Assim que chegamos eu desci correndo da moto e me ajuntei a turma que nos esperávamos
-Como você está?-Senhora Scarlet perguntou
-Aposto que ela passou mal só pra vir de moto com o professor –Allana disse
-Vai cuidar da sua vida-Falei me irritando
-Parem vocês duas-Senhora Scarlet colocou ordem-Vamos para o refeitório que lá daremos as instruções que vocês precisam-Ela disse para todos da fila, Taylor se ajuntou aos instrutores do parque e aos professores que nos deram todas as instruções
-Vamos entregar uma fita de dois metros pra vocês-Um dos instrutores disseram-Vocês vão amarrá-la nas árvores conforme vocês forem se afundando na mata-Falou, Taylor passou entregando as fitas para cada um de nós
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Começamos a caminhar sobre a mata, Joseph não saia da minha cola, os instrutores iam nos explicando oque era cada plantinha que havia ali e qual os benefícios dela pra saúde e pro mundo
-Agora as duplas vão se separar e cada um seguir o seu caminho pela mata que há logo em frente-Taylor disse -E amarrem as cordas desde a entrada até ela acabar-Falou
-Assim que as cordas acabarem voltem imediatamente e não aprofundem na mata, pois vocês podem se perder e correm o risco de serem picados por algum inseto venenoso, ou até por uma cobra-A senhora Scarlet disse e cada um foi para o seu lado
-Podemos fazer a nossa trilha juntos-Joseph disse n meu ouvido-Ninguém verá oque vamos fazer lá dentro-Falou apontando pra mata com um sorriso safado no rosto
-Vai cuidar da sua vida!-Falei amarrando minha corda em um galho qualquer e me aprofundando no meio das árvores, quando minha fita acabou me sentei de baixo de uma árvore e fechei os olhos sentindo o aroma dela, ergui a cabeça e abri meus olhando para a árvore acima da minha cabeça, era um Ypê amarelo, arvore rara aqui em Londres, minha mãe tinha o sonho de ver uma e tocar nela, de repente uma crise de choro surgiu em mim, tentei segurar as lágrimas mas não consegui, as malditas lágrimas teimavam em escorrer dos meus olhos, peguei minha mochila e procurei meu calmante mas não o encontrei, encontrei um estilete que fiz com a lamina de um apontador e uma caneta, olhei bem pra ela e uma raiva incomum me dominou, meu pai era um fracasso
-AAAAAH!-Gritei, comecei a forçar a lamina no meu pulso, ela estava cega-DROGA!-Gritei, cada vez que eu forçava a lamina, era um arranhão que ficava no meu braço, me levantei e respirei fundo, voltei a forçar a lamina no braço até minhas forças acabarem, caí de joelhos no chão chorando e não vi mais nada
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TAYLOR LAUTNER
-Estão todos aqui?-A senhora Scarlet perguntou
-Estão todos aqui-Allana Beckster falou
-A Melanie não está-Falei preocupado-Vou procura-la com um instrutor-Falei voltando pra mata, o instrutor logo se afundou dentro dela e eu fui caminhando pelo corredor de flores e plantas até avistar uma corda vermelha, eu havia entregado uma corda vermelha pra Melanie, segui a corda e encontrei Melanie deitada no chão, suas coisas estavam todas reviradas e jogadas ao redor dela, não teria como alguém ter feito aquilo com ela, cheguei mais perto e vi em suas mãos um estilete, seu pulso estava todo arranhado e perfurado, nas suas mãos tinha um pouco de sangue
-Melanie!-Chamei-Melanie pelo amor de Deus acorda!-Falei desesperado, juntei suas coisas na mochila e a coloquei nas costas, peguei Melanie nos braços e a levei pra fora da mata seguindo a corda vermelha, assim que me ajuntei a turma de alunos virou um bafafá, todos falando, cochichando coisas banais
-Essa menina é louca-Allana disse
-Fica quieta senhorita Beckster-Falei-Isso não é brincadeira, é sério-Falei irritado
-Chame uma ambulância-Senhora Scarlet ordenou, peguei meu celular e chamei uma ambulância, logo eles chegaram e a levaram ao hospital, os alunos foram pra escola e eu fui para o hospital, não podia deixar Melanie sozinha naquele momento, meu coração já estava apertado por não ter ido na ambulância com ela
-Eu sou acompanhante da Melanie Paring-Falei para a recepcionista
-Você é oque dela?-A mulher perguntou
-Sou irmão-Falei e ela assentiu me entregando um papel, assinei e devolvi a ela
-Quarto 22-Ela disse, corri pro quarto e entrei de vagar
-Taylor?-Ela disse
-Você está bem?-Fechei a porta e me aproximei da cama
-Estou -Ela disse, seus olhos estavam pequenos e sem maquiagem, sua boca ainda estava com batom, ela vestia uma daquelas camisolas de hospital e não parecia feliz com isso-Não gosto dessa roupa-Falou e eu ri
-Você não sabe como me assustou-Falei
-Você me encontrou?-Perguntou
-A turma de reuniu no refeitório e você não estava, então fui te procurar e te encontrei desmaiada-Falei
-Onde está meu irmão?- Ela perguntou
-A escola ligou e ele virá na hora do almoço-Falei
-Não quero ver ele- Ela disse
-Por que?-Perguntei
-Ele vai falar coisas e reclamar, dar sermões e eu já estou cheia disso-Ela disse emburrada me fazendo rir
-Por que tentou se matar?-Perguntei
-Não quero falar -Ela disse
-Você nunca quer falar-Deixei escapar
-Não me sinto confortável-Falou
-Mas você sabe que precisa conversar não é?-Falei e ela apenas assentiu se deitou e fechou os olhos, afaguei seus cabelos e me sentei na poltrona ao lado da maca e fiquei um bom tempo ali a observando dormir
-Annie-Alguém abriu a porta e chamou por Annie?
