História Simplesmente acontece (intersexual) - Capítulo - 63

Point Of View Dinah|11 de janeiro de 2016| Segunda-feira| 7:45 A.M| Miami, Flórida.

Eu já estava atrasada para o trabalho, as meninas já haviam ido para faculdade, e eu não queria deixar Mani sozinha, estávamos revezando já que ela poderia da a luz a qualquer momento, e hoje ela acordou sentindo algumas contrações.

Minha chefe e agora amiga precisou entrar de licença, afinal teve bebês a mais ou menos duas semanas, e os gêmeos necessitavam de muita atenção, e como ela confiava em mim, acabei tendo que ficar de olho no estúdio, e justamente hoje, que eu, nem Vero ou Lucy poderíamos falta aos nossos compromissos, minha namorada estava assim, nessas horas sinto falta de está perto de minha mãe, com toda certeza ela estaria ajudando nessa situação.

Sentia falta dá minha família, dos meus amigos, mas eu estava aqui por um bem maior, minha namorada e filho ou filha, precisavam de mim.

_ Tem certeza que você vai ficar bem? _ pergunto terminando de arrumar a mesa de centro da sala com tudo que ela poderia precisar, pra não fazer nenhum esforço.

_ Sim, são só pequenas contrações, a médica disse que seria normal agora no final da gestação! _ fala

_ Sem dores? _ indago preocupada

_ Sem dores, apenas um incomodo chato! _ diz ela

_ Tudo bem, por favor, me ligue qualquer coisa, irei apenas organizar o pessoal e volto pra casa! _ digo depositando um beijo em sua testa e outro em sua barriga no momento em que nosso bebê se mexe.

Se eu dissesse que ainda não sabíamos o sexo, vocês acreditariam? Mani queria descobrir apenas na hora do parto o que eu achei loucura, até tentar subornar a médica eu tentei, porém sem sucesso, se eu estava curiosa, vocês não imaginam o quanto.

_ Eu estou bem amor, vai que você já está atrasada! _ fala.

_ Volto logo, amo vocês! _ digo

_ Também amamos você! _ fala sorrindo.

Sair de casa, mas estava extremamente preocupada, entrei em meu carro e seguir para o Studio que ficava a vinte minutos de minha casa, ainda tinha a faculdade hoje, pelo visto teria que falta mais uma vez, não deixaria Mani sozinha novamente.

As coisas estão dificies pra conciliar, olha que o bebê ainda nem nasceu, o tempo passou tão rápido, so espero que eu consiga da conta de tudo.

[....]

Eram por volta das 9:30, estava terminando de arrumar as coisas para um ensaio, quando meu celular começou a tocar histericamente, atendi o mesmo sem olhar​ quem era.

_ Alô?

_ Vem pra casa agora, a bolsa estourou! _ diz Mani segurando um gemido com toda certeza estava com dor.

_ Mas você disse que não estava com dor, o que aconteceu? _ digo

_ Eu menti! _ fala ofegante.

_ Puta que pariu, sabia que não deveria ter deixado você sozinha, eu sou idiota mesmo! _ exclamo nervosa

_ Cala boca Dinah, e vem logo! _ grita desligando

Porra.

Estava tão fora de mim, que nem liguei por ela ter desligado na minha cara.

Pego minhas coisas, e saio correndo até o estacionamento do Studio, sem me despedir de ninguém, entro no carro e dou partida até em casa, juro por Deus que nunca em toda minha vida, dirigir tão rápido.

Fiz o percurso de volta em dez minutos, estacionando o carro em frente a casa de qualquer jeito e corro pra dentro, encontrando minha namorada, sentada no sofá com a mão sobre a barriga com uma expressão nada boa.

_ Vai ficar parada aí que nem idiota, me leva para o hospital, ah essa porra dói! _ diz sem nem olhar pra mim.

Não tinha tempo para ficar nervosa, minha namorada precisava de mim, mas eu estava a ponto de surtar.

Peguei ela no colo com cuidado e a levei para o carro, colocando-a sentada no banco do passageiro, voltei pra fecha a cada, e logo entrei no veículo tomando meu lugar, minha grande sorte é que Normani é super organizada, a bolsa dela e do bebê já estavam no carro, segundo ela sempre devemos está preparados, e ela sempre estava.

Durante o percurso até o hospital acabei ligando pra Ally, minha chefe, avisando sobre o ocorrido, ela entendeu e me deu algumas instruções pra me manter tranquila, mas era meio impossível com minha mulher reclamando, e apertando minha coxa como se não fosse nada, ali sem dúvidas ficaria roxo.

