1. Spirit Fanfics >
  2. Síndrome da Fantasia >
  3. Grau 1

História Síndrome da Fantasia - Grau 1


Escrita por: LillasBlack

Notas do Autor


OLÁ ;;
Espero que estejam prontos pra essa nova loucura que eu escrevi do nada. Talvez alguns de vocês saquem a ideia da fanfic e as duas incógnitas, outros não... Mas vamos ver

Capítulo 1 - Grau 1


Fanfic / Fanfiction Síndrome da Fantasia - Grau 1

Eu conheci Park Chanyeol através de um amigo meu, Kyungsoo, até hoje eu o agradeço por ter apresentado o amor da minha vida.

Eu estou completamente apaixonado, isto é errado? Mas se eu dissesse que estou começando a ficar louco por ele?

Estou perdendo a sanidade aos poucos, eu preciso de ajuda!

- Rascunhos de ByunBaekhyun, sem data.

 

 

Baekhyun chegou ao local combinado e sua credencial permanecia no bolso direito de seu terno branco bem passado por uma camareira que foi seduzida facilmente, já que todos caiam na lábia de Byun BaekHyun. Antes de sumir, ofereceu uma boa quantia em dinheiro para que ela dissesse apenas que nunca o viu para quem perguntasse. Talvez a policia perguntasse então era bom prevenir e o poder do dinheiro deixava-o distante de problemas futuros.

Os portões já estavam abertos e carros luxuosos passavam por ele a cada dois minutos. Mulheres com vestidos até o pé saiam de dentro do carro com seus respectivos esposos, milhares de fotógrafos e todos os casais pousavam para câmera.

Byun chamara atenção de todos por ser o único de terno branco e pulôver dourado. Isso dava certo tom amedrontador no menino de apenas vinte e cinco anos, o qual teria que fugir dos holofotes que o perseguia mesmo na entrada. Porém teria algo bom nessa situação, chamava atenção de todas as mulheres na festa, vez ou outra sorria de canto para algumas mulheres que lançava uma piscadela.

Sem delongas, entregou a credencial para um dos seguranças que cortou uma parte do convite e devolveu para Baekhyun que voltou com o papel para o bolso e pegou a taça de champanhe da bandeja de um garçom que passava um pouco depressa quase fazendo derrubar a taça caríssima no chão.

— Sem pressa, rapaz. – disse educadamente, mas em um tom zombeteiro.Byun levou a taça aos lábios e bebericou o líquido transparente e doce enquanto olhava o garoto de baixa estatura e olhos grandes que o encarava sem humor e voltara a caminhar para as mesas dos convidados. Baekhyun riu baixo, claro, não iria se estressar com gente daquele tipo, aliás era convidado do primeiro Ministro e não um mero garçom.

Para chegar ali passou por tantas coisas que era difícil relembrar. Já conhecia muitas pessoas importantes do governo, então foi mantendo contato, indo a festas e reuniões, até Will se intrometer em seu divertimento e mandá-lo para uma missão que dizia o mesmo; que era mais importante do que a vida de Baekhyun, riu muito quando ouviu isso até receber uma ameaça anônima, seu coração ficava inseguro só de pensar.

A beira dos vinte seis anos, Baekhyun se infiltrava na casa de pessoas importantes, enganava e no fim conseguia o que queria. Recebia muito bem por isso então fazia sete anos que estava na vida de espionagem. Eram quinze nomes diferentes e quarenta pessoas enganadas com muito sucesso, Ho Chong era o quadragésimo primeiro na lista.

Ho Chong comemorava seus sessenta e nove anos, Baekhyun ouvira de alguns parlamentares que o primeiro Ministro já estava doente há algum tempo e pela primeira vez queria comemorar o aniversário antes que a morte o fizesse uma festa surpresa.

Will o mandaria uma mensagem com as instruções do que precisaria fazer, antes de começar a adrenalina, queria se divertir um pouco. A festa não estava completamente cheia, os convidados ainda chegavam, todos ali eram podres de ricos, não se cansavam de roubar a população.

