História Simply, I love you. - A noiva

[...] e eu to animado com isso – Ele sorriu. [...]

Durante toda a semana John e Natasha se falavam com mais frequência, sempre que tinha uma hora vaga ou não conseguia se concentrar no trabalho ele mandava uma mensagem para ela e todas as noites ele ligava e ficavam horas conversando. Ela nunca mais soube o que é dormir cedo. A cada dia eles descobriam cada vez mais os interesses de um e outro, saíam constantemente para almoçar, jantar ou apenas passear, John adorava enche- La de beijo e dizer no final de cada um o quanto gostava dela, e Natasha retribuía todos com a mesma paixão. John estava ficando maluco sem conseguir ter o corpo dela, a mesma sempre se esquivava da situação, todas as vezes que tentava uma investida ela conseguia escapar, ele ficava frustrado, mas por um lado isso só aumentava seu desejo por ela.
No meio da manhã Taylor chamou sua filha para sua sala:
- Me chamou pai? – Perguntou assim que abriu a porta.
- Sim filha, entre – Estava digitando em seu computador.
Ela fechou a porta e andou ate a cadeira em frente a mesa, puxou e sentou:
- Do que se trata?
- Bom... – Olhou por mais alguns segundos a tela do computador e voltou sua atenção para sua filha pondo as mãos entrelaçadas sobre a mesa – Eu preciso de dois favores seu.
- Pode falar
- Bom primeiro, daqui a quatro dias vai haver um desfile de moda em Costa Rica, meu amigo Jeremy Duncan é o patrocinador do evento. Ele viu as fotos das nossas modelos e dos trabalhos que fizeram e ficou muito impressionado e agora quer fechar um acordo.
- Oh! Meu Deus pai, isso é um máximo, ele é um dos maiores estilistas do mundo da moda
- Exatamente, agora você entende o peso que esse contrato teria para a nossa agência
- Sim, sim, vários outros empresários e estilistas ficariam sabendo sobre nossa agência – Sorriu abertamente calculando os resultados positivos desse negócio – Mas ainda não entendi o que quer que eu faça.
- Eu quero que vá para Costa Rica nesse dia
- O que? Por quê?
- Um dia antes vou ter que viajar para Orlando, lá está tendo um concurso de garotas aspirantes à modelo, e preciso saber se alguma delas vale realmente a pena para fazer acordo com nossa agência. Somos convidados de honra.
- Mas pai você é muito melhor em negociação do que eu, e não sei se estou pronta para fazer isso, desde que entrei tudo o que fiz foi observar o jeito como lida com seus sócios e seus clientes.
- Então está mais do que preparada para essa situação – Sorriu glorioso – Entenda Nat esse contrato é de grande importância para a Donovan, você precisa fechar esse negócio.
- Acha que consigo?
- Não estaria pedindo isso a você se não tivesse certeza – Falou tranquilamente, mas cheio de confiança.
- Hunf! Bom já que você acredita, então eu vou e prometo que trarei esse contrato assinado
- Assim espero – Recostou em sua cadeira.
- E o segundo favor?
- Oh! Sim – Ele abriu sua gaveta e tirou um envelope de lá e deslizou sobre a mesa ate ela – Marcus está muito ocupado, e como sei que é sua hora de almoço será que pode entregar isto para mim?
- Claro pai, para quem é?
- John Harris – Ela prendeu a respiração quando ouviu o nome dele, e seu estômago deu um nó – Você precisa entregar na empresa dele e em suas mãos, tudo bem?
- A- ah c- claro, tudo bem... Eu entrego – Pegou o envelope.
- Ótimo obrigado querida. Era só isso – Jogou um beijo para ela.
- Tudo bem, ate mais pai – Levantou da cadeira e saiu apressada da sala.      
Ansiosa para encontrar John ela saiu da sala do seu pai e foi direto para o elevador ate o estacionamento.
John estava olhando atentamente para as imagens em sua tela no computador, fotos da próxima capa da sua revista, isso sempre fora de grande responsabilidade para ele. De repente bateram na porta:
- Sim? – Não tirou os olhos da tela.
