1. Spirit Fanfics >
  2. Sinner [jikook] >
  3. Unexpected [part XXX]

História Sinner [jikook] - Unexpected [part XXX]


Escrita por: chagaseu

Notas do Autor


capítulo reescrito no dia 18 de Maio, 2023.

Capítulo 31 - Unexpected [part XXX]


JungKook, Namjoon e Hoseok regressaram para casa na manhã seguinte. 

 

Seokjin pessoalmente desfez a mala de seu marido, sempre lhe dizendo o quão feliz estava por estarem reunidos. Taehyung passou a maior parte do tempo com Hoseok, contando-lhe sobre suas aventuras e desventuras.

 

E Jimin não sabia agir em torno de JungKook. 

 

Não soube decidir entre abraçá-lo, dar-lhe um sorriso simplesmente, curvar-se a ele em uma demonstração de educação. 

 

Então tudo o que fez foi dizer “bem vindo de volta,” quase como um murmúrio. A resposta do alfa foi à par, somente um aceno silencioso de sua cabeça. 

 

Hoseok não era leigo, e notou aquela interação estranha. Nada escapava os olhos do alfa. 

 

Depois de cumprimentar a todos, Hoseok foi até seu cunhado, dando-lhe o seu costumeiro sorriso. 

 

– Jimin-ah. Como você está?

 

– Estou bem, hyung. Como foi a viagem? Correu tudo bem? – Sorriu para o mais velho, por mais que sua vontade fosse cair em seus braços e nunca mais sair deles. Mas sob os olhos de JungKook, Jimin jamais ousaria fazer algo assim. 

 

– Tão bem quanto o esperado. Foi rápido, hm? Aposto que nem ao menos houve tempo para sentir saudades. 

 

Jimin revirou os olhos, ainda que sorrisse. 

 

– Eu passei seis dias na beira da janela esperando os três mosqueteiros voltarem pra casa. –  Debochou, arrancando risos de Hoseok.

 

– Mas voltamos, não é? – Sorriu de lado, achando graça. 

 

– Ai de você, se não tivesse voltado. Eu mesmo iria te procurar.  

 

– Se eu não tivesse demorado um pouco mais, não teria te trazido o presente que escolhi pra você. – Fingiu estar indignado, cruzando os braços na frente do peito. 

 

– Outro presente? – Jimin ergueu as sobrancelhas. – Se eu não te conhecesse, pensaria que está tentando me comprar.

 

– Te comprar? Como pode pensar assim de mim? –  O alfa continuou com sua atuação indignada, o que fez o ômega rir abertamente. – A minha intenção é pura e simplesmente agradar meu amigo. 

 

– Então me agrade. Deixe-me ver, o que trouxe pra mim?

 

JungKook, que conversava com Seokjin e Namjoon, passou a prestar atenção na conversa dos dois. Ao ouvir aquela frase vinda da boca de Jimin, seu estômago embrulhou. 

 

Quase teve vontade de arrancar Jimin de perto de seu irmão. Mas tudo o que fez foi revirar os olhos, e tentar prestar atenção em sua própria conversa. 

 

O alfa tirou do bolso uma caixinha de veludo azul escuro, um sorriso confiante no rosto. 

 

O coração de Jimin egoístamente disparou com aquele gesto, apesar de saber claramente que não era o que parecia ser. Sua mente era traidora. Imaginava coisas que jamais iriam acontecer. 

 

Ao abrir a delicada caixinha, duas pequenas argolas de prata foram reveladas para deleite do ômega. Seus olhos brilharam com as delicadas peças prateadas.

 

Não era nenhuma pulseira de brilhantes, como a que havia recebido de JungKook… Não era nenhum anel de noivado, como sabia que jamais receberia dele ou de qualquer outro alfa… Mas eram lindas. 

 

O ômega podia derreter. 

 

– Hyung… Obrigado… Elas são lindas. 

 

Hoseok entregou a caixinha em suas mãos. 

 

– Lembrei de você, porque notei que você gosta de argolas. Ilsan tem uma joalheria que se especializa em prata; sabia que gostaria. – Sorriu de lado. 

 

Jimin sentiu um olhar pesado sobre si, e instintivamente virou sua cabeça para encontrá-lo. 

 

Âmbar e obsidiana se encontraram novamente, seus olhares se sustentando de forma intensa e quase esmagadora. 

 

Aquele olhar que JungKook tinha. Aquele que se assemelhava à uma sentença, que queimava a sua pele e ao mesmo tempo fazia seu sangue gelar. 

 

Uma advertência. 

 

Estou te vendo. 

 

O tempo pareceu parar, e Jimin sentiu seu coração batendo rápido dentro do peito. 

 

Tão subitamente aquele contato visual aconteceu, ele foi interrompido. JungKook desviou o olhar de volta para Seokjin e Namjoon, e Jimin fez o mesmo. 

 

Olhava para os próprios pés, sua respiração um pouco irregular pelo nervosismo. 

 

– Hey… Você está bem? – Hoseok perguntou, tirando Jimin de seu transe. Ele havia visto aquela troca de olhares. Sendo totalmente honesto, nem o próprio Hoseok não tinha coragem de olhar para seu irmão naquele momento. 

