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História Simply, I love you. - Já basta


Escrita por: Azumy_18

Capítulo 64 - Já basta


Fanfic / Fanfiction Simply, I love you. - Já basta

[...] Respirou fundo.   [...]

John demorou para entender o que o havia acordado. Sua mãe cutucava seu braço chamando- o baixinho:
- Hmm... Mãe? – Abriu os olhos devagar devido a claridade que logo notou que estava do lado de fora da casa.
- Oi querido. Vocês acabaram pegando no sono. Susan estava louca atrás de vocês. – Ela estava abaixada ao seu lado.
- Hmm – Ele respirou fundo. Quando tentou se mover sentiu o peso sobre seu corpo. Era Natasha que ainda dormia – Eu nem percebi a hora que dormimos.
- Tem um tempo, mas não posso culpa- los o clima aqui fora está excelente.
- Onde estão todos? – Esfregou os olhos.
- O irmão do Taylor chegou tem uma hora e quase todos foram para a outra fazenda recebe- lo, Eva, Susan e Carmem ainda estão aqui. – Passou a mão sobre o cabelo da morena adormecida, e reparou no modo em a blusa dele ficava presa entre seus dedos. Estava tão relaxada que mal se movera quando John acordou. Sorriu docemente – Vocês formam um lindo casal.
- Obrigado – Sorriu pousando as mãos na costa dela – Mãe eu preciso falar com você sobre uma coisa.
- O que? – Franziu a testa.
- Não aqui, não quero que Natasha escute
- Tudo bem. Quando quiser conversar é só me procurar – Ficou de pé dando um beijo na testa do seu filho – Agora porque não entramos? Eva preparou um lanche e disse para todos se agasalharem que em breve choverá.
- Chover? – Ele olhou para cima e viu um céu azul e limpo.
- Há! Há! Há! Nunca duvide do que Eva diz, acredite.
- A Nat disse algo parecido – Sorriu.
- Oh! Sim, Michelle viu vocês dois dormindo e veio aqui bater uma foto – Riu baixinho – Eu achei uma ótima ideia, estavam lindos dormindo abraçadinhos.
- Eu vou querer essa foto
- Vou pedir a ela – Prendeu seu cabelo em um coque – Eu vou esperar vocês dois lá dentro. – Caminhou de volta para a casa.
John esperou sua mãe ficar mais distante e esfregou suas mãos na costa da jovem:
- Minha linda – Chamou suavemente – Acorda.
- Hmm – Gemeu.
- Acorda. Estamos aqui há muito tempo, vamos entrar e comer alguma coisa
- Hmm não
- Há! Há! Vamos lá. Sua avó disse que logo irá chover, então é melhor entrarmos
- Hmmmm – Gemeu em frustração esfregando seu rosto no peito dele arrancando uma leve risada do mesmo.
- Você gosta mesmo de fazer isso não é?
- Um pouquinho – Ergueu o rosto apoiando sobre o peito dele, e abriu os olhos.
- Só um pouquinho, hã! – Beijou sua testa – Vamos entrar?
- É tão gostoso dormir abraçada com você, odeio quando tenho que levantar
- Não se preocupe, ainda me terá hoje a noite
- Sorte a minha – Sorriu dando um beijinho em seu peito.
Ela pôs o pé para fora da rede e saiu primeiro. Num movimento rápido ele já estava de pé puxando- a para debaixo do seu braço.
O resto do dia seguiu tranquilo, sem surpresas, exceto Charles irmão de Taylor que veio visitar o resto da família Carter. Era um dos tios preferidos de Natasha, passara longas semanas na casa dele nas férias, e o favoritismo era recíproco, Charles assim como o irmão sonhara em ter uma filha, mas teve apenas dois meninos, os quais eram seu orgulho e o motivo da queda do seu cabelo. Nat apresentou toda alegre John para o seu tio, que ficou indeciso no início, sendo a única sobrinha, sentir ciúmes e desconfiança do namorado era previsível e normal. Charles o cumprimentou, trocou algumas palavras e foi chamado por outro parente deixando- os sozinhos. Ela disse que ele se acostumaria com a novidade, só precisava de um pouquinho de tempo.
Logo mais a noite a chuva caiu forte, como Eva previra. Por sorte, todos estavam em suas respectivas casas, Taylor e Susan passariam a noite na fazenda dos Donovan, o que era algo reconfortante para a morena, pois não precisava se preocupar em falar algo de duplo sentido para John e saber que seu pai estaria escutando atrás da porta.
Depois do jantar eles foram para o quarto e lá estava ela, o short azul de estrelas brancas, e a blusa branca de alça azul estrelada, junto do moletom. Como na noite passada, ele riu jogando a cabeça para trás:
- Não tem noção de como está linda – Bateu no espaço vazio ao seu lado da cama.
- Você sempre vai dizer isso quando eu vestir roupas assim? – Perguntou subindo na cama deitando.
- Provavelmente. É que você fica muito jovial vestida assim.
- Jovial? – Fez cara de desgosto.
