“Alô? Quem é o insistente?!”
“Mittyh?”
Uma expectativa crescente percorreu meu corpo quando ouvi meu nome, eu sabia quem era, a voz doce, melodiosa, que parecia cantarolar o meu nome, fez percorrer um arrepio na minha espinha, merda. Era Lysandre. Enquanto tentava recompor a postura, respirei e perguntei ainda desnorteada:
“S-Sim. E você, quem é?”
“Lysandre.”
Eu senti um breve sorriso do outro lado da linha, talvez ele tivesse notado que eu estava afetada.
“Diga.” Tentei disfarçar o interesse e a curiosidade na palavra.
“Você não vem?” Ele foi direito.
“Onde?”
“No Lago.”
“Ah. Tem muita gente?”
“Na verdade, não.”
Ele pareceu hesitar e assumi que apesar de ter muita gente sair parecia melhor que ficar presa em um quarto.
“Estou indo.”
“Ok.”
“Até logo, Lysandre.”
“Lys -ele me corrigiu- lembra, Lys, repete comigo, vai no três. Um, dois, três. Lys.” Ele riu.
Eu detestava isso, eu não era intimida dele e não pretendia ser. Ele me dava nos nervos.
“Lys. Feliz?”
“Claro. Assim está melhor. Até logo, Senhorita Mittyh.”
Fui ao lago e tinha muita gente, pelo menos pra mim. O ruivo, que agora tinha nome, Castiel; um moreno alto e de belos olhos azuis, que eu não havia entendido o nome, então o chamava de "Menino do PSP", ele por algum motivo riu e diferente do que eu imaginei, não ficara chateado, na verdade, disse que até gostou e que deveriam chamá-lo assim; ao seu lado na roda estava Alexy, seus olhos rosados que, eu tenho certeza, são lentes, eram lindos e, davam uma bela atenção as madeixas azuis; perto dele estava Nathaniel um rapaz sério, não fazia muitas piadas, parecia perder a paciência algumas vezes com Castiel, mas nada muito relevante a ponto de brigarem; mais adiante se encontrava Violette, uma menina simpática de olhos acinzentados brilhantes, cabelo lilás, que por algum motivo não parava de me encarar; ao lado dela, Íris, sem dúvida, foi a que me dei melhor, apesar da minha personalidade e não gostar de pessoas, ela é o tipo de pessoa que você quer ter como amiga; também estava lá Melody, uma menina estranha, mas simpática e Kim, uma morena demasiadamente linda.
Lysandre me convenceu de que estava muito tarde, disse que me levaria pra casa, pois era o mínimo que ele podia fazer e que ficaria preocupado se eu voltasse sozinha, mesmo eu insistindo que estava tudo bem, ele me levou, eu agradeci, dei tchau e ele me beijou na bochecha, ambos coramos, pensei em lhe retribuir o beijo, porém pareceu extremamente impossível, eu tenho menos de 1,60 e ele muito mais de 1,80, contudo eu fiquei na ponta dos pés, me apoiei nele, mesmo assim ainda era muito difícil, fitei o chão chateada, entretanto ele abaixou a cabeça e soltou uma leve risada, entendi aquilo como uma permissão, aproximei-me do seu rosto com um sorriso na boca, Lysandre virou, em segundos nossos lábios se encontraram em um breve selinho e, não meus lábios e sua bochecha direita como era previsto, ele riu como se estivesse brincando com a minha cara, fiquei extremamente envergonhada e ele riu mais ainda, aquele riso que derrete, que os olhos ficam pequenos e a risada engasga, eu me senti tão bem que fiquei a vontade o suficiente para não sair correndo, era um acidente, ficaria tudo bem.
“Você não precisa ficar tão vermelha, não se preocupe.”
“Cala a boca, eu não estou vermelha.”
Fiquei frustrada, eu realmente estava.
“Cala a boca, eu não estou vermelha, bléh.”
Ele me imitou de uma maneira tão tosca e recheada de trejeitos que eu não pude evitar a risada presa na garganta. Minha risada me traiu e fez aquele barulhinho constrangedor de engasgamento, então tampei a boca e sufoquei a risada. Ele repousou sua mão sobre a minha e a puxou delicadamente, aproximou-se com cuidado e uniu nossos lábios, de uma maneira calma, doce. Distanciou-se, prendeu meu olhar no teu e disse:
“Não sufoque seu riso. Eu gostei, é uma característica peculiar, admito, mas é sua.”
De forma mais ousada dessa vez, ele se fez perto novamente, reconhecendo que já tinha permissão, tornou a unir nossas bocas com mais intimidade, com uma vontade mais latente e em sintonia o beijo seguiu um ritmo leve, como nós nos sentíamos. Abraçamo-nos por um tempo, até ele fazer um contato mais dialético:
“Esse não foi um acidente.”
“Eu acho que sim.”
“É mesmo?”
E ele me beijou outra vez.
“Não, não estou convencida. Definitivamente, acidente.”
Ele riu e distribuiu sobre o meu rosto vários beijinhos.
“E esse? Esse? Que tal esse?”
Eu soltei um riso fraco, enquanto sentia minha bochecha enrubescer.
“Eu gostei daquele. Vamos tentar de novo.”
E nos beijamos mais uma vez, foi a primeira vez que eu notei a sintonia.
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