História Simply, I love you. - O acordo

[...] saíram de mãos dadas da pequena sala. [...]

Quando entraram no escritório para ir em direção a cozinha, John levantou a blusa de Natasha, e a mesma se virou dando um tapa na mão dele:
- O que está fazendo?
- Queria ver se as marcas estão aparecendo
- É claro que estão, você bateu com força – Continuou andando de costas com as mãos sobre o bumbum.
- Deixa eu ver
- John – Passou pela porta do escritório.
- Mostra
- Para que? Você sabe que está marcado
- Mas gosto de ter o prazer de ver
Natasha sabia que ele daria um jeito de ver, tentar impedir seria impossível, então ela virou de frente sem parar de andar e levantou a blusa expondo seu bumbum com visíveis marcas de dedos. John suspirou satisfeito mostrando seu sorriso sensual:
- Eu vou querer beijar cada uma das marcas
Ela sentiu o rosto corar e sua mente viajou para longe, adoraria sentir os lábios deles. Eles entraram na cozinha:
- Senta e eu preparo o café – Ela falou já se direcionando para a geladeira.
- Não vou deixar você fazer tudo sozinha
- Não se preocupe, eu não me importo – Pegou três ovos e queijo.
- Deixa eu fazer pelo menos o café – Abriu o armário.
- Tudo bem, já que insiste – Colocou tudo no balcão ao lado da mesa e voltou para pegar o bacon.
Após terminarem o café John limpou os dedos dela com gosto de bacon chupando- os, como sempre fazia quando ela comia isso. Depois de lavarem a louça suja eles subiram para tomar banho e seguir para a revista.
- Era assim que deveria ser todos os dias. Nós dois acordando juntos, tomando café, banho e indo juntos para o trabalho. Você devia estar trabalhando para mim.
- John nós já conversamos sobre isso. Na sua empresa eu seria apenas uma funcionária, na agência eu serei a dona. E nós fazemos isso quase todos os dias.
- Você é a mulher do dono da revista.
- Não, eu sou a namorada dele, são funções diferentes
- Mas um dia será – Afirmou com convicção.
- E ate lá serei a funcionária da Donovan
- Você ganharia mais sendo da minha empresa, ninguém poderia falar nada, todos saberiam que dorme com o chefe – Ele respondeu entrando na garagem subterrânea da revista. 
- Há! Há! Há!  Então ninguém reclamaria por eu ter mais regalias que os outros que trabalham duro para manter a empresa de pé?
- Não, você também trabalha duro, principalmente na minha cama
- Aah – Bateu no braço dele.
- Há! Há! – Desligou o carro, abriu a porta descendo dele e dando a volta para abrir para ela.
Eles subiram direto para o último andar, e quando entraram de mãos dadas os burburinhos correram solto. Assim que entraram na sala Sam estava colocando alguns papéis sobre a mesa:
- John  já está tudo pronto, Jeremy ligou dizendo que chega em dez minutos – Ele virou sua cadeira e ficou surpreso ao ver Natasha – Nat, eu não sabia que viria hoje.
- Oi Sam. Jeremy marcou a reunião com nós dois hoje
- Ah sim, entendi. Bom é sempre um prazer te ver, e com certeza essa sua visita vai render varias fofocas pelo setor, então se não se incomodam eu vou ate lá para descobrir e acrescentar algumas coisas – Acenou e empurrou sua cadeira ate a porta.
- E depois dizem que nós mulheres é que somos fofoqueiras – Natasha zombou puxando uma das cadeiras e sentando.