- Fica linda, espontânea, natural, fica... Perfeita – Tocou seu rosto suavemente.
- Melhorou – Riu. Ela virou para o criado e pegou seu celular – Olha só – Procurou o que queria e mostrou a ele. Uma foto – Lembra desse dia? – Na suíça, ela estava em frente ao restaurante Pavillon, estava falando ao celular quando John apareceu e a tomou em seus braços com um beijo apaixonado.
- Como você conseguiu?
- Tinha um fotógrafo lá perto, ele bateu a foto saiu uma matéria em um blog “Doce romantismo na Suíça”. Agora é o meu plano de fundo do celular. Eu amei essa foto.  – Olhou novamente para imagem, ela com os pés fora do chão abraçada a ele, dando e recebendo um beijo apaixonado.   
- Passa para mim essa foto
- Vou passar, mas antes – Ela se ajeitou mais próxima dele e ergueu o celular – Vamos tirar uma foto.
- Sério?
- Sim, só tenho uma foto com você, e foi outra pessoa que tirou, quero uma que seja só minha, que a mídia nem sonha em ter.
- Tudo bem – Deu um beijo em sua testa e posou para a foto esboçando um ligeiro sorriso, enquanto que ela abria um sorriso completo. Quando bateu tratou de ver o resultado e gostou bastante – Mais uma.
- O que?
- Vamos logo
- Nat eu não sou amante de fotos
- É uma pena, porque você é lindo e a câmera ama você
- Há! Há! Há! Não mesmo, ama você. – Riu.
Natasha esticou- se dando um beijo na bochecha dele aproveitando para bater:
- Ah! Eu amei essa – Ela respondeu. John estava com os olhos fechados mostrando um sorriso maior que o primeiro recebendo seu beijo. – Agora bate uma você.
- Como?
- Me beijando – Piscou.
- Hmmm ok – Pegou o celular da mão dela e o afastou para um melhor ângulo. Virou seu rosto para ela, olhou para sua boca com devoção mostrando um singelo sorriso. Subiu seu olhar para o dela, e se perdeu naquela imensidão azul. Natasha tocou seu rosto com a ponta dos dedos e inclinou a cabeça selando lentamente suas bocas.
Ela escutou três cliques seguidos da câmera, e percebeu que havia tirado três fotos. Apesar de ter imagens suficientes eles não conseguiram para de se beijar, nem ao menos tentaram. John largou o celular passando o braço ao redor dela deitando- a ficando por cima. Nat mergulho sua mão em meio aos cabelos dele e manteve a outra sobre seu rosto, sentiu sua pele esquentar reagindo ao seu toque, seus lábios fecharem envolta dos seus como um encaixe perfeito e provocante.
Doce, era isso o que sentia sempre que a beijava. Ninguém podia ser tão doce assim, era o que sempre dizia a si mesmo quando a tinha desse jeito, em seus braços e com a boca colada a sua. Perdia a noção de tudo o que acontecia a sua volta e se concentrava apenas nela, quando estava com ela tudo perdia a importância, sua mente era totalmente ocupada por Natasha. Delineou o contorno dos lábios dela com a língua, sentindo seu gosto entorpecente e macies da sua boca. Não foi sensual ou erótico o beijo, mas foi como o momento havia pedido, cheio de amor.
Natasha cessou lentamente, dando longos selinhos ate parar e olhar fundo nos olhos dele:
- Eu te amo tanto– Passou o polegar sobre seu lábio inferior – E queria tanto que dissesse o mesmo para mim.
John fechou os punhos no lençol da cama, tencionando o maxilar lembrando que havia dito para Ivy que amava Natasha. Disse para ela, para a maldita da Ivy, mas não para quem realmente importava. Agora tinha sua chance, mas simplesmente não conseguia, era como se sua língua travasse e a boca recusasse dizer as três palavras, ele se odiava amargamente. Foi perdidamente machucado emocionalmente, que não conseguia dizer à mulher que amava um “eu te amo”. Tinha vontade de bater em si mesmo por ser tão fraco e medroso, ela nunca fizera nada a não ser entregar seu coração e ama- lo sem reservas, ele apesar de ama- La muito não conseguia dizer isso.
Notando a tensão dele, Nat segurou seu rosto e sorriu:
- Não pense muito nisso. Eu entendo.
- Não, eu sinto muito, eu não...
- Você nunca vai conseguir se recuperar das suas cicatrizes não é?! Nunca vai conseguir me amar com a mesma intensidade que eu amo você.
- Minha linda, eu estou me recuperando você está me ajudando, fez isso desde o primeiro dia que nos vimos. Eu não sei que merda eu tenho e o porquê de não conseguir dizer isso.
- Shh John – Recostou seus dedos sobre os lábios dele calando- o – Não se preocupe com isso, eu sei pelo o que passou e sei como foi doloroso, eu entendo. Você pode não me amar, mas está apaixonado por mim, e é o suficiente.  