Muitas mulheres o olhavam como se fosse a carne nova e fresca da festa, mas nenhuma fazia seu tipo.

Avistou uma mulher de longe que estava acompanhada provavelmente a uma amiga. Seus cabelos eram alaranjados e lisos, as pontas um pouco encaracoladas, os olhos pequenos e um sorriso adorável.

Pois Baekhyun tomara coragem e caminhou até as duas, o caminho era longo e os detalhes da festa não passaram despercebida, festa digna de gente rica, as mesas eram forradas com toalhas de cetim, como decoração um arranjo de rosas.

A cada passo dado por Byun, mais chamava atenção das duas garotas que ficaram estáticas e o menor apenas encarava a de cabelos alaranjado e sorriso encantador. Parou a frente da garota que ficou extremamente tímida com a aproximação.

—O que uma dama está fazendo aqui tão longe dos outros convidados? – perguntou o encantador Baekhyun. A garota ainda permanecia em silêncio, parecia estar mais envergonhada após a pergunta, sua amiga se afastara e voltava para o centro da festa. — Vamos, me diga seu nome. – Baekhyun se aproximou mais e olhava dentro dos olhos dela. Seu olhar parecia triste...

— S-Seulgi. – respondeu gaguejando.

— Eu acho que estou apaixonado por seu sorriso, Seulgi. – mentiu no apaixonado é claro. Para conquistar uma garota, valia tudo, até a mentira.

Baekhyun já se apaixonou, contudo não lembra por quem e muito menos o nome, de certa forma era estranho, mas no seu coração sabia que existia esse sentimento, era intenso, quando pensava no assunto, sentia um calor estranho. Logo esquecia e seguia sua vida, afinal, se apaixonaria de novo, não é?

— Obrigada, e-eu acho. – a coloração das bochechas da menina ficara avermelhada. Baekhyun queria rir por todas as garotas serem tão bobas diante de si.

— Tão bonita... – então Baekhyun partiu para ação, juntou os lábios da garota aos seus, pediu passagem com a língua o qual foi concedida, fazendo o menor sorrir em resposta e voltar a beijá-la com ternura. Os lábios da mesma eram tão adocicados que poderia passar a noite beijando-os, mas o ar faltava e isso chegava a ser irritante porque queria beijá-la mais.

Ambos se separaram, Baekhyun estava ofegante. A garota mordia os lábios, encarando-o.

Então ele pegou nas mãos macias de Seulgi, que não negou, e a arrastou por toda a festa. Algumas pessoas os observavam, mas Baekhyun não dava à mínima, a garota que estava ao lado de Seulgi sussurrava algo para as outras garotas.

Chegarem a um canto mais reservado, cheio de árvores e arbustos, ninguém descobriria o que estavam fazendo. Prensou Seulgi no muro alto e ficou entre as pernas da garota, levantou o vestido bege e apertou as coxas finas da garota, que suspirava ao mesmo tempo com a boca ágil de Baekhyun que chupava o pescoço branquinho da mesma.

Até seu celular vibrar no bolso de sua calça social. Bufou irritado e voltou colocá-la no chão para atender aquele maldito celular.

— Me desculpe, docinho, até mais. – então Baekhyun saiu com o celular na mão, como se nada tivesse acontecido, um completo cafajeste.

Desviou totalmente de seu caminho, indo para os fundos da mansão, quando o lugar estava seguro, desbloqueou o celular e abriu a mensagem recebida.

“02-9757, desapareça com ele e me encontre no lugar de sempre

Por: Will. “

Aqueles números representavam a placa do carro de alguém, seria mais fácil do que roubar documentos de alguma empresa concorrente e prejudicar seus produtos. Baekhyun balançou a cabeça em negação e riu.

— Que idiotice, Will. – zombou sozinho e iniciou uma caminhada tranqüila até o estacionamento. A temperatura daquela noite se mantinha fria, o estacionamento era revestido por verde.

