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História Sintonia - Singular


Escrita por: Mittyh

Notas do Autor


Espero que gostem.
Boa leitura.

Capítulo 2 - Singular


Acordei, arrumei-me, peguei o dinheiro para o metrô, coloquei um pão na boca, peguei uma garrafa de suco de laranja que já fazia hora extra na geladeira. Chegando à escola alguém esbarrou em mim, eu acabei tropeçando, soltei um “opa” e evitei mais um vexame com sucesso, se não tivesse me segurado eu provavelmente teria caído e me machucado, não que isso fosse um problema, eu colecionava roxos pelo corpo, que apareciam da forma mais aleatória e inesperada possível. Olhei para o rapaz, notei uma singularidade nos seus olhos e ignorei sua existência como se ignora uma formiga no gramado. "Está tudo bem", pensei, levantei-me e vi ao seu lado outro garoto, um rapaz de cabelo escarlate, desses tingidos que você usa como ponto de referência para encontrar o amigo no shopping - estou aqui do lado de um menino de cabelo vermelho.

“Ops! Eu não te vi baixinha.” Disse o rapaz de cabelo vermelho.

Irritada, caminhei em direção à sala, sentei na cadeira. Depois de o sinal tocar e todos os alunos entrarem, pela primeira vez reparei nos demais estudantes. O garoto de cabelo vermelho estava lá.

"Esse babaca aqui?!" - Pensei.

O garoto “singularidade” também estava. Dessa vez não ignorei sua presença, meu olhar percorreu seu rosto, seus traços eram finos, chegavam a ser femininos, acabaram fixando na boca, fina, rósea, parecia macia, convidativa, o indicador da mão direita estava sobre o lábio inferior, entreabrindo o mesmo. Sua expressão pensativa me deixou hipnotizada, contudo continuei a analise, o cabelo tinha um corte estranho, ri, o lado esquerdo era maior; “Em que porra de cabeleireiro esse menino vai?”, pensei. Notei que o cabelo era de um loiro quase branco e as pontas eram pretas; a pele pálida, aparentemente sem vida, atenuava seu sorriso e expressão de indagação. “Puta merda, ele está me olhando”, pensei, engoli em seco. Senti o rosto quente e virei para o lado como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse me visto. Mas, ele veio.

“Olá?”

“Hum?”

“Prazer, Lysandre.”

“Lysandre? Você é mesmo singular.”

“Pode me chamar de ‘Lys’, caso prefira.”

Ok, esse cara é estranho. Eu nem conheço ele e já está dizendo para chamá-lo pelo apelido? Que merda é essa?

“E-Eu não sei se... Será uma boa ideia.” Disse envergonhada.

“Tem certeza, senhorita...?

“Mittyh.”

“Mittyh? Parece que eu não sou o único com o nome estranho.”

Sorri.

“Mittyh, não viu um bloco de notas?”

“Vi sim, por quê?”

“Sério? Eu estava procurando ele.”

“É seu?”

“Sim.”

“Esta ali, sobre a mesa ao lado.”

“Oh, verdade!”

Ele pegou o bloco, olhou para ele e disse:

“Gosta de música?”

“Que humano não?”

“É. Você gost-“ O sinal tocou interrompendo-o.

“Até amanhã, Lys.”

“Essa roupa!”

“O que tem ela?”

“Não me diga que”

“Sim! Eu sou estranha e daí?”

Ele riu, negou com a cabeça e deu uma voltinha.

“Tadam!”

“É, você está cada vez mais estranho.” Sorri.

“Vamos trocar os números?”

“Trocar?”

Eu estava cada vez mais convencida da insanidade dele.

“Sim, algum problema?”

“Não, é só que, essas coisas não acontecem com frequência.”

Ele me entregou seu número em um papel.

“O que é isso?”

“Meu número, pegue.”

Eu peguei e fui para casa.


Notas Finais


Logo postarei mais capítulos.
Beijinhos.


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