senha: *********

A página de boas-vindas era ao mesmo tempo depressiva e consolativa. Não sei o porquê, mas ela é assim. Logo de primeira, o que me pedem é uma postagem no site dizendo o motivo por estar ali. Foi um tópico que me arrancou muito tempo de pensamento. (Eu gosto de escrever. Sempre gostei, pois era o que me fazia sentir bem).

No fim, acabei teclando tudo o que sentia no momento, me deixando ser influenciado pela música de fundo que ainda rodava. Meus dedos quase não conseguem acertar as letras...

“...As mãos tremendo, errando sempre as teclas. As lágrimas já secaram e tudo que quero neste momento é descrever o que sinto...”


Notas Finais


Eu faço parte do grupinho de punks e emos da escola, mas ao contrário da fic, lá eles se dão muito bem. Afinal, os emos vieram dos rocks punks das décadas de oitenta... Tenho amigos tão loucos genty... E já voltei muitas vezes cheirando cigarro pra casa e olha que eu nem fumo (XD).


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