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História Singela Flor - Capitulo 01.


Escrita por: linnox

Notas do Autor


OLÁÁÁ!! Então, como podem ver aqui estou eu com um novo projeto de fanfic. Como alguns devem saber, eu escrevo também Retrocesso, a qual está em um pequeno hiatus masss, trago novidades em breve. Essa nova história é algo que me faz um bem danado escrever, como Retrocesso, tem algumas coisas que encaixam na minha vida particular. Singela Flor será uma fanfic de época que retrata o feudalismo na Europa, mas detalhadamente, se passará na Dinamarca.

● Avisinhos importantes:

▼ Fanfic de minha total autoria, quaisquer outras histórias que se assemelhem serão denunciadas.

▼ Gabriella Wilde será Bellís Finkler.

▼ Justin Bieber como ele próprio.

▼ Não deixarei um dia certo para postagens mas postarei quando conseguir, e sim, pode acontecer de postar mais de uma vez por semana.

▼ A capa e banner são provisórios.

▼ A continuação da fanfic acontecerá depois que eu tiver uma boa quantidade de capítulos prontos, e quando tiver o teaser em mãos (já foi providenciado).

Bom, acho que é isso! Espero que gostem e que me acompanhem nessa nova jornada. Não deixem de favoritar e me dizerem o que acharam, opiniões são sempre bem vindas desde que sejam sempre construtivas. Boa leitura, meus amôs!

Capítulo 1 - Capitulo 01.


Fanfic / Fanfiction Singela Flor - Capitulo 01.

Bellís Finkler.

Com a cesta apoiada em meu antebraço, andava pelas plantações de café colhendo os grãos que se encontravam prontos para serem colhidos e utilizados. A manhã de domingo trazia com si o calor escaldante do sol que cintilava no céu, poucas nuvens pairavam no ar deixando a paisagem com uma beleza arrebatadora.

O suor escorria sutilmente pelos poros do meu rosto, o que me fazia pensar o quão vermelha minha pele já se encontrava. Olhei envolta observando todos que trabalhavam espalhados pelo enorme campo que possuía diversas plantações de alimentos.

A tristeza preenchia um espaço em meu coração ao encarar os idosos que se esforçavam ao máximo que conseguiam para continuar o trabalho. A pobreza que todos camponeses viviam era imensa, pois os senhores que possuíam as terras nos usavam como agricultores para colher seus alimentos de consumo e venda, e em troca, nos davam as sobras de todas colheitas. Os alimentos chamados “estragados”, que não serviam para eles.

A escravidão, onde meus antepassados sofreram tanto, era julgada acabada por todo o mundo mas, não era isso que via acontecer todos os dias. Erámos expostos a trabalhos brutais, e nem quando conseguíamos reivindicar um pequeno pedaço de terra, erámos permitidos de usá-la para produzir nosso consumo próprio, o que fazia com que nossa única opção fosse trabalhar para todos senhores que comandavam o feudo.

– Bel? – Um grito abafado pela distância me tira de meus devaneios.

Cesso meus passos, e vejo Elída, minha irmã mais velha, se aproximar de mim um tanto afobada.

– Oi Elída. – Disse olhando em sua direção. – O que foi?

– Sr. Müller pediu à papai para nos levar á igreja hoje. O padre Fernando veio até aqui e reclamou pela falta da presença dos camponeses nas Missas de domingo. Vamos, estamos dispensados dos serviços hoje. – Após dizer, Elída retirou a cesta com o café já plantado de meu braço, e entregou ao menino que passava colhendo do lado oposto ao meu.

Me limitei a assentir, e passei a caminhar logo atrás dela de volta para casa. Ao chegarmos em frente ao portão de madeira, a visão de mamãe na porta encheu meu olhar de uma bela surpresa.

Mamãe usava um vestido bege com centenas de anáguas por baixo, deixando-o com um rodado muito bonito. Os cabelos longos pendiam para o lado em uma trança muito bem feita, e para complementar, usava um chapéu simples, também na cor bege, para proteger o couro cabeludo e seu rosto.

– Mamãe, estás tão linda. – Disse em um tom deslumbrado ao me aproximar dela.

– Obrigada minha flor de lis. – A voz doce de mamãe me fez sorrir. Sua mão acariciou minha bochecha de forma rápida. – Vá você e Elída se banharem para irmos, já preparei o banho de vocês.

Elída e eu assentimos e seguimos em direção à grande banheira feita de madeira e ferro, onde a água limpa possuía um leve aroma de flores.

Nos despimos, e juntas tomamos banho em meio a centena de pétalas de flores diversas. Passava a esponja pelo meu corpo enquanto Elída lavava seus cabelos com uma quantidade regrada de óleo de coco. Quando terminei de me lavar, inverti de função com minha irmã e passei a lavar meus cabelos aproveitando ao máximo a maravilhosa sensação de frescor.

