História Simplesmente Aconteceu || Livro 1 || - Capítulo 9 - Passando vergonha!

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Passando vergonha!

Após minha conversa com o Theo, fui para o campus que logo o soou o sino, era o intervalo.

Em pouco tempo o campus já estava cheio de estudantes e grupos, cada um em seu mundinho.

Cadê o Brandon nessas horas?

Encontrei Ju e Lia na fila da cantina, onde ficamos conversando, elas pediram o lanche e eu pedi um suco natural de maracujá.

Esse suco é ótimo.

Tive que concordar, realmente é maravilhoso. O intervalo passou tão rápido que nem tinha percebido, talvez nós tagaleramos.

Cada uma foi para sua sala, quando olhei para o meu celular havia uma mensagem de Brandon.

Problema familiar, de novo :(
By: Brandon

 

Olho para o celular com um pouco de dó, dó de Brandon, talvez ele teve problema com o pai dele, que não é tão amigável.

Logo a sala foi chamada atenção pelo professor e assim o silêncio reinou no local.

Passaram o cronograma das provas que vão ter no próximo mês, já vou começar a estudar já que sou uma aluna dedicada.

Precisa se gabar não.

Licença bitch.

A aula passou rápida e, teremos aula de educação física. O professor chega na sala e pede para irmos ao ginásio.

Estava a caminho, eu olhando o campo de futebol, vejo Theo jogando e eu resolvo parar pra ver.

Ta interessada né?

- Claro que não - fiz uma careta. - Claro que não - repito novamente

O treinador chama Theo, ele fala alguma coisa que deixa ele super feliz e entrega uma camisa.

Ele tira a camisa que ele está, mostrando seu corpo forte e coloca a camisa que ganhou

Theo olha em minha direção e os nosso olhares se cruzam, fazendo eu ficar vermelha.

O show acabou.

Desvio o olhar com um pouco de nervosismo e saio de lá rapidamente, indo para o ginásio.

Vou até meu armário e coloco minha roupa, assim como todas que estão ali.

Termino de amarrar o cadarço do tênis e saio da sala dos armários. Indo para o pessoal da sala reunida.

O professor fez a chamada, dividiu em dois times. Assim que vimos a bola vermelha, já sabíamos o que significa.

Queimada!

Eu não era tão boa, mas também não sou ruim.

Você é lerda.

Quieta. Não fala comigo.

A partida começa e vejo muitas garotas gritando atrás dos meninos, isso porque é uma bola.

O jogo estava muito divertido, muita gente foi queimada, menos eu.

Nosso time estava ganhando, acabo me distraindo com o barulho da porta.

Theo entrou no ginásio e foi para arquibancadas.

Nosso olhares se cruzaram, acabo ficando vermelha e minha garganta secou de nervosismo.

Ele faz uma careta, não entendendo, sinto minha pele do meu rosto queimar e acabei me desequilibrando para o chão.

Droga.

Ele foi a minha distração, não deveria ter olhado para ele. Me junto com o pessoal do coveiro.

Mesmo assim ganhamos o jogo, o professor estava dando nota em sua prancheta e nos liberou para tomar um banho.

Quando vejo para a arquibancadas, Theo não estava lá.

Sigo junto com as meninas para o vestiário, vou no meu armário, pegando minha roupa e pegando uma toalha disponível.

Entro no box, deixo a água morna cair livremente em meu corpo.

Me seco e coloco minha roupa que estava, antes do sinal tocar já estava dentro da sala junto com os alunos.

As últimas aulas passaram rápido e não reclamei sobre o tempo. Soa o sinal da última aula, fazendo todos pular de alegria e arrumarem suas coisas

Aleluia.

Vou para o ônibus, que segue todo o percurso, até chegar meu ponto. Vejo Brandon na frente da minha casa sentado.

Cerro meus olhos vendo que ele está triste, ele vira o rosto quando me vê e da um sorriso de lado.

O que é isso?

Me aproximo perto dele, vejo seu rosto roxo, seus olhos marejados dava pra ver, a sua dor.

- Problemas familiar - Ele da de ombros.

- Vamos entrar - Abro a porta e pego em seus braços - Me conta o que aconteceu.

- Então, foi logo depois que eu cheguei da festa - ele se sentou e abaixou a cabeça - o idiota do meu pai chegou bêbado, ele foi pra cima da minha mãe questionando o por quê dela me deixar sair... - ele pausou e lágrimas escorreram

Esse cara é um inútil.

