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História Sins and Demons - INTERATIVA - II - Éter


Escrita por: SanjuShiro

Notas do Autor


Olá!
Eu não me apresentei ainda, mas aqui estou.
Meu nome é Hannah, e eu sou a co-autora da fic :P
Eu sei que estou um dia atrasada, foi mal.
Não me demorarei, boa leitura!

Capítulo 3 - II - Éter


- Levante-se.

Já passava das dez e meia da noite. Em algum lugar da grande Tóquio, um galpão abandonado sofria com a repentina mudança de tempo. Um homem grisalho, de aparência cadavérica, estava agachado no escuro, completamente desnudo. Tremia de frio, os dentes batendo cada vez mais alto, como se estivessem dirigindo uma sinfonia.

- Eu falei para levantar-se! Você é surdo, senhor Kato?

O homem lentamente levantou a cabeça, sua expressão de horror denunciando seu medo. Dirigia-se a alguém encoberto pelas sombras, a voz que o falava. Seus olhos caçaram a fonte dela, debilmente, talvez tentando diminuir seu terror. A chuva caía forte e aos montes, fazendo um barulho arrítmico no teto metálico que os encobria.

- Muito bem, não está surdo. - caçoou a voz, com um tom ainda perigoso. O homem piscou os olhos, ainda tentando achar a criatura que lhe falava - Agora levante de verdade, seu velho idiota, tenho mais o que fazer!

Ele levantou, cambaleando, a fraqueza atingindo-lhe como uma faca. Pela primeira vez, a voz mostrou-se, revelando uma garota pequena, no máximo 1,60 de altura, longos cabelos negros e mãos delicadas, que não condiziam com a brutalidade nem com a força que fez o grisalho ficar ereto. Suas orbes vermelhas e brilhantes demonstravam uma fúria mesclada com prazer, o que aterrorizava-o, não conseguindo parar de tremer, enquanto a morena o conduzia pelo galpão.

Pararam apenas quando já tinham chegado ao lado contrário. Uma fina réstia de luar entrara por uma pequena abertura feita à faca na parede, tornando as grandes orbes cinzas do mais velho quase brancas. Quando achou necessário, largou a mão do homem e virou-se, a íris mergulhada no mais profundo negrume. Um sorriso sádico espalhou-se por seu rosto, e, num milésimo de segundo, não era mais a garota morena e sem graça de antes: sua pele agora poderia ser facilmente confundida com a lua, de tão branca que era; seus olhos, completamente brancos; seus cabelos curtos e verde-escuros.

O homem mirava-a com uma expressão ainda mais aterrorizada, o coração pulsando ridiculamente forte, toda a cor que um dia já teve desaparecida. Num movimento rápido, estava imobilizado, seus pulsos presos por apenas uma mão da criatura horripilante à sua frente. Alargou mais o seu sorriso, deixando à mostra todos os dentes afiados.

- Suas últimas palavras?

***

Hannah Hoshino - Japão, Tóquio.

Viver. O que faz você estar vivo a cada momento? Os religiosos dirão que seja "Kami-sama". Os ateus discordarão, dizendo que na verdade tudo tem uma explicação científica. Mas, o quê, de verdade, te dá o prazer - ou devo dizer horror? - de viver? Não sabes? Bem, eu não esperava mais de um humano. Essa raça nojenta, que acha que pode tudo. Tsc, tsc, não poderiam estar mais enganados.

Voltando para a nossa pergunta inicial, o que te faz viver? O que te faz permanecer respirando, sugando o doce oxigênio do mundo? O que o faz? Bem, não quero me gabar, mas acredito ter a resposta. E não é muito complexa. Na verdade apenas é uma questão de conhecimentos alquímicos, é uma resposta que tens faz muitos séculos. "Pare de enrolar e diga!", é o que talvez você pense. Tudo bem, tudo bem, falarei. Estão prontos? Lá vai:

Éter.

"Mas Hoshino, o que diabos é Éter?"

Vocês, humanos, tão patéticos! Mas eu explico. Éter pode ser denominado como quintessência, que na Alquimia era o elemento primordial. Tudo é quintessência, ou mesmo tempo que nada é éter.

Para resumir, sua alma é feita disto.

Bem, agora você pode se perguntar: "Por que ela disse todas essas coisas? O que isso mudará na minha vida?".

A resposta é simples: Não vai mudar nada em sua vida. A não ser que cruzes o meu caminho.

Porque, bem, só posso falar-te uma coisa:

Terás problemas.

***

Acordei com a agradável brisa fria matinal (essa é uma das vantagens de não morar no submundo - você tem contato com coisas tão mundanas!). Parecia acariciar meu rosto, como uma mão mais leve e mais fina que as outras. Estava muito cansada - a noite de ontem havia sido agitada. Espreguicei-me e levantei num só salto. Fui até a sala e liguei a televisão. Passava um noticiário qualquer, então sentei-me e assisti a mulher morena de cabelos loiros - definitivamente, não era japonesa - falando uma notícia qualquer, mundana.

- E agora voltaremos com o assunto da semana: o desaparecimento de um dos executivos mais influentes do ramo de eletrônica: Daisuke Kato. Akane, é com você.

- Obrigada Rebecca - eu sabia que ela não era japonesa. Está aí a prova. - Estamos aqui com o chefe do departamento de polícia militar, que está dirigindo o caso: Masao Kaneko. Masao, diga-nos, como andam as investigações?