O mais interessante foi Baekhyun descobrir naquele exato momento que o velho prefeito da cidade era traído por sua jovem esposa, a mulher realmente era lindíssima, seus cabelos morenos eram lisos e os peitos avantajados faziam proporção com o resto do corpo. O olhar malicioso que a mulher lançava para o homem musculoso e com corpo escultural, ambos pareciam se comer pelo olhar. Baekhyun fez questão de olhar em direção aos dois, os quais perceberam, porém não se incomodaram nenhum pouco. Aquele flagra, um dia renderia muita chantagem, quem sabe.

Mas não voltaria para aquele lugar de novo.

Baekhyun continuou a caminhada e agora sim, o lugar realmente estava vazio, mas aquele estacionamento ao ar livre era gigante, havia muitos carros e teria que verificar a placa de cada um para descobrir. Era cansativo só de pensar.

Então começou a observar todos os carros, desde os modelos mais claros até os mais escuros.

Então percebeu que não era o único naquele lugar gigante e sim, havia mais dois homens, que pareciam seguranças? Baekhyun não pode enxergar muito bem, se abaixou e foi observando entre os vidros dos carros alheios. Sim, eram seguranças e ambos protegiam o veículo oficial do primeiro ministro que servia para suas viagens cotidianas, o carro era escuro e luxuoso, normalmente era blindado e pra reforçar, dois seguranças que conversavam alguma coisa aleatória.

Daria um jeito de apagar ambos, ali e agora.

Por sorte, antes de sair da caixa de fósforos que chamava de apartamento temporário na cidade, levou sua arma de dardos tranqüilizantes para aquele tipo de circunstancia. Sempre teria dois filhos da puta para atrapalhar.

Baekhyun passou novamente debaixo de dois carros e se ajoelhou olhando o movimento de cada um, eles continuavam conversando e não perceberam a presença de Byun. Então o mesmo recarregou com quatro dardos tranquilizantes, mais dois caso sua mira falhe e não precisa perder tempo recarregando-a enquanto houver dois brutamontes querendo comê-lo vivo.

Tudo já estava planejado na cabeça perversa de ByunBaekhyun.

Então mirou devagar e sem pressa na área do pescoço do primeiro segurança alto e branco, o mesmo se mexia um pouco enquanto explicava algo parecido com política.

Uma pequena brecha foi deixada e o primeiro dardo foi solto pelo gatilho ágil da arma, sem muita cerimônia o homem caiu no chão, o baque foi alto, contudo ninguém ouviria porque não havia testemunhas.

Sem pensar muito, Baekhyun apressadamente mudou a mira para o segundo que era um pouco mais baixo que o primeiro.O segundo homem era um pouco mais amorenado, tinha uma barba que parecia não ter feito há meses. O mesmo ficou assustado e olhava para os lados procurando pelo autor daquilo, parecia confuso, o que foi mais fácil e rápido para Baek, que atingiu em cheio o segundo dardo. Então ambos estavam no chão, caíram em perfeito sono, ou talvez perfeito pesadelo? Dependia de quais compostos aqueles dardos eram feitos. Mas realmente não ligava.

Sucesso era o segundo nome de Baekhyun.

Byun não saiu do lugar, olhou para os lados novamente para ver se não havia ninguém vindo. Depois de confirmar, se aproximou das duas vitimas procurando pela chave do carro. Ouviu o barulho do molho de chaves que vinha do bolso direito do paletó de um dos seguranças, tirou de lá cuidadosamente e voltou a ficar em pé.

— Vocês realmente não sabem trabalhar direito. – disse olhando para os dois caídos e balançou a cabeça em decepção antes de entrar no carro. Nas épocas de segurança de Baekhyun, era mais atencioso com esses tipos de espertinhos. Aliás, foi treinado muito bem para qualquer função, menos para furtar carros, mas tudo tinha sua primeira vez, certo?