- Brandon, respira, se não quiser me contar, deixa quieto - coloquei a mão em suas costas

- Não, logo depois vi que ele pegou no braço da minha mãe com força e ia bater nela, nisso eu entrei na frente e disse que quem deveria sair de casa, era ele, que pelo menos eu saia de casa e quando voltava ainda tinha paz... Ele explodiu e me bateu. E pra piorar tudo, estou de castigo durante minhas férias toda.

Ele contando, foi de partir meu coração ao meio, não tinha como aceitar aquilo de maneira alguma, apanhar e ainda ficar de castigo? Ah, esse cara ainda vai receber oque é dele.

Levantei para pegar os curativos, eu tinha que cuidar daquilo, tava horrível e pedi pra que ele ficasse comigo durante a tarde, tínhamos que melhorar aquele humor também.

✯✯✯

Finalmente chegou o aniversário do meu querido irmão! O despertador tocou e eu corri para o quarto dele, da porta me joguei na cama dele e comecei a pular.

- Anaaa, sai daqui! - ele dizia se protegendo e tentando se cobrir.

- É seu aniversário! Aee! - eu parecia aquelas crianças em manhã de Natal - Levanta! - eu parei de pular quando ele me encarou e ficou vermelho

- Ana, eu não quero que você fique sem graça, mas estou pelado e preciso urgente que você saia de cima de mim, pois esta pisando em áreas proibidas. - ele indicou

Ai meu Deus.

- Que nojo! Vou lavar meu pé! - sai do quarto correndo e gritando

Minutos depois de tomar banho e me arrumar, fui para a cozinha, lá encontrei minha mãe e meu irmão nada inconveniente rindo.

- Baita micão, hein Matheus - disse me sentando e bufando

- Filha nem vai dar pra ficar rindo da sua cara, vou ter que ir mais cedo pro trabalho, pra sair mais cedo, faça o bolo. - ela deu um beijo em minha testa e na de Math - Ah e por favor não pule em cima do seu irmão - e saiu rindo igual uma besta.

- E ae irmãzinha, como se sente?

Filho da mãe, sem vergonha.

- Me sinto com vontade de voltar no tempo e não ter ido para seu quarto. Durma pelo menos de cueca né Matheus, faça me favor! - nojeeento. Ele estava se matando de rir e não consegui, comecei a rir junto.

- Ah para vai.

- O Brandon ta vindo pra cá, ele vai com a gente no mercado e depois vai ajudar a arrumar tudo aqui.

- Ele já melhorou? E ele vai faltar na escola de novo?

Olha que má influência você, fazendo o menino faltar na escola.

- Ah cala a boca, você queria que eu deixasse o moleque ir pra escola pra ficar sozinho do jeito que ele ta? -depois que terminei de falar, Math me olhou com uma cara tipo "Com quem você está falando? Louca"... Merda esqueci que estava falando sozinha, como sempre.

- Liga não, to pensando alto e sim, ele ta melhorando e, ele vai faltar. Ah Math eu esqueci de te falar, não vou poder dar seu presente hoje, fiz uma aposta e perdi todo dinheiro que tinha. - escondi os detalhes adicionais

- Relaxa Ana - ele passou por mim e bagunçou meu cabelo

- Mas eu ainda vou te dar, vou recuperar o dinheiro.

- Estou até com medo de te perguntar como... - fiquei em silêncio, não queria que ele soubesse das minhas "cagadas"

Terminamos de tomar café e começamos a arrumar a casa, logo depois sentamos no sofá, não demorou muito para que o interfone tocasse, Brandon chegou, vamos para o mercado.

✯✯✯

Já era noite, a festa estava bombando, os convidados não paravam de chegar e estava tudo tão certo!

O bolo pronto, a decoração legal, as bebidas estavam no lugar certo, tudo como imaginado e principalmente Math feliz, super sorridente, ganhei meu dia.

Nossa que ótima irmã você é.

Pois é amiga, eu sei.

- Ei porteira, quer algo pra beber? -Brandon gritava pra mim

- Sim por favor, barman.

- Pronto esta aqui e barman é o seu rabo. - sorriu e ficou me encarando.

- Nossa querido, pra quê tanta grosseria? - fiz cara de indignada

- Você me chama de barman, as pessoas já começam a achar que eu to aqui pra servir elas, antes de sair de lá pra te trazer o copo foi umas três pedir bebida pra mim.

