História Simply Love (Jariana) - Revendo os dois lados

Point Of View, Justin Bieber 

"Droga"

"Idiota"

"Trouxa"

"Merda" 

Essas eram as palavras que eu usava para me expressar no momento, dirigia pela cidade em busca de um beco onde os caras vendiam droga, precisava comprar maconha, o que me calmaria no momento. Eu precisava relaxar desse stresse.

No momento em que Ariana me disse todas aquelas palavras, que me deixaram completamente desnorteado e com raiva. Mas eu sabia também que ela falou tudo na hora da raiva, no calor do momento. Porém eu não podia ficar sempre vendo o lado dela, eu também precisava me valorizar, ela foi errada e precisa desse tempo para pensar no que fez, e que estava sendo injusta comigo. 

Quando pedi um tempo, não estava me referindo um tempo em nossa relação, pois sei que ela precisa de mim, eu me referia que estava precisando ficar sozinho naquele momento. Estávamos os dois de cabeça quente, e ficar ali tentando se explicar não seria a melhor solução no momento, isso só iria causar mais brigas e mais desentendimentos.

Eu posso ter pegado pesado quando pressionei ela, para que contasse sobre  como tudo aconteceu no dia em que perdeu a visão. Eu só queria poder ajuda-la, e por isso disse todas aquelas palavras para que ela entendesse que não dava para ficar fugindo dos problemas o tempo inteiro, uma hora ela iria ter que encara-los de frente. Me sinto meio inútil por estarmos esses meses juntos e até agora ela não se sentir segura para se abrir comigo, dizer o que ela sente em relação a suas limitações. Eu sei que as respostas que irei ouvir não serão as melhores, porém eu  estarei ao seu lado para lhe dar confronto, carinho, ser amigo. Afinal dividir os problemas ajudam, e ainda mais com alguém que você diz amar.

Amanhã na escola não teria como eu evita-lá, mas se for preciso eu irei. Não me sinto pronto para escuta-la, não agora depois de tudo que me disse. Porque pensando bem, talvez entre várias das coisas que me disse houvesse muitas verdades. No momento da raiva dizemos muitas coisas sem pensar que não são verdade, mas também falamos coisas que sempre se passava por nossas mentes, e nunca tivemos coragem o suficiente para dizer.

Eu tentaria ser o mais paciente possível, uma das coisas que eu não sou quando eu com raiva. Mas toda vez que estou próximo a ela, e como se ela me desarmasse apenas com sua presença, com seu cheiro, seu corpo próximo ao meu, e principalmente com seus toques, usando suas pequenas mãos angelicais.

Eu tento tira-la de meus pensamentos, mas é como se tudo que eu olhasse a minha volta me fizesse lembrar dela. Despertei de meus pensamentos com meu celular apitando, indicando que havia recebido mensagens, resolvi pegar para ver quem era.

"Amor por favor me perdoa."

"Me perdoa, eu não queria."

" Precisamos conversar."

" Você não pretende me deixar, né..."

" Estou sentindo sua falta."

"Amor, só me diz se está bem, estou preocupada."

" Tudo bem, vou respeitar seu espaço."

" Irei tentar dormir, algo difícil no momento, pois sei que meus pensamentos estarão em você."

" Te amo."

Essas eram as mensagens de Ariana, respirei fundo, fazendo un esforço enorme para ignora-la, essa não era uma missão fácil, fora as dez ligações perdidas. Rolei para baixo para ler as outras mensagens.

" Porra Justin, custa responder as mensagens pelo menos?"

" Eu sei que a Ariana pegou pesado, mas ela está arrependida."

Eram de Alexa, claro que ela ia defender a Ariana.

" Seu veado, responde logo algum de nós"

Claramente palavras de Camila Cabello.

"Já estou sabendo de tudo que aconteceu, estou te espetando em casa Love u."

Definitivamente Lauren, sempre está ao meu lado quando preciso. 

" Onde você se meteu dude?"

" Estou preocupado, você sumiu desde cedo, e até agora não deu nenhum sinal de vida."

Eram de Chaz, resolvi responde-lo.

" Estou indo para casa, está tudo bem comigo, amanhã conversamos."

Assim que enviei, ele me respondeu.

"Até que enfim. Ok irei avisar todos que também estão preocupados, vê se não faz merda, nos vemos amanhã."

Depois de sua menagem não respondi, apenas bloqueei a tela, jogando meu celular no banco do passageiro.
Decidi que não iria mas  atrás de maconhas, ou iria acabar fazendo merda. A melhor opção agora, seria ir para casa.