Saímos do banho e pegamos o pano macio que servia para tirarmos o excesso de água de nossos corpos e cabelos. Fui até o pequeno lavabo no canto direito do cômodo de banho, e lavei minha boca de forma rápida.

Enrolei meu corpo com o pano, e quando me virei noto que Elída já não estava mais ali. Então, caminhei para nosso quarto, abri a porta que estava fechada e logo ao passar, a fecho novamente. Vejo Elída já amarrando as cordinhas do corpete tão amado por ela.

Sorrindo de lado, disse: – Amas tanto esse corpete, Elí.

– Ah.. Você sabe, Bel.. Eu gosto de me sentir bonita quando posso. Odeio sempre estar suja e totalmente desgastada pelo trabalho. Quando tenho oportunidade, gosto de me sentir como as senhoras da casa grande. – Amargura fluía em sua voz. Suspirei frustrada, pois sabia o quão atingida Elí era por toda nossa pobreza. Ela sempre fora muito vaidosa e até gananciosa, mas possui um bom coração.

– Eu sei, irmã. Estás linda. – Sorri tentando transparecer conforto.

Elí sorriu de volta, e soprou um beijo em minha direção. Me virei para meu pequeno armário onde todas minhas roupas estavam. Procurei pelo único vestido digno para a ocasião que possuía.

O vestido rendado na tonalidade rosa, estava reservado em uma gaveta com todas as anáguas e meu chapéu, também rendado, junto. Tirei-o dali e após vestir as roupas de baixo, o vesti com certa dificuldade.

Elí o abotoou para mim, e em seguida saiu do quarto me deixando sozinha. Penteei meus cabelos e fiz pequenos cachos com meus dedos e deixei-o solto em minhas costas. Peguei minha sapatilha e a calcei logo depois. Coloco o chapéu em minha cabeça e amarro em forma de laço a pequena fita que possuía atrás, fazendo com que pousasse em meu cabelo e ali ficasse.

Já pronta, saio do quarto e encontro toda minha família reunida apenas á minha espera.

– Estás linda, filha. – Papai disse.

Ele usava seu desgastado terno que era o mesmo que se casara com mamãe a mais de 20 anos, mas mesmo assim, estava lindo e, ao meu ver, muito elegante.

Já Elída, usava seu vestido azul bebê com o corpete na mesma cor afinando sua cintura e deixando-a com o corpo bem definido. Seu cabelo estava preso em um coque no alto de sua cabeça com alguns fios caindo pelo seu rosto. Era a única que não usava chapéu, e mais parecia mesmo uma das senhoras da casa grande do que uma simples camponesa.

– Então vamos, não queremos nos atrasar. – Mamãe disse.

Caminhamos e saímos de casa. A charrete já estava pronta com dois cavalos com pelagem marrom escuro, prontos para nos levar para a cidade. Papai nos ajudou a subir e nos acomodamos em nossos lugares.

Logo, o movimento dos cavalos correndo e puxando a charrete começou. Observava o caminho totalmente presa em meus pensamentos.

O clero, ou mais direto, igreja, também obtinha poder sobre a classe camponesa e até mesmo em cima dos senhores feudais. Eles eram as autoridades maiorais. Algumas vezes, li a bíblia, a tão preciosa palavra de Deus, e tudo que ali pregava não via realmente sendo feito por eles. Acreditava veemente em Deus. Sentia sua presença em minha vida, e acreditava no seu amor e misericórdia para conosco, mas aqueles que estavam ali para propagar isso, estavam mais preocupados em poder e conquistas materiais.

– Chegamos. – A voz de papai adentrou meus ouvidos e afastei meus pensamentos sobre aquelas pessoas, e foquei na oportunidade de adorar a Deus da minha forma.

Mais uma vez, papai nos auxiliou para sairmos da charrete e depois de amarrar os cavalos a uma árvore, adentramos a grande construção de tijolos que formava a igreja.

Lá dentro, a fileira de bancos já se encontrava com uma boa quantidade de fiéis. Pessoas que tinham uma vida simples, mas não enfrentavam a pobreza que meu povo vivia. A amargura era um defeito que tentava afastar de mim, mas sempre voltava quando via o quão injusto tudo era.

Várias imagens desenhavam as paredes, e até mesmo, o teto da igreja. Uma enorme cruz estava pendida por grossos fios bem na frente, próxima ao altar. Flores eram postas pelas pessoas em jarros prontos para recebe-las. Fazia tanto tempo que não vinha até aqui, que havia me esquecido o quão tudo aqui era lindo.

Caminhei junto da minha família até um banco vago que caberia os quatro. Olhares curiosos foram direcionados para nós, me deixando um tanto incomodada.

Após longos minutos, um canto suave começou e o padre Fernando, junto de dois garotos, se posicionaram em seus lugares.

– Bom dia filhos e filhas, irmãos e irmãs.. Que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre convosco. – A voz de padre Fernando soou serena.

– Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. – Toda a igreja respondeu em coro. Permaneci em silêncio.

– Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.. – Ele voltou a dizer, levando sua mão direita até sua testa, em seguida para seu ombro esquerdo, e enfim, até seu ombro direito. Todos ali repetiram seu ato e no final, mais uma vez em coro, disseram: – ..Amém.

Abaixo meu olhar e passo a conversar com Deus do meu interior, da forma que conhecia e me sentia bem em fazer. E assim, a Missa seguiu.

{...}

Após dar a benção final, todos começaram a deixar seus lugares e irem aproveitar o resto de seu domingo. Mamãe e papai foram até padre Fernando, o que supus que Sr. Müller havia mandado algum recado, olhei para o lado e Elída se encontrava conversando com um desconhecido. Bufei baixo e sorri em seguida, só Elída mesmo. – Pensei comigo mesma.

Me levantei e passei a observar melhor todos desenhos que estavam pintados pelas paredes. Estava tão concentrada que não notei a presença de um estranho ao meu lado até que sua voz ressoou em meus ouvidos: – Olá.

Meu corpo se retraiu em resposta ao susto, e logo me virei me deparando com um jovem homem. O encarei ainda assustada, e pude perceber que era um dos rapazes que estava com Padre Fernando na hora da Missa.

Seus olhos castanhos mel me observavam um tanto divertidos, seu cabelo tão claro quanto os olhos, se encontrava alinhado perfeitamente no lugar certo. Seu rosto possuía pequenas pintinhas que se destacavam na tonalidade clara de sua pele, seus lábios eram arredondados, com uma leve curva deixando-o parecido com o formato de um coração. Ele usava uma bata branca, com detalhes vermelhos. Em sua mão, observei um pequeno terço envolvido entre seus dedos. Sua beleza me deixou desconcertada.

– Você me assustou... – Disse em um tom baixo, após engolir em seco o nó que havia em minha garganta.

– Me desculpe, senhorita. Você chamou minha atenção desde o início da Missa. – Ele diz, ainda transparecendo divertimento.

– Hum... Eu só... – Fiquei sem falas. Sabia que ele estava dizendo que notou que eu, de fato, não participei da Missa, e ele claramente era parte do clero. Oh não, estaria encrencada?

– Não fique nervosa, eu não irei fazer nada contra vossa pessoa. Só fiquei curioso por você senhorita... – Ele se retraiu e seu olhar demonstrava seu questionamento.

– Bellís, meu nome é Bellís. – Disse.

– Um lindo nome. – Ele sorriu. – Sou Justin, é um prazer conhece-la. – Sua mão se estende me fazendo dividir meu olhar entre seus olhos, e sua mão estendida.

Com um certo receio, ergo minha mão e envolvo-a na sua. Suspiro fundo ao sentir o quão macia ela era, comparada a minha, que estava calejada por todo trabalho.

Justin continuava a me encarar, um sorriso brincava em seus lábios rosados. Sua mão ainda segurava firmemente a minha, fazendo minha concentração se desvencilhar de mim a todo momento, e não conseguia entender o quão estranha aquele pequeno gesto me fazia ficar.

– Bellís.. – A voz de Elí me fez desviar os olhos do lindo rapaz a minha frente. – Estamos indo.. – Ela exitava em suas falas, enquanto olhava de mim para Justin, e para nossas mãos ainda unidas.

Rapidamente, soltei a mão de Justin e notei que estava um tanto suada, a passo sobre o pano leve do meu vestido, recomponho minha postura e puxo o ar com força para meus pulmões enquanto dois pares de olhos me observavam.

– Estou indo Elí. – Digo tentando soar firme. – Foi um prazer conhece-lo Senhor Justin. – Digo de formalmente. Faço o habitual cumprimento segurando ambos lados do meu vestido, dobrando meus joelhos e abaixando minha cabeça.

Quando me ergui, pude perceber o quão chocado Justin estava.

– Não se curve para mim, Bellís. Não sou superior a você. – Ergo minhas sobrancelhas ao ouvi-lo. Deixo um leve sorriso se repuxar no canto dos meus lábios. – E o prazer foi inteiramente meu, senhorita. Espero vê-la novamente.

Justin fez um pequeno gesto com a cabeça para mim, e em seguida para Elída. O vi desaparecer pelas portas do fundo da igreja, e logo Elída estava me puxando e fazendo diversas perguntas, as quais ignorei com maestria.

Fomos até a charrete e papai, outra vez, nos ajudou a subir. Meus pensamentos estavam cheios da imagem de Justin. De alguma forma, consegui sentir que ele era diferente. Diferente de todos que seguiam a pirâmide de classes sociais. E, por um momento, em meu coração, desejei poder vê-lo novamente, mesmo que em minha mente, soubesse que isso não voltaria a acontecer.

Balancei minha cabeça e afastei todos esses pensamentos, me pus a conversar alegremente com minha família enquanto voltávamos para o nosso devido lugar, e que com certeza, não era o lugar onde um dia ele estaria.


Notas Finais


Até breve, beijos!


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