História Simply Love (Jariana) - Humilhação

A aula foi se arrastando, eu ouvia algumas pessoas falando maldades sobre minhas limitações, aquilo já estava insuportável, eu estava me sentindo, completamente para baixo. O professor terminou de explicar a matéria alguns minutos antes da aula terminar, e liberou que os alunos conversassem. Eu estava sentada em meu lugar completamente quieta, já que não tinha nada para fazer, e nem amigos. Aquele garoto chato, mimado e arrogante Ryan, já havia voltado para classe, ele a todo momento fazia questão de fazer piadinhas de mau gosto ao meu respeito, e confesso que aquilo estava me deixando cada vez mais irritada. 

— Ei. ceguinha ops.. Ariana - era aquele garoto me infernizando, não respondi e nem olhei para tras.

Senti uma bolinha de papel sendo jogada em minha cabeça. Resolvi ignorar e fingir que nada tivesse acontecido.

—  Além de cega, você é surda - falou em alto tom, para que a classe inteira houvisse, e logo em seguida caíssem em altas gargalhadas. Apenas me encolhi, imaginando que se eu não fosse cega, eu já teria lhe dado um belo tapa no meio de seu rosto. Aghr.. que raiva.

— Silêncio turma. Ryan, vejo que você esteja com vontade de ir para diretoria, pela segunda vez no mesmo dia. Não é mesmo?! - ralhou o professor em um tom, rude.

Não pude deixar de agradecer mentalmente. 

— Qual é professor, eu não estou fazendo nada de mais - respondeu ironicamente.

O sinal tocou e o logo em seguida escutei, os passos do homem que nos dava aula, alguns minutos atrás. Era hora do intervalo, mas eu não fazia idéia em que lugar ficava o refeitório da escola. Resolvi continuar sentada em minha cedeira, esperando  que todos alunos se retirassem da classe. Porque se eu levantasse naquele momento, era capaz das pessoas me empurrarem ou até mesmo pisarem em mim, por pura maldade.

O silêncio, foi tomando conta da classe, e pude ouvir poucas vozes nos corredore, indicando que a maioria dos alunos já estavam no refeitório se alimentando. E nossa eu estava morrendo de fome. Quano eu ia levantar da sala escutei uma garota falando comigo.

— Ei.. garota - direcionei meu rosto, para direção em que a voz me chamava.

— Oi - ralhei timidamente.

— Vem eu te ajudo a ir para o refeitório - estranhei tanta gentileza. Afinal quem ia querer falar com uma ceguinha.

— Não sei se é uma boa idéia - falei meio insegura.

— Deixa de bobagem amiga, vamos - falou puuxando meu braço esquerdo. - Pronto chegamos, vem entra - eu fiquei parada, porque não estava ouvindo vozes, no que era anormal se eu realmente estivesse em um refeitório, cheio de adolescêntes agitados por estar fora do horário de aula. Quando de repente escutei umas risadinhas. Espera... era só mais uma brincadeira de mau gosto... que ódio.

— Achou que eu iria para diretoria, por sua culpa e ficaria por isso mesmo caga idiota - engoli em seco, dando um pequeno passo para tras. 

— E- eu n-não fiz n-nada - gaguejei. Merda. Eu estava com medo.

— Agora você quer bancar a vítima garota - sua voz ficou alterada - Vai entra logo - ordenou. Espera entrar aonde?

— E- entrar aonde? - perguntei, totalmente nervosa o medo estava presente em minha voz - Me deixem em paz eu não fiz nada pra vocês. - pude sentir que meus olhos estavam lagrimados.

— Não seja sonsa, pobre Ariana - ralhou aquela garota em um tom irônico - Awn't.. O bebê vai chorar. - Vagabunda.. maldita.

Senti alguém pegando bruscamente em meus cabelos e me empurrando para dentro de algum local, no qual eu não sabia qual era.

—  Você vai ficar aí até o final das aulas, para aprender a não entrar no meu caminho. Afinal você não deveria nem ter entrado nessa escola, com esssa cara de ceguinha nerd. - ralhou aquele garoto.

— N- não, eu não vou ficar aqui - dei alguns passos tentando sair, mais senti um empurrão, que me levou de encontro ao chão gelado.

— Claro que vai, quem manda aqui sou eu, então por tanto me obdeça -seu tom era arrogante. 

Pelo cheiro de produtos de limpeza, que se mantiam presentes no local, eu pude perceber que eu estava em algum quartinho de limpeza. Humilhada. Era assim que eu estava me sentindo.

— Vocês não tem o direito de fazer isso comigo - me encolhi, encostando minhas costas em um algo que parecia ser uma armário.

Altas gargalhadas, se manteram presentes no local, pude perceber que ali haviam no mínimo umas quatro pessoas. Senti um líquido gelado ser derramado em minha cabeça. Parecia ser suco.

— Até mais ceguinha, e é melhor você ficar quietinha, ou as coisas podem piorar para o seu lado, e imagino que não é isso que você quer, não é mesmo ? - não respondi. Ódio er o que eu sentia por aquele garoto.

— Ele lhe fez uma pergunta, e acho melhor você responder -  aquela garota no qual eu não sabia o nome, pegou em meus cabelos e sacudiu minha cabeça, com brutalidade.

— N- não eu não quero - respondi com a voz embargada pelo choro.

— Boa garota - pude sentir que alguns passos se afastando - Vamos Selena, o Justin deve estar te procurando.

— Vamos, cunhadinho - Então Selena era o nome dela, e esse Justin devesse ser o namorado da mesma.

Ouvi a porta sendo fechada, e logo em seguida o barulho do trinco, indicando que estava sendo trancada.

Humilhada, lixo, péssima. Era assim que eu me sentia.