História Six Feet Under {YoonMin} - 0.9

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 — Pois então, pode começar a falar Jiyoung... - me acomodei na poltorna de couro, e cruzei levemente minhas pernas, enquanto meu olhar se encontravam fixos no mais velho, que tomava um generoso gole de sua bebida, direto da garrafa. 

 — Você sumiu. Eu não gostei disso. - disse com um tom firme e também rancoroso na voz. Eu apenas levantei minha sobrancelha, e semi-cerrei meus olhos em sua direção, enquanto movia minha cabeça levemente para o lado. Não estava o entendendo. — E sabe quem não gostou de você ter sumido também?

 — Quem?. 

 — Jimin! - ele disse, se sentando na cadeira novamente, para aproximar nossos rostos e manear sua cabeça em negação. — Eu disse pra você tentar, ser paciente com ele. 

 — E eu fui! - disse incrédulo, com o meu tom de voz um pouco mais elevado. — Paciência tem limite Jiyoung! E eu não tenho sangue de barata. - revirei meus olhos, e ele apenas sorriu de canto.

 — Olha, eu sei que Jimin parece ser um arrogante, prepotente gorsso e metido. - ele fez uma pausa, e eu aproveitei disso para concordar.

 — Tirou as palavras de minha boca! - ele soltou um riso nasalado, e suspirou fundo. 

 — Mas ele não é. - finalizou, e eu apenas me calei. — Ele sofreu demais, tente entender. 

 — Oh, que pena. Mas não fui eu quem fiz ele sofrer! Porquê ele me culpa?

 — Porquê ele gosta de você. Ele se culpa por que se apaixonou de novo, e não quer este tipo de sentimento de novo. - sua voz estava suave, e ele se encostou na poltrona.

 — Como você tem tanta certeza? Eu persisti por quatorze dias, ele me disse não todas as vezes. E na décima quinta, ele me esnobou e disse que não sentia nada por mim. - disse derrotado, e olhei para os meus próprios pés. 

 — É o jeito dele de tentar te esquecer. E você poderia ir lá durante o ano inteiro, ele continuaria dizendo não. - eu subi meu olhar para ele, e franzi meu cenho. 

 — Então você está dizendo que se eu for até lá, e conversar com ele, ele vai me rejeitar denovo? - minha voz estava indiferente, quase incrédula.

 — Sim. 

 — E como você quer que eu tente? Eu cansei, Jiyoung. Cansei. - me levantei de poltrona, arrumando meu paletó para sair dali, e agora sim nunca mais voltar. 

 — Espere. - ele disse firme, me fazendo o olhar rapidamente e parar de caminhar até a enorme porta de madeira de seu escritório. 

 — O quê? - virei meu corpo para olhá-lo melhor, e ele me fitou antes de respirar fundo. 

 — Eu vou ajudar você. Tenho certeza que Jimin irá me escutar. - ele fez uma pausa para pensar direito. — Ou talvez não. 

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 Depois de algumas horas de sono, acordei com o telefone tocando sem parar. Abri os olhos com certa dificuldade, enquanto deslizava minha mão sobre o colchão em busca do aparelho. Mas só então me dei conta que o aparelho que tocava não era meu celular, e sim o telefone fixo. Jaehyun com toda a certeza transefiriu o telefone para o meu quarto. 

 — Inferno! - resmunguei, enquanto me sentava sobre a cama, pegando o aparelho ao lado, sobre o criado-mudo. 

 Ouvi a voz familiar de Kwon Jiyoung no outro lado da linha, e respirei fundo. 

 — O quê aconteceu? Porquê atrapalhou meu sono da tarde? - levei minha mão direita até meu olho, o coçando em busca de me despertar. 

 — Queria saber se vai vir ao restaurante, você sabe que temos um assunto sério pra tratar. - ele me relembrou, e eu soltei um murmúrio de meus lábios me punindo mentalmente por ter esquecido do quê ele me propôs. 

 — Pode me adiantar? Eu não sei se vou, estou exausto. - resmunguei ao me encolher novamente entre os lençóis. 

