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História SKIN CURE - A Cura Fica Na Pele - 1. Axel


Escrita por: Markz

Notas do Autor


Primeiro capítulo...

Capítulo 1 - 1. Axel


Fanfic / Fanfiction SKIN CURE - A Cura Fica Na Pele - 1. Axel

    O OLHAR ASSUSTADO DELA REFLETE PELO RETROVISOR. Brilhantes como duas pérolas negras, ainda que amedrontados, são lindos. A luz da lua toca a pele dela através da janela do carro que viaja em silêncio junto ao comboio através de uma rota deserta na floresta. Fui incumbido de realizar a missão de transportá-la ao centro de pesquisa científica.
    Os veículos dão solavancos ao passar por cima de raízes expostas nas estradas acidentadas.

    As mãos do agente Brooks apertam o volante com força, o que é um indício de sua tensão, mas ele não é o único. Essa é a quinta tentativa desse ano. Por quatro vezes já falhamos, mudamos rotas, planos, horários... Nada funcionou. A ação dos bioterroristas é extremamente precisa. Eles sabem como e o que fazer, realizam as missões com maestria além de nós. A cada falha, morre um pouco de esperança de que um dia poderemos salvar as pessoas atingidas pelo VC.

    VC é a sigla para Vírus Corrosivo, é a mais cruel doença que há no mundo atualmente. Desenvolvidos para dizimar o que sobrou da população que sobreviveu à opressão das guerras, aos desastres naturais, aos recursos limitados e ao estado cataclísmico em que a maioria da população dos Estados Unidos vive hoje.

    Durante o período das guerras, quando a humanidade havia deixado de prezar as virtudes que mantém de pé a harmonia entre os povos, o racismo chegou ao nível máximo e grupos terroristas racistas começaram a atacar toda a população negra do mundo. A África sofrera vários ataques até que se tornasse um continente deserto, todos mortos. Os poucos que conseguiram fugir se refugiaram em colônias e a maioria não confia em ninguém que viva fora de seu círculo de convívio, muito menos nos que não tiverem a mesma cor de pele que eles.

    Quando achávamos que não havia como piorar mais, um grupo desenvolveu o VC. A princípio não era algo que poderíamos julgar como ameaçador, mas produziram versões cada vez mais letais até chegar ao que é hoje. Uma doença que ataca a melanina e te faz definhar enquanto sua pele entra em um estado de decomposição enquanto você ainda está vivo e finalizando com sua morte.

    Por anos, estudaram a cura até chegarem à conclusão de que pessoas com pele mais escura possuem uma melanina mais forte, logo são mais resistentes ao vírus. Sendo o DNA a base de todos os seres vivos, acreditam que a cura para o vírus está no DNA dos negros, talvez, com base no código genético deles, poderão encontrar uma maneira de imunizar e salvar os outros da doença e da morte iminente.

    O único problema é que, com a população negra vivendo isolada, é quase impossível encontrar alguém disposto a se submeter aos exames e estudos dos cientistas designados para encontrar a cura.

    Na minha concepção, essa é a maior ironia que o destino já empregou sobre a humanidade em todos os anos em que já viveram sobre a face do planeta. Os negros viveram tempos difíceis, suportaram crueldades, muitos sucumbiram à maldade de pessoas que se julgavam superiores a eles justamente por causa da única coisa que pode salvar grande parte da população remanescente da devastação total. A pele negra é o ouro da atualidade.

    Além de ser difícil de encontrá-los, ainda se tem o fato de que o grupo terrorista que desenvolveu o vírus espalhou soldados por todas as cidades que sobraram no mundo. Esses soldados tem a missão de matar qualquer negro para evitar a possibilidade de que a cura seja descoberta. Por essa razão, nossa missão exige tanto sigilo.

    Do lado de fora do veículo, nas sombras, vejo algo se mover. Abaixado entre os arbustos. Talvez um animal tentando encontrar sossego para dormir.

    — Reed, viu alguma coisa? — pergunta Brooks com o olhar fixo na trilha acidentada.

    — Não tenho certeza, mas acredito que não seja nada demais. — respondo com tranquilidade.

    — Reed, relatório da missão. — ordena a voz no meu ouvido através do comunicador. O Comandante está na central monitorando a missão a cada dez minutos.

    — Estável, senhor. Nenhum sinal de movimento na rota traçada. A princípio, a garota está em total segurança. — respondo, voltando a olhar para a garota no banco de trás através do retrovisor. Ela despertaria muita atenção em outros tempos. É bastante atraente.

    Vejo algo se mexer entre as folhas de uma árvore e mantenho os olhos fixos no local para distinguir que criatura está empoleirada no galho. Ligo a lanterna e aponto o feixe de luz para ela até que deparo com um par de olhos grandes e expressivos. Uma coruja encolhida no alto da árvore me encara até que desligo a lanterna e volto minha atenção para o caminho à frente. Mas algo atrai minha atenção de volta à lateral do comboio. Na escuridão, entre os arbustos, algo se esgueira entre as folhas.

    Pego o óculos de visão térmica no meu colo.

    — Reed, o que está havendo? — pergunta Brooks. A garota no banco traseiro arqueja amedrontada.

    — Brooks, ao meu sinal, acelere o veículo. — advirto.

    — Acelerar? Axel, pode responder o que está acontecendo?

    — É uma emboscada! — digo, sem perceber que minha voz sai quase inaudível.

    — O quê?

    — É uma emboscada! — exclamo quando vejo um homem portando uma arma agachado entre os arbustos.