 

Conhecia aquele alfa desde o berço. Conhecia tanto a sua doçura, quanto a sua acidez. 

 

O ômega suspirou, a pequena caixa de veludo agora pesada como uma bigorna em suas mãos. 

 

– Hyung… Eu preciso te perguntar algo. –  Engoliu em seco ao se lembrar do horror que experienciou no sótão daquela casa. Sabia que se alguém além de JungKook tivesse respostas, era Hoseok. 

 

Sabia que JungKook e Hoseok um dia foram inseparáveis, melhores amigos. 

 

Ele com certeza saberia. Lhe contaria a verdade. 

 

– Claro. O que houve? 

 

– É sobre JungKook. – Olhou para o lado, vendo que JungKook agora participava na conversa que estava tendo com seu irmão e seu cunhado. Não os estava ouvindo. – Hyung, eu preciso saber quem era Kwan Heesol. 

 

Sussurrou. 

 

Os olhos de Hoseok se arregalaram, e ele ficou tão pálido quanto um fantasma. 

 

Jimin mordeu o lábio inferior. Pelo visto aquele nome era um tópico mais tabu do que imaginava. 

 

– Como você sabe sobre Kwan Heesol? 

 

–  Eu te conto tudo, mas não agora. –  Disse, ainda mantendo a voz sussurrada. – Vamos ao chalé mais tarde, eu preciso saber. Por favor.

 

– Eu não vou dizer nada até que me diga como sabe sobre ele. – Ele o respondeu, sério. Jimin ficou boquiaberto. 

 

– Está falando sério? 

 

– Eu sinto muito, Jimin. Enquanto eu não tiver respostas, você também não vai ter. – Concluiu, ainda sério, mas parecendo inacreditavelmente receoso. 

 

– Tudo bem, então. Nenhum de nós dois vai ter respostas. – Rebateu, frustrado, rumando às escadas para chegar em seu quarto.

 

Hoseok suspirou fundo, preocupado. Quase lhe interrompeu, pedindo para que voltasse. 

 

Mas por fim deixou-lhe ir. 


 

_______________•♡•_______________



 

Jimin pôs se em frente à penteadeira, vendo as argolas enfeitando sua pequena orelha e sorrindo. 

 

Hoseok era o seu maior aliado. O seu melhor amigo. Ele tinha genuíno respeito e carinho por si. Sabia que ele tinha as respostas que precisava para resolver aquele mistério; para descobrir o que já há tanto tempo afligia o seu amor. 

 

Sabia que não seria fácil conseguir respostas sozinho, mas tentaria. Era necessário para um bem maior. Era por JungKook, não era? Tinha que dar certo. Tinha que valer a pena.

 

Bom, e qual não foi o seu susto ao perceber um par de olhos de obsidiana encarando os seus através do espelho, carregando um brilho irreconhecível. 

 

Jimin não demonstrou surpresa, mas ainda assim sentiu a espinha gelar pelo susto. JungKook era tão sorrateiro quanto um escorpião.

 

Colocou a mão no peito na tentativa de se acalmar. 

 

– Você me assustou. – Sussurrou. Foi tudo o que conseguiu dizer para o marido, receoso com sua quietude excessiva e o brilho de irritação que passava por seus olhos escuros.

 

– Eu te assustei? – Debochou, um seu tom de voz ácido. – Você por acaso tem algo a esconder? – Ergueu a sobrancelha ao perceber o olhar confuso de Jimin.

 

– O que eu teria a esconder de você, JungKook? 

 

– Como você sabe sobre Heesol?

 

Ele perguntou, sua voz mal passando de um sussurro que Jimin só conseguiu ouvir porque sua atenção estava totalmente sobre o alfa. 

 

E foi ali, com aquela frase, que Jimin sentiu sua cabeça girar. 

 

– E– Eu… – Gaguejou, agoniado.

 

– Por que você me desobedeceu? – Cortou-o. Suas mãos estavam cerradas em punhos, e Jimin sentiu o estômago embrulhar. – Nem meus irmãos vão ao

sótão. Então por que você foi? 

 

– Como sabe que eu fui ao sótão? Como pode ter tanta certeza? – Tentou mudar de assunto, sentindo as mãos tremerem.

 

– Eu ouvi a sua conversa com Hoseok. Eu ouvi você dizendo o nome dele. Você nunca saberia sobre ele, se não tivesse me desobedecido. – Aproximou-se do ômega, fazendo um péssimo trabalho em esconder a sua irritação. – Eu te disse isso no nosso primeiro dia como um casal. A ida ao terceiro andar é proibida! 

 

Ele levantou a voz, fazendo com que sirenes disparassem na mente do ômega. 

 

Perigo. Perigo. Perigo. 

 

– E como se isso não fosse o suficiente, achou que Hoseok fosse a melhor pessoa para te dar informações. – Disse o nome do irmão com escárnio, olhando para Jimin com aqueles olhos que lhe rasgavam qualquer resquício de orgulho. 