Desculpa. - comecei a rir, me virei e gritei chamando atenção de todos - Gente ele não é o barman, ele é o gogoboy. - na palavra gogoboy, falei com uma voz sensual.

- Ana! Eu vou te matar, só me faz passar vergonha, dá licença - ele olhou ao redor e ficou um pimentão quando viu todos o olhando e rindo.

- Não me mate, você sabe que eu te amo né - o abracei.

- Ôh Ana! Abre a porta por favor. - Math gritou e assim o interfone tocou

- Pode deixar... - vou deixar essa peste logo aberta, abri com tudo

Eita, Ana seu crush ta aqui.

Calada!

- Oi! - ele abriu aquele largo sorriso cínico dele!

- Theo o que você ta fazendo aqui? - o parei assim que ele atravessou a porta, logo senti um empurrão pro lado

- Theo! Quanto tempo irmão! - Ah não, eles se conhecem!

- Perai, da onde vocês se conhecem?

- Somos amigos de infância, lembra quando eu não te dava atenção? Então era por cauda dele - ele riram igual idiotas, hahaha muito engraçado, revirei os olhos e cruzei os braços

- É e eu não te suportava por este motivo - eu não lembrava que era ele, mas o encarei e parece que não mudou muita coisa.

Ah cala boca vai Ana, ta se derretendo ai por ele.

- Vou pegar uma bebida pra você cara, já volto. - Math saiu e deixou apenas nós dois, maravilha.

- Esta surpresa em me ver? Não vai ficar com raiva de mim né Ana, nem eu lembrava que ele era seu irmão - ele continuava com aquele sorriso

- Sei, uhum, acredito. - fiquei o encarando

Amiga, já disse pra você não fazer essa cara, fica feia, vai afastar o boy.

Cala a boca pelo amor de Deus.

- Voltei pessoal! Toma aqui sua bebida Theo.

- Eu vou deixar vocês conversando, vou com o Brandon, depois eu volto -sorri e dei as costas para os dois, sabia que os dois juntos não ia prestar.

Corri até Brandon, fomos para o meu quarto e nos trancamos no mesmo, lá eu contei o que tinha acontecido, desde a segunda aposta até a parte que ele chega na festa.

Brandon ficou rindo da minha cara e eu querendo permanecer no meu quarto durante o resto da festa.

- Ai Ana para! Vai lá, puxa assunto, dança, aproveita, se mostre, aliás você tem que ganhar essa aposta, e fazendo isso, ganhará pontos, vai por mim - é acho que faz sentido isso aí que Brandon disse.

- Perai, você não ta bêbado não né? -olhei na cara dele e ele não tava bom, mas era engraçado.

- Querida, ficar bêbado é para os fracos, agora vai vai, tchau! - me empurrou pra fora do quarto.

- Ainda bem que vai dormir aqui hoje, não ia deixar você ir embora nem a pau, seu bêbado! Obrigado pelo conselho - ele sorriu e saiu me empurrando pra sala.

Chegando lá logo reparei que tinha dois olhos seguindo cada gesto que eu fazia.

Já que ele quer jogar, vamos jogar então.

Comecei a dançar com Brandon, sei que estava pagando o maior mico com ele ali, mas era a única coisa que eu sabia fazer, pelo menos tinha bastante gente, conseguia me esconder um pouco.

Minutos passaram e eu estava me divertindo, ah não minha bebida acabou...

- Brandon já volto, vou pegar mais bebida - ele tava aproveitando tanto que acho que nem me escutou.

Coloquei a bebida no copo e quando estava voltando, bati sem querer nas costas de Theo, ele e Math estavam próximos do lugar que eu estava, ou seja, viram tudo.

- E ae Ana, disse que ia voltar e não voltou mais - Theo falou me medindo.

- É que eu resolvi aproveitar a festa, ali ta tão daora - sorri e abaixei a cabeça

- É, estávamos vendo que você ta aproveitando bastante.

Amiga, corre e se esconde.

- Ah vocês viram? - senti meu rosto arder, enquanto os dois riam.

- Ana, eu to sabendo de tudo agora viu, Theo me contou da aposta - abri a boca e olhei para Theo, por incrível que pareça ele estava com um sorriso de canto e da forma mais tranquila possível, filho da mãe te odeio - Devo te alertar que Theo nunca perdeu uma aposta.

- Bom... Isso foi até ele me conhecer irmãozinho. - sorri, olhei fixamente em seus olhos e voltei para a pista.

É mandou super bem garota, ta aprendendo.