-Olá-Falei me levantando
-Oi, sou Joe Parking, irmão da Melanie-Ele se apresentou sério
-Sou Taylor Lautner-Falei-Professor de biologia da Melanie, fiquei como acompanhante dela, pra não ficar sozinha aqui- Falei e ele assentiu
-Obrigado-Ele disse- Oque ela tem?-Ele perguntou
-Nós fomos ao parque com a turma da escola e ela entrou na mata e tentou se matar com um estilete –Falei
-Ela está bem?-Perguntou
-Aparentemente, não disseram nada ainda-Falei
-Ela não desiste-Joe disse passando as mãos pelo rosto
-Eu vou deixar vocês sozinhos, talvez ela acorde, faz um tempinho que ela adormeceu-Falei e saí do quarto, fui até a praça de alimentação do hospital, comprei um café e fiquei ali até chegar uma enfermeira até mim
-Taylor Lautner?-Perguntou
-Sou eu-Falei
-Bom, a Melanie tentou cortar os pulsos, e acabou desmaiando, mas não se preocupe que não é nada grave, ela apenas desmaiou por exaustão-Falou
-Como assim?-Perguntei
-Ela está deprimida com algo e isso desgasta a pessoa, deixa desanimado, e ela deve ter chorado muito, e com certeza feito muita força e desmaiou de cansaço, ela ficou exausta-Explicou
-Então ela não corre risco de nada?-Perguntei
-Não -A enfermeira disse -E ela pode receber alta hoje a noite se nada acontecer-Falou
-Tipo oque?-Perguntei
-Um desmaio, por exemplo-Falou e se afastou, fiquei bastante tempo ali, pensando no nada
- Disseram algo?-Joe se sentou na minha mesa, ele parecia bastante abalado
-Ela está bem e pode receber alta hoje a noite-Falei
-Mas e o desmaio?-Ele perguntou preocupado
-A enfermeira disse que ela chorou muito e se exaustou, desmaiou de cansaço-Falei
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MELANIE PARKING
Acordei e Taylor não estava mais no quarto, Joe estava me observando de pé
-Por que fez isso?-Perguntou sério
-Eu não fiz nada que fosse prejudicar você-Falei fazendo pouco caso da pergunta
-Melanie pelo amor de Deus-Joe falou alto
-Pelo amor de Deus oque!?!-Me exaltei –Você nem liga pra mim, te vejo apenas quando eu acordo e quando vou dormir, que diferença vai fazer eu morrer ou não!?!-Perguntei-Vai ser alivio pra você, menos gastos, menos trabalho, você vai poder viver sozinho com a Elizabeth!-Falei contendo as lágrimas
-Melanie, eu amo você-Joe falou- Mas você passa dos limites, você quer ser triste, seja, quer viver cheia de dores no coração, viva, eu não me importo, mas não tente se matar, por favor!-Ele falou irritado
-Você não se importa com nada-Falei-Por que se importaria se eu me matasse?-Perguntei
-Porque eu te amo Melanie, sou seu irmão, cuidei de você a vida toda, desde quando o Robert deixou a gente, eu fui seu pai Melanie, mas você não reconhece isso, e olha oque você faz!-Falou
-Você não se importa-Cuspi as palavras para ele com ódio e rancor
-Eu não me importo, porque já me importei de mais, e não deu resultado, porque você não quis ajuda-Falou
-DANE-SE-Gritei-Você não sente a dor que eu sinto, VOCÊ NÃO SABE OQUE EU SINTO!-Gritei
-Ela também era a minha mãe-Joe falou e saiu do quarto, tirei a agulha de soro do meu braço e me levantei, procurei minhas roupas e as encontrei no banheiro, tirei aquela camisola ridícula e coloquei minhas queridas e lindas roupas, lavei meu rosto na pia do banheiro e fiz um coque em meus cabelos que estavam soltos, as lágrimas corriam pelo meu rosto e aquela enorme vontade de morrer me dominava por inteira, abri as gavetas do armarinho do banheiro e fucei tudo até encontrar algo perfurante, uma tesoura, sorri ao ver a tesoura ali dentro da última gaveta, ela estava camuflada por alguns algodões, tentaram esconder, mas eu achei, e ela estava muito bem amolada comecei por pequenos arranhões e fui afundando a ponta da tesoura na minha pele, arrastei ela fazendo um rasgo no meu pulso, o sangue começou a jorrar sem parar e uma enorme dor de cabeça me veio, junto com uma enorme dor no braço, tentei gritar e pedir ajuda mas as palavras não saiam, então uma forte pontada na cabeça me fez desmaiar
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