Chegando ao hospital, corri pra dentro do mesmo e pedi ajuda para um enfermeiro que logo apareceu com uma cadeira de rodas, levando Mani pra dentro, e seguindo por um corredor.

Eu iria entrar com os dois, mas fui barrada pra preencher a porcaria de uma ficha.

_ Senhorita Hansen, aconselho a ser mais rápida, sua mulher lhe quer imediatamente no quarto! _ diz o enfermeiro que a tinha levado.

Termino aquela porcaria rapidamente e acompanho ela até uma sala na qual tive que vestir um avental azul, máscara e touca, depois de pronta, fomos dessa vez pra a sala que Normani estava, juro que do corredor já podia ouvir os gritos dela.

Lembrei de tudo que Ally, disse principalmente de não olhar pra baixo, respirei fundo e entrei na sala e adivinha pra onde eu olhei?

Sentia minha cabeça rodar, minha visão ficar turva.

Eu ia desmaia.

_ Se você desmaiar agora e me deixar sozinha parindo seu filho, quando você acordar, juro que mato você! _ exclama

Um enfermeiro me ajudou a me recompor e me aproximei dela, logo dando minha mão pra ela, que imediatamente apertou.

_ Ta doendo muito? _

_ T-tem um bebê querendo sair pela minha vagina, você ainda pergunta! _ diz apertando mais forte minha mão.

Ela com toda certeza é amiga da Lauren.

É nessas horas que eu agradeço ter um pau, não aguentaria essa dor.

_ Oito centímetros de dilatação, preparessem! _ ouço uma das enfermeiras falar.

_ E eu pensando que já tinha feito um estrago aí! _ falo pensativa

_ Pervertida! _ diz Mani me dando um tapa..

_ Ouch, eu só disse a verdade! _ digo esfregando o lugar onde ela bateu.

Mani iria falar algo mas foi interrompida.

_ Prontas mamães!?_ questiona a obstetra de Mani entrando no quarto.

_ S-Sim! _ fala Mani segurando um gemido, e apertando minha mão mais forte.

Com toda certeza sairia sem ela hoje.

_ Então vamos lá garota, quando a contração vim, faça força! _ diz a médica se posicionando em seu lugar.

Assim que Mani sentiu a primeira contração fez o que a médica pediu, fez varias vezes seguidas, e ela já estava exausta, se eu pudesse passaria toda essa dor pra mim, só pra ver​-la bem logo.

_ Vamos Normani, já consigo ver a cabecinha! _ diz

_ Você consegue amor, vamos conhecer nosso príncipe ou princesa!_ digo tentando passar força a ela.

E pelo jeito consegui, ela tentou mais algumas vezes, e logo aquela sala foi invadida pelo choro do nosso bebê.

_ É uma menina, linda e saudável, parabéns! _ diz a médica e eu sorrir.

Eu tinha mais uma princesa para cuidar.

A Dr. Stewart fez todo procedimento e logo trouxe um pequeno serzinho enrolado em uma manta rosa, pra nós vermos.

E nesse momento eu não me aguentei mais, desabei a chorar, minha filha estava ali, linda, saudável, perfeita, e tudo que eu passei nesses últimos meses, com o trabalho, pressão da faculdade, eu sabia que valeriam a pena pois assim, eu poderia dar um futuro digno para as duas mulheres da minha vida.

_ Eu amo vocês! _ digo com a voz embargada devido ao choro

_ Também amamos você! _ diz Mani sorrindo olhando para nossa pequena.

_ Que nome darão a ela? _ questiona a médica e Mani olha pra mim.

_ Você teve todo o trabalho, acho que tem o direito de escolher! _ falo

_ O que acha de Destiny Ivy? _ pergunta

_ Adorei amor, ainda temos um pedacinho do nome da filha da nossa musa! _ Digo contente.

(...)

Já nos encontrávamos no quarto, Mani dormia, ela tinha acabado de amamentar nossa pequena, que dormia em meus braços, eu não queria mais solta-la.

Saber que ela dependeria de mim pra tudo pelos próximos meses, até anos, era assustador, mas também incrível.

Pedi pra uma enfermeira bater uma foto minha segurando ela, e mandei para as garotas, com toda certeza elas iriam surtar, assim como eu estou.

Eu não poderia está mais feliz, agora eu tinha minha própria família.