Point Of View Ariana Grande

Depois de passar a noite inteira chorando, aqui estava eu, sentada na sala de aula esperando a hora do intervalo para procurar Justin. 

Ele ignorou todas minhas mensagens, fiquei sabendo que ele estava bem, porque Chaz me avisou que ele respondeu suas mensagens, dizendo que estava bem, e que iria para casa, senti um certo alívio, quando soube.

O intervalo passou e Justin não apareceu, realmente ele estava me evitando. Mas mesmo assim hoje eu tentaria falar com ele. Chaz me avisou que hoje eles iriam treinar até mais tarde. Então Camila e Alexa me acompanharam até a arquibancada.

— Tem certeza que vai ficar bem aqui sozinha? - perguntou- me Alexa.

— Vou sim, só espero que ele me veja - falei enquanto balança os pés, em sinal de nervosismo.

— Ele acabou de nos olhar, então ele sabe que você está aqui, e tenho certeza que ele não vai ser tão babaca ao ponto de ir embora, te deixando sozinha. - Camila.

— Mas ele está chateado comigo, talvez ele faça. - ralhei tristemente.

— Não seja negativa. Você já avisou sua mãe? - Alexa.

— Sim, ela me encheu de perguntas, mas no fim acabou liberando.

— Está bem, agora vamos indo, qualquer coisa nos ligue ok? 

— Ok, obrigada meninas - agradeci.

— Amigas são para essas coisas - responderam em uníssono.

— Amo vocês - sorri.

— Também te amo anã - declarou Alexa me abraçando.

— Não tem como não amar você - Camila ralhou se juntando ao abraço.

— Agora vamos indo, se acontecer algo, não hesite em nos ligar - Camila.

— Pode deixar - respondi.

Elas foram embora, e eu fiquei lá sentada esperando para que assim que o treino acabasse eu pudesse falar com ele.

Me lembrei de como cheguei em casa, aos platos depois de ter brigado com Justin.

— O que foi dessa vez? - minha perguntou preocupada, assim que entrei dentro de casa.

Continuei chorando sem responde-la.

— Mas se eu pego aquele moleque - gritou.

— A cul-cul-pa-pa fo-i min-ha d-d-dessa vez - respondi enquanto estava em um choro compulsivo.

— O que você fez filha? - minha mãe se aproximou me abraçando de lado.

— Eu... Eu disse coisas... horríveis para ele - a abracei chorando em seus ombros.

— Não fique assim, pelo que vejo você está arrependida, tenho certeza que quando estiver mais calma, vocês iram poder conversar e se acertarem - tentava me consolar.

— Acho que ele não vai me perdoar - continuei chorando.

— Ele vai sim, vocês se amam - falava enquanto  me levava para o quarto.

— Mas nem sempre amor é tudo - eu tentava segurar as lágrimas, mas elas insistiam em cair.

— Você precisa tomar um banho, comer alguma coisa, e deitar para descansar, e amanhã poderá conversar melhor com ele, e até mesmo me contar realmente o que aconteceu.

Fui retirada de meus pensamentos, com uma voz desconhecida por mim me chamando.

— Senhorita? - pelo som de sua voz, parecia ser um senhor.

— Oi? - respondi meio desnorteada.

— O treino já acabou e os alunos foram embora - levei um susto por sua informação -  E eu preciso limpar essa parte da arquibancada.

— Ah.. Claro - fale meio constrangida — Eu já vou embora então.

— Obrigado - agradeceu generosamente.

— Mas antes o senhor poderia me responder se o treino já acabou faz tempo? É que eu estava perdida em meus pensamentos e acabei me distraindo. 

— O treino já acabou faz uns 30 minutos. -informou-me.

— Claro, obrigada pela informação - me levantei do banco indo em direção no qual eu havia vindo.

— Por nada - respondeu.

Meu olhos estavam cheios de lágrimas ao saber que Justin não queria mesmo falar comigo. Quando estava abrindo a porta para sair da quadra escutei o som de sua voz rouca me chamando, me fazendo parar na mesma hora.

— Ariana - meu coração começou a acelerar — Estou aqui para ouvir o que tem para me falar. - aspirei o cheiro de seu perfume amadeirado, mas próximo a mim.

— Cla-ro - gaguejei — Podemos conversar em outro lugar? - perguntei, meio sem graça.

— Pode ser na minha casa? - perguntou, sua voz grossa me fez arrepiar dos pés a cabeça.

— Pode sim - respondi, sorrindo sem mostrar os dentes. 

— Então vamos - senti sua mão gelada tocando, minha mão direta, fazendo uma corrente elétrica percorrer por todo meu corpo.