A porta abriu revelando Brenda, sua secretária:
- Desculpe senhor Harris, mas a senhorita Natasha Donovan está aqui para vê- lo
Ele voltou toda a sua atenção para a moça, o nome da Natasha despertava calor em seu corpo, e o fato de ela estar ali para vê- lo fez um sorriso bobo formar em seu rosto:
- Diga para entrar – Largou sua função e levantou da cadeira para recebe- La.
Assim que Natasha entrou todo o ar da sala foi carregado com seu perfume doce com um toque de excitação. Ele nunca se cansava de olhar para ela, e dizer a si mesmo o quanto era bonita. Ele estendeu a mão pegando a dela quando fechou a porta:
- Natasha – Sua voz saiu sedutora.
- Senhor Harris – Natasha sabia o quanto ele odiava quando ela o chamava de senhor, mas adorava ver a expressão de irritado dele.
- Arg! Você insiste nisso, quando me chama de senhor faz parecer que sou um velho
- Há! Há! Todos aqui te chamam assim, porque eu faria diferente?
- Você não é todo mundo, e só alguns funcionários me tratam assim – Ele deu um passo à frente ficando mais próximo dela.
- É bom saber que tenho um tratamento especial com relação a você – Sorriu olhando seus lindos olhos que queimavam em paixão.
- Ah! Você pode ter o que quiser comigo Natasha – Sua fala foi carregada com duplo sentido.
- Não devia dar tanta liberdade para uma garota que sempre aproveita as chances que são dadas a ela – Deu um passo atrás.
- Não me arrependo do que disse, só espero que aceite a chance, apesar de não ter tempo limite para esgotar
- Há! Há! Há! Você é muito confiante
- Quando se trata de você sou persistente
- Já percebi, e está sabendo lidar com a situação muito bem – Sorriu.
- Eu tive que aprender – Deu de ombros – Mas então, veio aqui só para me ver?
- Não seja tão convencido John – Se aproximou da mesa dele deixando o envelope sobre – São as fotos e os contratos das modelos que você pediu. Algumas tiveram de recusar o convite por excesso de trabalho, mas as outras aceitaram de bom grado.
- Fico feliz com isso – Respondeu olhando as fotos das modelos – Eu vou levar isso para o nosso fotógrafo, ele está maluco com tanta demora, você pode esperar um minuto? – Olhou para ela com um sorriso encantador.
- É claro, ate porque preciso da sua assinatura na última folha do contrato – Sorriu.
- Há! Há! Certo, eu volto já – A beijou no rosto e saiu da sala.
Natasha puxou a cadeira na sua frente e sentou, foi então que parou para admirar a sala de John, tinha tons muito divertidos e coloridos, como uma revista deve ser cheia de energia. Havia alguns papeis sobre sua mesa, canetas dentro de um pequeno vaso de acrílico preto, tudo era perfeitamente arrumado e de bom gosto, não é atoa que John sempre se vestia com as melhores e mais modernas roupas. De repente a porta se abriu fazendo Natasha se assustar com a súbita intromissão. Ela olhou para trás e o que viu a deixou de boca aberta, era uma mulher que parecia ter saído da vitrine da loja mais cara do mundo, usando calça de couro preta, blusa de cetim branca desenhada especialmente em seu corpo, e um casaco preto cheio de babados que davam ar a sua beleza, seu salto parecia ter feito apenas para as passarelas, seu cabelo loiro brilhante como o sol, sua maquiagem impecável e o seu perfume Channel invadiu as narinas da morena. Ela parecia à visão da perfeição, alta, magra, chique e rica:
- Oi! Por acaso você viu o John? – Ela perguntou dando um pequeno sorriso simpático para Natasha.
- Ah sim, ele foi apenas entregar umas fotos para seu fotógrafo, mas já está voltando
- Ah certo! Então vou esperar – Andou ate a outra cadeira e sentou.
Natasha ajeitou uma mecha do cabelo:
- Vocês estão em reunião? – A loira perguntou.
