Mesmo que não venha mais ninguém Ficamos só eu e você. – Banda mar.
Quarta-Feira
Zayn POV
Ao chegar em casa me joguei no chuveiro estava cansado é cansativo dar aulas e ainda mais nessas condições que eu me encontro.
Depois de um bom analgésico, vesti uma regata branca minha jaqueta uma calça rasgada e meu coturno e fui para um barzinho.
O clima desse lugar sempre me agradou muito é tão acolhedor do seu jeito rústico com todo feito de madeiras e uma decoração de carros e motos. Me sentei em uma mesa afastada e pedi uma garrafa de cerveja e depois da terceira não me lembro de muita coisa. Terceira cerveja ou terceiro shot não sei ao certo.
Me lembro de bebidas mulheres se oferecendo para mim e um lindo garoto de olhos castanhos super fofo devo confessar, fofo mais nada ingênuo, nos flertamos a noite toda e quando ele foi para o banheiro eu fui atrás e a pegação só acabou na minha cama onde eu acordo desesperado por estar atrasado. Me despedi do garoto as presas e fui para o colégio todo desarrumado.
As aulas foram normais como sempre mais trabalhos e gritaria. Mais hoje teria mais aulas vagas para colocar alguma notas dos meus novos alunos em dia. O Louis era uma merda de professor que sempre deixa tudo para as últimas.
O dia no Colégio estava bom recebi uma mensagem do garoto da noite passada dizendo que a chave estava de baixo do tapete, acho que não vamos mais nos ver é uma pena.
Sai do colégio com uma professora de matemática que me contava o quanto era difícil ensinar alguma coisa para a minha nova turma me dando dicas, coisa de professores. Quando o aluno loiro de sotaque me parou pedindo licença para a professora que apenas seguiu o próprio caminho.
- É sobre a carta que o Senhor pediu...
O garoto parecia sem jeito e mal me encarava, ele estava com uma calça preta apertada um moletom com a mangas furadas e uma blusa xadrez pendurada na cintura, os dentes um pouco tortos e algumas manchinhas de baixo dos olhos. Não entendi o porque da blusa já que está bem quente mais ignorei e apenas o olhei brincando com as pedrinhas do chão.
- Eu não consegui terminar e então queria saber se poderia te entregar agora.
- A sobre isso eu não posso fazer. – Vi a sobrancelhas dele abaixarem. – Você teve o mesmo tempo dos outros.
- Por favor Malik. – Foi engraçado o jeito dele pronunciar meu sobrenome.
Olhei meu relógio era quase 4:30. Era cedo para ir para casa.
-Você tem um tempo para me convencer a aceitar.
- Como assim? – Me olhou confuso.
- Poderíamos fazer algo agora e a gente conversa. Você me parece interessante.
- Sem segundas intenções professor sou cinco anos mais novo que o Senhor. – Ele sorrio.
- Ownt não me lembre minha idade mocinho. – Fiz uma careta boba e ele riu.
- Tudo bem mais não posso me atrasar para chegar em casa. O senhor poderia me acompanhar até em casa de ônibus.
- Ou a gente poderia ir na minha moto. – Odeio transporte público.
- O senhor não iria me ouvir te convencer a ficar com meu trabalho. - Ele nem mesmo esperou minha resposta já foi se encaminhando para o ponto de ônibus.
- Droga.
Segui ele até o ponto de ônibus, e ambos ficamos sentados olhando a rua quando do nada o loirinho me deu um tapa.
-Ei...- olhei para ele confuso.
-Fusca azul. – ele ria alto da minha cara.
-Como assim que agressão. Sou teu professor me respeita menino. – disse em um tom divertido entrando na brincadeira.
-Desculpe senhor professor. – ele ainda ria. – é uma tradição.
Mostrei o dedo pra ele meio escondido e ele riu de novo me mostrando a língua.
O ônibus chegou e nós sentamos no fundo. Até que não estava tão cheio.
- Porque da blusa? – Sério aquilo estava me incomodando estava bem quente.
- Não gosto de mostrar meu corpo.- Disse simples.
- Mas...- ele me cortou.
- Eu só não gosto, não me vejo usando regatas ou outra coisa do tipo , sou muito branco.
- Se você não pode amar a si mesmo, como acha que poderá amar outra pessoa?
- Por favor Malik. – Disse do jeito engraçado e eu quis apertar ele de tanta fofura.
