História Simplesmente meu tudo! - Me chamo Melanie Parking

Acordei atrasada como sempre, tomei um banho rápido e frio pra acordar, mas foi uma péssima ideia, sai do banheiro tremendo, vesti um jeans preto, uma regata branca, uma jaqueta de couro preta e meu allstar, fiz um coque mal feito nos cabelos, passei apenas um rímel, para destacar mais os meu cílios que já eram compridos, estava muito pouco, então passei um lápis de olho preto e um batom vinho bem escuro, destacando bem a minha pele clara e meus olhos verdes, meus olhos verdes, herança de um pai sem caráter, capaz de abandonar uma mãe com seus dois filhos, tudo pra não lidar com o câncer de minha mulher, sim, minha mãe desenvolveu o câncer de mama, quando eu tinha cinco anos, eu me lembro bem do dia em que ele foi embora de casa
FLASHBACK ON
Meu pai chegou em casa e minha mãe reuniu todos na sala para conversar, mesmo eu sendo criança, percebi mais cedo que ela não estava bem, quando ela havia acabado de voltar do hospital, seu rosto estava molhado e seus olhos vermelhos, ela não quis dizer nada, apenas preparou o almoço e entrou para o quarto
-Bom -Ela disse forte-Eu preciso dizer uma coisa pra vocês-Falou, ficamos todos a olhando sérios e assustados, pois ela nunca chorou em nossa frente, e agora chorava
-Oque foi mamãe?-Perguntei me levantando e abraçando suas pernas, ela afagou os meus cabelos e se sentou na poltrona me colocando em seu colo e me fazendo cafuné
-Eu fui ao médico fazer alguns exames e eles suspeitaram que eu estava com câncer-Ela disse de vagar-Não falei nada pra não assustar vocês, então fiz alguns exames mais aprofundados e foi constatado o câncer de mama-Falou
-Oque?!?-Meu pai perguntou assustado
-Vou ter que tirar o seio direito, e se precisar o esquerdo também-Falou chorando
-Eu não acredito!-Meu pai disse nervoso
-Eu vou tirar o seio e vai ficar tudo bem!-Minha mãe disse desesperada
-Vai ficar tudo bem?-Meu pai gritou e minha mãe chorou enterrando a cabeça em meus cabelos-Eu me casei com uma mulher com dois seios, se eu quisesse uma mulher com apenas um-Ele disse -Eu teria me casado com uma-Falou e foi para o quarto, meu irmão mais velho se sentou no braço da poltrona e abraçou minha mãe, que chorou baixinho ali, meu pai passou como um vulto na nossa frente, carregando uma mala grande, e depois disso nunca mais o vimos, depois de um ano minha mãe tirou os dois seios, e ficou tudo bem, mas alguns anos depois, descobrimos que o câncer havia se espalhado pelo corpo e ela foi morrendo aos poucos, sofrendo com dores fortes, amputando partes do corpo por causa de feridas mal cicatrizadas, e no fim, um dia depois do meu aniversário de quinze anos, ela morreu, gritando de dor, e eu gritava junto com ela, também com dor, mas não no corpo, não era uma dor física, era uma dor interna, na alma, no coração!
FLASHBACK OFF
Peguei minha mochila e desci as escadas de casa e fui pra cozinha
-Bom dia-Falei sem humor
-Bom dia -Meu irmão e minha cunhada disseram em uníssono
-Vou te levar pra escola hoje-Ele disse
-Não precisa-Falei bebendo meu copo de leite com chocolate todo de uma vez
-Precisa sim-Ele disse e eu bufei, Joe era meu paizão, Liza minha irmãzona, eles se casaram e depois de um ano minha mãe morreu, daí eles me trouxeram pra morar com eles-Então vamos-Falei me levantando
-Vamos-Ele disse pegando as coisas dele e dando um beijo na Liza, fiz uma careta e sai de casa, fomos o caminho inteiro em silêncio, como sempre, ele estacionou o carro na frente da escola e eu avistei aquela garota que eu tanto odeio
-Tchau- Me despedi e sai do carro, sem dar tempo para ele me dar um beijo na testa, fui em direção ao portão e os insultos já começaram
-Olha quem chegou!-Allana disse e soltou uma risadinha- A órfã pobretona-Falou
-Antes uma órfã pobretona-Falei –Que uma versão prostituta da Barbie!-Entrei na escola já pelando de raiva, peguei meus materiais no armário e fui pra cantina, comprei um copo de café e me sentei no jardim atrás da escola, ali era meu lugar preferido, eu sentava, tomava meu café, lia os meus livros em paz, e o melhor, ninguém ia lá, então ali era meu cantinho, tomei meu café e fiquei sentada pensando na vida difícil que eu levava ao som de nirvana, que eu amo, escutei o sinal meio abafado por causa dos fones de ouvido que estava usando, me levantei, peguei minhas coisas e fui pra sala de aula, me sentei na primeira carteira em frente a mesa do professor, o lugar que eu me sento desde quando comecei na creche, sempre gostei do primeiro lugar, odeio ficar no fundo, ou ficar pra trás, gosto de ficar na frente de todo mundo, odeio perder, sempre ganho todo mundo, nos jogos, no vídeo game, sou a mais inteligente da sala, e pretendo continuar assim, á frente de todo mundo
-Bom dia Classe!-Um rapaz alto e moreno entrou cumprimentando a sala
-PROFESSOR NOVO!-Alguém gritou fazendo todos rir, menos eu
-O professor Antony de biologia precisou se afastar pra fazer um procedimento cirúrgico bem complicado, e precisará ficar de licença este ano-Falou e todos uivaram de alegria, povo idiota, um professor ruim vai embora, só que sempre vem outro, e eles ficam felizes, são um bando de otários mesmo!
-Eu sou Taylor Lautner, tenho vinte e seis anos e dou aulas a dois anos, e vou adorar lecionar pra vocês-Ele disse se sentando na sua cadeira, de frente pra mim-Hoje faremos somente apresentações, quero que vocês me digam nome, idade e oque fazem durante o dia quando não estão na escola-Ele disse e eu bufei, as apresentações começaram pela garota mais idiota da sala de aula, Allana Beckster
-Me chamo Allana Beckster, tenho dezessete anos e quando não estou na escola nem no salão de beleza, eu fico em casa relaxando e cuidando de mim- Ela disse e eu juro eu quase vomitei, a apresentação continuou e eu preferi ser a última a pagar esse micão
-E você?-O professor falou olhando pra mim com um sorriso amigável
-Me chamo Melanie Parking, tenho dezessete anos e gosto de correr de madrugada, antes de vir pra escola, e quando não tenho nada pra fazer fico em casa com a minha cunhada, ouvindo musicas e etc..-Falei
-Você gosta de correr?-Ele perguntou
-Gosto- Falei-Me acalma
-Temos algo em comum então-Ele disse-Todos os dias ás onze da noite eu saio pra correr na praça perto da minha casa-Ele disse, a sala de aula estava uma bagunça, todos conversando, falando e falando mais, e o professor não estava nem aí, ficamos conversando sobre os efeitos que a corrida nos causa até dar o sinal anunciando o fim da aula de biologia
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