Após entrar no carro oficial, sentiu-se como o primeiro ministro, rico e importante para sociedade. O carro era extremamente confortável, havia um espaço a mais entre o banco passageiro e o do motorista, lembrou-se de quando ouviu que os veículos oficiais eram modificados para acomodar pessoas que exercem grande poder.

Ligou o carro e passou a terceira marcha para trás, fez a manobra cuidadosamente e sem pensar duas vezes acelerou o veículo fazendo ziguezague por todo estacionamento até achar o portão luxuoso o qual passou mais cedo.

Havia câmeras posicionadas que faziam filmagens dos convidados que entravam na festa, então Baekhyun passou pelo portão sem nenhuma dificuldade porque todos estavam ocupados em aparecer na televisão.

Todos pararam o que faziam e olhavam para o carro em alta velocidade saindo do estacionamento, a maioria olhava boquiaberta e muitas sabiam que aquele era o carro do primeiro ministro.

O menor só prestava atenção nos desvios que tinha que fazer de algumas pessoas que faziam questão de estar na entrada do estacionamento, praguejava sem paciência. Para melhorar, três seguranças iguais aquele que colocou para dormir se jogaram em cima do carro tentando para-lo.

Falho, porque Baekhyun continuou acelerando até sair imediatamente daquele lugar.

Finalmente estava fora, virou o volante para o lado direito e continuou seguindo em frente até pegar a estrada longa cheia de curvas. Baekhyun suspirou alto e bateu as costas no banco. Alisou os fios escuros, suava frio. Sua testa formava gotículas de suor frio.

Baekhyun, pela primeira vez, estava nervoso com algo desconhecido, estalou os dedos umas quatro vezes seguidas enquanto dirigia, parecia ansioso também. Sua felicidade de ter quase cumprido a missão, parecia ter sumido e suas mãos começavam a suar também.

O calor envolveu o interior de Baekhyun que apertou o botão de ar condicionado e selecionou para ‘ar gelado’ que foi prontamente atendido pelo sistema. Fechou os olhos por cinco segundos que foram segundos de quase morte já que não executou a manobra de uma curva, Baekhyun ficara assustado e passou a prestar mais atenção no caminho.

O garoto de cabelos escuros passara a refletir no que estava fazendo, uma das coisas era porque estava naquele tipo de vida? Poderia estar fazendo faculdade de engenheira por conta da sua facilidade com números, ou trabalhando que nem louco no centro de Seul, igual aqueles trabalhadores que se atrasavam para sair de casa e no final recebiam esporro do chefe. Parecia uma vida menos complicada do que estava levando.

Não estava infeliz, pelo contrario, só analisava como seria fora daquilo.

Byun fora tirado de seus devaneios quando ouviu o barulho da sirene barulhenta da policia local. Seu nervosismo aumentou ainda mais, engoliu em seco e acelerou, passando dos limites da pista. Parecia perigoso, mas era preciso.

A sirene parecia mais distante agora.

As curvas que o menor desviava eram dignas de mortes, e ainda em alta velocidade. Baekhyun não pensava, apenas girava o volante numa velocidade impressionante. Seus olhos estavam cravados na pista, não piscavam um único segundo. Aquela missão exigia esforço redobrado e muita atenção por parte de quem está exercendo.

Logo,Baekhyun entrara em uma pista que não havia mais curvas, era reta e na visão distante percebia-se uma ponte vermelha. O barulho dos pneus devia-se pela alta velocidade que andava, marcava toda pista onde dirigia, só não percebeu que os policiais seguiam aquelas marcas para alcançar Baekhyun.

Não tinha mais tempo, só havia mais alguns segundos para pensar ou seria preso e passaria o resto da vida em uma cela pequena e podre, comendo comida de presidiário e talvez não visse o sol novamente.

Passou as marchas e continuou a corrida até avistar a ponte aproximar-se.

Portanto, era ali e agora.

Diminuiu um pouco a velocidade e abriu devagar a porta, continuou com os pés nos pedais do carro blindado.

