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História Simply, I love you. - Apenas diga


Escrita por: Azumy_18

Capítulo 72 - Apenas diga


Fanfic / Fanfiction Simply, I love you. - Apenas diga

[...] a vida do seu casal favorito.   [...]

Natasha abriu a porta da sua casa quando escutou a campainha. Como Raphael disse um pretinho básico, mas muito chique. Saltos pretos não muito altos, cabelos soltos, maquiagem própria da noite, batom vermelho, uma pulseira dourada em um pulso, e no outro, pulseira de diamantes dada de presente por seu pai quando completou 18 anos, e acompanhada de uma bolsa de mão dourada. John ficou de queixo caído quando a viu:
- Nossa! Você está linda
- Obrigada – Sorriu – Você também está lindo de smoking.
- Obrigado. Com certeza vou ser o homem mais invejado da noite por ter você como acompanhante.
Natasha deu uma risadinha negando com a cabeça. John pousou a mão na lombar dela guiando- a ate o carro, Phil se apressou em abrir a porta para ela, agradeceu antes de entrar. John e Phil deram a volta e entraram:
- Minha mãe vai nos encontrar mais tarde na festa. Ela acabou de chegar e vai se arrumar.
- E por que não a esperou? Se tivesse me ligado eu não me importaria de aguardar.
- Eu ate sugeri isso, mas ela disse que era melhor irmos antes. Bom minha mãe demora bastante para se arrumar, então foi melhor assim – Sorriu.
- Há! Há! Se você diz – Então a conversa com Raphael a atingiu em cheio, fazendo- a respirar fundo. Engoliu em seco tentando não parecer triste, estava se odiando por sentir aquilo, queria qualquer outro assunto para distrair sua cabeça e esquecer isso.
Durante todo o trajeto John notou que Natasha estava distante, não disse nada, nem mesmo falou sobre o dia que tiveram, e ela era do tipo de garota que comentava sobre tudo que a agradava, ele adorava ouvi- La, mas agora ela parecia estar a milhas de distancia dele, mesmo estando a centímetros do seu corpo. Todo o caminho ela ficou olhando para o movimento rápido das casas pela janela do carro, tão perdida em pensamentos que parecia impossível chegar ate ela.
Quando Phillip parou na entrada da festa que se estendia em um longo tapete vermelho na direção dos fotógrafos, ele saiu do carro para abrir a porta para Natasha, enquanto John saía pelo outro lado e a encontrou oferendo seu braço que a mesma aceitou.
Vários fotógrafos chamavam John pedindo uma foto, para olhar para as câmeras, era um aglomerado de gente e flashes, mal dava para ver alguma coisa com todas aquelas luzes piscando. John detestava isso, mas fazia parte do decoro daquele nível da sociedade. Posou por alguns instantes sempre mantendo Natasha ao seu lado.
Quando entraram diversos cheiros misturados os atingiram, assim como um mar colorido de roupas, vestidos de diversas formas e estilos, alguns ate bem estranhos. Algumas pessoas vieram cumprimentar John, um ou outro reconheciam Natasha, mas todos a elogiavam e diziam o quanto era linda.
Eles foram para o centro da festa e encontraram Raphael, o que fez Natasha soltar um suspiro de alívio, em uma das mesas que ficavam ao redor do salão estavam Susan, Taylor e Ethan conversando com um casal:
- Eu vou falar com o Raphael, já volto – Informou a John que havia parado para conversar com um senhor de meia idade.
- Tudo bem – Ele a seguiu com o olhar enquanto se afastava.
Raphael estava chamando atenção com seu smoking, e com a taça de champanhe em sua mão parecia um empresário bem sucedido. Assim que a viu abriu um largo sorriso:
- Eu sabia que ia ficar maravilhosa nesse vestido. Eu nunca erro.
- Não, nunca. Vejo que está em seu mundo.
- Adoro glamour.
- Então devia se tornar modelo – Sorriu.
- É talvez eu faça isso, as mulheres me teriam por mais tempo, serei uma bela recordação nas noites solitárias.
