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História Sina de uma Mestre das Espadas - Prólogo


Escrita por: didi_cotohne

Notas do Autor


<3

Capítulo 1 - Prólogo


 

 

 

“This house no longer feels like home.”

 

A lux bruxelante deformava os rostos das pessoas na mesa de jantar. Sakura observava o rosto de sua mãe, cheio de marcas de velhice, enquanto ela bebia sua sopa. Os cabelos, antes tão escuros, agora continham largas mechas brancas em toda parte. O corpo de sua mãe estava flácido e magro e ela vestia agasalhos puídos. De seu lado, Yuzuru, com seus mínimos sete anos, ingeria a sopa ruidosamente, alheio ao silêncio cortante no recinto.

 

Sakura reparou que enquanto a refeição de sua mãe, irmão e própria estavam ralas e continham apenas alguns cogumelos, a de seu pai era mais grossa e tinha pedaços de carne. Aliás, de algum modo aquele frio inusitado na Vila de Konoha parecia ter alterado o comportamento dele. Se antes era um homem gentil e de riso fácil, agora parecia endurecido e selvagem. Há tempos não olhava nos olhos de sua filha.

 

Quando finalmente o jantar terminou, Sakura e Yuzuru foram dormir por ordens do pai. Ele disse que esperaria um velho amigo na madrugada, apesar de Sakura nunca ter visto ninguém que se encaixasse no previsto. Seu pai não era uma pessoa muito sociável. No entanto, ela obedeceu sem pestanejar.

 

 

-Acorde Sakura – cutucou-lhe o irmão mais novo. A garota soltou um muxoxo em resposta. - Vamos, por favor..

 

Sakura não respondeu. Sua cama estava quente e confortável demais para que ela o fizesse..

 

— O homem veio. Está conversando com o papai na cozinha, sobre nós – disse Yuzuru – Agora estão falando sobre dinheiro!

 

Desistindo de um merecido descanso, Sakura olhou para o irmão. Ele parecia desesperado com o rosto contorcido em aflição.

 

— Tá certo, espera um pouco aí… - respondeu ela, enrolando o cobertor no corpo. Os dois se aninharam no pedaço de pano e encostaram as orelhas na porta.

 

-Pode ser uma garota, mas é sanguinária e violenta como ninguém – disse seu pai – Não aceito menos que cinco moedas por ela.

 

A outra pessoa respondeu em sussurros.

 

-O outro é novo, mas já mostra sinais de que vai ser um urso. Vale no mínimo três moedas, é claro.

 

Sakura poderia dizer que a sala estava em silêncio caso não conseguisse captar alguns fiapos de som. Após um tempo, seu pai voltou a falar.

 

-Não, ela não sabe, nunca aceitaria – disse em tom triste — Mas são tempos difíceis, esses.

 

Sobre o que afinal, os dois falariam? Sofia não conseguia relacionar a si e Yuzuru a dinheiro. Cansada desse mistério, ela adentrou no recinto.

 

— Papai, quem é esse?

 

Seu pai olhou para ela, espantado. Algo pareceu cobrir seu rosto, uma névoa profunda, como se algo tivesse se quebrado no fundo de sua alma. Sofia enfim olhou de relance para o outro homem. Ele era branco, tinha uma longa barba escura e uma barriga caída. Em seus lábios, um sorriso perverso reluzia.

 

— São eles? – indagou, recebendo uma resposta afirmativa do pai de Sakura – Valem oito moedas, essa é minha oferta máxima.

 

Sakura não conseguia compreender exatamente do que se tratava a conversa, mas a aparência e caricatura do homem de barriga caída era assustadora. Espiando pela janela, ela encontrou uma carruagem grande de madeira velha, sustentada por um cavalo marrom. Yuzuru apertava sua mão com força.

 

—Ele vai nos vender – sussurrou – papai vai nos vender.

 

A leve chance disso ser verdade assustou a mais velha. Nesse momento, a mãe surgiu na porta, curiosa com que estava acontecendo. Ela olhou para o marido e para o homem desconhecido, sua mente trabalhando vagarosamente. Visualizou as moedas nas mãos de seu amante e seus filhos ali, parados, observando a cena. Como água e vinho, seu semblante mudou de adormecido e calmo para algo tão furioso que nem Sakura nem Yuzuru puderam reconhecê-la. A mãe jogou-se no marido, estapeando-o e arranhando-o, seus gritos parecendo rugidos guturais. O patriarca olhou suplicante para o homem desconhecido, como se conversassem por sinais.

 

Este por sua vez, pareceu entender o recado. De forma agressiva pegou os dois irmãos e levou-os para fora, enquanto a matriarca tentava se desvencilhar dos braços do marido, chorando. Yuzuru também começou a chorar. Chamava a mãe, com medo do destino que lhe esperava. Sakura, por outro lado, não esboçava reação. Apenas deixava-se ser levada pelo desconhecido, encarando não a mãe, mas o pai com uma mensagem implícita nos olhos.

 



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