O carro passou pela ponta que estava sendo recém construída. O carro saltava de uma altura de mais ou menos quatrocentos metros de altura até o mar que passava debaixo da ponte.

O coração de Baekhyun estava a mil, seus olhos capturavam aquela cena lentamente como se fosse morrer naquele instante. Nada passava por sua mente, estava vazia e branca. Só pensou em afastar mais a porta e jogar seu corpo para fora do carro.

Enquanto caia em direção ao rio, balançava seus braços e pernas no ar, até cair definitivamente na água. O corpo pequeno do garoto afundava cada vez mais por conta do choque contra a água.

Baekhyun mantinha seus olhos fechados dentro d’água, recordações vagas e sem sentidos passavam por sua consciência. Eram duas crianças que brincavam no chão, eram gêmeas, ambas usavam macacão e por debaixo blusa azul, menos a criança que olhava para si, essa usava blusa verde e falava algo sem sentido.

Então seu cérebro pedia por oxigênio, seus olhos foram abertos brutalmente e voltou à lucidez. Nadava diretamente para a luz que refletia na água, o oxigênio guardado já estava acabando, se não nadasse, acabaria morto e encontrado flutuando pelo rio.

Baek saltava desesperado para fora da água, respirava fundo e ofegante, aliviado por ter chegado a superfície. Nadou para debaixo da ponte e via que o carro estava completamente afundado e não se ouvia mais sirenes de viatura.

Não pensara se isso era algo bom ou ruim, só queria sair dali.

Suas vestes estavam encharcadas de água, seu cabelo todo bagunçado e as maças de seu rosto doíam pela bancada contra a água. A mãe natureza não perdoava mesmo.

Apalpou o bolso direito da calça e tirou de lá o aparelho telefone, que não serviria para mais nada, só não jogaria fora porque os policiais revistariam todo o local em busca de provas e o celular não seria uma delas.

Após aquilo, chegou a apenas uma conclusão: havia cansado.

 

‘☢☢☢’

 

Seu braço escorria sangue, uma grande ferida estava aberta e ardia como o inferno. O pulôver que uma hora atrás estava sem mancha alguma, agora estava descosturado como resto de costura, então terminou de rasgá-la e com o pedaço do pano, tampou a ferida e tentou com sucesso parar o sangue insistente. Os olhos fechavam-se em completa agonia.

Seus fios castanhos estavam totalmente bagunçados e o rosto do garoto estava com vestígios de terra molhada, o que irritava mais Byun, estava sujo e podre. Nunca passou por aquilo, era uma adrenalina perigosa e jamais sentida. Isso fez repensar na maneira de como estava ganhando dinheiro.

O fast-food já era visto por Baek, que ignorou a dor e começou a longa caminhada até o lugar. Não sabia o que aconteceria dali para frente, os policiais foram despistados, porém não desistiriam nunca de caçar quem furtou o carro do primeiro Ministro. Baekhyun estava muito, muito fodido.

O estabelecimento de longe era totalmente branco, mas chegando mais perto conseguia ver os detalhes da pintura velha da fachada vermelha e amarela. Os preços de hamburguês eram exibidos no vidro do lugar, pareciam ser pintados com canetinha branca para reduzir custos. Havia uma placa retangular em cima indicando o nome “Sonic”, antigamente era de luzes, mas o S e O não tinham mais luzes. Totalmente diferente de como era antes.

Baekhyun empurrou a porta de vidro e olhou meia dúzia de clientes que o encaravam estranhamente, o menor se manteve imóvel diante dos olhares.

De repente sua cabeça dera uma pontada violenta, que fez Baekhyun se curvar para frente e colocar as mãos na cabeça para que aquilo parasse rapidamente Foi falho, já que a dor piorou a cada segundo. Sentiu que permaneceu naquele lugar por muito tempo, mas só passara um minuto de dor e as pessoas ainda o observavam ninguém se levantou para ajudar.