 - Há! Há! Há! Você não tem jeito Raph
- Vi que seu lindo acompanhante chamou bastante atenção. Como estão as coisas?
- Bem – Olhou para a taça na mão dele e a pegou virando de uma só vez.
- Pelo visto não tão bem. O que houve Nat? Ainda pensando naquilo?
- Sim. Eu achei que assim que visse John isso acabaria, eu estava ate melhor, mas voltou como uma onda, arrastando tudo.
- Nat você está se precipitando, você não sabe do futuro. Talvez esteja errada em pensar que John nunca irá lhe pedir em casamento. Meu Deus o homem é louco por você, não tirou os olhos de cima de você desde que chegou para falar comigo.
- Ai Raph, eu estou tão confusa, não sei o que pensar, ou por que eu comecei a pensar nisso. Eu só quero que volte a ser como antes, em que eu olho para o John e o vejo como o centro do meu mundo.
- Então pare de pensar nisso, vocês nem completaram um mês de namoro para estar pensando em um compromisso mais sério, se fosse coloca- lo contra a parede é claro que ele entraria em pânico, o homem mal assimilou a ideia que tem uma mulher. Dê um tempo a ele.
- Hunf! É você tem razão, eu estou sendo uma idiota por pensar isso. Está muito cedo, é verdade. Eu vou esquecer isso. Obrigada Raph. – Ficou na ponta dos pés para lhe dar um beijo no rosto.
- Disponha – Sorriu feito um garotinho.
- Eu vou ate o banheiro, não sei onde é o jardim disso aqui, e o banheiro é o único lugar onde vou poder respirar um pouco.
- Ok! Vou está esperando aqui
- Tá – Saiu pela esquerda seguindo uma plaquinha que indicava a direção dos banheiros.
Quando entrou agradeceu por não ter ninguém. Apoiou as mãos na pia de mármore e respirou fundo:
- Pare com isso Natasha, está sendo boba. É como o Raphael disse, é muito cedo, ele precisa se acostumar com a ideia de que tem você. É... É isso – Balançou a cabeça e abriu sua bolsa a procura do seu batom.
- Olha só quem eu encontro – Aquela voz amarga se tornou conhecida. Natasha olhou para o lado.
- Boa noite Lucy – Cumprimentou. Lucy estava com um vestido tomara que caia vermelho, odiava admitir, mas combinava bastante com ela, as pedras cobrindo boa parte do tecido do peito chamavam atenção diante da luz.
- Boa noite. Como tem passado? – Se aproximou da pia deixando sua bolsa sobre.
- Muito bem e você? – Natasha passou anos lidando com Ivy, sabia muito bem como esconder suas emoções, deixando apenas as que utilizaria, sabia jogar aquele jogo e querendo ou não estava preparada para o dia em que Lucy tentaria encurrala- La.
- Bem, obrigada. Eu acabei de ver o John, e está lindo como sempre. Em todas as festas que íamos ele se tornava o centro das atenções.
- Eu posso imaginar, a câmera adora ele. – Terminou de passar o seu batom e o guardou na bolsa.
- Sim. Ganhávamos muitos elogios quando tirávamos fotos juntos. Éramos um casal perfeito.
- Sim, perfeito para estampar a capa de uma margarina. O protótipo de casal falsamente feliz diante dos repórteres. Eu entendo isso, lido com falsidade o dia todo.
- Há! Há! Há! Você é tão engraçada. Sabe o que fico me perguntando?
- Adoraria saber – A encarou.
- Ate quando acha que John vai ficar com você? Sim, porque uma hora ele vai cansar e vai te dar um pé na bunda.
- Assim como fez com você, mas ao contrário, se ele terminar comigo vai ser porque enjoou de mim e não porque fui pega transando com o amigo dele – Esboçou um sorrisinho vendo a expressão furiosa dela.
- Você é só uma vadia oportunista. Está de olho no dinheiro dele, e vai fazer de tudo para conseguir, suponho ate que esteja pensando no golpe da barriga.
