História Skarlet (Leo) Vixx [vampiros] - Amigo?

Acordei com uma conversa, mas mantive os olhos fechados, apenas ouvindo.

“Por que eu?” Perguntou Leo indignado. “Já anoiteceu, mande um dos quatro!”

“Você é o único que pode passar da porta, esqueceu?” Era Ravi. “E quando voltar ensine autodefesa a ela.” Leo bufou. “Eu não estou pedindo. É uma ordem.” Terminou Ravi e logo ouvi a porta bater. Pouco tempo depois abri os olhos, ainda imóvel. Me deparei com Leo sem camisa procurando alguma em sua cômoda. O corpo dele era todo definido e eu realmente não esperava por aquilo, porém o que mais chamou a minha atenção foi uma cicatriz enorme ao lado do seu abdômen, que seguia para dentro da calça que ele usava. Fechei os olhos envergonhada por estar olhando dessa forma para ele, porém a curiosidade venceu e eu abri apenas um olho dessa vez, para bisbilhotar. Na mesma hora ele olhou em minha direção, me flagrando. Fechei o olho rapidamente rezando para que ele não tivesse visto e senti meu rosto esquentar.

“O que está olhando? Sua tarada!” Disse ele e então senti uma roupa que foi arremessada contra o meu rosto.

“Desculpe...” Respondi envergonhada, sem tirar o tecido do rosto.

“Aish...” Resmungou ele. “Já que acordou, vá lá embaixo. Ravi quer falar com você.” Disse ele saindo do quarto.

Uns minutos depois levantei e percebi que ainda não tinha comido. Estava com muita fome. Desci as escadas e avistei Ravi que logo veio em minha direção, com o meu celular em mãos.

“Essa velha não para de ligar apesar das mensagens que eu mandei. Diga algo que a faça parar antes que eu mesmo a silencie.” Disse ele irritado me entregando o celular.

Peguei o celular e liguei contra a vontade para minha tia.

“Coloque no viva-voz.” Mandou ele assim que eu encostei o celular em minha orelha. Obedeci e não muito tempo depois, minha tia atendeu.

“Hannah?!”

“Tia, oi... eu...”

“Por que não atendeu às minhas ligações?” Perguntou ela preocupada.

“Eu ando muito ocupada com a faculdade, não tive tempo pra atender.” Menti.

“Você está bem?”

“Sim, estou muito bem.” Tentei ser o mais convincente possível. Ravi me encarava apoiado na parede com os braços cruzados.

“Fez algum amigo?” Refleti um tempo sobre essa pergunta.

“Eu estou namorando tia.” Ravi arqueou uma sobrancelha.

“O quê?? Como isso aconteceu assim tão rápido?”

“Só aconteceu... e as suas ligações só atrapalham... principalmente... você sabe.” Disse tomada pela vergonha, mas tinha que ser feito.

“E-eu não sabia, meu amor. Me desculpe. Vou parar de ligar então. Está se prevenindo?” Meu rosto deve ter ficado roxo. Ravi riu.

“Aah... eu tenho que desligar, ele chegou! Tchau!” Disse encerrando a chamada e suspirando aliviada.

Ravi estendeu a mão pra que eu entregasse o celular, sorrindo de canto. Assim o fiz.

“Bom trabalho. Agora vá para o seu quarto.” Mandou ele, agora sério.

Olhei para a cozinha.

“Mas eu...”

“Vá logo!” Interrompeu ele. “Eu estou de saída e Leo não está aqui para te proteger.” Disse ele já me dando as costas.

Subi as escadas rapidamente e entrei no quarto. De repente, vi um prato cheio com macarrão, almôndegas e um garfo no criado mudo ao lado da minha cama.

Corri até ela, me sentei e comecei a comer. Estava delicioso. Enchi o garfo com o máximo que pude e levei à boca. Me sentia como se estivesse sem comer há dias.

“Está bom?” Perguntou uma voz vinda do canto do quarto. Era N. Levei um susto e quase engasguei. Ele riu.

“Sim, está ótimo. Foi você quem fez?” Perguntei surpresa. Ele começou a se aproximar.

“Eu gosto de cozinhar... e Leo me disse que você ainda não tinha comido, então pediu para que eu fizesse algo pra você.” Disse se sentando ao meu lado na cama.

“Obrigada... você parece ser legal.” Disse aliviada.

“Eu sou legal... mas ainda assim sou um vampiro. Eu não gosto de atacar humanos, mas estou realmente curioso sobre o seu gosto.”

Mastiguei a comida devagar olhando em seus olhos. Iam me morder de novo?

“Pode comer, eu não vou te atacar.” Disse ele rindo. Ri também. Eu gostei dele.

“Quantos anos você tem?” Soltei curiosa.

“Ah, eu não quero falar.” Disse deitando na cama com as mãos sobre o rosto.

“Por que não?”

“Porque eu me sinto velho... e eu não sou velho, ainda sou jovem.” Disse com as mãos ainda no rosto.

“Ah, anda logo. Não pode ser tão ruim... Velho é o Ravi.” Afirmei arrancando uma risada dele.

“duzentos... e trinta e dois.” Terminou ele derrotado. Fiquei surpresa mas escondi a expressão.

“Ah, isso nem é tanto...” Menti

“Ah é? E quantos anos você tem?” Levantou ele me encarando com deboche.

“Dezoito...” Falei baixo. Ele riu alto.

“Ah... tudo bem. Eu sou um ancião mesmo. Acho que só me resta aceitar.”

“Você disse que não gosta de atacar humanos, então se alimenta de quê?” Me senti livre para perguntar.

“Bolsas de sangue.” Disse com um sorriso amigável. Senti um certo nojo.

“Hmm... Quer?” Perguntei mudando de assunto e levantando o garfo com macarrão.

“Não, obrigado. Você precisa se alimentar, e eu já estou de saída.” Disse ele se levantando e indo até a porta. Antes de sair, piscou pra mim. Sorri. Ele realmente era legal.

Quando eu estava terminando de comer, Leo entrou com uma trouxa de roupas.

“O que é isso?” Perguntei.

“São suas roupas.” Disse largando-as no chão fazendo com que ela abrisse, revelando todas as peças familiares. Fui até a pilha.

“Pode usar as últimas duas gavetas da cômoda. Estão vazias.”

Deixaria pra arrumar as minhas roupas depois, agora precisava de um banho. Peguei o necessário dentre a pilha e levantei.

“Vou tomar banho.” Afirmei indo em direção à porta.

“Ok, vou esperar você. Temos coisas pra fazer hoje.” Respondeu ele já pegando um livro para ler. Me perguntei o que seria e então me lembrei da conversa de mais cedo. Assenti e saí em direção ao banheiro do mesmo piso.

(...)

Vesti a camisa branca e a legue que havia pegado e saí do banheiro secando os cabelos molhados com a toalha. Voltei até o quarto. Entrei, fechei a porta e Leo não estava lá. Quando percebi, aquele não era o quarto certo.

“Ora ora...” Ouvi uma voz calma.

Olhei para a esquerda e vi Hongbin encostado a uma prateleira. Aquele era o quarto dele? Minha expressão ficou confusa.

“Veio brincar?” Disse ele e então sorriu malicioso vindo em minha direção.