- Não, eu vim apenas entregar as fotos e os contratos das próximas modelos que estamparão a capa de setembro.
- Oh sim, as modelos. John sempre adorou pegar garotinhas desconhecidas e coloca- Las na primeira capa da sua revista, nem parece que presa pelo sucesso da empresa.
- E não acha isso bom? Muitas modelos famosas começaram assim, no anonimato recebendo ajuda de alguém com muitas influencias.
- Sim, sim algumas ate se dão bem nas passarelas, mas ainda prefiro o método antigo, concurso e agência de modelos.
- Oh! Certo.
- Ah! Que falta de educação a minha, sou Lucy Adams – Esticou a mão direita.
- Prazer! Sou Natasha Donovan – Levou sua mão e apertou a dela.
- Que nome bonito o seu, é forte.
- Obrigada, e o seu é delicado.
- Combina comigo – Sorriu.
- Com certeza
Lucy olhou para o lado e franziu a testa:
- Ah! John nunca muda, eu já disse varias vezes para ele não deixar os papéis espalhados assim, tira toda a beleza da mesa. Arg! Ele nunca muda, tem sempre a cabeça na lua.
- Você parece conhecer muito o John – Falou intrigada.
- Sim, eu o conheço a muitos anos
- É mesmo? E qual é a relação de vocês dois?
- Eu sou noiva dele – Respondeu com orgulho.
Era como se tivessem acertado um soco no estômago da morena, ela ficou paralisada, entreabriu a boca em surpresa e tudo em sua cabeça começou a girar. Pensou em tudo o que passou com John e o que essa mulher acabara de dizer. Queria gritar de raiva e chorar por ter sido tão idiota. Mal conseguia disfarçar sua tristeza:
- Noivos?
- Sim – Ela ergueu a mão com o anel de compromisso com um grande diamante no meio.
- Oh! E... E há quanto tempo estão noivos?
- Ah! Tem quase um ano – Deu de ombros olhando para o seu anel.
- A- ah entendo... Um ano – Olhou para o chão e sentiu sua respiração pesada. Segurou nos braços da cadeira ficando de pé – Bom... É melhor eu ir.
- Mas não estava esperando o John?
- Sim, mas lembrei de que tenho um compromisso muito importante agora, outra hora eu falo com o senhor Harris – Deu uns passos atrás, louca para sair correndo dali – Foi um prazer conhecer você Lucy – Olhou para o anel no dedo dela e sentiu seu coração se apertar em angustia – E meus parabéns pelo noivado.
- Obrigada Natasha, até mais – Acenou.
Nat abriu a porta e saiu as pressas seguindo direto para o elevador. Bateu na parede de metal, e quando as portas fecharam ela pôs uma mão sobre o peito e a outra sobre a boca:
- Eu não acredito... Ele me enganou esse tempo todo – Cerrou o punho esquerdo e bateu forte na parede – Maldito. – Quando entrou no carro estava com o rosto molhado de lágrimas, pisou fundo no acelerador querendo sumir dali.
Assim que John retornou a sua sala estava com a cabeça voltada para os papéis em suas mãos:
- Natasha aqui está o... – Parou de falar quando ergueu a cabeça e viu a figura loira sentada em sua cadeira brincando com uma mecha do seu cabelo – Lucy? O que faz aqui?
- Vim aqui para ver você meu amor – Falou em tom rouco.
- Para onde foi à moça que estava aqui? – Ele não gostava nada da presença da Lucy.
- Hmm! Ela foi embora, parecia um pouco desnorteada – Deu de ombros fazendo beicinho deslizando suas mãos pela lateral da mesa dele.
- Desnorteada? Com o que?
- Eu não sei, nós estávamos apenas conversando e do nada ela ficou agitada
- Sobre o que conversaram? – Ele não estava gostando nada dessa história, principalmente pelo fato da Natasha ter saído assim sem dizer nada, tinha algo errado nisso.
- Ah nada de mais, coisa de mulher, falamos um pouco sobre trabalho
- Só isso? – Cerrou os olhos.