- Ah! Lucy, por favor, seja mais criativa. E a respeito do dinheiro, saiba que eu não preciso, minha família tem bastante, nunca foi um problema.
- Há! Há! Ate parece, uma ignorante como você vinda de uma família rica? – Riu em deboche.
 - Você é tão desinformada, dinheiro nunca foi um obstáculo na minha vida, tenho ate demais. A agência do meu pai por ser uma das mais reconhecidas nos dá muito lucro.
- Agência? – Franziu a testa confusa.
- Não sabia? A Agência Donovan é da minha família, Taylor Donovan é meu pai – Lucy pareceu surpresa com isso. Um ponto para Natasha. – E se me lembro bem, você já foi uma das nossas modelos, inclusive foi meu pai que de uma grande ajuda na sua carreira indicando você para um de seus amigos em Londres.
- Esse mundo é muito pequeno mesmo. Você filha do Taylor Donovan, e pensar que eu o admirava tanto.
- Continue, ele é excelente no que faz.
- Exceto com os filhos. – Zombou olhando- a de cima a baixo.
- Hunf! Lucy o que você quer? Veio aqui e me encurralou no banheiro, um truque bastante velho.
- Quero que esqueça o John, se afaste dele, deixe- o em paz. John não precisa de uma garota como você.
- Há! Há! E diz que eu sou a engraçada. Eu nunca vou me separar do John, e tenho certeza que ele também não ter a menor intenção de se separar de mim.
- Você está confundindo a cabeça dele. Ele acha que gosta de você, mas está cego e não consegue ver a cretina que você é. Mas eu sim, e vou fazer de tudo para separar os dois, mas estou sendo gentil e oferecendo uma chance de você sair sem se machucar.
- Me faça rir Lucy. Você acha mesmo que me assusta? Sério? Eu já enfrentei animais raivosos piores que você, e acredite é preciso muito mais do que uma simples ameaça de uma loira falsa como você para me amedrontar.
- Falsa? – Ficou ofendida – Você não serve para ele, é só uma vadia que está tentando se aproveitar da fama que ele tem, está querendo usar isso em benefício próprio.
- Não Lucy, eu não preciso disso, não sou como você. Minha família tem o nome reconhecido, os maiores e melhores estilistas nos procuram, e acredite com apenas um boato eu posso destruir sua carreira, eu tenho o poder para fazer isso. E enfie de vez nessa sua cabeça que eu nunca vou largar o John, eu o amo, algo que você nunca soube o que é, muito menos sentiu.
- Eu amo o John também – Respondeu furiosa.
- Ama tanto que o traiu – Riu.
- Eu o amo, apenas fiquei com outros porque estava insegura a respeito do casamento, era difícil resistir, eu não tinha certeza dos meus sentimentos.
- Quando você realmente ama alguém, ser fiel não é um sacrifício, é um prazer. – Respondeu ríspida.
- Mas o amo tanto quanto você
- E mesmo assim o traiu três vezes. Mas tenho certeza que se eu pesquisar um pouco mais vou encontrar mais histórias.
- Sua idiota. Ele vai cansar de você, e quando isso acontecer vai me procurar.
- Francamente Lucy? Ele teve um ano para procurar você, mas tudo o que fez foi manter distancia, a maior distancia possível. Se não fez isso quando estava solteiro, duvido muito que faça depois.
- Não importa, ele vai voltar, pois era comigo que ia casar, ficamos juntos por muito tempo.
- Pelo menos tem algo feliz na sua vida para recordar – Natasha pegou sua bolsa caminhando para a saída, mas Lucy agarrou seu braço.