 

Mas Jimin se recusou a desviar o olhar. Por Deus, ele era mais forte que isso.

 

Tinha que ser. 

 

– Pra quem eu me recorreria? Pra você? – Jimin deu-lhe um riso seco, insincero. 

 

– Pra quem mais se recorreria?! A história é minha! 

 

– Você escondeu Heesol de mim por todo esse tempo! – Rebateu. – Eu não sou alheio à você, não sou um conhecido; eu sou o seu marido, inferno! E mesmo assim, você nunca me contou nada! 

 

JungKook suspirou fundo.

 

– Você não tinha que saber. 

 

– Eu não tinha que saber do que?! Que o meu marido teve um passado com outra pessoa?! Ou que o meu marido mantém um altar pro seu namorado no sótão da minha casa?! 

 

Jimin levantou a voz, sem conter a sua irritação, o seu temperamento explosivo não ajudando a diminuir a tensão daquele momento. 

 

Não esperou que JungKook respondesse para que continuasse. Tudo o que havia se acumulado naqueles últimos meses: frustração, tristeza, ciúmes, receio; tudo estava vindo à tona. 

 

– Você não faz ideia do que eu senti, quando descobri que a razão pela qual o meu marido não me ama, é a droga de um amante! Quando descobri que seu namorado tem o seu próprio espaço dentro da MINHA CASA! O seu coração não é meu, e ele nunca foi! Eu não sou nada pra você, além de um troféu! Você não tem respeito nenhum por mim, BASTARDO! 

 

Exclamou, pegando um pequeno vaso de porcelana em cima da penteadeira e o jogando com força contra o chão. JungKook arregalou os olhos, mas avançou para cima do ômega que nem ao menos piscou.

 

– Por isso eu não queria que ninguém subisse ali! Aquele lugar não edifica ninguém! – O alfa rebateu.

 

– Mas você o manteve mesmo assim! Todas as cartas, todos os recordes; TUDO! Se você o amasse tanto, deveria ter se casado com ele e não comigo!

 

Lágrimas corriam por seu rosto vermelho, sua voz embargada falhando repetidamente. Jimin gritava àquele ponto, sua cabeça girando por causa da raiva, seu corpo inteiro tremendo violentamente por causa da adrenalina. 

 

– Por que se casou comigo?! Huh?! Por que está gastando o meu tempo nessa FARÇA desse casamento, sendo que o seu coração claramente pertence à outra pessoa?! 

 

– Você não sabe do que está falando. 

 

JungKook advertiu, suas sobrancelhas erguidas, seus punhos fortemente cerrados. 

 

– Eu estou farto de fazer das tripas coração por você, a troco de NADA! Tudo o que eu fiz por você foi a troco de absolutamente NADA! Eu sacrifiquei tudo o que tinha por você! Minha família, minha casa; eu deixei tudo por você! ERRO MEU! 

 

JungKook estava quase hiperventilando. Ouvir aquilo era doloroso demais. Era cruel demais. 

 

O alfa tinha sangue nos olhos. 

 

– Pára, Jimin! 

 

– Erro meu, porque eu claramente nunca vou ser o suficiente pra você! Eu nunca vou ser Kwan Heesol, o seu ídolo, a quem você VENERA! 

 

– Você não sabe do que está falando! 

 

– Vá pro inferno, seu bastardo! Você, e o MALDITO KWAN HEESOL! 

 

A última coisa que Jimin viu claramente foram os olhos cinzas de JungKook brilharem em uma raiva que seu lobo não foi capaz de controlar.

 

Jimin não esperava o punho de JungKook se fechar em um soco, e muito menos esse mesmo punho acabar em seu rosto. Em um soco.

 

Foi impossível raciocinar direito, mas antes que caísse no chão, cambaleante, o alfa lhe segurou pelo colarinho, olhando em seus olhos, ignorando o corte no canto de seu lábio.

 

– Nunca mais diga isso! Você não sabe do que está falando! – Observou os olhos arregalados de um Jimin em choque. – Heesol está morto! – Sacudiu-o pelo colarinho, seu rosto quase irreconhecível, distorcido pela raiva cegante que sentia. – Eu o amava mais que a mim! E agora ele está MORTO! 

 

Seu coração foi partido em milhões de pedacinhos. Sentiu sua boca amargar, apesar de também sentir o gosto metálico de sangue. 

 

– NUNCA MAIS DIGA O NOME DELE! 

 

Usou seu tom de alfa pela primeira vez desde que se conheceram. E pela primeira vez, Jimin sinceramente teve medo de JungKook. 

 

Soltou seu colarinho bruscamente, levando-o a cair sentado no chão. 

 

O ômega tinha prendido a respiração, e no momento em que JungKook se retirou, fechando a porta com brutalidade, Jimin colocou a mão no peito, normalizando o ritmo respiratório, tocando o canto da boca onde havia sido acertado. 

 

Suas mãos tremiam violentamente. Sua visão estava turva pelas lágrimas. 

 

Mas entre mortos e feridos, salvaram-se todos.


Notas Finais


capítulo reescrito no dia 18 de Maio, 2023.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...