Perdi o interesse no jornal assim que o tal "Masao" começou o falatório: sua voz era maçante e chata. Fiquei deitada no meu maravilhoso sofá, na dúvida de levantar-me e ir para o "emprego" que tinha ou ficar ali e dormir mais um pouco. No final, a minha preguiça ganhou, e decidi dormir um pouco. A noite foi agitada, não?

***
Acordei com um barulho estranho provindo de minha cozinha. Abri os olhos, ainda grogue por ter dormido outra vez, mas mesmo assim, consciente. Fiquei parada por um momento, tentando escutar algum movimento, uma lufada de ar... Nada. Sentei corretamente no sofá e vi o noticiário - da tarde (dormi muito). O homem que apresentava tinha uma voz fina e rápida, e parecia horrorizado com algo.

  - ... foram encontrados quatro corpos com sinais de tortura num galpão abandonado, afastado da capital, hoje pela manhã. Os policiais buscam pelo suposto assassino, cujo nome não foi identificado. Entre as vítimas, pode estar o empresário desaparecido, o senhor Kato. O departamento policial não divulgou mais detalhes. De volta para o estúdio.

Minha vontade foi de rir. Gargalhar, sair sorrindo como se não houvesse felicidade maior. Então os militares encontraram a minha... Obra de arte? Que pena... Parece que terei que mudar de tela. Ah, mas os gritos dos torturados ecoam lindamente dentro de meu cérebro, como uma música que vicia. E então, a sensação de beber todo o éter, sorver este líquido divino do pulso de humanos quaisquer, sem importância. O gosto está em minha boca, consigo imaginar meu corpo mais leve, a breve existência mortal esvaindo-se...

  - Você deveria ser um pouco mais cautelosa, não acha?
 
Uma voz docemente familiar me tira de meus devaneios, fazendo-me virar e dar de cara com a criatura que eu mais respeito em toda a eternidade - exceto, claro, eu mesma - Akemi Shinohara. Seus cabelos longos e negros caem como cascatas em suas costas, fazendo um belo contraste com sua pele alva como a neve, talvez mais pálida do que a lua! Seus olhos castanhos voltam-se para mim com uma expressão de desagrado, e se não a conhecesse bem, diria que está olhando para a pessoa que mais detesta na vida. Minha boca automaticamente se abre num sorriso travesso.

  - Tudo bem, "mãe" - faço questão de frisar a última parte. Ela desmancha a cara de desagrado e vejo brotar um pequeno sorriso de canto. Fiz menção de abraçá-la, e demos um, superficial. Contornei sua figura e sentei na mesa que outrora tinha meu café da manhã. As orbes acastanhadas fitavam-me com um resquício de confusão.  - Venha, vamos tomar café da manhã juntas.

Conversamos sobre aleatoriedades. Falamos sobre o Inferno, e sobre o novo regime. Conversamos sobre meu pacato emprego numa companhia de desenvolvimento de software. Discorremos sobre muitas coisas, até que dei-me conta de uma coisa: não fazia ideia da causa de tal ilustre visita.

  - Shiro-kun? - perguntei, interrompendo sua narrativa sobre a última missão. Ela olhou-me calmamente, como se me convidasse a continuar. - É muito bom que esteja aqui, e não me leve a mal, mas, o que te trouxe à minha casa?

Ela olhou para os lados e sorriu sem graça. Ficou um breve tempo pensando, talvez em como contaria-me, e enfim, depois de cinco minutos no mais puro silêncio, ela pronunciou-se:

  - Hannah-san, eu, bem, temos uma missão para você - meio século sem nos vemos e ela vem com essa... Okay, okay, respira fundo Hannah, ela é só a correspondente, quem foi que enviou a missão? - E com "temos", quero dizer aquele cara.

Tudo bem. Talvez não seja hora de ficar calma.

***

Kaori Saito - Inferno, Castelo Principal

Gelo. O que é mais frio do que o gelo? O condensado de Bose-Einstein talvez? Tudo bem, talvez isto não seja acessível para todos, então gelo provavelmente é o elemento mais frio. Ops, eu disse elemento? Estraguei a surpresa... Que droga.

Não que eu tenha algum tipo de tristeza por vocês, claro que não, eu não me importo com outrem. Apenas acho que seria muito mais interessante uma dificuldade, talvez um mistério, um misticismo... Algo assim.

Bem, não concerne, não é? Creio que não. Acho simplesmente que devemos popular as etapas de introdução, já que avariou-se a débil tentativa de misticidade. Portanto, deverei apenas concentrar-me no meu maravilhoso dia.

Acordei com a noção de que alguma coisa iria acontecer hoje. Algo que talvez não fosse bem esperado para mim, mas que provavelmente iria afetar diretamente o meu dia, ou, talvez, até mesmo a minha existência. Não foi bem uma surpresa quando um dos Serafins veio à minha "cela" e soltou-me - eles sempre faziam isso às segundas-feiras. O que me espantou foi as duas meninas que me olhavam no final do corredor, com uma expressão de desencanto.

  - O que fazem aqui?
  - Já esqueceu de mim, Kaori?


Notas Finais


Gostaram? Espero que sim :3

Até mais!

*Hanninhah*


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