- Por acaso ele faz planos para o futuro com você? Porque ele fazia bastante comigo. Dizia como seria o nosso casamento, quantos filhos queria ter comigo e escolhia um nome para cada um deles, antes de me pedir em noivado ele prometeu que construiria nossa casa no monte Wolf, e que seríamos muito felizes lá com nossa família, e eu adorava quando ele sussurrava no meu ouvido o quanto me amava quando transávamos – Natasha se sentiu enjoada, suas pernas estavam moles, fazia um esforço absurdo para se manter de pé e com a expressão neutra, mas tencionou o maxilar. John fez todos esses planos com ela, com a Lucy, disse que a amava, nunca cogitou nada parecido com Natasha e isso foi pior do que uma facada no peito, teria doído menos. – Há! Há! Há! Eu sei que o deixei bastante machucado para se quer pensar em algo semelhante com outra mulher. Admita você será apenas a namoradinha, mas eu já fui à noiva.
Natasha engoliu em seco todas aquelas palavras, estava destruída por dentro, mas tinha que sair dali com a cabeça erguida, não daria esse gostinho de vitória a ela:
- Sabe Lucy, nós não fazemos planos para o futuro, não porque John é machucado ou algo do tipo, mas porque gostamos de viver o presente, o futuro é incerto, e fazer planos assim é como dar um tiro no escuro, tome você como exemplo, criou tantas expectativas, mas foi chutada nas vésperas do casamento. E sim, você foi à noiva, mas é como disse “foi”, não é mais, você é passado, e enquanto eu existir John continuará sendo meu. Porque eu sei dar o devido valor a ele, ao contrário de você – Puxou seu braço, podia ver as chamas dançando nos olhos da loira, e estava adorando aquilo – Agora se me der licença meu namorado está me esperando. Aproveite a festa Lucy – Sorriu e saiu do banheiro fechando a porta. Se escondeu em um canto e escutou o barulho dos saltos da Lucy quando saiu do banheiro e seguiu furiosa na direção da festa. Natasha pôs a mão sobre a boca, queria desabar ali, chorar ate esvaziar. Casamento, filhos e ate a casa do monte, tudo isso foi feito com ela. A casa, lembrou de tudo o que viu, cada móvel em cada cômodo. Ele estava fazendo para ela, era tudo para ela.
Não podia chorar ali, mesmo se sentindo péssima, não podia derramar uma lágrima. Respirou fundo e voltou para o salão, e logo encontrou Raphael, e o mesmo notou de imediato o abalo da amiga:
- Nat o que aconteceu?
- Raphael eu quero ir embora, preciso sair daqui
- Como assim? O que houve?
- Eu conto depois, mas quero ir embora – Respirava com rapidez.
- Tá, espera que eu vou chamar o John
- Não, eu não quero ver ele
- Natasha está me deixando preocupado. Ele fez alguma coisa?
- Não, eu conto depois.
- Eu não acredito, Natasha é você?
Nat se virou para ver quem a chamava e ficou de boca aberta quando reconheceu:
- Miranda? Meu Deus, é você. – A abraçou. Miranda tinha a mesma altura que Natasha, cabelos lisos pretos, olhos acinzentados, corpo curvilíneo e uma pele bronzeada de dar inveja.
- Raphael? Eu não acredito que encontrei vocês aqui – Os três se abraçaram.
- Garota eu não te vejo há muito tempo – Ele respondeu dando um tapinha no braço dela.
- Verdade. Eu estava morrendo de saudades de vocês.
- E por onde tem andado? – Natasha perguntou animada.
- Oh! Eu consegui formar uma banda e agora estamos tocando em várias cidades, estão aparecendo cada vez mais contratos, e eu estou mega feliz.
- Minha nossa, isso é incrível. Você sempre quis ser cantora – Natasha tocou o braço da amiga.
- É, você foi minha inspiração
- Ah para com isso, você sempre foi uma ótima cantora, eu não tive nada a ver com isso
- Como não? Quando vi você cantando na aula de teatro da faculdade e todos ficaram vidrados na sua voz, eu decidi que queria cursar música. Queria que todos me olhassem daquele jeito, e to conseguindo.
- Eu estou muito feliz
- Você vai ficar para me ver cantar?
- Foi contratada? – Raphael perguntou surpreso.
- Sim, eles vão pagar uma nota, não podia recusar.
- A Nat não está se sentindo bem, eu vou leva- La para casa
- O que? Como assim? Não, você tem que ficar, eu quero que veja o show.