Jeremy não demorou a chegar como havia dito, e a reunião caminhou muito bem, ele adorou as fotos das modelos que Natasha trouxera e entrou em um acordo vantajoso com John para ambas as partes, mas havia um detalhe que ele ainda não tinha dito:
- Muito bem, quase tudo foi acertado, agora eu só preciso de uma modelo para as fotos de lingerie que serão para a revista.
- Basta escolher uma dessas e a terá – Nat falou apontando para o tablet na mão dele.
- Ah não meu bem, eu já tenho minha modelo, ela foi escolhida no momento em que comecei a desenhar as peças
- Bom e quem é? – Ela perguntou.
- Você – Respondeu dando um sorrisinho.
- O – o que? – Arregalou os olhos ficando com a boca entreaberta.
- Sim, você.
- Espera, espera, você quer que a Natasha tire as fotos com lingerie? – John perguntou absorvendo aquilo e contando ate dez para não pular por cima da mesa e esgana- lo.
Sam que havia voltado para a sala tapou a boca com as duas mãos olhando a confusão:
- Exatamente. Todos os meus modelos foram inspirados nela
- Como é? – Havia uma veia na testa de John que pulsava com tanta força que a qualquer momento poderia estourar.
- Vejam só – Jeremy abriu sua pasta e pegou vários papéis com os modelos desenhados a mão e com o máximo de cuidado, e todos os esboços tinham o rosto de Natasha e as curvas do seu corpo.
- Oh Meu Deus – Ela tocou a boca olhando os papéis.
- Não são lindos?
- Deixa eu ver – John pegou os papéis e quanto mais via todos os designers mais tinha vontade de jogar álcool e fogo em cima daquelas folhas – Está dizendo que desenhou todas essas peças pensando no corpo da minha mulher?
- É claro, Natasha tem um corpo belíssimo. E desde o dia do desfile na Costa Rica quando a vi tive uma overdose de criações, não podia querer uma musa melhor. Seu corpo é tão lindo e perfeito.
- É eu sei que ele é perfeito, mas é meu corpo, só meu, eu sou o único que pode vê- lo, e está louco se acha que vou concordar com a loucura de deixa- La bater fotos de lingerie.
Natasha ainda estava em choque, não sabia o que dizer, nem o que pensar. Posar de calcinha e sutiã para uma câmera parecia ser uma ideia apavorante, mas então ela lembrou algo. Talvez a ideia das fotos não fosse tão ruim se conseguisse algo com elas, não lhe agradava nem um pouco a ideia de bater fotos assim, mas era para um bem maior:
- Eu não aceito outra modelo, eu fiz essas roupas exclusivamente para o corpo da Natasha, em outra pessoa ficaria completamente desfocado.
- Bom eu sinto muito, mas minha namorada não vai participar disso
- Calma aí John – Sam quebrou seu silêncio aproximando- se da mesa.
- Se é assim, então eu levarei as fotos para outra revista – Jeremy já estava recolhendo seus papéis quando Natasha deu um impulso para frente segurando seu braço.
- Espera – Pegou os desenhos e olhou um por um – Eu aceito fazer as fotos, mas com uma condição – Ergueu o indicador.
- Natasha – John ficou de boca aberta.
- Diga qual é sua condição, aceito qualquer coisa
- O que eu ganhar com essas fotos quero que seja doado para a Casa das Marias
- Casa das Marias? O que é isso?
- É um lugar que abriga crianças e jovens abandonados, eles precisam de um prédio novo e de boa infraestrutura para seus moradores.
- De acordo, todo seu cachê será direcionado para esse lugar
- E mais uma coisa, havia algo que eu queria pedir a você
- Pode falar
- Queria que criasse uma linha de roupas para crianças e adolescentes, e expusesse no seu próximo desfile, e claro usando as crianças da Casa das Marias como modelos. O que fosse vendido seria dividido igualmente, claro que você receberia sua porcentagem na venda das roupas, mas a outra metade também seria transferida para o abrigo.
- Ah bom... – Jeremy ficou pensativo.
- Se você me quer tanto para suas fotos então não vai fazer objeção quanto a isso – Respondeu de forma decidida.
- Eu tenho um ponto a acrescentar
- Qual?
- Que não só a parte deles seja doado, mas também a minha
- Ah isso é serio? – Seu rosto se iluminou com a ideia.
- Sim, é claro, se essas crianças precisam tanto de ajuda eu não me importo em doar todo o meu lucro. Também podemos estampar as roupas com nome do abrigo e atrair artistas e milionários para a causa.
- Você faria isso?
- Meu bem, para ver você usando minhas peças eu aceito qualquer coisa – Pegou suas duas mãos – E também porque alegra meu coração ajudar quem precisa. E mais uma coisa, eu adoraria conhecer esse lugar.
- Oh Jeremy eles vão adorar você, antes de viajar eu o levarei ate lá
- Eu ficarei honrado – Sorriu dando uma piscadela – E sobre suas fotos, não se preocupe quanto a isso, você baterá da forma que achar mais confortável, será um ensaio sensual e não erótico.
- Err tá bem
- Não esquente seu ciumento – Virou- se para John – A maioria dos modelos cobre boa parte do corpo, apenas algumas ela usará pouca roupa.
John amassou com força o braço da sua cadeira voltando a sua contagem de dez para cinquenta. Jeremy guardou todo o seu material e ficou de pé:
- Muito bem já que terminamos eu já vou indo, preciso me preparar para as fotos – Saudou os dois. – Não faça essa cara homem, você tem a Natasha de carne e osso, eles terão a de papel.
- Eu te acompanho Jeremy – Sam saiu de seu transe percebendo o clima pesado na sala. Abriu a porta e os dois saíram.
Natasha esperou a porta se fechar para aguardar a explosão de John que não demorou a chegar:
- Você ficou louca?   
- Ah, por favor, John, não comece, minha decisão já está tomada
- Mas o que raios você estava pensando para ter aceitado isso?
- Pensando nas crianças que estão cada vez mais sem uma cama para dormir e com pouca comida
- Se estavam precisando tanto assim de dinheiro porque não me pediu?
- Eu jamais faria isso – Rebateu – É uma quantidade muito alta, e fazendo esse acordo com Jeremy eu conseguirei muito mais e será tudo fruto do meu trabalho.
- Você não é modelo
- Mas serei por um dia – Ela respirou fundo e levantou da sua cadeira dando a volta na mesa. Puxou a cadeira dele para trás e sentou em seu colo – Amor eu sei que está odiando a ideia, e não me agrada muito também, mas essa foi a única solução que encontrei em pouco tempo para ajudar a Casa das Marias.
- Eu não gosto nem um pouco de saber que suas fotos de calcinha e sutiã circularão por todo o mundo
- Por todo o mundo – Ela retrucou com a voz estremecida.
- É você sabe que minha revista é enviada para o mundo todo.
- É eu sei, e saber disso só me deixa mais nervosa.
- Você ainda pode reconsiderar
- Não, seria prejuízo para você que perderia muito e para as crianças.
- Arg! Eu definitivamente não vou gostar disso
- Amor – Tocou seu rosto – São só algumas fotos, e você viu os desenhos à maioria cobre uma parte do corpo.
- De qualquer forma eu não serei mais o único a ver seu corpo
- Mas você é o único que obtém dele tudo que quer. O que é uma foto comparada a ter a pessoa de carne e osso?! Eu sou só sua, grandão – Deslizou seu nariz sobre o dele – E se não criar caso com isso talvez eu use as lingeries, uma diferente a cada dia.
- Hmm! Você está tentando me subornar
- Estou tentando barganhar. Está dando certo?
- Todas, eh? – Ergueu uma sobrancelha.
- Todo dia uma diferente – Concordou.
- Hunf! Eu odeio a minha carne fraca – Segurou o rosto dela com uma das mãos e a beijou.
- Eu sabia que compreenderia – Não esperou ele responder e capturou seus lábios em um profundo beijo.