 — Eu estou falando sério, Min. Quero você aqui no restaurante até as oito, você sabe o que conversamos e que esse dia será importante. - ele disse com firmeza, e eu apenas rolei meus olhos em impaciência, enquanto me sentava novamente sobre a cama.

 — Tudo bem, Kwon. Estarei lá. - não esperei que o mesmo respondesse, apenas desliguei o telefone o coloquando novamente no lugar. 

 Desliguei com Dragon, e levantei para realizar minha higiene, não era matinal já que quando eu coloquei meus olhos sobre o relógio em cima do criado-mudo onde também o telefone fixo estava, o ponteiro marcava cinco e meia da tarde. Eu normalmente dormia até as oito, porquê no outro dia eu acordava quando o sol ainda não tinha se posto, ou seja, muito cedo. Então, aproveitava esse meio tempo sem atividades marcadas para dormir. 

 Depois de um banho demorado, segui em direção de meu closet; optei por um traje mais despojado do que estava acostumado a usar, mesmo que eu estivesse indo à um restaurante. Usava uma jaqueta preta, com algumas bolinhas em sua volta também pretas, ao lado direito da jaqueta estava bordado a imagem do que me parecia ser um tigre. Por baixo da jaqueta eu usava uma blusa da mesma cor da jaqueta e em meu pescoço uma corrente de ouro maciço. Na parte de baixo eu usava uma calça social preta e um cinto, também preto; e nos pés, um sapato social.  

 Sem ao menos perceber, estava vestido de preto da cabeça aos pés, mas apenas dei de ombros e caminhei até o espelho, encarando meu reflexo. Usei apenas um pouco de maquiagem para esconder as marcas de olheiras abaixo de meus olhos, e ressaltar alguns pontos.

 E eu finalmente estava pronto para encontrar JiYoung, e para a minha surpresa eu não estava atrasado como sempre ficava para "eventos" que meus colegas organizavam.   Embora eu esteja curioso para saber qual o assunto que o mais velho queria tratar comigo, eu preferia estar dormindo neste exato segundo. Mas como ele disse com todas as letras que eu não poderia nem ao menos pensar em faltar, então, eu estava indo mesmo contra a minha vontade.   

Não via o porquê de Jiyoung marcar um jantar para conversar comigo sobre Jimin, debater sobre suas idéias de conquista. Estava de fato cansado de tentar conquistá-lo, já que ele não supria nenhum sentimento por mim não tinha o porquê de eu continuar persistindo nele, certo?. Mas, como algo dentro de mim grita forte para que eu o proteja, conheça-o e retire essa amargura de seu interior, eu continuo. 

Infelizmente eu continuo a querê-lo para mim. 

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 — Sr. Min... - disse o motorista de meu carro de forma educada ao abrir a porta. 

 Saí do veículo de luxo, capturando meu celular sobre o banco do passageiro. Ajeitei os óculos escuros em meu rosto, e caminhei para o interior do restaurante. Os garçons entregavam bandejas de comidas sofisticadas, porém fartas em todo o salão, e eu coloquei meus olhos por todo o lugar procurando a mesa onde Jiyoung estava, ele estava totalmente escondido de minha visão, mas ainda sim conseguia vê-lo. 

Assim que o mais velho posou seu olhos sobre mim, ele pediu que eu me aproximasse, e assim eu fiz.

 — Pensei que não viria. - murmurou, enquanto eu me aproximava. Mas a medida que eu me aproximava da mesa, eu pude ter a inteira certeza que havia mais alguém com ele... Assim que eu me acomodei sobre a poltrona macia a frente da mesa e retirei meus oculos, depositando-os na mesa, eu subi meu olhar para a silhueta à minha frente, até que meus olhos ficaram fixos nos olhos...

 Nos olhos de Jimin, Jimin estava ali, e parecia mais surpreso que eu.

 — Mas que porra ele está fazendo aqui, Jiyoung? - ele indagou indiferente, se levantando em um pulo da poltrona para me encarar. — Anda, me fala! o quê ele está fazendo aqui?

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