Continuei dançando, parecia que quanto mais as horas se passavam, mais eu me sentia melhor. 

Senti uma mão passar pela minha cintura e me virar, aquilo me deu um calafrio que foi até o dedão do pé, me virei e era ele, novamente.

- Parece que a noite vai ser longa, alguém resolveu entrar no meu jogo, ah e a propósito, irei dormir aqui - ele disse bem perto do meu ouvido, conseguia sentir sua respiração e sua felicidade ao perceber que eu estava vulnerável naquele momento.

Ah não Ana, não se perca. Foco Anaa!!

Estávamos lá, nós quatro, no meio das pessoas, dançando. Eu não tinha uma "queda" pelo Theo, mas eu me perdia em seus olhos, e o seu sorriso, leve mas com muitas coisas escondidas, naquele momento dançando, eu tinha seus olhos só em mim e era isso que eu queria, mas eu só não queria perder a aposta e, neste momento, parece que será muito fácil perder.

✯✯✯

- Ana! Ana! Levanta! Você tem que abrir a porta pra mim.

Eu conseguia reconhecer a voz, mas não conseguia abrir o olho, estava muito claro e parecia também que meu olho estava grudado, oque que eu fiz ontem a noite?

De repente senti a sensação de frieza no meu corpo e me levantei rapidamente, Brandon jogou água em mim.

Filha da puta!!

- Brandon você está louco? - tirei a camiseta encharcada e joguei no chão.

- Nem tanto, se eu fosse louco mesmo eu te pegaria agora, mas como não sou, vamos - ele se virou e foi saindo do quarto.

O quê?

- Vamos para aonde?

- Você tem que abrir a porta pra mim, eu tenho que ir para a escola, sua mãe ainda esta dormindo - falou bufando.

- Ah sim... Por acaso, você sabe oque aconteceu ontem? - eu não me lembrava de nada e minha cabeça doía muito.

- Eu vim dormir um pouco depois que o Math e o Theo se juntaram a nós, para dançar - Nem disso eu lembrava.

Também, quem manda ser boca de litro, parece que nunca bebeu na vida.

Ah não.

Fui do jeito que estava mesmo abrir a porta, assim que Brandon saiu, fechei a porta e encostei nela, fechei os olhos e me perguntei.

O que foi que aconteceu comigo?

- Uau, parece que alguém se divertiu muito ontem a noite. - abri os olhos e Theo estava parado na minha frente sem camisa.

Que ótima jogada Ana, estar só de top.

- E... E como foi a noite com meu irmão? - dei risada e ele sorriu de canto - Ei, por acaso le-lembra do que rolou ontem a noite?

- Primeiro, posso pegar um copo de água?

Você pode é beijar minha boca.

- P-pode, claro.

Ana você pode parar de gaguejar por favor?

- Ele bebeu a água e deixou algumas gotas caírem sobre sua barriga, foi o suficiente para me deixar em transe - Ana? Ana? - quando ele chegou mais perto e me sacudiu foi quando eu acordei.

- Oi? Então... - acho que estou vermelha.

- Eu disse que não conseguia lembrar de nada, por que? Você lembra?

Caramba! Como pode isso acontecer?

- Já estão se pegando logo de manhã? O que rolou à noite não já está bom? -era a voz do meu irmão, vindo do corredor.

Arregalei os olhos e olhei para Theo, ele fez a mesma coisa, ali permanecemos, um olhando para o outro, sem dizer uma única palavra.

- Vamos tomar café? - meu irmão apareceu na cozinha todo sorridente.

Sentamos para tomar café, e ali muitas coisas teriam que ser esclarecidas.

- Perai, como assim vocês não se lembram? - Ele fez uma pausa e olhou para nossa cara - Vocês encheram a cara, depois só fui achar vocês se beijando no banheiro, foi nojento haha... Agora que eu quero saber e a aposta? Como fica?

Não acredito que isso tá acontecendo.

Aí que delícia, Theo me possua.

Cala boca puta!

- A aposta ainda está valendo, pois como não estávamos sóbrios, não tínhamos noção do que estava acontecendo - disse toda disposta a dar a volta na situação.

- Exatamente - Theo concordou todo sério, primeira vez que vejo seu jeito tímido.

- Essa aposta é perca de tempo para os dois, pois os dois vão perder - deu risada e se levantou para colocar a caneca na pia, Theo se levantou logo depois e foi para quarto também.

Ótimo, agora vou me trancar no quarto e só sairei quando melhorar da ressaca e esquecer disso tudo.