Não, não é, eu amo você, Meu Deus como eu amo você, ele gritou em sua cabeça.
- Sim, perdidamente apaixonado – Colou sua boca a dela mais uma vez, não podia falar, mas demonstrar e era bom nisso.

De manhã quando o sol adentrou o quarto e foi direto no rosto da Natasha, ela apertou os olhos e virou para o outro lado em busca do corpo de John como sombra, mas não o encontrou. Tateou a cama antes de abrir os olhos e encontrar os lençóis amarrotados e uma rosa branca sobre o travesseiro. Ela sentou e pegou a flor levando ate o nariz sentindo seu doce aroma.
Depois de tomar banho e se vestir ela desceu para encontrar John e lhe agradecer pelo presente. Encontrou Michelle saindo da sala lendo uma revista:
- Bom dia Mich
- Bom dia Nat – Cumprimentou a prima.
- Você viu o John?
- Ele está fora com o Ethan cortando a lenha que a vovó Eva pediu para a lareira. É uma visão do paraíso aqueles dois, tive que sair de perto se não Jason teria problemas com minha falta de fidelidade.
- Há! Há! Há! Eu sei que tenho um namorado e um irmão gato. Fazer o que se sou a sortuda da família neh?! – Deu de ombros indo para a porta da frente.
- Invejo você por isso. Mas meu gato é muito gato também – Riu.
- Não discordo – Abriu a porta e logo escutou o barulho da madeira se partindo em um golpe, precisou apenas olhar para o lado e viu a visão da perdição. Ethan estava usando uma blusa xadrez azul aberta mostrando seu definido corpo, as mangas estavam enroladas na altura dos cotovelos e toda vez que levantada o machado para cortar a tora de madeira seus músculos flexionavam mostrando toda a sua força, sua calça jeans estava suja e desgastada, igual a que John usava, mas ao invés do amigo ele estava sem camisa deixando completamente amostra seus bíceps esculpidos, seus braços musculosos, as covinhas nas costas, o suor escorria por todo o seu corpo, e era tão sexy que ela quase se esquecera de respirar e soltar o lábio que mordia com força. John tinha um lenço vermelho enfiado no cos da calça que usava para limpar o suor do rosto e isso deu a ele o toque de garoto do campo.
Seus delírios sexuais foram interrompidos por Connor que apareceu ao seu lado com uma caneca fumegante de café:
- É melhor fechar a boca, não quero ver você babar, é nojento.
- É impossível, não existe visão mais deliciosa do que essa
- Eca! Que nojo Nat – Torceu a boca bebericando seu café.
- Você não entende porque é homem, mas se fossem duas mulheres com shorts curtíssimos e blusas amarradas, completamente suadas e cortando lenha você entenderia.
- É Há! Há! Há! Com certeza entenderia, e não ficaria só olhando.
- Há! Há! Há! Mas o problema, é que dos dois eu só posso pegar um, o outro eu só admiro e mantenho longe das meninas.
- Há! Há! Há! – Ele jogou a cabeça para trás rindo – E eu achando que Ethan era o animal selvagem quando se tratava de você – Connor era um homem muito bonito, as mulheres se jogavam em cima dele para conseguir algo. Natasha não o culpava, achava o primo lindo. Tinha cabelos cor de cobre compridos que encostavam nos ombros, olhos cor de mel, boca carnuda, pele bronzeada, um físico magnífico resultado de horas de trabalho como carregador na empresa de construção do pai e participando de algumas lutas livres quando estava entediado. Era seu primo preferido, e o favoritismo era recíproco, Connor sempre gostou e cuido da prima como se fosse sua irmã, já que era apenas ele e o irmão mais novo Claude.
- Onde está o Claude? Por que não veio? – Connor era muito alto, tinha a mesma altura que John, e sempre preferia conversar com ele a uma distancia em que não precisasse erguer o pescoço e evitar uma dor futura.
- Ele tinha um projeto importante da faculdade para entregar amanhã, preferiu ficar em casa sozinho para terminar – Soprou dentro da xícara quente, havia queimado a ponta da língua.
- Eu sei bem como é isso, passei milhares de finais de semana estudando e montando projeto para apresentar na faculdade. Um dia melhora.