- Sim – Olhou para ele concordando – Eu estava arrumando suas coisas, como sempre você deixa tudo jogado. Eu achei engraçado quando ela me viu reclamando da sua bagunça e perguntou qual minha relação com você.
John sentiu todos os seus músculos ficarem tensos, sabia que havia sido isso o que levou Natasha a sair às pressas do seu escritório:
- O que você disse? – Ele perguntou em tom de ameaça.
- Ora! O que todos sabem que somos noivos – Abriu as mãos em evidência.
John respirou fundo arqueando as costas em pura raiva e pânico, podia imaginar a reação da morena quando recebeu essa notícia. Ele ficou desesperado, sabia que ela deveria estar sentindo muita raiva dele, e tinha de fazer algo para concertar isso:
- Sinceramente não entendo como ela não sabia disso, saiu em todos os jornais
- Você não tinha o direito de dizer aquilo – Falou com raiva.
- O que? Mas John meu amor...
- Para de me chamar assim, você sabe muito bem que nosso noivado acabou faz muito tempo, mas não sei por que diabos continua dizendo para todo mundo que ainda temos alguma relação.
- É claro que não acabou – Levantou da cadeira e andou sedutoramente ate ele passando as mãos por seu peito – Nós ainda nos amamos, aquilo foi apenas um contratempo, eu dei esse tempo para você refrescar a cabeça, mas tenho certeza que logo nós estaremos casados.
- Você ficou maluca? Tem noção do que está dizendo? – Segurou os pulsos dela fazendo- a arregalar os olhos em espanto – Eu nunca vou me casar com você, você me traiu e perdeu minha total confiança, e sobre esse tempo que você acha que me deu, saiba que ele nunca existiu, porque eu dei um fim em tudo. Então sugiro que tire a porcaria desse anel do seu dedo, para de dizer que ainda somos noivos e siga com a sua vida, porque eu estou muito bem com a minha, melhor ainda sem você.
- Mas John, não pode fazer isso comigo. Você me ama.
- Eu pensei que amasse, mas estava enganado, e Graças a Deus descobri a tempo antes de fazer a maior burrada da minha vida.
Ela estava de boca aberta incrédula com tudo o que estava ouvindo:
- Eu vou dizer pela última vez, só me apareça aqui quando o assunto for trabalho, por outro motivo fique bem longe de mim, por mais que eu seja educado e a boa conduta me cobra isso, eu prefiro nem olhar para sua cara.
- Como pode falar assim comigo? – Puxou seus braços irritada.
- Eu já dei meu recado, fique bem longe, eu não quero e não gosto de ver você.
- Seu desgraçado arrogante – Tentou empurra- lo, mas John era grande e forte, então nem se mexeu.
- Eu vou sair – Virou- se indo ate a porta, segurou na maçaneta e olhou para ela – Ah! Sim, e quando quiser tratar de negócios liga antes marcando hora.
- Ah – Abriu ainda mais a boca exalando pura irritação. John saiu às pressas pegando seu celular do bolso, mas foi interceptado pelo amigo.
- John o que houve? Você parece tenso
- E estou – Respondeu enquanto esperava que Natasha atendesse.
- O que aconteceu? Era a Lucy que estava na sua sala?
- Sim – Respondeu com pura irritação. Tentou ligar de novo.
- As meninas disseram que tinha outra garota na sua sala e poucos minutos depois que Lucy chegou ela saiu correndo de lá.
John voltou sua atenção para o amigo sentindo seu coração apertado e com o semblante triste:
- Era a Natasha
- O que? – Falou em espanto.
- A Lucy disse para a Natasha que somos noivos – Discou novamente o número dela.
- Fala sério, qual o problema dessa mulher? Ela não tem juízo?
- Nunca teve. Arg! – Colocou o celular de volta no bolso – Cara! Depois a gente se fala, eu preciso ir atrás dela.
- Tudo bem, eu cuido de tudo aqui.
- Valeu – Correu para o elevador e pareceu uma eternidade ate chegar.

Continua...