- Eu não estou bem
- Hmm! É um cara não é?
- É
- Isso é uma droga, mas sabe como essa tristeza pode passar?
- Como?
- Cantando. Lembra que fazíamos muito isso na faculdade? Cantávamos por tudo, quando estávamos alegres, triste, empolgada. Vamos fazer isso agora, você sempre gostou de cantar.
- Não, imagina, que isso.
- É Nat, você devia cantar. Suba no palco com a Miranda e cante pelo menos uma música.
- Enlouqueceu? Tem muita gente aqui
- Melhor ainda, assim todos vão ser contemplados com a sua voz – Raph retrucou.
- Mostre a sua dor, cante com o coração, eu vou adorar ter minha parceira comigo.
- Mesmo que eu aceite, não deixariam eu subir lá
- Ah eu cuido disso – No exato momento Bouchra Jarrar a dona da Lanvin estava passando e Miranda a chamou.
- Senhorita Jarrar, tenho certeza que conhece minha amiga Natasha Donovan
- Sim, é claro que conheço, já nos falamos varias vezes, principalmente a respeito de modelos – Seu sotaque francês era forte.
- Então teria algum problema se ela me acompanhasse em uma música? Ela canta muito bem.
- Para falar a verdade eu adoraria, já tive a oportunidade de ver Natasha cantar, e poucas vezes ouvi uma voz tão linda.
- Oh obrigada
- Ótimo, então nós vamos cantar – Miranda comemorou.
- Estou ansiosa. Vou conversar com um amigo e logo me juntarei aos convidados para o show – Ela piscou para Natasha e foi embora.
- Há! Há! Viu só! O que acha da gente cantar El perdedor do Enrique Iglesias com Marco Antonio?
- Sério? Essa?
- Nós cantávamos o tempo todo. Você pode ficar com a parte do Enrique.
- A- ah tudo bem.
- Perfeito, eu vou falar com pessoal da banda – Miranda saiu saltitando na direção do palco.
- Oh Meu Deus – Virou espantada para Raphael que riu.
- O que aconteceu? – John perguntou se aproximando deles.
- Ela vai cantar em dupla com uma velha amiga
- O que? Sério?
- Sim, ela me pediu, e não pude recusar. Vai ser divertido.
- Ah bom, se você acha.
- Sim, acho – Concordou sem muita animação.
- Natasha – Segurou sua mão – Você está bem?
- Ela com certeza não está bem – Disparou Raph.
- Raphael – Natasha olhou feio para ele.
- O que você tem? Me diga, está chateada desde quando fomos a minha casa, eu estou perdendo a cabeça sem entender o porque. Achei que gostaria de ir lá, de fazer parte disso.
- Parte? – Perguntou quase como uma ofensa.
- Sim, fazer parte de um sonho que estou construindo.
- Eu não faço parte desse sonho – Respondeu com tristeza. Antes que John pudesse falar alguma coisa Miranda tomou o microfone e anunciou sua música e a sua parceira. Natasha puxou sua mão da dele e foi em direção ao palco respirando fundo, forçando um sorriso.
- O que ela quer dizer com aquilo?
- Você tem seus sonhos e mostrou a Natasha, mas já perguntou quais são os sonhos dela? – Raphael perguntou antes de se afastar de John.
Todos começaram a aplaudir as duas:
- Por favor, eu peço que acalmem os ânimos, porque minha amiga tem uma voz belíssima.
Natasha sorriu corada. Miranda deu a deixa para sua banda e o toque do violão soou seguido dos outros instrumentos:
-
Qué más quieres de mí
Si el pasado está a prueba de tu amor
Y no tengo el valor
De escapar para siempre del dolor
Demasiado pedir
Que sigamos en esta hipocresía
Cuánto tiempo más podré vivir
En la misma mentira
No, no vayas presumiendo, no
Que me has robado el corazón
Y no me queda nada más
Si, prefiero ser el perdedor
Que te lo ha dado todo
Y no me queda nada más
No me queda más – A voz dela podia ser ouvida por todo o salão, e no silêncio junto da melodia triste era quase como um canto de sereia.