Ao meio dia Naya marcou de se encontrar com Natasha em um restaurante, ela parecia um tanto nervosa e precisava conversar com alguém. Assim que a morena chegou Naya levantou de sua cadeira e a recebeu com um abraço:
- Que bom que veio Nat
- Ah! Você parecia nervosa ao telefone
- E estou – Pediu para que ela sentasse.
- O que houve?
- Isso – Naya tirou o celular da sua bolsa entrou em suas mensagens e mostrou a Natasha.
- Naya eu sei que as coisas estão confusas para você no momento, mas quero que saiba que eu te amo e estou disposto a tudo para ficar com você. Nunca pensei que sentiria algo tão forte por uma mulher, mas essa é a verdade. Eu amo você e quero que aceite ficar comigo. Eu vou ate o bar do seu primo hoje a noite e espero encontrar você lá.
     Ass: Connor.
Natasha tocou os lábios tirando os olhos da tela do celular para olhar a garota que mordia com violência o lábio inferior:
- Minha nossa, parece que é sério
- Eu sei.
- E o que você respondeu?
- Nada, porque não sei o que dizer
- Você gosta dele?
- Não... Sim, talvez... Eu não sei bem... Ethan me deixou tão confusa.
- Ethan? O que ele fez?
- Ontem lá no bar, ele me deu o melhor beijo da minha vida – Falou suspirando de felicidade.
- Ele fez isso? – Ficou surpresa.
- Sim, ele foi me procurar, e estávamos sozinhos no escritório e acabamos nos beijando. Nossa, aquilo mexeu tanto comigo.
- Uau! Eu confesso que não esperava isso dele – Coçou a nuca.
- Eu sei que vocês dois andam afastados esses tempos, o que é super estranho, já que sempre foram grudados.
- É – Respondeu sem jeito.
- Eu tinha certeza de que o Ethan era exatamente o que eu queria, mas depois dessa mensagem – Gemeu em frustração – Eu preciso da sua ajuda, você sempre teve os melhores dos conselhos. O que eu faço?
- Naya – Esticou suas mãos sobre a mesa e esperou ela toca- Las – Eu tenho apenas um conselho para dar.
- Qual?
- Siga seu coração, não dê ouvidos ao impulso da sua cabeça, ela pensa com a razão, e não é isso o que você quer agora, mas ouça seu coração ele sempre sabe o que é melhor para você.
- Mas eu não quero magoar nenhum dos dois
- Infelizmente isso vai acontecer, mas você não pode ficar nessa indecisão para sempre
- Hmm! Eu sei, só estou confusa
- Eu posso imaginar. Ouça... – Apertou suas mãos – Independente da sua escolha eu continuarei amando você, sendo minha cunhada ou minha prima. Você já é parte da família.
- Obrigada Nat. Eu sabia que o melhor seria falar com você – Sorriu agradecida pelo o amor da amiga.

Continua...