- Principalmente quando se tem um namorado daqueles para preencher o vazio das horas vagas – Apontou com a caneca para John que pegara outra tora para cortar.
- Há! Há! Há! Com certeza John preenche meu vazio
- Merda! Não me faz imaginar a cena.
Foi a vez dela jogar a cabeça para trás e rir:
- Você que começou – Bateu seu quadril no dele.
Fez- se um segundo de silencio entre eles, e tudo o que escutaram eram os golpes dos machados na madeira. Então Connor disse:
- Nat eu preciso contar algo um pouco delicado – Fitou a metade do conteúdo preto que restara na xícara.
- O que? – Olhou para ele.
Minutos depois Natasha atravessou a porta furiosa e viu Ivy entrando na sala, deu passos largos e fundos agarrando seu braço:
- O que é isso?
- Vem comigo agora – Falou em pura raiva.
- Você ficou louca? – Tentou puxar seu braço, mas Nat o apertou mais.
- A louca aqui é você, mas eu vou acabar com isso, de uma vez por todas. – A puxou na direção da escada.
- Natasha, por favor, não faça isso – Connor adentrou a casa.
- Não se meta nisso, e não quero que ninguém se intrometa, é um assunto meu e da Ivy, algo que eu já devia ter resolvido há muito tempo – Subiu na frente sempre puxando- a. Ivy teve problemas para acompanhar o passo, quase caindo três vezes.
- Ivy? – Alan apareceu da cozinha escutando a voz irritada da Natasha, viu o momento em que as duas subiram e foram pisando fundo para os quartos – O que está acontecendo? – Tentou ir atrás, mas Michelle o impediu.
- Não tio, elas precisam resolver isso.  Ivy provocou a Natasha ao limite, nós sabíamos que uma hora ou outra ela ia explodir.
- É verdade, a Ivy extrapolou nessa birra que tem contra a Natasha, está na hora de dar um fim nisso.
- Você contou a ela o que aconteceu com John? – Michelle olhou para o rapaz assustada.
- Sim, contei
- Como soube disso?
- Eu vi o que aconteceu, e vi também quando você brigou com ela
- Meu Deus Connor, isso vai ser um desastre.
- Querem me explicar o que diabos está acontecendo? – Alan perguntou exasperado.
- Eu vou explicar tio – Mich disse – Mas vamos sentar lá na cozinha.
- E quanto as duas?
- A bomba foi armada e agora vai explodir – Retrucou Connor – Vamos para a cozinha, se algo sair do controle eu vou lá interferir, mas eu não acharia ruim se a Nat desse um corretivo na Ivy.
- Arg – Alan olhou feio para seu sobrinho.
- Desculpa tio, mas é verdade, sua filha é uma vaca.
- Connor, pare com isso – Mich advertiu segurando o braço do tio e trazendo- o para a cozinha.
Natasha empurrou Ivy para dentro do quarto e a garota quase foi de encontro com a cara no chão, teve de se apoiar na cama para não cair. Nat fechou com força a porta:
- Você me machucou – Ivy respondeu olhando para o seu braço com marca profunda dos dedos da morena.
- Isso não é nada comparado com o que eu quero fazer com você
- Qual o seu problema? – Ficou de pé.
- Não, qual é o seu problema? O que você tem na cabeça? – Tocou sua cabeça com a ponta dos dedos indicadores – Sério? Tentar transar com o John para me atingir? O que acha que ia conseguir com isso?
- Quem te contou isso? – Arregalou os olhos e por um momento temeu pela sua própria vida – Foi a Michelle que falou?
- Não interessa quem contou, mas sim o que você tentou fazer. Eu to de saco cheio de você, meu limite estourou, eu aguentei ao máximo, mas não vou mais engolir sua criancices. Acabou Ivy, entendeu? Acabou.
- Você está de saco cheio? Eu é que estou de saco cheio de você – Apontou para ela.
- Por quê? Hein? – Natasha deu dois passos e pegou a garota pelos braços – Por quê? Ta de saco cheio por quê? Vamos lá, joga para fora, eu quero ouvir você dizer qual seu problema comigo.
Ivy viu fogo queimando nos olhos da Natasha, era como se o azul que ficava ali fora substituído pelo vermelho, nunca a vira daquele jeito, e estava sentindo medo, mas não abaixaria sua guarda:
- Eu digo, com muito prazer – Soltou seus braços – Você nasceu, esse é o problema, você veio para essa família, todos aqui me adoravam, brincavam comigo, me recebiam bem, daí chegou o bebê milagroso que se salvou da morte iminente, e tudo mudou, o foco e a atenção deles se voltaram para você, e eu fui deixada de lado como uma boneca velha que cansaram de brincar.
- Olha o que você tá falando garota. Você me odeia porque eu nasci, mas eu não pedi para nascer, e mesmo assim eu vim. Agora ser acusada de tomar a família de você já é demais, eu era um bebê, sobrevivi sim da morte, e todos se preocupavam comigo, eu nasci com problema nos pulmões e isso deixava todos aflitos, mas é isso o que uma família faz, ela se preocupa com os seus, cuida e protege. Você já ficou doente varias vezes e todos sempre estavam lá para te ajudar, sempre que precisava a nossa família ia em peso te socorrer, ate eu ia.
- Isso é mentira, todos sempre preferiram você – Falou alto.
- Não é verdade, não existe um favorito nessa família e você já deveria ter percebido isso. Ninguém é melhor ninguém, mas você está sempre mostrando ser a pior de todas. Eu tentei durante todos esses anos me aproximar de você, no começo achei que só estava intimidada comigo porque era mais uma garota que teria de conviver junto, eu percebia que não gostava muito da Michelle e achei que o mesmo acontecia comigo. Por diversas vezes eu tentei chegar perto, tentei ser sua amiga, ser sua prima, mas você sempre me afastava, sempre tirava gracinhas comigo, não perdia a chance de me humilhar, e mesmo assim eu relevei tudo.
- Humilhar você? Você? Sério? Era você que me humilhava – Bateu no peito – Sempre mostrando como era boa em tudo o que fazia, adorava esfregar na minha cara que é a perfeitinha da família.
- Você só pode tá brincando. Eu sinceramente acho que você está falando de outra pessoa, porque eu não me vejo assim, nunca me vi, mas você de alguma forma me idealizou como uma vilã.
- Porque é o que você é, uma vilã, você me tirou tudo, você sempre teve o melhor, você estragou a minha vida – Berrou.
Natasha agarrou novamente o seu braço com força e levou o dedo a boca em silêncio:
- Abaixa o tom, que quem está falando aqui sou eu. Eu que deveria estar gritando, porque tenho todos os motivos do mundo para quebrar sua cara.
- Você sempre teve tudo o que foi bom, o melhor era sempre para você – Falou mais baixo tentando controlar o soluço que surgiu em sua garganta quando começou a chorar.
- Eu tive tudo isso porque meus pais me ofereceram, eles deram a mim e ao Ethan a vida que não tiveram na adolescência, nós soubemos valorizar e recompensar. E sobre o que você acha que eu tive de melhor, você também teve.
- É mentira. – Se desvencilhou da sua mão – Tudo sempre foi sofrimento para mim, e ninguém nunca tentou me ajudar.
- Porra nenhuma. Você sempre foi dramática. Mas eu vou refrescar sua memória e vamos ver se realmente tudo só foi dor. Seu pai abandonou você e sua mãe e fugiu com outra, tio Alan recebeu as duas na nossa família, adotou você como se fosse sua filha, te deu um lar, proteção, carinho, amor, assegurou que tivesse um pai e uma mãe por perto para que nunca se sentisse sozinha ou desamparada, ele te deu avós, tios, primos, tudo. E agora Ivy? Onde está seu sofrimento?
Ivy chorou mais ainda. Abraçou o próprio corpo:
- Eu sempre quis tudo o que você tinha... Ate seu irmão era melhor que todos os outros... Meu pai nunca me deu nenhum.
- Não, não vem com essa conversa, você sabe muito bem que o tio Alan não pode ter filhos, por isso adotou você como filha, ele sempre quis ser pai, e vivia dizendo que amava você como se tivesse sido gerada por ele. Mas acho que as pessoas não dão o devido  valor às coisas quando as tem, mas só quando as perdem, e você está perdendo.
- Porque você me tirou. – Respondeu com raiva.