- Seu sotaque é engraçado. – Ri um pouco.
- Olha que eu pego meu trevo e bato com ele em você.
- E é assim que você quer que eu aceite seu trabalho?
-Oque o senhor que começou.
- Mais eu posso...
-Xiiiu. – Ele me calou tampando minha boca.
Então ele se levantou e descemos do ônibus e a conversa foi fluindo naturalmente, eu lhe contei algumas coisas sobre mim, coisas superficiais eu sou o professor dele e não um amigo ou pretendente.
Nos chegamos a uma casa simples e ele disse que morava ali.
-Pode me esperar aqui? Tenho que avisar minha mãe.
-Tudo bem. – Me sentei na calçada e comecei a meche nas pedras do chão.
Depois de alguns poucos minutos ele voltou e se sentou ao meu lado.
-Sua mãe disse algo?
- Não, por ela tudo bem...- Ele me olhou e sorriu. – Quer entrar?
-Não por mim tudo bem ficar por aqui.
-Então Malik. Conte-me sobre você?
Bufei meio descontraído, nunca sabia oque responder nessas horas.
- Por onde começar são tantas coisas.
– Era perceptível ironia na minha voz.- Eu moro sozinho...
-Pera ai? – Ele me cortou. – Como assim mora sozinho? O senhor lava, passa e cozinha.
-Claro querido. Eu sou para casar. – Fiz cara de metido.
Ambos rimos e ele começou a mexer no cabelo descontraído.
-E você oque está fazendo perdido pela Europa?
- Minha família teve alguns problemas e a gente precisou mudar.
- Que complicado. – O clima ficou meio tenso.
- Eu sinto muita falta de lá. Não pelos amigos porque eu quase não tinha....Mas sinto mais falta do lugar das festas.
Percebi que seus olhos estavam começando a lacrimejar e ele fez questão de enxugar e logo depois me olhou e sorriu tentando parecer forte.
-E então o senhor Malik é gay?
Corei um pouco agora. Que menino ousado.
-Ér... Fazer oque.- Ele começou a apertar minhas bochechas coradas.- Melhor que ser Pan e fazer sexo com arvores.
O garoto fez cara de ofendido.
- Siiim adoro arvores, animais também..
Nos ficamos sentado em frente a casa dele. Ele me disse como se descobriu pan sobre seu namoro a distância com um garoto que era trans e como esse rapaz se odiava e me lembrei do trabalho que ele apresentou, me disse que os dois já não conversavam mais e o quanto ele sofreu por isso, falamos sobre gostos em comuns como animes e alguns filmes. Ele amava jogos e cosplays nessas partes eu apenas ria pois ele sempre se empolgava e dizia tudo muito rápido com aquele sotaque irlandês.
No final eu fiquei algumas horas com meu aluno conversando sem ver o tempo passar, eu aceitei o trabalho dele já que pelo oque percebi ele era um bom aluno sim nos falamos sobre isso também eu voltei para o colégio de ônibus e lá peguei minha moto e fui para casa.
Ao chegar em casa vi minha bolinha e pelos no sofá me esperando eu o acariciei.
- Me desculpe pela demora Tom. – Beijei seu pelo fofinho.
Coloquei ração para o felino e fui para meu banho e não consegui não pensar em Niall e em como ele era confuso, acho que em dois anos de Colégio foram poucos os alunos que eu tive um contato tão íntimo e essa não foi a primeira vez que saio com algum aluno apenas para conhecê-lo. Mais o primeiro que passo tanto tempo.
Quando terminei o banho fui para a cama apenas de box e peguei meu notebook e fui montando algumas provas finais. Amanhã seria um saco já que terei que aplicar provas e eu odeio provas é sempre a mesma coisa alunos tentando colar e eu fingindo que não vejo. Revirei os olhos cansado.
Quando já estava com sono e já pronto para dormi me lembrei da carta escrita pelo garoto da Irlanda. A pequei da minha bolsa e a primeira coisa que vi foi a letra difícil de ler e alguns desenhos meio apagados aleatório pela folha.
Querido professor substituto.
Eu não sei oque escrever, e não farei rodeios sobre isso, sou péssimo escrevendo. Apenas finja que tenha algo muito inteligente aqui.
Esse garoto fez de tudo me contou toda a história dele para apenas isso. Senti meu cérebro dar um pequeno nó. Não sei bem o porque mais sorri.
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