Quando Miranda começou a cantar, Natasha avistou seus pais sentados olhando- a com um imenso sorriso, Susan parecia ate estar chorando. Bem perto do palco estava Ethan e Raphael que sibilavam “linda, perfeito” varias vezes. Ela olhou para todos, ate para quem não conhecia, mas não olhou para John, sabia onde ele estava, mas não tinha coragem de olha- lo.
-
Yo prefiero dejarte partir
Que ser tu prisionero
Y no vayas por ahí
Diciendo ser la dueña de mis sentimentos – Cantaram juntas.
-
No, no vayas presumiendo, no
Que me has robado el corazón
Y no me queda nada más
Si, prefiero ser el perdedor
Que te lo ha dado todo
Y no le queda nada más – Se entreolharam enquanto cantavam, esboçando um alegre sorriso. As duas sempre cantavam músicas em espanhol juntas, além de Natasha saber falar esse idioma, Miranda era colombiana.
-
Qué más quieres de mí
Si el pasado es la prueba de tu amor – Finalizaram em tom mais baixo. Se olharam novamente sorrindo.
- Natasha Donovan pessoal. – Miranda disse. Todos ficaram de pé aplaudindo. Ethan e Raphael assobiavam alto batendo palmas. – Sim, eu sei, ela tem uma voz incrível, mas é comprometida.
Todos começaram a rir, ate mesmo Natasha riu balançando a cabeça para a amiga, mas logo seu sorriso diminuiu. Agradeceu dando um abraço em Miranda e saiu do palco. Sorriu para quem a cumprimentava e quase correu na direção de Raphael:
- Podemos ir agora?
- Natasha espera um pouco, respira e me conta o que aconteceu
- O que houve? – Ethan perguntou.
- Nada de mais, nos falamos depois Ethan. Vem – Puxou Raphael para o outro lado do salão, procurando uma saída que desse para o jardim. Quando encontrou não queria saber se era permitido ou não estar ali, apenas foi.
- Tudo bem, agora me conta o que aconteceu? Você estava bem quando chegou, eu vi, e então foi no banheiro e voltou assim.
Ela soltou um soluço preso na garganta que teimou em prender:
- Ai Raph. Foi a Lucy – Abaixou a cabeça.
- Lucy?
- Lucy Adams, ex noiva do John. A garota com quem ele planejou uma vida inteira – Falou com desgosto.
- O que ela disse?
- Primeiro falou o que já era de se esperar, queria que eu me separasse do John e me ameaçou, eu não liguei para isso, lhe disse umas boas verdades, mas... – Olhou para o lado abraçando seu corpo – Ela disse algo que por mais que eu não queira admitir, é verdade.
- E o que aquela bruxa vestida de Valentino disse? – Segurou os braços dela.
- Eu vou ser sempre a namorada, mas ela já foi a noiva. – Algumas lágrimas salpicaram de seus olhos – Sabe a casa do monte? – Ele fez que sim com a cabeça – Ele estava construindo para os dois, para a família que construiriam ali quando se casassem, para os filhos que ele já tinha escolhido os nomes.
- Eu não acredito. Sério que ela falou isso tudo?
- Sim. Foi horrível escutar. Ela conseguiu fazer o John sonhar, algo que eu nunca cheguei perto de conseguir. Ele imaginou os filhos, a vida toda.
- Natasha não se deixe abater por isso. Você sabe que a Lucy te odeia, e não suporta a ideia de ter perdido o John para sempre. Isso aconteceu antes, já é passado.
- É passado sim, mas naquele tempo ele não mudava de assunto quando falava em casamento, compartilhava o que queria para o seu futuro, com quem queria casar, ele não era como é hoje... Machucado. E isso dói. – Escondeu o rosto entre as mãos e chorou.
- Não Nat – A puxou para seus braços – Não chore, eu já disse, dê tempo, ainda é cedo.