A sensação agora de que seu cérebro se comprimisse dentro da cabeça, Baekhyun grunhia de dor, seus joelhos foram ao chão e suas unhas penetravam na pele capilar.

Queria gritar o mais alto possível.

Mas seus gritos não saiam.

Então a dor sentida não existirá mais. Havia sumido como pó.

Baekhyun suspirava alto, seus olhos se mantinham fechados e continuava na mesma posição. O que era aquilo que sentira? Era um aviso direto que precisava passar em um médico urgente, poderia ser uma doença grave e Baekhyun não sabia, poderia morrer a qualquer hora, sem saber.

Então ergueu o rosto e viu uma mulher com cabelos rosados com a mão estendida em sua direção, ela o olhava preocupada. Seu olhar era o mesmo de Seulgi, um olhar melancólico.

— O senhor precisa de ajuda? – disse a mulher ainda com a mão estendida. Baekhyun a observou profundamente, ele já havia visto ela em algum canto, talvez quando esteve ali da última vez tenha visto ela, mas estava tão... Diferente? Os cabelos rosados e a franja faziam uma perfeita harmonia com o rosto, ficara tão bela com aquele corte que Baekhyun teve vontade de elogiá-la, mas não o fez. Manteve-se calado e apenas pegou na mão feminina e se levantou do chão de mármore frio.

— Não, obrigado, eu estou bem. – recusou a ajuda e sorriu de lado. Então a mesma assentiu e voltou à atenção para seus poucos clientes.

Baekhyun de alguma forma se sentiu observado, olhou para o lado e viu o motivo de se sentir assim, era o maldito Will. O menor já mordia os lábios em completa raiva, já xingava mentalmente mil e um palavrões em direção daquele desgraçado.

Will se mantinha sério, seus olhos encaravam Baekhyun como se soubesse a merda que havia acontecido, parecia que sabia de tudo.

— Em que porra você me meteu? Hein? – disse alto e socou os punhos na mesa retangular e pequena. O homem negro a sua frente continuava em silêncio, seus olhos eram caídos dando impressão de sono e os lábios cheinhos, o paletó aparentava um homem carrancudo.

A mulher de cabelos rosados apareceu novamente, dessa vez com um avental e um bloquinho em mãos para anotar provavelmente, os pedidos de ambos. Baekhyun olhou para ela novamente, o nome daquela mulher passara rapidamente em sua mente, mas havia escapado.

— Um chá de camomila para o rapazinho aqui. – disse sarcasticamente e a mulher tratou de anotar rápido, nem ia ter o trabalho de desconfiar das palavras de Will, só queria bater a cota de pedidos do dia e ir embora.

A tensão entre ambos se manifestava de modo rápido e Will nem dera uma resposta, mas Baekhyun já nutria um ódio incabível pelo homem a sua frente.

O ambiente barulhento, a porção de vozes foi diminuindo de volume até estar em absoluto silêncio. Só ouvia-se o vento cortando o ar lá fora.

Então, havia um homem do outro lado do restaurante, estava vestido da mesma forma que Will, a única diferença é que tinha uma arma apontada em direção a Baekhyun.

Os olhos sonolentos de Will não estavam olhando mais para Baek, e sim, para uma pessoa atrás do mesmo, que apontava uma arma diferente.

O homem tinha óculos escuros e seus movimentos pareciam preparados para aquela ocasião.  O dedo estava sob o gatilho que fora disparado no mesmo instante que Baekhyun virou-se para olhar quem era o sujeito.

Não era bala daquelas que matavam e sim uma cápsula veloz, a qual atingiu em cheio o pescoço do Byun que alisou o lugar e tentou inutilmente arrancar aquilo da região sensível.

Nunca havia visto algo parecido em toda sua vida.

Não havia como identificar quem era.

Não sabia o motivo daquilo.

As lembranças das crianças gêmeas se tornaram ativas em sua memória. Foi apenas aquilo que se lembrou antes de seus olhos pesarem e desmaiar profundamente.

