História Simplesmente aconteceu... - A dor

Cara, é horrível estar um feliz com as pessoas que você ama e no outro já não ter mais nada...

Eu me chamo Beatriz (Bia), tenho 17 anos, e já faz uns 2 anos que perdi minha família em um acidente. Foi assim, eu estava na cafeteria com Bruno, meu ex namorado, quando recebi uma ligação da Mary, minha melhor amiga, me chamando para ir a uma festa.

-Bia, hoje vai rolar uma daquelas, você tem que ir.-Mary falou.

-Desculpa Mary, na próxima eu vou, tenho que viajar com meus pais hoje a noite. -eu falei.

-Aaah... Mas o Bruno vai poder ir?-eu estava estranhando a um bom tempo a aproximidade dela com Bruno, mas como ela era minha "BFF" (isso é ridículo, mas vai...) eu não falei nada. -claro uai, se ele quiser. -nunca fui de prender ele, deixava solto até demais.

-Beleza! Beijoooos! -E ela desligou.

Chamei o Bruno, pagamos a conta e fomos embora. Ele me deixou em casa e foi pra essa festa com a Mary, alguns minutos depois eu já estava na estrada com minha mãe, meu pai e o meu irmão. Eu nunca tinha pensado que aquele seria o meu último momento com eles. Cinquenta minutos de viagem e num passe de mágica "PUF" acabou, perdi aqueles que eu mais amava.

Fiquei no hospital alguns dias, por sorte não me machuquei muito (não tanta sorte, sorte mesmo seria se minha família estivessa viva) e quando chego em casa me afogo em lágrimas, pego meu celular para ligar pra Mary mas ela não me atende, então ligo pro Bruno quando me atende só fala uma coisa:

-Acabou, chega... Cansei. -e desliga na minha cara sem me dar chances de falar um "oi". Algumas semanas depois descubro que ele estava com Mary, pois é, o filho da puta me traiu com a minha melhor amiga... 

Como doeu viver sem minha família, e como doeu ser traida, uma amizade de 7 anos e um relacionamento de 2 anos e 7 meses. Muitos me julgaram pelo que eu fiz depois de tudo isso, mas foi por causa do choque, eu perdi tudo de uma hora pra outra, isso me abalou.

Três meses madrugando nas baladas e me afogando naquelas bebidas horríveis, torrando meu dinheiro.

Numa dessas baladas conheci uma garota que me deu um pouco de cocaína, eu estava tão perturbada que aceitei, mas foi só aquela vez, me segurei muito pra não usar denovo. O cigarro já era meio que um vício, mas só fumava nas horas em que já não havia lágrimas.