- Não, eu tinha me convencido disso, mas agora acabou, não é cedo, ele podia muito bem dizer algo, que sonhava viver comigo, casar, qualquer coisa do tipo – Soluçou – Mas o pior de tudo é que ele falava que amava ela, não tinha medo de dizer.
- Não, ele achava que amava, mas sabe que era tudo mentira, ele ama você.
- Não, não, eu também pensei que sim, mas não ama, ele gosta, é diferente. Raphael o que eu estou fazendo? Estou tão perdida. – Enterrou o rosto no peito dele.
- Minha querida, vai ficar tudo bem. Vocês vão passar por isso juntos, esqueça aquela loira invejosa, é você que está com o John agora, e vai ser você que vai se tornar tudo o que ele precisa.
- E o que eu preciso? Eu vou ser tudo para ele, mas e para mim? Ele vai ser tudo o que eu preciso?
- Você o ama, e o amor vence tudo. Um dia se casarão e aquela linda casa vai ser o refúgio da família de vocês.
- Não, aquela casa nunca vai ser minha, ele fez para ela, para viver com ela, e eu não quero isso... Não quero entrar na casa que construiu para outra pessoa. Eu vou sempre me lembrar, e vai doer. – Chorou ainda mais.
Raphael afagou os cabelos dela, estava quase chorando junto:
- Fique calma, isso vai passar     
- Natasha? – A voz de John veio de trás. Ela retesou a costa quando escutou.
- John não é uma boa hora, depois vocês conversam – Raphael falou, mas ela sabia que John não iria tão fácil.
- O que está acontecendo? Ethan disse que viu vocês dois vindo para cá.
- Vai embora John – Natasha respondeu sem olha- lo.
- O que você tem? Conversa comigo, eu preciso saber o que aconteceu – Se aproximou, e ao escutar seus passos Natasha se encolheu ainda mais junto do peito do amigo.
- John, por favor, ela não quer falar agora. Dê um espaço.
- Não, eu não vou sair daqui ate ela falar comigo. Natasha, por favor. – Ele esticou a mão para pegar a dela, mas a mesma jogou o braço para trás se afastando sem se soltar do amigo.
- Não, Raphael me tira daqui, eu quero ir embora – Pediu chorosa.
- Não, você não vai, não ate conversarmos.
- Eu não quero falar com você – Virou furiosa para encara- lo – Me leva embora Raph.
- Por favor, minha linda – A dor que atravessou seus olhos ao ver que ela estava chorando foi agonizante, e Raphael percebeu isso.
- Natasha – Raph se virou para ela tocando seu rosto – Converse com ele, você sabe que é o certo, diga o que está sentindo.
- Não...
- Sim, converse, ele tem que saber, e você precisa desabafar. Se depois disso você ainda quiser ir embora eu vou estar lá dentro esperando você e aí nós vamos. Tudo bem? – Seu olhar suplicante foi à razão para ela concordar – Ótimo. Respire fundo – Deu um beijinho em sua testa e se afastou dos dois voltando para o salão.
Ela ficou de cabeça baixa e punhos fechados. John com cautela segurou o rosto dela e o levantou, ver aqueles olhinhos cheios d’água cortou seu coração:
- Fala comigo, o que você ouviu?
- Apenas verdades, e é isso que dói.
- Eu escutei você falando de uma casa, é a minha?
- Sim, sua e... Da Lucy.
- Lucy? O que ela tem a ver com isso? Aquela casa não é dela.
- Mas foi um dia – Respondeu com raiva se afastando novamente – Você construiu para ela, para os dois, para a família que planejavam ter.
- Eu... – Ele parou de falar. Passou as mãos nos cabelos em exasperação – Tem razão, eu ia construir para nós dois, mas nos separamos.
- Mas ainda sim, era um projeto que fizeram juntos.
- No começo sim, planejamos tudo, cada coisa, mas aí eu cancelei o casamento e mudei tudo.
- Como assim?
- O projeto inicial que o arquiteto fez eu mandei jogar fora, a construção não tinha começado e eu pedi para fazer outro modelo, outra casa, completamente diferente da primeira. Essa casa de agora é minha casa, só minha.