☢☢☢

O barulho estridente do alto-falante e as pisadas firmes dos prisioneiros de Jeju fizeram Baekhyun abrir lentamente os olhos e se deparar com o escuro da cela onde o puseram. Deu um pulo no colchão e abraçou as próprias pernas, assustado como uma criança com medo do pai.

O som do cadeado abrindo o portão alto de aço cobriu o ambiente que antes estava em total silêncio. O guarda entrou na cela para dizer simples palavras que atordoaram Baekhyun.

— Liberado para o banho de sol, ByunBaekhyun. - disse a voz grossa desconhecida em meio ao breu que era o cômodo. O guarda saiu e deixou a cela aberta para que o menor saísse para ver os raios de sol pelo menos uma vez ao dia. Não era tão ruim, mas Baekhyun achou péssimo.

Não, não, isso não podia ser real!, pensou Baekhyun.

Levantou-se apressado do colchão fino que dormira e andou até a porta de aço. Percebeu que algo impedia que suas mãos ficassem separadas e se tocou que era um par de algemas que o incomodava, por isso, seus pulsos doíam. O coração do pequeno entrou em desespero, não queria aceitar que estava preso.

Quando saiu, se deparou com muitos presos que passavam por ali e eram guiados por guardas que batiam em alguns que tentassem aprontar alguma gracinha como fugir.

A luz forte iluminava todo o corredor das celas, isso incomodou um pouco a vista de Baekhyun, que permaneceu no escuro por muito tempo.

Estava confuso demais, mas antes de pensar em qualquer coisa, seguiu a manada de presos que iam da saída do corredor para o pátio.O menor olhou para o chão e a ansiedade e nervosismo igual quando estava no carro, voltara com mais intensidade.

Ouviu risadas altas e ergueu o rosto para saber o motivo. Seu rosto ficara corado, porque as risadas eram direcionadas para si. Vinha do garoto mais alto de todos ali, o olhar era maldoso, os cabelos eram ruivos, um ruivo forte que o fazia parecer psicopata, tinha alguns arranhões no rosto, provavelmente havia se metido em briga. E suas orelhas grandes que se não fosse o ruivo, ficaria adorável.

No mesmo instante que o encarou de volta, a dor de cabeça recomeçou, mas eram pontadas mais fortes que a dor anterior. Fechou os olhos novamente e caiu de joelho no chão. Atrapalhando todo o fluxo de pessoas que passavam por ali, muitos o xingavam. O garoto alto que o encarou há alguns segundos atrás viu a situação, mas continuou seguindo em frente e saiu como os outros.

           

O menor quase arrancara seus fios de tanta dor que sentia, seu grito saiu como um berro que chamou atenção de dois guardas que mantinham a organização do corredor. Ficaram ao redor de Byun, um deles pegou o rádio e avisou para descer um dos enfermeiros.

Milhões de lembranças estranhas voltaram, lembrou-se com mais detalhes de como foi parar ali.

Pequenos fragmentos de memória voltaram.

Primeiro Ministro. Will e restaurante. Toda a situação foi relembrada, tudo se encaixava agora, mas mesmo assim não fazia sentido.

Park Chanyeol.

Esse nome passeou por sua mente.

Não existia o rosto, mas só uma lembrança vaga de que estava em uma ilha, o mar era cristalino e Baekhyun estava encostado no peito de Chanyeol. O mesmo fazia-o carinho em seu cabelo e sussurrava coisas doces que Baekhyun não lembrava, porém se sentia bem ao se recordar disso.

A enfermeira do lugar chegou num instante, deixou sua maleta cheia de remédios de um lado e ajeitou a mascara no rosto. Suas mãos foram direto para testa de Baekhyun para ver se tinha febre.

O menor sentiu as mãos frias da enfermeira e a dor desapareceu novamente. Era dor temporária, aparecia do nada e ia embora.Byun só sabia pensar na morte.

