Não.
De longe a mais nova se via gay. Era apenas uma simples pergunta naturalmente questionável e com uma resposta muito franca.
.........................................................................................................................................................
- Então... – A jovem – Ele realmente tava se pegando com ela?
- Eu não sei. – A morena disse com a mão no lábio. Manias. – Cacete, aquela arrombada diz que sim. Não entendo como o Rodrigo pode ser tão bosta em ter deixado se envolvido com a Daniele.
Um silêncio ficou ali. Brenda estava na casa de Giovana. Elas e Adriana sentadas na sala tentando comer Fini.
- Gi... – A irmã chamou timidamente a irmã. – O que tu sentes em relação à Daniele. Tipo... – Ela escolhe as palavras para usar. – Querendo ou não, vocês se amavam...
- O cacete. – A irmã interrompeu educada, mesmo com o termo chula. – Quer dizer.
- Deixa de ser idiota, Giovana. – Brenda interrompe agora e, sim, com grosseria. – Você era toda abobada pela Daniela e sempre ficava claro o quanto vocês se gostavam barra amavam.
Giovana respira. Não queria acreditar que todo aquele amor acabou. Isso a fazia desacreditar nele. E, depois que conheceu Fernanda, a última coisa que ela iria querer seria não amar Fernanda, coisa que ela já fazia mesmo sendo apenas amigas.
- Eu não amo Daniele. – Ela disse com certeza. – Mas muito do que eu sei sobre o amor, aquela puta desgraçada me ensinou. Talvez ela tenha sido minha primeira paixão ou meu primeiro amor, mas sabe o que isso me mostra? – Brenda e Adriana se olham esperando a resposta. – Que amor não é sentimento. – A taxada burra começava a desabrochar em palavras. – Não é como a raiva que agora você sente e outra hora você não sente mais. É algo que você nutre e insiste. Você escolhe quem quer amar, e quando escolhe, você investe na pessoa. Foi o que eu fiz com Daniele, ela fez comigo, mas ela não tinha certeza disso tanto quanto eu. E, porque nosso relacionamento deu errado por causa dela, eu percebi que o que eu mais senti nisso tudo foi raiva dela ter sido uma escrota comigo, e não porque eu não estou com ela. Se fosse amor, eu iria morrer de pesares.
- Não entendi. – A mais nova, Adriana, pergunta.
- Eu não dependia dela o suficiente pra que quando ela me traiu meu mundo desmoronasse e eu ficasse chorando porque não a tenho mais. Pelo contrário, eu fiquei puta pela desonestidade dela e não por ela não me querer mais.
- Mas ela te quer, Gi. – Argumenta Brenda.
- Não, ela quer é mostrar que pode ter quem ela quiser.
.........................................................................................................................................................
- Oi.
Pausa nessa cena.
EXTRA! EXTRA! Fernanda deu oi primeiro para mim. – Era isso que a mente e o coração de Giovana disparava.
- O-oi. – Ela se surpreende. – Oi, Nandinha. – Ela abre um sorriso enorme enquanto Fernanda olha para um ponto exato no chão. – Como vai?
- Estou indo a pé até à árvore do pátio. – Giovana ri. Era um amor pra ela aquele tipo de resposta. Não era engraçado, era de Fernanda, e tudo que vinha de Fernanda a fazia feliz. – Você quer ir comigo?
- Mas é claro. – Giovana arruma todo o material dentro da mochila em uma velocidade doentia. – Vem, vamos.
Não era um dia frio. Mas estava fresco. Por cima da camisa do uniforme, a do cabelo claro tinha uma camisa fina de mangas compridas e um capuz. Giovana arruma o capuz que está embolado e seus dedos frios encostam o pescoço de Fernanda.
- Seus dedos estão gélidos demais. – Ela fala meio rindo e colocando a cabeça pra trás como se sentisse cócegas. Aquilo deixa Giovana louca de amores e, num gesto impensado ela beija rapidamente, mas com ternura, a nuca de Fernanda.
Nandinha, como era chamada pela amiga, para na hora. Tranca no primeiro degrau da escada e parece não respirar.
- Mas seus lábios estão quentes. – Giovana para ao lado da amiga. Levou um susto depois do beijo e quando a amiga parou, achou que seu gesto faria Fernanda se sentir mal.
- Estão sim. – Ela sorriu. – Posso pegar na sua mão? – Ela fala estendendo a mão para a amiga.
- Por que?
Ela pensa o porquê. O porquê era simples. Porque sim. Porque ela queria.
- Pra esquentar minha mão na tua. – Ela responde pra ver se funciona.
- Minha mão está fria igualmente a sua, Giovana. – Ela responde friamente. O comum. Nada que assustasse a morena.
- Mas duas mãos frias juntas ficam quentes. – Ela insiste.
A mais nova pensa. Pensa e concorda.
- Tudo bem. Mas e como fica a outra mão? – Concorda, mas não deixa fácil pra mais velha.
Giovana ri. Era nítido a esperteza de Fernanda.
- A gente tem algumas opções – Ela fala espertamente – Vamos andando enquanto eu dou as opções.
Fernanda olha pra mão estendida da amiga. Giovana está a dois degraus abaixo de Fernanda e isso faz com que ela veja o lindo rosto da mais nova sem que a franja tampe.
Ela parece pensar e pega em sua mão. Mas, diferentemente de como podemos imaginar, elas não entrelaçaram seus dedos, apenas encaixaram as mãos enquanto andavam.
O toque estremeceu ambas, mas muito mais Fernanda. Era algo que ela nunca havia experimentado. E se já experimentou, ela não lembrava.
- E quais são as opções que você me oferta? – Fernanda fala rápido.
Giovana coloca a cabeça pra cima meio sorrindo enquanto sente aquele toque maravilhoso em sua mão.
- A primeira seria... trocarmos de lado algumas vezes e revezando as mãos. A outra opção é você colocar no seu bolso. Outra seria a gente se sentar na árvore uma de frente pra outra e eu te ensinar um jogo.
- Me interessei pela terceira opção por razões claramente óbvias.
- E quais seriam? – Ela pergunta engraçada.
- Gosto de aprender e estou curiosa.
- Ótima escolha.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.