- Eu não tirei merda nenhuma. Vovó Eva continua aí sempre te recebendo com um abraço apertado e um beijo no rosto, como faz com todos os netos, vovô Noah continua contando suas histórias de guerra, nossas tias sempre perguntam o que você quer comer, nossos tios ainda chamam você para participar de algo com eles, nossos primos são os únicos que se mantem afastados de você, porque sabem como são tratados por você – Ela respirou fundo passando as mãos nos cabelos exasperada – Você viu? Nada foi tirado de você, todos continuam ali, sorrindo para você quando chega, perguntando se está bem, se precisa de algo, se quer fazer algo, assim como fazem comigo, com o Ethan, a Michelle, o Connor e todos os outros.
- Eu amo todos eles – Falou cheia de tristeza se aproximando e sentando na beirada da cama.
- Eu sei que sim, e eles também amam você, mas apesar de tudo, você tentou me tirar o John, e isso eu nunca vou perdoar.
- Não aconteceu nada, eu juro. Ele falou algumas coisas e foi embora.
- Eu não duvido disso, eu confio nele. Você vai ficar o mais longe possível dele, eu não quero que dirija uma palavra a ele, nem bom dia, nem nada do tipo, porque eu juro Ivy que se você se meter novamente entre nós dois ao invés de falar eu vou acabar com você, e não vai ser preciso uma única palavra para entender o porquê de estar acontecendo aquilo. Você pode mexer comigo, mas não se meta com o John.
- Eu não... Eu não queria... Fazer aquilo.
- Não acredito. – Passou a mão em seu rosto – Olha Ivy eu escutei você reclamando o tempo todo de falta de amor, mas como você quer que alguém te ame se você mesma não se ama?
Ela ergueu a cabeça quando escutou o que a morena dissera:
- O que?
- Você vive de acordo com o modo que eu vivo. Sai da minha sombra, vive a sua vida, vai ser feliz, não se espelhe mais em mim. Se todos gostam de mim é porque eu mostro a minha verdadeira eu, não me escondo atrás de uma máscara como você, sou autentica e digo a que vim. Sabe apesar de você não gostar de mim, eu admirava você.
- Me admirava? – Aquilo foi como um tapa certeiro no rosto.
- Sim, você quando não estava focada em me ver na pior, estava montando, ajudando a vovó no campo, todo final de tarde ia para o terraço e tocava violão. Poxa! Eu demorei bastante para perder o medo de montar, eu nunca fui boa no trabalho do campo, era sempre mordida pelas formigas e voltava correndo para casa, eu nunca aprendi tocar violão tão bem como você, e ate hoje ainda tenho aulas... Você aprendeu a falar espanhol primeiro que eu, pegava tudo muito rápido e eu tinha inveja disso, queria raciocinar com a mesma agilidade.
- Eu não sabia disso – Ficou de boca aberta.
- Não, porque estava concentrada me colocando em um pedestal que eu nunca estive e tentando a todo custo me derrubar. Tudo tem um limite Ivy, e o meu se esgotou, eu não aguento mais suas implicâncias. Você vai por um fim nessa guerra, se eu tiver de intervir novamente vai ser pior. Você quer amor? Então faça por merecer. Eu sei quem eu sou, e você Ivy? Quem é você? Minha sombra ou uma garota que vive a própria vida e que não tivemos o prazer de conhecer? – Ficou alguns segundos olhando para a garota que a encarava de volta com o rosto banhado em lágrimas e com a expressão atormentada. Girou os calcanhares e andou ate a porta.
- Natasha – Chamou.
- O que? – Perguntou continuando de costas para ela.
- Eu sinto muito
Virou – se para encara- La olhando atentamente seus olhos:
- Eu sei que sente – Abriu a porta e saiu batendo- a novamente.          

   
 

Continua...


Notas Finais


OK! OK! O capítulo é gigante, mas tenho certeza que não acharam ruim, se vissem como ele era no começo, não tinha nem metade disso, mas corri e escrevi o mais rapido que podia, prova disso é o horário que postei, mas está aí.
Bom finalmente a briga das duas, desde quando chegaram na fazenda tenho certeza que estavam esperando por isso. E a vontade foi feita. Ivy agora vai mudar, viu as coisas por outro angulo... Nada como uma bela briga para ajudar hein!!
Muito bem, é isso por enquanto, bjs meus amores!!!


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