Tirou as mãos de seus fios e encarou a enfermeira a sua frente, Baekhyun arregalou os olhos e se afastou.

Era a mesma mulher do restaurante onde estava; a de cabelos rosados e olhar tristonhos, o olhar continuava o mesmo.

- F-Fei? - soltou de repente. Fei? Perguntou-se mentalmente, como assim Fei? Ficara mais assustado quando soltou o nome da mulher, sendo que na verdade não sabia nada sobre ela. E ela não parecia se lembrar nenhum pouco de Baek.

Então a mesma se levantou junto com a maleta e foi embora. Baekhyun foi forçado a levantar também e levado para fora pelos guardas fardados.

A situação em que estava era tão estranha. As algemas foram tiradas de seus pulsos e liberado para andar pelo pátio iluminado agora pela luz natural.

Havia um mar de vozes conversando, uns rindo e outros fazendo musculação no canto da área grande. O ruivo que o encarava antes estava ali o encarando de novo, não parecia desistir facilmente. As risadas não paravam, ele sussurrava algo para alguém que concordou e saiu do lugar e vinha em sua direção.

Baekhyun empinou o nariz e ficou sério, desviou dos olhares maldosos e começou a caminhar para o lado ao contrario do garoto mandado pelo mais alto.

—Ei, você mesmo, Baekhyun. - o infeliz sabia o seu nome. O menor apenas ignorou e acelerou o passo, mal sabia que a situação pioraria se ignorasse o ruivo.

Todos os detentos que estavam sentados levantaram e estufaram o peito enquanto olhava o baixinho quase correr dali. O vento frio causava calafrios no mais baixo, nunca sentira tanto medo em sua vida.

Na verdade não se sentia ele mesmo, parecia que outra pessoa havia se apossado dele. Dores que nunca sentira na vida. Começara a sentir e lembrar de pessoas desconhecidas.

— Não tem medo de morrer? - o ruivo mais alto repousou as mãos nos ombros do menor e o virou brutalmente de frente. - Não escutou Kyungsoo falando com você? - perguntou novamente. Olhou para o mais alto, seu olhar parecia diferente, não sabia explicar.

O peito de Baekhyn começara a arder, mas era uma ardência controlável e não que nem as dores de cabeça que sentia.

Baekhyun sabia quem era. A sensação de que sabia o invadia por dentro.

Mas ninguém esperaria que Baekhyun começasse a chorar. Contudo o menor não percebeu as lágrimas, que só desciam pelas bochechas magrinhas, a dor no peito aumentava e Baekhyun sentia que estava desabando.

Os gritos de "briga, briga!" eram audíveis. Todos observaram como se estivessem vendo um filme de ação, só faltava a pipoca e acentos confortáveis invés de bancos de tijolos.

Baekhyun se afastou, suas mãos tremiam.

O primeiro soco foi desferido pelo mais alto, Baekhyun cambaleou para trás, não revidou. Ouvia mais gritos para que continuasse, a euforia na platéia era combustível para o ruivo que sorria de canto e pegava na gola de Byun e o levantava até ficarem cara a cara. Os pés do menor não tocavam o chão.

O canto da boca estava sangrando e, sem perceber, mais um soco foi acertado em cheio. As costas do garoto bateram no chão, os gritos ficavam distantes e sua visão embaçada.

Só dera tempo de sentir suas costelas sendo chutadas pelo mais alto, então apagou definitivamente.

☢☢☢

 

O vento caloroso batera nas madeixas do menor que estava encostado em Chanyeol, ele sorria ao inalar o perfume adocicado do maior que o envolvia em um abraço, enquanto ambos balançavam na rede que era presa em dois coqueiros.

A felicidade durava pouco, pois as lembranças da prisão invadiram sua memória.

Sua respiração ficou acelerada e as memórias fizeram se afastar imediatamente de Chanyeol.


Notas Finais


E ai o que acharam? <3

Quero agradecer a minha beta pelo bom trabalho, obrigada @SarahLion
até mais pessoal.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...