Natasha apertou os olhos quando as lágrimas voltaram com força:
- Só sua – Virou de costas botando as mãos no rosto se agachou.
- Minha linda... – Se aproximou novamente com o coração na boca – O que mais a Lucy te disse?
- Tudo o que eu não queria ouvir – Soluçou – Está doendo John, você não tem ideia de como dói – Ela fechou o punho sobre o peito.
- Nat... – Teve vontade chorar junto, a mágoa estampada no rosto dela era demais para aguentar. O que quer que a Lucy tenha falado ela iria pagar. Muito caro. Apoiou um dos joelhos no chão e a abraçou.
- Você fez tudo... Tudo para ela... Mas não para mim... Eu não sei como lidar com isso – Sussurrou.
- O que está dizendo? – Todo seu corpo ficou duro.
- Você falava... Não tinha medo de dizer...
- Eu não estou entendendo – Levantou o rosto dela – O que eu falava?
- Você nunca disse para mim – Sua voz estava tão fraca que com qualquer barulho não poderia ser ouvida.
- Minha linda eu não sei o que a Lucy falou, mas saiba que nada daquilo era real, tudo não passava de uma mentira, uma ilusão. Eu estava cego, não sabia quem era de verdade a mulher que estava do meu lado.
- Você confiava nela... Fazia de tudo para ela. Iam se casar.
- Teria sido o maior erro da minha vida. Eu gostei de uma ilusão, mas percebi isso a tempo
Natasha respirou fundo calada. Ficou de pé, John a acompanhou:
- Natasha me escuta, não dê ouvidos para o que a louca da Lucy diz, ela não me importa, mas você sim. Meu Deus você sim.
- Eu quero ir embora – Deu um passo para trás virando- se, mas John segurou seu braço puxando de encontro com seu corpo. Passou seu braço em volta dela apertando- a.
- Não vai, por favor – Recostou sua testa na dela – Fique aqui, fique comigo, eu preciso de você.
- Me deixa ir John – Tentou empurrar os braços dele, mas foi em vão.
- Não, não faça isso. Você é tudo para mim, sabe que não vivo sem você – O soluço que ela soltou fez seu coração despedaçar – Me diga o que eu posso fazer para que fique comigo? Para que me perdoe.
Tentou se soltar novamente, mas não conseguiu. Ele havia pedido, queria saber como consertar e só havia uma maneira. Parou de se debater para olha- lo nos olhos:
- Diga que me ama – Tocou o rosto dele com as mãos – Só diga que me ama. Eu preciso escutar você dizer John.
Ele ficou estático encarando- a. Seu sangue sumiu de todo o seu corpo:
- Basta dizer isso e eu esqueço tudo, tudo o que a Lucy disse, toda minha mágoa, minhas dúvidas, tudo. É só dizer e eu fico, aqui com você, vou para qualquer lugar que quiser me levar. Só precisa dizer que me ama.
- Nat... – Fechou os punhos, quando ela pediu sua cabeça gritou no mesmo instante o quanto a amava, mas sua boca não se mexia. Ele queria dizer, estava se matando para dizer, mas simplesmente não conseguiu. Por que raios não conseguiu?
Natasha esperou, mas não teve sua resposta. Desta vez quando tentou os braços dele soltaram dela.
- Não me ama – Aquilo foi uma punhalada em seu coração. Ela tapou a boca e tornou a chorar. Saiu dali correndo.
A porta se fechou e ele caiu de joelhos no chão:
- Eu te amo     

 

Continua...


Notas Finais


Cara doeu muito escrever esse capítulo, mas confesso que se tornou um dos meus favoritos. Espero que gostem

https://www.youtube.com/watch?v=tLcfAnN2QgY ( essa aqui é a música, e eu recomendo que escutem, é liiiinda, e escutando lendo o capítulo deixa tudo mais sentimental, dá ate para sentir o que a Natasha senti)

Bjs! ate a próxima


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