    Brooks pisa no acelerador e o carro desponta na trilha deixando uma nuvem de poeira para trás, o resto do comboio se apressa em acompanhar nossa velocidade. Um tiro acerta o vidro blindado da minha janela e em seguida dois atingem a janela de Brooks.

    — Mais rápido, Brooks! — grito.

    — Estou indo o mais rápido que posso. — exclama ele de volta.

    — Reed! O que aconteceu? — pergunta o Comandante através do comunicador.

    — É uma emboscada, senhor! Estamos sob ataque. — respondo.

    — O comboio está ameaçado? Algum problema que os faça parar? — pergunta ele.

    — Não, senhor! — digo. O carro chacoalha ao passar por cima de raízes expostas.

    — Então não parem. — ordena ele. — Sigam em frente! Não podemos perder outra chance.

    — Entendido! — afirmo, desligando o comunicador. — Você ouviu, Brooks. Não pare.

    Os tiros não cessam. O veículo continua sendo alvejado.

    Em um dado momento, Brooks passa por cima de algo que afeta os pneus do carro que rodopia várias vezes na trilha.

    — Merda! — exclama Brooks girando o volante rapidamente tentando evitar que o veículo colida com alguma árvore.

    O carro para atravessado na trilha e eu percebo três soldados terroristas saindo das sombras, correndo em nossa direção.

    Envolvo a empunhadura da minha arma com os dedos e abro a porta do carro.

    — Reed, o que você está fazendo? — pergunta Brooks, abismado.

    — Reagindo! — respondo enquanto aponto a arma na direção dos três homens e disparo.

    — Você enlouqueceu? Está desobedecendo às ordens do general!

    — As ordens dele foram seguir em frente. Por acaso, o carro ainda está em condições de seguir adiante? — pergunto, logo antes de atirar em mais dois homens que estão se aproximando do carro.

    Do outro lado do veículo, alguém força a porta traseira para ter acesso à garota.

    — Keysha!— exclama Brooks puxando a garota para a parte da frente do carro. Os agressores conseguem abrir a porta traseira e agarram o tornozelo de Keysha que puxa a perna afim de se livrar do homem que tenta arrastá-la para fora do carro.

    Aponto a arma sobre Keysha na direção do homem e disparo, mas ele se esquiva do tiro. Brooks  pega um revólver e tenta acertá-lo enquanto puxo Keysha entre os bancos da frente do carro. O homem segura o tornozelo dela firmemente, com a outra mão ele mira uma pistola na cabeça dela, está prestes a atirar quando Brooks abre a porta do seu lado e se lança sobre o homem que larga a perna da garota. Ela passa para a frente do carro e se senta no banco do motorista.

    — Fique aqui dentro e trave as portas. Não saia. — ordeno.

    Ela assente e eu saio do quarto fechando a porta. Keysha se apressa em travar as portas do veículo. Vejo um terrorista posicionado no galho de uma árvore, ele está com uma arma e está mirando em Brooks que ainda troca golpes com o homem ao lado do carro. Aponto a arma na direção dele e atiro, derrubando-o do galho. Me afasto do carro à procura de mais terroristas e noto que um homem investe contra mim à minha direita, ele carrega uma faca erguida na altura de sua cabeça, tenta me ferir com ela, bloqueio o golpe e atinjo sua cabeça com todo o peso da arma em minha mão. Ele cai no chão, inconsciente. Perto dos arbustos, outro terrorista mantém a mira de sua arma em mim. Antes que ele possa atirar, me lanço para trás de um carro estacionado próximo a mim. Ouço as balas colidindo contra a lataria blindada do veículo. Levanto, parcialmente e atiro contra o homem, ele devolve os tiros e volto a me abaixar. Vejo Brooks ser surpreendido por um terrorista que aponta um rifle para ele. Miro no homem e atiro, atinjo sua coxa e ele se volta para o ferimento, apertando-o para estancar o sangue que escorre. Brooks bate nele com a arma e o homem tomba para o lado. Há soldados e terroristas trocando tiros e golpes até os limites do meu campo de visão. Um tiro passa zunindo por mim, quase me atinge, me volto para a sua origem e vejo um homem apontando a arma para mim, me jogo para trás de um arbusto e me escondo atrás de uma árvore, atiro contra o homem, mas erro, ele volta a atirar na minha direção, a bala atinge o tronco, disparo três vezes e um dos tiros atinge o ombro dele.

    A alguns metros vejo Brooks, ele está voltado para um terrorista, mas há outro atrás dele.

    — Brooks! — grito. Mas é tarde demais, o homem ergue a arma na direção dele e atira duas. As bala o atingem nas costas e ele cai de bruços no chão. Corro na direção dele para impedir que continuem atirando nele. Disparo contra o homem que o alvejou, acerto a garganta dele. Alcanço Brooks, ele está desacordado.

    Avisto os helicópteros de reforço chegando. Puxo Brooks e o coloco dentro do carro, mas um terrorista aproveita o momento em que as portas estão destravadas e puxa Keysha para fora do carro. Ela está aos gritos. O homem aponta um revólver para a cabeça dela. Aponto minha arma para ele e atiro, eu o acerto no estômago, mas é tarde demais, ele já puxou o gatilho e o corpo de Keysha está inerte no chão com uma poça de sangue se formando em volta de sua cabeça.

    Ouço passos atrás de mim, alguém está se aproximando, eu me viro e levo uma pancada do cabo da arma de um terrorista, caio no chão e os terroristas deixando a clareira é a última coisa que eu vejo antes da minha vista escurecer por completo.


Notas Finais


Continua...


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